Indescritível escrita por Madge Valentine


Capítulo 1
Indescritível


Notas iniciais do capítulo

Olá.
Então, acho que a fic não é exatamente um romance, mas tem algumas partes em que deixa bem claro o que eu acredito que os dois tenham tido. Como na maioria das minhas fics dos dois o foco é na Marlene, mas é a primeira vez eu escrevo pelo ponto de vista dela. Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/622884/chapter/1

Vergonha? Medo? Palavras desconhecidas no meu dicionário. Qual era o objetivo desses sentimentos mesmo? Provavelmente algo para te impedir de fazer algo que você sempre quis fazer, que às vezes resulta em algo bom, normalmente não. Entretanto passou a sua vontade, não?

Algumas pessoas me chamavam de imprudente, outras apenas de maluca, não que eu me importasse é claro.

Nunca soube explicar como eu me sentia, qual era a sensação de apenas viver, sem nenhuma preocupação, temor ou arrependimento. Não, eu não era uma sociopata, apenas não via a necessidade de me sentir mal por algo que já tinha sido feito, nada poderia mudar isso (talvez um vira-tempo, mas isso não vem ao caso), então porque eu passaria uma grande parte da minha vida me mortificado sendo que eu poderia fazer outra coisa no momento.

Alguns não acreditavam no que eu dizia, mas se meus pais tinham tentado me mudar e falharam, não era algum ser qualquer que eu conhecera em Hogwarts que o faria. Eu era assim, vivia cada dia de uma vez, sem me dar o trabalho de me preocupar com os outros.

Você deve estar se perguntando se eu passava a maior parte do tempo chapada, mas posso lhe assegurar que na maior parte não. Talvez 40%. Ou mais.

Fiz muitos amigos em Hogwarts, apesar de toda a maluquice que se passava na minha cabeça e que eu falava, parecia que as pessoas gostavam de estar na minha presença. Não entendia o porquê, mas também não exigia explicações. Eu não ligava. Gostava dos meus amigos, alguns mais do que de outros é claro, mas todos deixaram a sua marca em mim.

Tive alguns interesses amorosos, mas nenhum importante o bastante para ser citado. Se bem que teve um, eu não diria que tivemos algo, porém minha opinião não é realmente qualificada como uma das mais sãs.

Seu nome era Sirius Black, provavelmente o cara mais sexy que eu já vi a minha vida inteira, o que não é grande coisa, mas... Além de incrivelmente sexy ele tinha a mesma visão do mundo que eu, ao contrário de todos os nossos outros amigos, casais apaixonados que pretendiam se casar, ter filhos e morrerem juntos, de preferência de velhice.

Eu não conseguia entender como duas pessoas conseguiam passar o resto da sua vida junto da outra, era raro acontecer, mas eu já vira alguns casos. Sempre achei que para que isso ocorresse os dois teriam que ter os mesmo ideais e que se eles mudassem ou amadurecessem teria que ser juntos, se não um teria que abrir mão de algo para que ficassem juntos e eu não achava que alguém pudesse abrir mão de algo que quisesse para que o outro pudesse ter o que desejava, eu não acreditava no altruísmo do amor. Para mim ele sempre seria egoísta e possessivo. E na maior parte do tempo Sirius parecia concordar comigo. Para ele o amor não passava de outro sentimento inútil e eu nunca me esqueci de adicioná-lo a minha lista se sentimentos sem fundamento.

Nós dois queríamos apenas viver e apesar de sermos indiferentes a muitas coisas, tínhamos outras em comum, como um ótimo gosto para músicas, esportes e até mesmo concordávamos em algumas coisas sobre a sociedade, mas sempre que as nossas conversas estavam prestes a se tornarem profundas ou quando estávamos prestes a nos irritar com a sociedade em que vivíamos, um dos dois resolvia fumar ou transar e a maconha ou o sexo nos levava a um lugar bem distante em que todas as nossas preocupações que já eram quase nulas se apagavam completamente.

Eu não entendia muitas coisas e não me importo de dizer que morri ainda sem entendê-las, se você acha que vai descobrir todo o sentido da vida antes de morrer, você está enganado.

Primeiro - eu não entendia muito bem o porquê dos bruxos de sangue puro se sentirem superiores aos que eram mestiços ou aos que não tinham magia no sangue.

Segundo - eu não entendia o machismo, o que fazia dos homens superiores às mulheres? Um órgão genital?

Terceiro - eu não entendia o amor. Provavelmente já gostei de alguém na minha vida, eu gostava dos meus pais e irmãos, apesar de me irritarem na maior parte do tempo. Também gostava de Lily, Dorcas, Alice e Emmeline. De alguns garotos com quem transei e Remus e James. Então sobrava Sirius, eu gostava de estar com ele, sua presença não era tão irritante quanto à de alguns outros seres humanos hipócritas com os quais eu tinha que conviver. Eu nunca o considerei meu amigo, nem namorado, nossa relação era bem inexplicável. Fomos parecidos e inseparáveis por um tempo. E ao contrário do que pensei continuamos nos encontrando, mesmo após o sétimo ano. Nós dois nos tornamos aurores e lutamos lado a lado na Ordem da Fênix. Eu gostava de lutar ao lado dele, me sentia invencível, imortal. A adrenalina que corria nas minhas veias nos momentos era maravilhosa e eu sabia que ele se sentia do mesmo jeito.

Eu gostava da moto dele e de voar nela, gostava das tatuagens que ele fizera e gostava das ideias que ele tinha para as que eu pretendia fazer, eu costumava mudar de ideia com frequência e era realmente difícil decidir, gostava de me jogar na cama de casal do apartamento dele quando estava cansada demais para ir para o meu.

Talvez eu simplesmente gostasse dele.

E sabia que ele gostava de mim também.

Nunca dissemos nada disso, palavras não eram necessárias quando nossos corpos diziam tudo que queríamos.

Eu ainda não entendia o amor e achava que estava tão perto de descobri-lo quanto Voldemort estava perto de se suicidar.

E se você está esperando por um quarto tópico vai morrer esperando porque eu não pretendo dizer que não entendo o motivo da vida. Talvez ela apenas não tenha um motivo em si. A verdade é que nada é concreto e nada do que nos é dito é completamente verdade. E você não deveria passar o resto da sua vida se perguntando qual o motivo dela quando você pode apenas vivê-la. Pode ser difícil e talvez você não consiga completamente, porque você sempre se preocupa, sempre sente medo e se arrepende e em algum momento da sua vida, você ama. Não importa quantas vezes você pense ou diga que não, é a realidade. E apesar de a fantasia às vezes ser muito tentadora e parecer uma opção muito melhor do que a verdade, o máximo que você pode fazer é tentar torná-la realidade.

Não encontrei uma definição para o amor e nem para a vida, mas encontrei uma palavra que estava bem próxima de expressar como eu achava que poderia as descrever e para mim, era o suficiente.

“Indescritível.”

Marlene McKinnon.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então... ? O que acharam?
Beijos.
M&M.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Indescritível" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.