Lembranças - Dramione escrita por Licia


Capítulo 16
A mudança do universo


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!
Gente eu só posso pedir mil desculpas, sabe aconteceram inúmeras coisas e eu fiquei bastante triste e também não tive ânimo para escrever nada mais,porém aqui estou novamente.
Tentarei voltar a postar regularmente e enfim me perdoem mesmo!
Espero que apreciem!

Ah mais uma coisa! Eu reescrevi a história,nada no enredo principal foi realmente mudado, mas quem quiser dar uma olhada, mudei algumas coisinhas!



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Quando Hermione e Jane voltaram para o ambiente do quarto, sua mãe ficou em silêncio por vários minutos, a castanha não prestara tanta atenção a ela, sua mente estava cheia daquelas palavras covardes e idiotas de Draco e também doía, porque ela o amava, porque sentia aquela ferida que carregava consigo desde o primeiro ano sendo reaberta, o maldito sangue e o maldito preconceito, aquelas eram coisas que machucavam mais que gostaria de admitir, suspirou e percebeu que sua mãe ainda tinha um olhar um tanto vago, não tinha ideia do que passava pela cabeça de Jane, no entanto achava que aquela lembrança faria com que as perguntas parassem e ela esquecesse Draco Malfoy. Resolveu quebrar o silêncio, queria dormir, na verdade, era tudo que queria.

— Mamãe?! – Jane pareceu sair do seu estado de torpor.

— Me desculpe filha, eu só fiquei pensando que... – ela parou a fala e olhou na direção da filha com carinho e pesar. – É melhor ir dormir, não é?! Amanhã você tem aula e consulta a noite... – Hermione enrugou a testa.

 - O que estava pensando Mãe? – A curiosidade falara mais...

— Ele é bem bonito – ela emendou, ficando com o olhar vago novamente. Hermione enrugou a testa. – Eu só, eu acho que bem, conheço as pessoas e ele – ela hesitou – não foi muito sincero Hermione.

— Porque diz isso? Conheço Draco Malfoy mãe, essas atitudes são totalmente esperadas deles, esse preconceito faz parte de quem ele é... – Jane balançou a cabeça.

— Tudo bem minha filha, só deixa para lá... É melhor irmos dormir... – Sua mãe saiu após dar um beijo em sua testa. Ela suspirou indo para sua cama, mas o sono não se fizera presente à noite toda, tudo em seu coração e mente recendiam aquela memória, a rejeição e a dor.. Mesmo que quisesse se ver livre daquele passado, sua luta era inútil, quase imprestável diante de tudo que passara com o garoto da sonserina.

Ela só voltou a ter noticias de Harry e Ronald quase duas semanas depois do ocorrido. Era uma tarde gelada do final de junho e nevava muito, quando a castanha aparatara em frente a sua casa, vinha de sua aula na instituição Villeardium e a barriga muito grande só fazia com que a dor nas costas ficasse mais intensa, além de ter ficado em pé muito tempo, seguindo seu professor de Alquimia para o corpo humano fazendo todo tipo de perguntas sobre o livro que acabara de ler. Estancou no primeiro passo quando ouviu uma voz brava e duas pessoas paradas em frente à porta de sua casa. Eram Gina e Harry e nem um dos dois pareceu notar sua presença.

— Você vai ficar aqui, Harry James Potter, até ter alguém nessa casa! Você ouviu! – A ruiva pareceu respirar para pegar fôlego. – Você acha Harry, que Hermione me abandonaria ou me chamaria de vadia, caso eu estivesse grávida de você? - Harry tinha a cabeça baixa e parecia estar se sentindo culpado. – Em Harry James Potter, você acha?

— Não – Ouviu a voz do amigo saindo baixinha, enquanto ele levantava a cabeça para a namorada- Gina, eu sei que errei.

— Errou? – a ruiva levou a mão para os altos. – Deus! Eu só posso pensar em quão assustada Mione deve ter ficado, com medo das reações de vocês e você e o acéfalo do meu irmão só jogaram as coisas na cara dela. – Hermione achou que aquela era uma boa hora para anunciar a sua presença. Pigarreou, porém a ruiva continuava a falar e falar, assim pigarreou mais alto. De nada adiantou. Ela teria que apelar.

— Gina! – falou alto, fazendo com que ambos virassem bruscamente em sua direção. Sua amiga ruiva foi a primeira a se mexer e após o estado de choque que ficaram por perceber que ela estava ali, correu até a Hermione e lhe deu um abraço apertado.

— Mione, que saudades! – Hermione deixou a bolsa que carregava cair e abraçou-a de volta, sentiu falta dos abraços apertados de Gina, além de sua extensa amizade, era uma das poucas amigas que tinha. A garota não demorou a desvencilhar do abraço e a bombardear de perguntas sobra à gravidez, parou-a logo, querendo entrar, afinal estava extremamente frio e ela estava muito cansada... Harry as seguiu, silencioso, até a cozinha, e por lá se acomodaram.

— Então Mione, me conta. Harry não soube falar nada direito... Quando essas fofuras vão nascer? – A castanha que acabara de ferver a água do chá, virou-se para a amiga ruiva.

— Eu estou de seis meses, então daqui dois meses e duas semanas eles nascerão. São dois meninos. - Hermione colocou a chaleira na mesa e foi até a bolsa – Tenho uma foto deles aqui sabe, de quando fui ao medibruxo pela última vez. – ela sacudiu a bolsa até achar a bendita foto e entregar a Gina.

— Eles são miudinhos e estão até bem desenvolvidos... – A ruiva disse analisando a foto dos fetos que se mexiam em movimentos limitados diante daquele espaço, percebeu Harry se espichando para dar uma olhada melhor, mas Gina entregou a foto para Hermione rapidamente como se quisesse castigar o namorado. – Você já escolheu os nomes, e o quartinho? Eu, com certeza, quero ver o quarto! – Hermione riu da amiga.

— Posso mostra-lo para vocês e sobre os nomes eu já tenho uma ideia sim. – A castanha sentou-se a mesa, servindo o chá para os dois. Depois de um longo silêncio, a cotovelada nada discreta de Gina em Harry fez com que a quietude fosse quebrada. Harry pigarreou.

— Bem, Hermione... - Ele começou sem graça...

— Não Harry, tudo bem, vocês têm todo direito de ficar bravo...

— Não... Desculpe-me eu não queria ir embora daquele jeito... Eu errei! – O amigo lançou um olhar de culpa para ela.

— Tudo bem, Harry, não deveria ter mentido para vocês por tanto tempo... – Ela lhe lançou um olhar de desculpas e o amigo assentiu e então soube que estava tudo bem entre eles. Isso lhe trouxe um enorme alívio, precisava deles em sua vida, embora Ronald ainda não estivesse ali, só de Harry ter vindo já lhe tirava um peso do coração.

Depois disso, engataram uma conversa sobre os nomes que Hermione podia colocar, sobre a barriga enorme dela e como tinha enormes dificuldades para subir as escadas por causa disso. Nada perguntou sobre Ronald e não achava que eles estavam dispostos a falar.

 Quando seus pais chegaram não pode evitar estender o convite para um jantar e quando Harry pedira efusivamente para que ela mostrasse o jardim de novo para ele, estranhou, porém o levou até lá deixando uma entretida Gina com sua mãe e seu pai que discutia o nome dos bebês. Chegaram, ao quintal da casa, silenciosos. Harry parou no meio da grama extensa e colocando os olhos em volta do bonito jardim, os pousou, por último, em Hermione. Pareceu hesitar e avalia-la bem antes de começar a falar.

— Sei quem é o pai dessas crianças... – Ele disse sem mais delongas. Hermione estancou. Como ele podia saber? Não contara nada a ninguém sobre ela e Draco, a não ser à seus pais e confiava neles mais que tudo, porém disfarçou o nervosismo que tomou conta de si e balançara a cabeça.

— Como? – Harry desviou o olhar para o céu estrelado.

— Eu estive pensado nisso o tempo inteiro, preocupado com a errada atitude minha e de Rony, mas principalmente em como isso aconteceu, não foi tão difícil descobrir depois que você disse de quantos meses estava e eu só fiz algumas contas e inferências. Vamos lá Hermione sabe que Rony não descobre porque está com muita raiva, mas tudo se tornou mais que claro quando eu vi o Malfoy naquela audiência. – Deus! Ele realmente descobrira. - Ele pareceu ávido por alguma coisa, olhando incessantemente para o local das testemunhas e quando eu disse para ele que você não vinha, Malfoy não disfarçou muito, somente assentiu e virou as costas. Vamos lá Hermione, o Malfoy que conhecemos provavelmente riria da minha cara e perguntaria do que eu estava falando...

— Harry, eu... – A castanha tentou falar, mas o amigo se quer a olhou.

— E a ajuda dele sempre me pareceu estranha, por um tempo eu acreditei naquela história de beneficio próprio, e em partes ainda acredito, mas as falas dele e tudo apontavam que ele só tinha uma preocupação naquela mansão e ela era você e depois você sumiu lá, Hermione, por horas, o resto não foi difícil entender... – Ele retirou os olhos do céu, suspirando alto como se estivesse aliviado por retirar aquele segredo estranho das costas... O silêncio se perpetuou e Hermione tinha os olhos fixos na árvore atrás de Harry... – O que? – ele parou – Como? O Malfoy, Hermione?- o silêncio se fez presente novamente. - Você não vai dizer nada?

— O que quer que eu diga? – A voz sussurrante de Hermione saíra em transe e automática.

— Me desminta pelo menos, diga que não é verdade ou algo assim...

— Sabe que é verdade Harry, por que eu me daria ao trabalho?!- Ela finalmente pousou seus olhos de volta no rosto do amigo, ele tinha uma face estranha, quase dolorosa.

— Um comensal da morte, Hermione?! – ele balançou a cabeça, incrédulo demais. -  Ele sabe sobre essas crianças?!

— Não, e não pretendo contar tão cedo...

— Isso é no mínimo ridículo, Hermione.  Como deixou algo assim acontecer? Começou em Hogwarts? Desde quando mente para mim Hermione, mente para seus amigos? – Ela sacudiu a cabeça e as lágrimas começaram finalmente a cair, o pior de ouvir tudo aquilo de Harry é que ele não estourava como Ronald, mas tinha uma face quase sôfrega, como se a decepção estivesse estampada em toda a parte de seu corpo.

— Eu só... – ela parou – como podia contar para vocês? – Harry chegou mais perto.

— Contando Hermione, contando... – ele fizera menção de voltar para dentro da casa da castanha, talvez não quisesse saber como e porque, pois aquilo já era bizarro e estranho demais... Hermione e Draco Malfoy? Quem iria imaginar?

— Não Harry, espere. – Hermione segurou o braço do amigo. – Você não pode contar a mais ninguém, por favor. – sua voz saíra embargada e desesperada. Ele relaxou.

— Eu não vou. – ele voltou-se para ela. – Embora não tenha ideia de como isso pode acontecer e parte de mim talvez nem queira saber, se quiser me contar... – E então ela contou tudo ao amigo, que não pode deixar de ficar mais surpreso e incrédulo que nunca.

Não demorou muito para Rony voltar a sua casa com um pedido de desculpas, que ela logo aceitou e depois disso as coisas voltaram ao normal ou tão normal como um fim de gravidez podia ser. Foi em uma manhã de dezembro que os amigos vieram mostrar a matéria no profeta diário sobre a descoberta de seu estado, sabia que uma hora ou outra isso iria acontecer, e mesmo que ficasse com raiva da pessoa que descobrira e contara como podia saber quem realmente fora? Podia ser alguém do hospital ou obra do acaso e não queria perder seu tempo especulando sobre isso, pois, aquela altura, todos que eram próximos a ela já sabiam e isso bastava.

A véspera de natal chegou rápido assim como o nervosismo por aparecer com aquela enorme barriga na casa dos Weasley, faltava um mês para o grande momento chegar e aquela era outra coisa que a deixava nervosa e ansiosa, afinal finalmente veriam os rostinhos de seus meninos, teria a chance de pegá-los e acalenta-los e não havia nada que quisesse mais que isso. Assim, deixando o nervosismo pelo medo da reação daquela família de ruivos, pegou nas mãos de seus pais e tratou de aparatar logo na tão conhecida Toca.

A casa tinha a mesma aparência de sempre, uma construção meio torta e inclinada com perceptíveis cômodos agregados e mal projetados, como se tivessem sido postos lá depois, ou à medida que a família fora crescendo. Percorreu o caminho de pedra com seus pais em seu encalço, olhando a vegetação e os gnomos que pareciam estar ali atiçando e fazendo bagunça no quintal. A primeira a avistar foi Gina que veio correndo saudá-la, ajudando com a pequena bagagem que carregava, já que ficaria ali até a passagem de ano novo. Quando entrou na sala pode ver que o lugar estava amarrotado de gente, havia Ted com sua avó, George, Fleur e Gui, Carlinhos, e todos os outros ruivos que a castanha tanto sentia falta. Molly a abraçou com cuidado e com os demais não foi diferente, não sentiu um olhar de pena ou dó, ou mesmo de acusação e sentiu-se bem por isso, haviam a recebido de braços abertos como só aquela família poderia fazer, sem preconceitos ou julgamentos.

— Vem Hermione, colocarei suas coisas no meu quarto, você e seus pais dormirão lá, eu vou dormir com Andrômeda e Ted... – Gina puxou-a pela mão, deixando seus pais em uma empolgante conversa com Arthur e Kingsley.

— Tudo bem... – Ela disse, assentindo para a amiga já desanimada por ter que subir aquele tanto de escadas.

— Ginevra Weasley – Molly chamou alto.  - Como pode pedir que uma mulher preste a dar a luz, suba esses tanto de escadas? Não, não e não... Hermione dormirá aqui na sala, tenho certeza que ela não se importa não é querida? – Molly sorriu em direção à castanha. Não, ela definitivamente não se importaria.

— Claro que não, meus pés estão me matando... – Foi assim que ficara livre das escadas, porém quando se sentou na cozinha onde a senhora Weasley preparava mais de sua maravilhosa comida, todas as mulheres da casa apareceram ali para bombardeá-la de perguntas e falar sobre cuidados que deveria ter. Tudo bem, talvez ela preferisse os inúmeros degraus. Não é que não gostasse de todo o cuidado, é que às vezes as pessoas tendiam a querer saber mais dela mesma do que ela própria, enfim estava sendo chata, claro que estava. O restante da noite passara tranquilo e a ceia fora tão boa quanto sempre, não era atoa que tantos se reuniam ali, a comida de Molly tinha uma fama lendária.

O ano novo veio e passou e foram dois exatos dias que as coisas chegaram a um estado caótico. Era tarde e todos estavam sentados na sala aconchegados pelo fogo da lareira, muitos já haviam se despedido, todavia Molly e Gina insistiram tanto para que ficasse um pouquinho mais que não pode realmente recusar. As coisas pareciam tranquilas e Hermione engatara uma animada conversa com a Senhora Tonks que lhe dava todo tipo de dicas úteis para feitiços necessários a cuidados de recém-nascidos, quando as dores terríveis começaram.

— Hermione, você está bem? – Andrômeda perguntou a ela, preocupada. – Ficou pálida de repente...

— Acho que não. – Disse colocando a mão no ventre sentia uma pressão bastante forte naquela região.

— Querida, está tudo bem? - Molly se materializara ao seu lado rapidamente. Foi quando a castanha sentiu a umidade se espalhando pelas pernas e molhando o vestido. Arregalou os olhos.

— Acho que... – disse em um sussurro. - A bolsa estourou... – Quando disse isso, todos que estavam em um raio de um metro a rodearam, falando e gritando coisas ao mesmo tempo. Viu sua mãe desesperada correndo escada acima, para provavelmente pegar as coisas do bebê, eram tantos e todos falavam ao mesmo tempo, que a castanha começou a ficar extremamente nervosa.

— Silêncio. – A senhora Weasley tinha a varinha na garganta e sua voz autoritária saíra um tanto mais alta que o normal e bem, Molly já falava bastante alto. As dores, para Hermione, foram ficando somente piores ao ponto de agarrar a cadeira até que seus dedos ficassem mais brancos que qualquer coisa à vista. – Fiquem quietos!

— Ahhhh – Hermione gritou alto, sentindo fortes pontadas na base do ventre, não conseguiu se conter  e segurou forte o braço de Andrômeda Tonks que estava ao seu lado, a dor era azucrinante. – Eu preciso de Raul Auvegner, mandem um patrono para o meu medibruxo. – Ninguém se mexeu, ela se dobrou para frente, em dor e gritou. – Agora, chame ele agora! - Viu O Sr. Weasley fazendo aquilo, sua mãe e seu pai já se encontrava lá em baixo com toda a bagagem.

— É melhor usarmos flu, aparatação não será uma boa ideia. – Arthur disse enquanto os demais só olhavam aflitos.

— Pelo amor de Deus, Arthur! A garota está em trabalho de parto, não vamos a lugar algum! – Molly disse ríspida. – Vamos Harry e Ronald, peguem Hermione, temos que leva-la para cima já, ficará melhor em uma cama.

Hermione não ouvia nada muito bem, para ela só existia a dor, a ansiedade e o medo, muito medo. Será que seria capaz de dar a luz, será que teria forças para trazer os filhos ao mundo e será que eles viriam bem e saudáveis?

— Ahhhhh – Outro grito saiu. Era tanta dor que ela não conseguia pensar direito ou mesmo formular palavras decentes e onde estava Raul? Precisava de seu medibruxo.

— Respire querida, respire. – Foi capaz de perceber Molly ao seu lado, segurando sua mão fortemente. O coxão macio não pareceu fazer muita diferença naquela hora, e tão pouco parecia melhor como à senhora Weasley dissera. Estava doendo tanto, tanto. Mas um pequeno alívio tomou conta de si quando o velho medibruxo apareceu no seu campo de visão. Ao menos alguém que já fizera inúmeros partos estava ali para ajuda-la.

— Hermione! Estou aqui, vai ficar tudo bem! – Raul chegou mais perto, arregaçando as mangas de sua roupa. Com sua varinha e em gestos rápidos uma bacia com água quente e panos brancos e limpos apareceram. - Por favor, preciso que todos saiam agora e me deixem ajudar a senhorita Granger. – Todos foram saindo e a única que sobrou era a curandeira que acompanhava Raul e a mãe de Hermione.

— Senhor Auvegner, eu poderia ficar com Hermione? – Ouvir aquilo para Hermione foi um alivio, estava com medo, assustada e com dor, ter sua mãe ao seu lado não era só um sinal de que se sentiria melhor, porém mais calma e confortável. Outra pontada forte veio com mais intensidade e ela não pode segurar um grito.

— Eu preciso que se mantenha calma Hermione, você está me escutando. – A castanha assentiu, estava suada e desconfortável.  – Então vamos ver se está tudo bem aqui para que o bebê saia e também lançarei um feitiço com efeito anestésico para que a dor diminua. – o médico murmurou uma serie de feitiços que a castanha nunca ouvira na vida e a dor pareceu diminuir um pouco, embora um forte pressão ainda persistisse no seu ventre. Aquilo a deixou respirar e assim desapertou a mão de sua mãe que se encontrava ao seu lado.

— Hermione, como está a dor, abrandou um pouco?

— Sim, melhorou um pouco. – Sua boca estava seca demais e as palavras saíram com dificuldade. Com se a curandeira estivesse adivinhado, logo já estava ao seu lado com um copo de água que a deu brandamente.

— Senhorita Granger, eu preciso que se concentre e faça força agora. – E Hermione fez, e se passaram o que pareceram ser dias naquela agoniante dor, naquele desconforto terrível, ouvindo o incentivo do medibruxo e de sua mãe e então depois do que pareceu ser uma eternidade, ela ouviu e seu coração pareceu derreter de tal forma que não sabia se chorava ou sorria, se seu coração iria parar ou sair de seu peito do quão forte ele batia. Um choro alto e agudo, um embrulho enrolado em um pano branco, e seus olhos se encheram de lágrimas, porque havia conseguido trazer esse serzinho ao mundo, naquela hora ela só queria poder olha-lo.

— Deixe-me vê-lo.  — Sua voz saiu cansada, sussurrante.

— Querida, só mais um pouco, há outro ainda. – sua mãe disse em voz baixa e embargada. E o segundo choro veio e seu coração que antes parecia estar se derretendo aos poucos, agora se derretera por inteiro e assim vieram as lágrimas abundantes, o riso fácil e quando, finalmente, segurou-os, os dois tão loirinhos, branquinhos, ainda cheios de sangue e soltando sons guturais, sentiu que tudo valeu à pena, porque nada importava agora. Nem dor e sofrimento e nem ter se apaixonado pelo inimigo, ali estava seu mundo, e para Hermione o universo ficou diferente, pareceu virar de cabeça para baixo, seu universo agora tinha nome e forma: eram Orion e Scorpius.

— Parabéns Hermione. São dois garotos saudáveis! – Raul sorriu e os tirou de seu braço, aquilo a incomodou um pouco, queria ficar mais com eles, porém o cansaço foi maior. Sabia que a curandeira ia tratar de limpa-los e cuidar deles.

Harry e Ronald foram os primeiros a entrar no quarto, eles ficaram encantados com as crianças e bem quando Ronald as viu fez uma cara assustada que logo passou, para Hermione pareceu que ele havia descoberto algo, todavia nada comentou e a castanha estava muito cansada para se quer ficar preocupada com aquilo, depois que ambos os bebês mamaram, caiu em sono profundo com uma sensação de plenitude e amor maior do que um dia ela achou que ia sentir.


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Notas finais do capítulo

Domingo postarei outro!
Obrigada aqueles que ainda permanecem e acompanham a história!
Até lá!