Now What? escrita por Sra Manu Schreave


Capítulo 2
Capitulo 1 - Decisões


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores,
Já disse que vocês são incriveis? Pois, saibam que vocês são. Muito obrigada por todos os comentários, favorito e acompanhamentos. Eu ia responder os comentários exatamente agora, mas resolvi postar primeiro. :D
Espero que gostem, sim?
Beijos,
Manu Schreave



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Depois de muito pensar, e até mesmo chorar junto de Arthur, percebo que precisarei de ajuda. Eu odeio ter de pedir ajuda, sempre quis ser o mais independente possível, mas eu simplesmente não sei o que fazer, e em algum momento meu filho acordará do sono profundo que se encontra, e eu terei problemas. A grande questão do momento é para quem devo telefonar.

Poderia tentar me comunicar com minha mãe, ela teve dois filhos, com certeza, sabe cuidar de crianças. Mas, essa é uma opção recusada, o que eu menos preciso agora é que a velha fique nervosa e comece a gritar o quanto sou irresponsável.

Talvez, poderia tentar Cato, meu irmão é um panaca, mas adora o sobrinho. Na realidade, Cato trata Arthur como se fosse um boneco, e sabe ainda menos sobre crianças que eu. A única coisa que Cato faria aqui, seria rir e dizer que estou fodido. Mas, é desnecessário alguém para dizer isso. Eu já sei que estou fodido!

Apesar de não ser a pessoa ideal, eu poderia tentar pedir ajuda para Finnick. O Odair deve saber alguma coisa, e pode me ajudar, pelo menos, até eu ter alguma ideia sobre o que fazer da vida. A única opção viável que tenho é tentar pedir a ajuda de Finn. Pego meu telefone dificultosamente, pela posição em que me encontro e ligo para o meu amigo.

Fala, papai! — brinca o Odair, esperando por um xingamento, como sempre acontece.

— E aí, Odair! — correspondo sem ânimo. — Cê tá ocupado?

Não... — responde vagarosamente. — O que aconteceu, Peeta? Eu te conheço, algo aconteceu.

— Dá um pulo aqui em casa, por favor. — peço.

Pediu ‘por favor’, estou ouvindo direito? Foi sério, hein? Tô chegando aí!

Exatos 15 minutos após a ligação, escuto batidas na minha porta, as costumeira batidas de aviso, já que Finnick tem a chave. Assim que entra, encontra a nova imagem de Peeta Mellark, minha nova imagem. O pai dedicado e preocupado, apesar de que ainda tenho de aprender a ser este casa.

— Uou! Então, o modo ‘papai’ está realmente on, hein? — brinca, não sabendo o quão verdadeiras são suas palavras.

— Finnick, senta aí! — convido sem poder me levantar, porque a única posição que achei para Arthur dormir foi sob meu corpo deitado no sofá. Dizem que as crianças precisam de calor materno, a partir de agora serei eu quem transmitirei esse calor. Transmitirei com muito amor, alias.

— Certo. — Se senta, estranhando-me. — Pode falar.

— Preciso da sua ajuda. — Ela apenas me olha com sua cara de “Sério? Quando é que não precisa?”. — Eu me tornei oficialmente pai, Odair! Pai sol...

— Mas, você já era pai, Mellark! — Interrompe-me, revirando os olhos. — Tem exatos 15 meses que você é pai, se tornou oficialmente pai à 6 meses e 12 dias.

— É mais complicado que isto. — Respiro fundo. — Todo este tempo, eu dava dinheiro para Cashmere, visitava Arthur, brincava com ele, mas... Você sabe, eu nunca segui essas obrigações de pai mesmo. Eu sei trocar fralda e, no máximo, pegava ele quando acordava de madrugada, entregava Cash e voltava a dormir. Agora, eu sou um pai solteiro, cara, somos apenas eu e ele. E, eu sou um inútil.

— Como assim ‘pai solteiro’? — Franze o cenho.

Entrego a carta para ele, que começa a ler, enquanto eu apenas observo o pequeno ser em meus braços. Lembro-me do quanto chorei quando nasceu, ele era tão pequeno, não que tenha crescido muito nesses 6 meses, continua pequeno e frágil. Até hoje consigo sentir a mesma felicidade que me bateu quando percebi que não apenas seus fios são loiros como os meus, seus olhos são idênticos aos meus, um azul claro que dependendo do sol torna-se mais escuro. Ele nunca teve nenhuma semelhança com Cashmere, o que eu posso, sem dúvidas, considerar um alivio. Contorno delicadamente com as pontas dos dedos seu pequeno nariz e os lábios finos, tão semelhantes aos meus. Ele é simplesmente o ser mais perfeito e delicado que já vi. Ele é a melhor e mais perfeita coisa que já fiz. Como alguém como Cashmere pode não ama-lo? Desde que soube de sua existência, amei-o mais que a mim mesmo, afinal, ele é um pedaço de mim, a fatia mais perfeita de mim.

— Que vadia! — exclama Finnick, despertando-me de meus devaneios. — Ela é um monstro, monstro!

— Acalme-se, Odair! Posso saber pouco de crianças, mas se há algo que sei, é que acordam com gritos. — reclamo, balançando Arthur fracamente após ele resmungar coisas desconexas como se fosse acordar.

— Desculpe-me, mas, ela é simplesmente horrível! Como alguém tem coragem de dizer algo assim? — Assinto concordando.

— A questão, Finnick, é o que eu faço agora? — indago desesperado.

— É super simples, você abre um processo e entrega a carta para o juiz. — Dá de ombros. — Depois desta carta, você consegue tirar o nome dela da certidão do pequeno e da sua vida facilmente.

— Não, Odair! — Reviro os olhos. — Eu tenho problemas maiores, isto posso resolver a qualquer momento. A questão, agora, é como cuidarei dele. Ele é tão pequeno, tão frágil, e eu não sei como banha-lo ou alimenta-lo. Fora que tenho de trabalhar. — Passo a mão pelos cabelos, aflito. — Eu não sei o que fazer... Ele não vai continuar dormindo para me dar tempo de pensar, antes que eu espere e me prepare, ele acordará e, eu vou estar aqui, desesperado.

Passamos um tempo me silêncio, Finn está pensativo, não sabe o que fazer, assim como eu. Não posso simplesmente deixar meu filho, tão pequeno, nas mãos de alguma babá, não com as altas incidências de casos de maltratos. A minha única opção é deixa-lo com a minha mãe, sei que escutarei muito, mas meu filho estará em boas mãos, e isso é tudo que importa. Suspiro alto, cansado, fazendo Finnick olhar em minha direção.

— Katniss Everdeen é a solução dos seus problemas. — fala como em uma propaganda.

— Como?

— Katniss Everdeen é a solução dos seus problemas. — repete sem explicar.

— Katniss Everdeen? Aquela que foi ou se disse minha amiga por toda minha vida, e ao descobrir que engravidei Cashmere simplesmente me chamou de babaca, irresponsável, e mil outras coisas, além de nunca mais olhar para minha cara? Com certeza, ela é a solução dos meus problemas. — comento irônico.

— Você não sabe de nada. — Revira os olhos, como se soubesse de algo que não sei. — Bem.... Seja lá o que for, o que importa é o pequeno Arthur, certo? — Assinto. —E, você precisa de alguém que saiba cuidar bem de um bebê para cuidar dele, né? — Balanço a cabeça, afirmando, novamente. —Então, não importa o que Katniss acha de você, o que importa é que não deixará uma criança na mão, muito menos na sua mão.

— Eu não sei... — Fico meio duvidoso. — Afinal, depois de todo aquele show, por que Katniss me ajudaria?

— Observe o pequeno ser deitado em cima de você. — ordena. —Você precisa de ajuda? Claro que precisa. Mas, acima disto, Arthur precisa ainda mais. E, esses olhos azuis e bochechas rosadinhas vão conquistar Katniss mais rápido que imagina. — exclama, mandando-me uma piscadela.

Olho novamente para o pequenino. Eu tenho de largar meu orgulho por ele, e também, tudo o que Katniss falou para mim antes, não é nada mais, nada menos que o que minha mãe fala todo dia. Eu preciso da ajuda dela, a questão é...

Ela vai me ajudar?

*****

Aqui estou eu, na frente da porta da casa de Katniss Everdeen, é tão estranho estar assim aqui, agora. Antes quando eu vinha aqui, tinha minha própria chave, passava horas e até dormia aqui, após nossas noites de pizza ou mimica. Aperto a campainha, e espero tentando me fazer de educado, mesmo estando apressado. Olho para meu filho no carrinho, graças aos céus ainda dormindo, assim que concordei com o Odair, ele simplesmente me falou para vir o mais rápido possível antes que seu afilhado acordasse, nos deu carona e nos despachou na frente da casa de Kat. De repente, a porta se abre, e diferente do que eu esperava não é a morena de olhos acinzentados que aparece e sim um moreno de olhos acinzentados, um homem. Quem é ele? É namorado de Katniss? Argg! Antes que um de nós possas falar algo, Kat aparece na porta.

— Quem é, Gale? — questiona vindo em direção à porta.

— Creio que seja para você. — comenta me indicando com a cabeça, fazendo-a olhar em minha direção.

— Ah, olá, Katniss! - cumprimento sem jeito.

— Peeta? — Franze o cenho.

— Eu gostaria falar com você.

— Ah... — Sua face se abre em surpresa, mas logo a máscara de indiferença volta. — Claro... Entre! — convida e se vira para o rapaz. — Gale, continue enchendo os balões que daqui a pouco eu subo para te ajudar. — Ele assente duvidoso, me manda um olhar que claramente diz 'Cuidado!' e sobe as escadas. — Senta aí, Peeta! — ordena, e eu obedeço, sentando-me e deixando o carrinho com Arthur ao meu lado. — Então, o que veio fazer aqui? Quer dizer, o que tem a me dizer?

— Oh... Hum... Eu preciso de ajuda! — Ela franze o cenho, mas logo após revira os olhos. — Eu simplesmente não sei o que fazer e você é a única solução, nós precisamos de ajuda!

— Vá direto ao ponto, Mellark! — Assinto.

— Certo! Bem... Hoje deixaram ele — Aponto com a cabeça para Arthur. —, e uma carta na porta da minha casa. Para ser mais exato, Cashmere deixou. — conto, entregando a carta.

Ela pega e passa 10 minutos lendo e relendo. 10 minutos no computador é rápido, 10 minutos conversando é pouco, 10 minutos trabalhando são segundos. 10 minutos esperando Katniss ler esta maldita carta, é uma eternidade.

— Ela é realmente a vadia que eu já sabia! - afirma após ler, me entregando de volta e olhando para minha cara.

— Esta é a única coisa que tem a dizer? — questiono irritado.

— Quer que eu diga o quê? Sinto muito por ser um pai solteiro? Poxa... Não vai rolar! — ironiza me fazendo respirar fundo.

— Tudo bem, Katniss, sei que você vai querer ouvir isto, então... Você estava certo, eu sou um babaca irresponsável, que só faz merda. Quer dizer, ele é a perfeição, mas eu não deixo de estar errado. — Suspiro alto, e ela me manda um olhar satisfeito, segurando um sorriso. — Eu preciso de você. Não sei como cuidar dele, uma hora ele vai acordar, começar a chorar, sentir fome, precisar de um banho e eu não sei o que fazer, sou completamente inútil. Por favor, pelo menos por um tempo, me ajude. Não por mim, sei que não mereço nada, mas por ele.

— E, o que você pensa em fazer depois?

— Eu não sei... — Dou de ombros. — O que me importa é o agora, é a hora que ele acordar, é o momento que ele mais precisa de mim.

— Eu não sei se posso fazer isto, Peeta! É uma responsabilidade muito grande, e envolve tantas coisas... Eu não sei se posso lidar com isso, é algo realmente grande.

— Katniss... Arthur é uma criança, ele precisa de você, por favor! Se não fosse extremamente necessário, eu não estaria aqui. Você vai deixar uma criança desamparada, uma criança tão pequena e indefesa? Isto seria egoísmo, Kat!

— Claro, Peeta Mellark! Egoísmo, obvio... Você não sabe de nada, certo? Então, apenas fique na sua. É muita coisa para mim, você não sabe pelo que estou passando, você não sabe de nada e, se eu assumir tamanha responsabilidade, preciso de um tempo, tá? — Os gritos furiosos de Katniss são interrompidos por um berro, logo vemos que Arthur acordou, quando vou pega-lo Kat me impede, pegando-o

— Calma, pequeno Arthie... Vai dar tudo certo, está tudo bem! — Ela o pega com tanta maestria e fala com tanta sutileza que até eu me surpreendo. — Tudo dará certo. Não chora. — Balança-o de um lado para o outro, e quando se vira para mim vejo lagrimas escorrendo por seus olhos. Outra coisa que percebo, ele parou de chorar, está apenas chupando o dedo.

— Peeta... — chama calmamente, me dizendo com o olhar para segui-la, quando chegamos à cozinha ela para. — Abre a segunda gaveta daquele balcão ali. — indica num sussurro, evitando assusta-lo. Abro e vejo algumas mamadeiras, para que ela tem isto? — Pega uma azul que está dentro do pacote transparente. Agora, naquele armário ali — Indica com a cabeça e eu abro a porta. —, pega o leite e o Mucilon. Lava a mamadeira. Coloca o leite naquela panela e mistura duas colheres de Mucilon, coloca um copo de leite também. — ordena, e eu tento obedecer corretamente, tento. — No fogo, Mellark, mas não deixa esquentar muito. — Enquanto faço o que mandou, escuto seus sussurros para Arthur. – Tudo ficará bem, pequeno Arthie... Espera só um pouquinho, o leitinho já vem. Não chora, não chora... — E, mesmo de costas, eu consigo perceber que estava chorando. Termino de misturar o leite e viro na mamadeira.

Entrego a mamadeira para Katniss que coloca delicadamente na boca de Arthur, e segue para a sala, novamente, e eu a sigo. Nos sentamos de novo, e ficamos um olhando para o outro. Posso ver a fumaça saindo da cabeça de Kat, seus pensamentos a mil. Ela sempre foi assim. Boca fechada, cabeça a mil. Olha novamente para Arthur que já estava acabando de tomar o leite, com os olhinhos fechados. Tão lindo.

— Eu aceito, por ele, eu aceito!


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Notas finais do capítulo

Gostaram? O que acharam deste capitulo? E da reação da Kat? Comentem, adoraria saber as vossas opiniões.
Caso queiram ler, tenho outras duas histórias Peetniss, podem encontra-las em meu perfil.
Entrem no grupo do face: https://www.facebook.com/groups/655117534634266/
Até o próximo.
Beijos,
Manu Schreave