E a noite caiu... escrita por Lil Pound Cake


Capítulo 2
2º capítulo: Confissões à meia noite.


Notas iniciais do capítulo

O que Lysandre sente por ela?
Irão resgatá-los?
...



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E a noite caiu ainda mais escura e profunda. A madrugada chegou e com ela um silêncio que outrora seria tenebroso... Mas nada me assustava mais, pois eu estava no céu. Eu estava em seus braços. Passamos minutos tomados por beijos e carinhos.

Após uma pausa com um longo abraço, ficamos calados. Nada mais precisava ser dito. Mas ele abriu o coração para mim.

– Eu gosto de você.

– Eu também gosto de você, Lysandre.

– Perdoe-me se fiz nos perdemos na floresta, mas tenho que te dizer que... Foi proposital.

– Proposital? Você q-queria ficar sozinho comigo?

– Bem... Sim. Eu... Eu tinha que ficar em um tempo sozinho com você, sem ninguém por perto para nos atrapalhar, para falar o que sinto. Eu realmente gosto muito de você, Rachel. Nunca me senti assim com mais ninguém.

A emoção falou mais alto e eu apenas o abracei forte, com os olhos marejados. Só após alguns segundos abraçando-o consegui falar.

– Eu também nunca me senti assim. – Olhei para ele e falei com a mão no coração o que se passava dentro dele. – Minha vida mudou quando te conheci, Lysandre. Uma coisa dentro de mim surgiu. Meu coração bateu como nunca quando te vi pela primeira vez. Quando o Castiel nos apresentou e você sorriu para mim, eu... Eu nem sei explicar o que senti.

– Sentimentos não são explicáveis, minha querida. Minha doce menina... – Ele acariciou meu rosto me fazendo sentir como se fosse tocada por um anjo. – Eu senti o mesmo. – Ele riu. – E olhe só... Você procurava por um fantasma naquele dia...

– Era... E encontrei você. Que belo fantasma encontrei!

– Que bom que me encontrou. Eu precisava de uma musa inspiradora para minhas músicas e meus poemas...

– E eu sou sua musa inspiradora?

– É claro que é. Em que acha que penso quando escrevo versos de amor?

Como que ele consegue me deixar mais e mais apaixonada a cada palavra? Era tão forte o que eu sentia por ele que até me dava medo de não ser real.

– N-não é meio precipitado falar de amor?

–... Sim é. Mas não posso evitar. Há tempo já que quero muito dizer... – Ele parou e mordiscou os lábios. Eu tinha que perguntar:

– Dizer o quê?

– Que te amo.

Meu coração não bateu mais forte dessa vez. Ele simplesmente parou. Parou junto com qualquer pensamento racional que eu poderia formular naquele momento. Fiquei em choque... Mas sua voz me tirou do transe.

– Sinceramente... Não sei o que sinto. Eu falei com o Leigh sobre o que sentia por você, perguntei se era igual o que ele sentia quando estava com a Rosa, e ele me disse que sim, é a mesma coisa. Então ele me fez entender que eu estou apaixonado. Apaixonado por você. ... De fato, creio que seja demasiado cedo para falar de amor. Mas... Não posso negar que minha vontade mesmo era de te chamar de... Meu amor.

– L-Lys...

– Entendo se não quiser que a chame assim ou que lhe diga coisas como as que lhe falei agora. Só queria que soubesse que é o que se passa no meu coração. Eu não podia mais disfarçar, sou sincero demais para fingir indiferença a você ou aos meus próprios sentimentos. Eu não podia mais me segurar.

Eu estava sem palavras enquanto ele me falava tão sinceramente de seus sentimentos. Ele continuava falando, ruborizado...

– Mais uma vez, desculpe se fiz nos perdermos de propósito. Não achei que fossemos nos perder de verdade, eu marquei o caminho certo fazendo pequenas marcações nos galhos das árvores por onde passávamos, mas... Não encontrei mais nenhum, desculpa. ... Eu... Só queria ficar um tempo sozinho com você, nem que fosse uns minutos, para te dizer que... Que o que sinto quando estou com você é forte e verdadeiro... E... Bem, não sei se é amor, mas... Creio que é o mais próximo disso.

Ele me deixou completamente emocionada. Lágrimas inundaram meus olhos e meu coração descompassado me fez ter a única reação que minha mente me permitiu pensar naquele instante. Levei as mãos ao seu rosto puxando-o em direção a mim, fiquei na ponta dos pés e o beijei a boca. Beijei-o sem pensar em mais nada. Apenas beijei-o e o deixei me beijar.

Em meio aos beijos senti o corpo dele pesar sobre o meu. Ele estava me empurrando suavemente para trás. Deixei-me conduzir por ele. Fomos dando uns passos desajeitados para trás sem pararmos de nos beijar. Totalmente distraída tropecei e ia caindo para trás, mas por reflexo segurei em sua camisa e ele me segurou. Só voltei a mim quando senti que estava em seus braços. Ele segurava forte minha cintura e minha nuca. Parecia que havíamos parado de repente num passo de dança mágico e sensual. Minhas pernas estavam entre suas pernas, minhas mãos em seu corpo como as dele no meu, e nossos olhos fitavam um ao outro incessantemente. E ao invés de me levantar de novo, ele me surpreendeu, me deitando vagarosamente no chão e vindo junto comigo. Tudo que eu fazia era esperar pelo seu próximo passo naquela nossa dança. Lysandre o que vai fazer comigo?

– Diga-me...

– O quê?

– Me permite falar de amor?

Engoli seco, mas eu queria isso mais que tudo.

– S-sim.

O sorriso lindo que ele me deu me encheu de confiança. E ele me fez mais feliz ao chegar perto de minha boca e indagar:

– Posso te cobrir de beijos, meu amor?

–... Pode. ... N-não! Deve.

Nós dois sorrimos e ele atacou minha boca com seus beijos de um sabor que jamais eu havia provado. Sublime... O beijo... O momento... Tudo que estava acontecendo. ... Até sermos interrompidos.

– Alô! Tem alguém aí?

Nos assustamos ao ouvirmos vozes de gente gritando não muito longe.

– Lysandre! Rachel!

Nos olhamos e levantamos sabendo de quem se tratava.

– São as vozes do Castiel e do Nathaniel. – Disse Lysandre quando outra voz gritou.

– Tem alguém aí? Meninos!

– E do professor Faraize! – Disse eu.

Vi que Lysandre pegou em minha mão e por um minuto pareceu que ia me puxar para longe dali, mas parou e olhou profundamente em meus olhos, e perguntou:

– Nós... Vamos gritar de volta para eles?

– M-mas... Eles vão saber onde estamos.

– É esse o objetivo. Eles vieram nos procurar.

Confesso que eu não estava mais com vontade nenhuma de que nos achassem.

– É... Vamos chamá-los...

– Parece que você não quer muito...

– É... Não, impressão sua.

Mas ele me deu aquele sorriso mágico outra vez e seu olhar penetrante parecendo que podia ler meus pensamentos.

– Não, não é impressão minha. Você não quer ir embora agora não é?

– Lys, e-eu...

– Ei... – Ele levou o dedo indicador aos meus lábios calando-me. – Eu também não quero, nem um pouco.

– Então...

– Ficamos. Que tal? ... A não ser que você não queira.

– Eu... – Respirei fundo, tomei coragem e beijei seu dedo sobre meus lábios. – Eu quero. Quero ficar mais. Não quero ir embora agora.

Ele sorriu lindamente para mim, mas eles já se aproximavam. Lysandre pegou em minha mão e nós corremos para outro lado com cuidado para não fazermos barulho pisando em galhos secos e folhas. Chegamos ao local onde havia uma árvore imensa, a maior da floresta, e nos escondemos atrás dela. Nos escondermos dos outros era uma grande loucura, mas era uma loucura que eu estava adorando fazer. E ainda mais ao lado do Lys. Ficamos quietinhos até que vimos que eles se afastaram para o lado contrário, e ouvimos o professor dizer que iam continuar nos procurando só ao amanhecer.

Ao que eles foram embora, começamos a rir da nossa travessura. Nos sentamos embaixo da copa daquela árvore. Encostados a ela, ele e eu, eu entre suas pernas e ele com os braços em volta de meu corpo, não sentíamos mais frio. Nossos corpos se aqueciam mutuamente. Tínhamos sintonia, química, e mais não sei o quê. Eu só sabia de uma coisa: que eu não poderia estar mais feliz e mais apaixonada.

Ficamos ali apenas esperando a noite passar, e ele me surpreendendo a cada minuto. Quando ficava parado contemplando as estrelas e eu fazia o mesmo, de repente ele começava a distribuir beijos em meu pescoço... E me tirava todo o ar de um jeito tão bom!... Quando dava um vento mais forte e ele me abraçava mais, com braços e pernas, me cobrindo, me protegendo... Será que não sabia que só sua presença já era o suficiente para me manter aquecida?

– Pode me responder uma coisa que vou perguntar? - Ele quebrou o silêncio.

– Pergunte.

– Você ter preferido ficar aqui comigo a voltar para casa... O que quer dizer?

Ele me pegou com essa pergunta.

– Lysandre... Eu não sei o que quer dizer. Sinceramente, não sei o que sinto por você.

– O que sente quando está comigo? Creio que você confie em mim senão não teria ficado...

– Claro que confio! Eu só... Ai... É difícil explicar...

– Não já te disse que sentimentos não se explicam, Rachel?

Ele me transmitia uma paz tão grande que acabava com qualquer confusão em mim. Suspirei e desabafei.

– Tá bom. ... A verdade é que eu gosto de você. Não queria ter que ir embora agora, não depois de tudo que dissemos.

– E de nos beijarmos?

– Isso também.

– E você gostou dos meus beijos?

– Claro que gostei.

– Posso te beijar mais?

Aquela pergunta me fez olhar para seu rosto... E me deixou encantada. – É o que eu mais quero. – Respondi e nos beijamos apaixonadamente.

Após um longo beijo, me aconcheguei sobre seu peito enquanto ele me abraçava. Estávamos ali sozinhos à noite, completamente apaixonados um pelo outro, e poucas horas atrás éramos apenas amigos atraídos um pelo outro... Agora já parecíamos um casal de namorados.

O tempo foi passando e a noite caindo mais. Já devia ser madrugada e o vento frio soprava mais forte batendo em nossa pele.

Peguei em suas mãos e as senti geladas. Ele ainda estava apenas com a camisa preta de mangas que usava por baixo da roupa de esporte. Nossa! Como aquela camisa colada o deixava sexy! Bom, mas eu tinha que fazer algo por ele também.

– Toma. Vista sua jaqueta. Está ficando mais frio.

– Mas, e você?

– Estou bem... Tenho seus braços para me aquecer.

Não sei de onde tirei coragem para falar isso, mas falei porque eu estava muito feliz. E acho que ele gostou, pois assim que vestiu a jaqueta, com um sorriso no rosto, me beijou mais uma vez. E logo depois, teve uma ideia...

– Vamos nos deitar? Já é madrugada. Temos que dormir um pouco.

– Dormir? Não sei se consigo.

– Será um pouco difícil pegar no sono, eu sei. Estamos com frio, famintos, e ficar no meio de uma floresta, no escuro, não é nada agradável.

– Sem falar em ter que deitar na relva.

– Não é tão mal, sabia? Quando eu morava com meus pais na fazenda eu já dormi deitado na grama. É confortável, mas claro, é melhor num dia quente e de céu claro. Bom... Acho que tenho que te pedir desculpas mais uma vez por isso...

– Por quê?

– Eu poderia ter me declarado em outro lugar. – Ele riu. E ouvir sua risada era música para meus ouvidos.

– Não... Acho que um passeio noturno pela floresta foi a ocasião perfeita! – Ri e peguei em suas mãos, e ele entrelaçou seus dedos aos meus. Foi então que lhe falei com sinceridade. – Eu adorei sua declaração. Te ouvir cantar para mim foi a coisa mais bela que já me aconteceu.

Ele ainda com os dedos entrelaçados aos meus, beijou minhas mãos como somente um verdadeiro cavalheiro faria.

– Eu poderia passar a noite inteira cantando para você se assim desejasse.

É sério! Como ele pode ser assim tão perfeito?

– Seria maravilhoso! Mas não quero que você fique sem voz depois. Te quero ouvir falando as coisas lindas que você diz sempre.

– Está bem. Então... Vamos tentar dormir um pouco?

– Sim, precisamos.

– Sim, é mesmo. E não pense que eu a deixaria dormir sobre o chão apenas.

– Não? Então, onde dormirei? Em cima das pedras?

– Não. Eu serei o seu colchão.

Quando ele disse isso meu coração foi de cem a mil na hora! O que ele quer dizer com... “Será meu colchão?” Como assim?

– C-como assim?

Desencostei meu corpo do dele sem saber o que ele faria. Ele se ajeitou e deitou na relva, num lugar onde a grama era baixa e macia e abriu os braços me chamando.

– Venha. Deite-se sobre mim.

Senti todo o ar de meus pulmões fugirem e meu corpo inteiro ser tomado por um calor como de uma fogueira. Sua proposta acendeu dentro de mim uma chama que, quando o olhei ali deitado esperando por mim, senti que não poderia controlar por muito tempo.

Fiquei tão sem jeito que não disse nem que sim nem que não. Ele viu que eu titubeava e insistiu:

– Venha. Você não pode passar a noite inteira sentada aí. Já que só seremos resgatados ao amanhecer, vamos tentar dormir um pouco. ... Venha, por favor... Confie em mim.

Aquele pedido vindo daquela voz tão gostosa... Eu não podia mais recusar. Eu já confiava nele, e confiei mais ao que cheguei perto dele... Mas eu simplesmente não sabia o que fazer a partir dali.

– Venha, chegue mais perto.

– C-como eu vou... D-deitar... Em você?

– Simples. Apenas deite-se como quiser. Fique à vontade.

– T-tá...

Eu não conseguia disfarçar o nervosismo. E acho que nem a luxúria por pensar naquele homem... Ah, chega! Chega! Vou parar de tremer e fazer logo o que ele quer... E que eu também quero! Afinal, não era nada demais né? Ele só estava tentando me deixar o mais confortável possível. Claro! Que boba que sou por pensar com segundas intenções. O Lysandre é um perfeito cavalheiro, jamais faria nada que eu não permitisse.

Ajoelhei-me ao seu lado, debrucei-me sobre ele. Coloquei minhas mãos em seus ombros, minhas pernas em volta de seus quadris e deitei minha cabeça em seu peito. Ele abraçou minha cintura e se ajeitou para ficar o mais confortável possível para nós dois.

Eu estava agora abraçada a ele, deitada sobre seu corpo, e de repente senti sua mão em meus cabelos. O cafuné que ele me fazia gentilmente veio acompanhado de sua voz me desejando boa noite. A frase saída de sua boca eu só imaginaria nas minhas mais deliciosas fantasias.

– Boa noite, Rachel.

– Boa noite, Lys.

Sim, uma boa noite. Uma ótima noite. A melhor noite!

Mas a quem eu estava enganando? Eu não ia conseguir dormir...


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Notas finais do capítulo

Continua...

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Quem estiver acompanhando, expresse sua opinião. O que acham? Essa fic precisa ser Hentai, sim ou não? Deve rolar algo mais entre eles? Ou eles serão pegos? Interajam, por favor.