Um amor que nunca falha escrita por Vickysmeow


Capítulo 18
Epílogo: Crescer


Notas iniciais do capítulo

Hey gente! Segure os corações dentro do peito por que este é o ultimo! Sim! TCHARAAAAM! Espero que gostem! Bom leitura!



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~~Peter Pan~~
A água molha minhas mãos pela segunda vez enquanto seguro o pano.
– Sabe, você não precisa limpar. Eu to bem Peter. - Wendy diz me observando tirar o sangue seco de sua bochecha.
Tento manter os olhos longe dos dela. Sei que lhe devo desculpas e explicações sobre muitas coisas.
– Era uma vez... - Começo ainda me segurando para não ir atrás de Regina.
– Espera. Peter não precisa...
– Uma menina de cabelos ruivos observando a noite pela janela...
Suas mãos pegam as minhas e as aquecem. Ergo os olhos e nos encaramos. Os olhos dela gentis e brilhantes.
– Só estou dizendo que não precisa ser agora. - Wendy fala enquanto luto - numa tentava falha - de desviar ambos os olhares.
– Precisa sim. - Interrompo a olhando novamente. - Eu preciso.
O silêncio paira entre nós. Tento - mas falho de novo - desligar essa conexão que mexe tanto comigo. Como um simples olhar pode me confundir todo? Ela sorri e concorda com a cabeça.
Molho o pano novamente e o sangue mancha a água de vermelho...

****
Anos atrás...

– Te peguei! - A garotinha ruiva disse espiando atrás dos barris fincados na terra.
– Então corre Raposinha!
Ninguém jamais pensaria que uma garota de doze anos, camponesa e adotada; e um garoto da nobreza, também de doze anos, poderiam ser melhores amigos.
Sebastian, um futuro príncipe de um reino perto dali, encontrara uma companheira para suas aventuras e tentativas de escape do mundo nobre.
Apelidara a menina de Raposinha por ter um cachoeira de cabelos ruivos enrolados e ser esperta e rápida.
As risadas alegres ecoavam pelo campo verde e vivido enquanto o vento embalava as folhas e as plantações de trigo prontas para a colheita.
Sebastian a alcançara e a segurara pela cintura. Ambos caíram no chão de terra. Ele, sujando suas roupas reais e caras. Ela, seu vestido azul céu.
– Você trapaceou! - Ela disse rindo.
– Está bem! Você ganhou! - Ele admitiu fazendo-a sorrir.
Ao longe, a voz de uma senhora mãe chamando para o almoço simples de camponeses que ele tanto gostava.

****
– A garota ruiva era Zelena? - Wendy perguntou fechando os olhos quando meus dedos passaram perto deles limpando qualquer sujeira ou lembrança dos momentos ruins daquele dia.
– Era. Eu os observei a tarde inteira e vi em Sebastian a mesma coisa que vi em Henry. - falei e ela me prendeu novamente com seu olhar assim que pode abrir os olhos.
– O coração do verdadeiro crédulo?
– Como sabe? - Perguntei deixando o pano de lado por um instante.
– Henry. - Ela disse em um suspiro.
– Deveria saber! Aquele garoto, realmente é especial! Posso? - Pergunto tirando a jaqueta dela para ver se o corte que - com certeza fiz em uma das vezes que me defendi da adaga dela - em seu ombro está muito inflamado.
Começo a limpá-lo também e ela estremece quando a água gelada toca em sua pela quente.

****

– Oito, nove... Dez! - O menino abre os olhos a procura de sua Raposinha escondida pelos campos da fazenda. - Zelena, vou te achar!
Sebastian para no mesmo instante. Um som que nunca ouvira antes ecoa por toda a parte. Uma música. Doce e lenta. Uma flauta. Sem saber por onde vai, o garoto caminha até parar atrás de algumas pedras grandes. Mal sabia ele, que sua Raposinha estava do outro lado ouvindo tudo.
– Oh! Olá garoto! - Um menino de roupas verdes e poucos anos mais velhos diz quando solta a flauta da boca.
– Olá. Quem é você? - Sebastian questiona curioso.
– Um amigo. - O garoto de cabelos dourado responde vindo até ele. - Gostou da música?
– Ah, claro. É diferente. - Sebastian responde começando a se assustar quando o menino misterioso começa a ronda-lo.
Mais uma vez a música ecoa pelos campos chegando a mente do garoto. De certa forma o incomoda, mas ao mesmo tempo o atrai.
– Assim como você! - O de verde diz guardando a flauta no bolso.
– Como assim?
– As crianças que conseguem ouvir a música, são especiais.
– Por que? - O futuro príncipe pergunta ainda mais curioso; só pela menção de ser especial e de nunca ter se sentindo de tal forma.
– Por que - O menino de cabelos dourados para a sua frente. - Elas acreditam na magia. Então me diga Sebastian... Acredita em magia?
Como se estivesse no estado de hipnose, Sebastian o encarava. Maravilhado pelas palavras do rapaz e pela música doce do instrumento que só ele poderia ouvir.
– Acredito.
– Venha comigo esta noite! E descobrirá um lugar onde os sonhos são reais! Onde há magia por todos os lados. Onde você se sentirá importante!
– Eu vou. Mas como sairei do castelo sem ser visto? Há guardas e as criadas...
– Meu menino perdido - O rapaz diz olhando bem no fundo dos olhos brilhantes do outro. - Peter Pan nunca falha!
– S...? - Uma vozinha aveludada sai detrás das pedras. Ambos encaram a pequena garota preocupada e curiosa.
– Zelena! Venha! Quero que conheça uma pessoa!
– Mas, não há ninguém.

****

– E então você sumiu. Mas, não antes de observar Zelena naquela tarde. - Wendy falou tentando conter arrepios toda vez que eu a tocava perto do pescoço. Tive de me controlar também.
– Sim. Eu sabia que ela poderia atrapalhar o meu plano. - Falei deixando a água mais vermelha e umedecendo o pano que costumava ser branco.
– E atrapalhou?
– Sim.

****

À noite caíra na fazenda e nas redondezas do reino. O menino dormira na casa camponesa naquela noite.
– Mas, não posso Raposinha.
– Por favor, fica.
– Está bem. Eu fico.
As velas estavam quase todas apagadas, quando a ruiva avistou algo na janela. Sebastian fora se vestir com seu pijama e voltaria logo. Porém, ela e sua curiosidade não se aguentavam.
A janela foi aberta e uma sombra entrou; seguida de um menino de cabelos dourados, roupas verdes e uma pequena fada. Zelena se segurou para não sorrir de intimidação.
– Oh! Você deve ser Zelena. Estou certo? - Ele perguntou deixando a menina em estado de hipnose.
– Ah... Sim.
– Querida, eu procuro seu amigo. Sebastian.
– Espera. - Todo o encanto que ela imaginara que fluía de seu visitante secreto, desapareceu. - Você é aquele garoto. S não parou de falar de você a tarde toda. Ele não vai com você. Ele me prometeu.
Um sorriso cruel a fez recuar e bater contra a penteadeira. Um espelho se partiu no chão ecoando por toda a casa silenciosa.
– Zelena! O que houve?
Sebastian aparecera na porta de repente; já vestido com seu pijama real e caro.
Quando avistou o garoto daquela tarde, adentrou o quarto colocando a menina atrás de si.
– O que você veio fazer aqui? Vá embora! Não quero sua ajuda!
O garoto bufou e com magia, arrastou Sebastian para longe de Zelena e para junto de si.
– Eu tentei ser bonzinho.
Os dedos do menino cravaram no peito do outro, arrancando-lhe seu coração. Vermelho e pulsante. A ruivinha havia gritado e logo sua mãe apareceria lá no quarto.
Uma troca rápida de corações. O velho e negro coração, trocado pelo novo e puro. Peter Pan viveria mais alguns séculos.
Ao espremer seu próprio coração - que agora pertencia ao futuro príncipe - Sebastian caiu no chão.
A garota se derreteu em lágrimas quando ambos se encaram.
– Sinto muito Raposinha. Lembre-se de que a culpa é sua.
E chorando com o amigo e amado nos braços, a garota jurou vingança nem que fosse a última coisa que ela fizesse.

****

Wendy ficou em silêncio por alguns segundos. Ela parecia estar tentando entender o meu lado da história. Apesar de que, não era nada de bom. E sim, pura trevas e maldade.
– Fim. - suspirei esperando qualquer coisa menos o silêncio dela. E isso estava acabando comigo.
– Zelena se vingou? - seus olhos não fizeram contanto com os meus desta vez. Ela recolocou a jaqueta e se encolheu na cama abraçando os joelhos.
Me livrei do pano e da água suja pela janela e me sentei a sua frente buscando seus olhos e querendo me afogar na serenidade deles. Puro bem. Nada cruel. Inocente.
– Quando achei que tivesse perdido você - Falei enquanto imagens do momento passavam em minha mente. - Senti que ela havia se vingado. Eu senti a dor que ela sentiu quando...
– Peter...
Engoli as lágrimas. Havia muito tempo que eu não sentia vontade de chorar. Ou arrependimento. Na verdade, só senti uma vez. Quando a deixei ir da primeira vez.
Senti sua mão na minha. Seus dedos se entrelaçaram nos meus e a olhei surpreso.
– Eu sinto muito. A culpa é minha. Se eu não tivesse fugido e me escondido se você... Acho que estava me escondendo de mim mesma...
Não! Ouvir os lamentos dela era tortura. Eu era para estar dizendo aquilo. A culpa é minha por tudo. Tudo o que eu fiz nos causou mal.
– Wendy, não. A última coisa que eu quero é que diga que é culpada. Nada disso é culpa sua. - Falei e não me dei conta de quando eu me levantara separando nossas mãos.
Ela se levantou e parou. Percebi que estava hesitando ao se aproximar de mim. Wendy acha que a culpa é dela. Não é. Não quero que ela se sinta uma Raposinha.
– Eu vou me mudar Peter.
Um choque me trás de volta. Como um raio me atingindo naquele instante. Suas palavras me atravessam bruscamente como facas afiadas.
– O que? - Engulo o bolo de lágrimas novamente ela evita meus olhos de novo.
– Meus pais resolveram sair de Storybrooke quando acordaram do feitiço. Minha mãe sabe de muita coisa e não quer mais ficar aqui.
– Wendy... Não. Não posso perder você de novo. Não consigo.
Ela se aproximou tentando esconder a lágrima solitária em sua bochecha. Peguei sua mão e ela me olhou forçando um sorriso.
Acariciei sua bochecha tirando a lágrima. Ela não merece tristeza. É linda demais para ter um rosto tão triste.
– Não chora. Não.
Meu coração bateu mais forte quando senti seu abraço. Reconfortante e certo. Naquele momento nada parecia errado. Tirando o fato de ela ter apenas metade de um coração. Do meu.
Nos afastamos e segurei um suspiro. Wendy encostou seu testa na minha e senti sua respiração em meu pescoço. Os sentimentos travavam uma guerra dentro de mim.
– Por que é tão difícil dizer adeus? - Sua voz doce me fez sorrir em vez de chorar. A questão dela, seria fácil de responder se eu não tivesse tanto medo daquelas três palavras.
– Wendy...
– Shhh.
Seus lábios tocaram os meus e algo dentro de mim explodiu como fogos. Um sentimento estranho e diferente. Eu nunca havia sentido isso antes. Amor. Deixei que nossas bocas se encaixassem. Pareciam feitas uma para outra.
A adrenalina pulsando em mim enquanto aprofundava o beijo e aproveitava o que sempre quis. O que desejei por muito tempo.
Diminuo o espaço entre nós puxando-a pela cintura enquanto sinto seus braços ao redor de meu pescoço. Tudo me desperta. Seu toque quente. Sua respiração se embaralhando na minha e seus lábios macios nos meus.
Nos afastamos. Ambos arfando e precisando de ar. Eu já deveria saber, só tenho metade de um coração. Vai com calma, Pan.
Eu sabia que aqueles segundo de magia iriam acabar. Literalmente. Minha magia se esgotou assim que a beijei. Uma criança não pode ter amor. Ela tem que crescer. Mas, felizmente Wendy me mantém jovem e vivo. Posso voltar para a Terra do Nunca e vrecuperar minha magia. Minha sombra ainda voa.
Mas, não quero. Não consigo deixar Wendy ir. Não vou trocá-la pela magia de novo. Não desta vez. Mas, pela primeira vez, sinto que é o certo a se fazer.
Wendy tem que crescer. Não vou tirar isso dela.
– Vai. Você está livre. Tem que crescer Wendy. - Digo sentindo o calor de sua pele na minha, sua respiração em minha nuca.
– Obrigada. - Sua voz saiu com um último suspiro quente, fecho os olhos para conter o desejo de beijá-lá novamente.
– Promete que vai contar histórias maravilhosas e com finais felizes para seus filhos?
Sinto ela rir de leve e logo depois me olha nos olhos sorrindo. Percebi que as lágrimas voltaram a correr por sua bochecha vermelha. Sorrio ao ver a pontinha do nariz dela vermelha. Uma das coisas que adoro em Wendy.
– Prometo. - Ela diz. - Posso pedir uma coisa?
– O que quiser. - Digo.
– Não vá atrás de Regina. Eu estou bem. E estou aqui. Ela vai superar algum dia. Promete?
– Prometo. - Digo pensando no que pretendo fazer num futuro próximo que não envolve a Rainha Má.
Uma batida na porta corta tudo o que estava me fazendo feliz naquele momento. Quem quer que seja que estivesse do outro lado...
– Não sabia que seu lado fofo existia Peter!
Não sei por que mas, toda a irritação que se formava dentro de mim acabou. Também não sei de onde tirei o sorriso que apareceu em meu rosto quando vi aquela fada. Suas roupas verdes e seu cabelo em um coque loiro e bem preso.
– Sininho! - Wendy reclama surpresa. - Você está viva!
– É eu estou. Só queria saber como? - Ela perguntou olhando para mim. Eu neguei com a cabeça e depois indiquei Wendy a minha frente.
– Ela quase morreu por você. - Falei.
– Vamos pensar que eu salvei você! É melhor o que acham? - Wendy perguntou nos fazendo sorrir. Tenho certeza de que ela queria que o que aconteceu depois daquilo ficasse em segredo. Fiquei surpreso quando Sininho abraçou Wendy.
– Obrigada. - Consegui ouvir um pequeno murmuro.

~ 16 anos depois ~

À noite deixa Londres mais bonita. As estrelas e a lua a iluminam. As badaladas do Big Ben ecoam pela cidade avisando a todos que já deram oito horas.
Dentro de uma das casas mais bonitas da cidade, uma mulher de uma beleza esplêndida e natural, herdada de sua juventude, cobre sua filha.
Wendy Darling era feliz. Não por completo, mas feliz. Havia se casado bem e teve filhos maravilhosos.
– Mamãe, conta uma história? - A menina pediu quando Wendy a cobriu. Ela sorriu e sentou-se na beirada da cama.
– É! Conta A cidade perdida? - O garotinho, apenas alguns anos mais novo que a menina, pediu.
– Não não. Eu conto. - A garota disse se sentando e despertando totalmente do pouco sono que estava.
– Está bem. Então você conta. Não se esqueça do Era uma vez...! - Wendy falou e sorriu com a lembrança antiga.
– Era uma vez, umas cidade chamada Storybrooke. Nela, moravam pessoas boas e más. Mas, havia uma coisa que a tornava especial. Magia...
Wendy se levantou para fechar a janela, assim que uma brisa fria soprou e balançou as cortinas de seda branca. Ao contrário de como sua mãe fazia quando era criança, ela sempre a deixava aberta.
Um sopro quente balançou seus cabelos levemente, e Wendy fechou os olhos desejando poder vê-lo apenas uma última vez. Então, um tilintar de sinos chegou a seus ouvidos. Ela sorriu e abriu o olhos observando as duas estrelas mais brilhantes no céu.
– Olá Peter. Oi para você também Sininho. - Murmurou deixando suas palavras serem levantas pelo vento até a segunda estrela e direto ao amanhecer.
Wendy queria um final feliz e o teve. Porém, ele seria muito mais feliz se estivesse com quem realmente queria. Amava seu marido. Amava seus filhos. Mas, ainda amava Peter Pan.
De um coisa ela tinha certeza, nunca esqueceria Storybrooke. Nunca esqueceria a Terra do Nunca. Por que a magia é inesquecível.
Fim.


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Notas finais do capítulo

Gente! Estou aqui relendo para postar e me dá um aperto no coração só de pensar que esta é um despedida desses personagens maravilhosos! Obrigada por me acompanharem até o fim! Quero agradecer a muitas pessoas que provavelmente não vou lembrar de todas, mas Obrigada! Obrigada a Naah, Iza, Annie... e também sou grata a minha imaginação e criatividade que não ajudaram muito mas, estavam aqui quando precisei (Nem sempre quando eu queria). E obrigada a você, leitor ou leitora. Fizeram dessa história mais do que eu esperava! Até a próxima! Beijinhos e fico por aqui! ~ Vicky.