E a noite caiu... escrita por Lil Pound Cake


Capítulo 1
1º capítulo: Estoy Enamorado...


Notas iniciais do capítulo

Fic em 1ª pessoa toda contada pela docete que caiu de amores pelo Lys-fofo... E ele correspondeu!!!



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— Perdidos na floresta? Ah, não!

Foi o que pensei de primeira. Mas como poderia imaginar que essa se tornaria a melhor noite da minha vida? Só mesmo o Lysandre para fazer isso acontecer. Que sonho!... Não, sonho não. Pura realidade. A mais pura e bela e maravilhosa realidade.

Ele não havia me levado a me perder na floresta, não... Ele havia me levado à perdição!

Bom, tudo começou quando nos perdemos no final da corrida de orientação...

...

E a noite caiu sem que nos déssemos conta.

Lysandre me mostrou aquele e outros animais lindinhos da floresta para me acalmar, e a cada coisa que mostrava colocava a mão no meu ombro me fazendo corar. Se me perguntassem os nomes dos animais que vi, não saberia metade, pois estava muito difícil me concentrar com aquele homem lindo sozinho ali comigo.

Não demorei a me dar conta. Estávamos sozinhos. Ele e eu. E uma floresta imensa. Floresta rodeada de vida e de cores... Cores que combinavam com as dos seus olhos heterocromáticos.

Eu também tenho heterocromia, mas mais sutil que a dele. Tenho um olho azulado e outro esverdeado. Grande coisa! Nem de longe meus olhos são como os dele! Os dele têm uma magia... Uma coisa que não sei explicar. ... São lindos! Ele é todo lindo!

Não é possível! ... Será que me apaixonei pelo Lysandre?

Bom... Não sei! Só sei que... Que nada sei quando estou com ele!

Estou perdida! Sim, perdida literalmente nessa floresta e perdida de amores pelo Lys!

Ele é como a Rosa o chama: Lys-fofo! Ele é mesmo fofo demais! E... Tão bonito! Gostoso! Sexy! E... Ah! Chega! Chega Rachel, senão o Lysandre vai perceber que você está babando por ele! Ele é distraído sim, mas nem tanto!

Na verdade... Acho que ele já percebeu sim.

...

— Acho que ninguém virá nos procurar mais hoje. O que você acha?

— Hein?

— Rachel... Não me ouviu? Eu disse que acho que ninguém virá nos procurar mais hoje. Já deve ser muito tarde, está escuro...

— Ah, sim... É verdade.

— O que foi?

— Nada, eu só... Estava distraída.

Acho que ele percebeu que o motivo da minha distração era ele, pois deu aquele sorrisinho discreto e lindo que só ele dá. Eu tinha que perguntar.

— Do que está rindo?

— É engraçado. Você sempre diz que eu sou o distraído.

— Mas você é! Só que eu também sou um pouco...

— Eu diria que você é muito. Mas eu sou mais. Afinal, fui eu que fiz a gente se perder.

— Nisso eu concordo.

— Mas não se preocupe. Sairemos daqui.

— Como? Não sabemos para onde ir e já está muito escuro como você mesmo disse. Ninguém virá nos procurar uma hora dessas e teremos que passar a noite aqui!

Foi nesse instante que eu notei o que eu mesma disse e corei. Ele também corou, mas depois me perguntou calmamente:

— Está com medo?

— N-não... Bom, um pouco. Não tinha nenhum medo da floresta de dia, mas agora à noite... As coisas parecem mais assustadoras.

— É a mesma floresta, só que no escuro. Algumas criaturas da noite podem aparecer...

— C-criaturas? Que tipo de criaturas?

— Corujas, morcegos, alguns insetos... Mas de resto, só os animais que já vimos.

Eu estava tão nervosa que apertava as minhas mãos, que tremiam, e olhava para todos os lados. Ele, claro, percebeu.

— Por que está assim? Estávamos indo bem até agora, você até tocou em alguns animais e viu que eles não faziam nada.

— Eu sei, mas... Agora é diferente!

— O que é diferente?

Confesso que por um minuto perdi a paciência com a tranquilidade dele diante do meu nervosismo.

— Lysandre, como pode ficar tão calmo assim? Será que não vê que estamos perdidos no meio de uma floresta, à noite? Que teremos que ficar aqui esperando amanhecer para encontrarmos o caminho de volta, ou ver se alguém vem nos buscar?

Acho que o magoei. Ele ficou sério...

— Do jeito que você fala dá a entender que eu sou tão frio quanto uma pedra de gelo.

— N-não, Lysandre, eu não quis dizer isso...

— Mas foi quase. Ouça, eu também tenho sentimentos. Estou nervoso. Só não demonstro.

— Por que você não demonstra nem um pouquinho? Pelo menos para eu não me sentir tão mal.

— Sente-se mal em estar aqui comigo?

Aquela pergunta fez meu coração bater mais forte. Eu precisava ser sincera.

— Claro que não! M-mas... Eu não queria estar perdida.

— Então o que te apavora?

— N-não sei... Não sei se é passar a noite na floresta ou...

— Você não estará sozinha. Eu estou aqui. ... Ou... Será que é isto que te apavora?

Tudo bem, ele estava conseguindo me deixar desnorteada.

—... E-eu... Eu... N-não... Não é isso...

— E o que é então?

Ele perguntou chegando tão perto de mim que eu fiquei sem palavras. Então ele disse com confiança:

— Eu nunca te faria mal algum. Fique calma. Ficaremos bem.

Suas palavras tinham um poder enorme de me relaxar e me fazer bem.

— Está bem... Eu acredito em você.

— Que bom. Venha. Vamos procurar uma clareira ou qualquer lugar mais confortável para passarmos a noite. Não vai ser tão ruim, você vai ver.

Ele pegou em minha mão e me fez segui-lo. Chegamos a uma clareira, provavelmente já havia sido local de acampamento, e nos sentamos numas pedras grandes. Assim que sentou, Lysandre olhou para o céu e eu também olhei. A visão era magnífica.

— Bonito não é? Não dá para ver tantas estrelas assim da cidade. – Ele disse.

— Verdade. O céu tá lindo.

— Viu? Eu disse que não seria tão ruim.

— É. ... Mesmo assim, Lys, eu fico pensando nos outros. Devem estar preocupados conosco.

— Eu também penso nisso. Imagino a diretora ligando para o Leigh para contar que eu desapareci na floresta durante a corrida de orientação.

— Pelo menos ela vai falar com seu irmão que parece ser super calmo igual a você... Quando ela ligar para meus pais, eles vão fazer um escândalo.

— Posso imaginar. Ainda mais por você ser filha única não é?

— Sim.

— Deve ser desesperador pensar em perder uma garota tão linda como você.

Não sei quem ficou mais ruborizado nesse momento. Ele percebeu o que falou e ficou sem jeito... E eu mais ainda. Ele disse isso mesmo?

Não conseguimos dizer mais nada por uns minutos. O silêncio se fez presente e os únicos sons que ouvíamos eram os da floresta. Dos pequenos animais, insetos, e do vento fazendo as folhas das árvores balançarem. Estava ficando frio e eu comecei a me aquecer esfregando meus braços, abraçando a mim mesma. Mas Lysandre me surpreendeu ao tirar sua jaqueta que ainda estava amarrada em sua cintura.

— Tome. Vista isso. Vai lhe aquecer mais.

— M-mas... E você?

— Eu ficarei bem. Não estou com muito frio.

Sem argumentos, e nem teria para que tê-los, coloquei sua jaqueta aberta por cima dos meus ombros. E novamente voltamos ao silêncio... Até ele quebrá-lo... Com uma canção.

— Preciso do seu corpo junto ao meu... Preciso me aquecer...

Teu olhar é tentação... Preciso de você...

Esse desejo me consome... Não consigo esconder...

Não há pra quê negar... Só penso em você...

Aquela voz doce, suave e máscula, cantando notas tão afinadas numa letra tão sensual estava me deixando louca. Por que ele canta isso?

Eu não conseguia parar de olhar para ele. Foi quando ele percebeu como eu o olhava e sorriu dizendo:

— Desculpe ter começado a cantar do nada, mas eu estava tentando lembrar os versos que já fiz dessa música. Não é sempre que o Castiel está com disposição para ouvir o que escrevo.

—... Ah, tá, sim... Tudo bem. É... É sua essa música?

— Sim, é de minha autoria.

— Parece que vai ficar muito bonita.

— Obrigado. Tenho uma ótima fonte de inspiração.

Disse isso me olhando nos olhos... E me fez perder o fôlego outra vez. Como esse homem tem esse poder sobre mim? Como consegue acelerar tanto meu coração?

De repente, ele acaba mais comigo, pois começa a cantar outra música. E só para me deixar mais apaixonada, uma bela e conhecida música em espanhol...

— Quiero beber los besos de tu boca

Como si fueran gotas de rocío

Y allí en el aire dibujar tu nombre

Junto con el mío…

Durante o último verso ele escreveu algo no ar. Eu poderia jurar que foram as letras dos nossos nomes. Mas... Não... Eu devo estar delirando! Mas nada podia fazer. Ele me fez delirar mais ao continuar cantando.

— Y en un acorde dulce de guitarra

Pasear locuras en tus sentimientos

Y en el sutil abrazo de una noche

Sepas lo que siento…

Aquilo estava me descontrolando. Eu já não aguentava mais as emoções que estavam à flor da pele. Lágrimas escorreram de meus olhos sem que eu pudesse ou quisesse controlar. Aquela era uma declaração de amor... E só estávamos ele e eu ali! O que mais eu poderia fazer se não me apaixonar cada vez mais por ele. Assim como dizia o refrão da canção que ele cantava lindamente.

— Que estoy enamorado

Y tu amor me hace grande

Que estoy enamorado

¡Y qué bien,

Y qué bien me hace amarte!...

Ao repetir o refrão, ele me olhou e continuou cantando olhando em meus olhos como se neles mergulhasse profundamente. Ele podia ver como eu estava... E eu já não queria esconder. Também estava mergulhada em seus olhos e estava me afogando... E que sensação maravilhosa era me afogar nos olhos dele.

— Que estoy enamorado... Y tu amor me hace grande... Que estoy… Hã… Tudo bem com você?

Acho que eu estava hipnotizada nessa hora. Talvez estivesse babando, com cara de boba, tanto faz! Não importa, eu só queria continuar vendo-o e ouvindo-o cantar. Mas quando ele interrompeu a música e falou comigo, acho que gelei! Apesar de sentir que fiquei quente de tão vermelha.

— H-hein? É... S-sim, sim... Tudo bem!

— Mesmo? Sente-se mal?

— N-não, não, de jeito nenhum!

— Você não parece bem. Continua nervosa?

— U-um pouco... E... Você não ajuda...

— Te incomoda se eu canto?

— Não! Pelo contrário! É... – Eu nem sabia o que estava dizendo. Mas esse homem me leva à loucura! – É... É ótimo te ouvir cantar. É lindo.

Ele deu aquele sorrisinho fofo e agradeceu.

— Obrigado. Parece que você gosta dessa música. Ficou emocionada.

Me dei conta e enxuguei as lágrimas em meu rosto.

— S-sim... Gosto. É muito bonita. Como não gostar?

—... É uma bela declaração de amor não é?

— É sim.

— Você acha que qualquer garota gostaria de receber essa declaração?

— Acho. P-por quê?

— Porque eu... Estou pensando em cantar isso para uma garota em especial ao pé do ouvido. Acha que devo fazer isso para ela?

Nesse momento uma dúvida me atormentou. Por que ele me perguntou isso? Será que ele estava falando de outra?

— É... Bom, eu... Acho que... Que sim. Ela iria amar te ouvir cantar assim pertinho dela.

— Mesmo? Não acha que seria muito atirado de minha parte?

— Não, Lysandre... Imagina.

— Então você acha mesmo que ela irá gostar?

Engoli seco já perdendo as esperanças de que ele falasse de mim. Ele parecia mesmo estar se referindo a outra. Acho que minha decepção era bem visível, embora eu tentasse não mostrar.

— A-acho que... Ela vai adorar, Lysandre. – Mas minha decepção vinha acompanhada de um ciúme traiçoeiro que me fez perguntar-lhe: - Quem é ela?

— Quem?

— Sim, quem é ela? Pra quem você vai fazer essa declaração?

Ele apenas sorriu por um instante e respondeu:

— Não posso contar...

— Eu a conheço?

Ele sorriu de novo e levantou dizendo: - Hum... Sim.

— É? E-ela... É da escola?

— É.

Os rostos de todas as meninas vieram à minha cabeça enquanto eu tentava imaginar quem estava roubando o Lysandre de mim. Enquanto isso ele andava despreocupadamente. Eu abaixei a cabeça para não chorar e ele sumiu do meu campo de visão. Quando me dei conta, Lysandre não estava mais perto de mim. Me senti mais sozinha que nunca. Me senti desprotegida. Por que ele havia me deixado só? Eu era tão desprezível assim?

Levantei-me para procurá-lo e nesse instante um vento forte fez a jaqueta dele voar dos meus ombros. Não tentei segurá-la, já estava me sentindo sem forças para nada.

Desolada, olhei para o céu e para as estrelas tão belas que ele havia me mostrado aquela noite. E fiquei me perguntando a elas por que ele não gostava de mim.

Foi então que o frio da noite foi quebrado pelas mãos quentes dele que tocaram meus ombros enquanto ele recolocava a jaqueta por cima dos mesmos. Tomei um susto! Ele havia voltado e eu não queria que ele me visse triste. Mas tudo mudou quando senti sua respiração quente próxima a meu pescoço e, nos meus ouvidos, sua voz soar docemente bela, cantando...

— Dentro de ti quedarme en cautiverio

Para sumarme al aire que respiras

Y en cada espacio unir mis ilusiones

Junto con tu vida…

Juro que todo o ar fugiu de meus pulmões, minhas pernas ficaram bambas e eu estremeci. Ele estava cantando para mim! Para mim! Era mesmo para mim! Quer dizer que... Ele... Ele estava se declarando para mim! Fiquei paralisada. Mas ele, ainda pegando em meus ombros, me virou lentamente para ele, e eu pude ouvi-lo cantar olhando profundamente naqueles olhos heterocromáticos.

— Que si naufrago me quedo en tu orilla

De recuerdos sólo me alimente

Que despierte del sueño profundo

Sólo para verte.

Dos meus ombros ele passou uma das mãos para meu queixo. Nossos rostos foram se aproximando lentamente. Nossos lábios estavam cada vez mais perto pedindo um pelo outro. Sua voz foi ficando mais baixa e suave conforme ele seguia no refrão.

— Que estoy enamorado…

… Y tu amor me hace grande…

Continuamos nos aproximando...

— Que estoy enamorado…

¡Y qué bien,

Y qué bien… Me hace… Amarte!

Nossos lábios se tocaram, os olhos se fecharam, e o beijo aconteceu. Não dava mais para nos controlarmos. O beijo que começou lento logo se tornou mais selvagem, mais molhado. Eu já não podia controlar aquela paixão e tudo mais que ele me fez sentir naquele instante. Agarrei em sua cintura, passeei com minhas mãos por suas costas, quase podia sentir suas asas tatuadas. Na verdade, sentia como se voasse com ele naquele momento. Meus pés não sentiam o chão. Eu não sentia mais nada, só o corpo quente dele e seu calor em torno de mim.

Quando nossos lábios se separaram por segundos para recuperarmos o fôlego, ele continuou a canção, cortando-a em meio a mais beijos.

— Voy a encender el fuego… De tu piel callada…

Mojaré tus labios de agua apasionada…

Para que tejamos

Sueños de la nada…

E quando finalmente separamos nossas bocas e apenas nossos olhos percorriam nossas faces, ele falou mais uma vez:

— Que estoy enamorado...

Ele me fitava com aqueles olhos bicolores e me deixava cada vez mais louca por ele, e mais feliz. Tomei toda coragem que ele me dava e o acompanhei.

— Estoy enamorada...

Ele deu um sorriso lindo como o de alguém que vê um sonho realizado. Mas era ele quem estava realizando meus sonhos.

— Y tu amor me hace grande…

— Estoy enamorada y qué bien…

Cantamos juntos: - ¡Y qué bien me hace amarte! – E nos beijamos outra vez ao final. E de novo... E de novo... E não queríamos mais parar...

...


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Notas finais do capítulo

Continua...

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