Um amor que nunca falha escrita por Vickysmeow


Capítulo 17
Capítulo 16: Metade de mim




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~~Regina Mills~~

Estou à espera de minha irmã. Os minutos se arrastam rapidamente, como se quisessem que isso acabe logo e de uma vez por todas. Pan está ao meu lado. Sinto sua ansiedade e sua preocupação. Zelena pegou Wendy e provavelmente a corrompeu. O feitiço do sono ainda paira na cidade.
– Acha que vamos conseguir? - Pan pergunta.
Encaro as árvores da floresta que cerca Storybrooke. A casa de campo está a nossas costas, silenciosa como nunca.
Uma brisa balança as folhas verdes observo duas silhuetas. Ambas caminham juntas. Uma delas está com pressa e a outra caminha levemente.
Zelena e Cora.
Sinto a veia saltar em minha testa e torço para que meu lado mau - apagado e escondido a muito tempo - surja neste momento. Tento usar qualquer coisa do passado da Rainha Má. Nada. Só consigo me lembrar de que Zelena não pode vencer. Não quando se tem um menino que nunca cresceu ao seu lado.
– Vamos. Peter Pan nunca falha. - Digo e trocamos olhares. Me preparo para o ataque quando vejo uma nuvem negra de macacos voadores vindo em nossa direção. - Faça jus a você mesmo.

~~Peter Pan~~

Regina avança alguns passos para frente. Uma besta voadora passa por cima de sua cabeça, mas ela o atinge com uma de suas bolas de fogo mágicas.
– Odeio esses macacos! - Ela diz disparando fogo em um grupo que estava pronto para o ataque. Como ela pode ter ironia numa hora dessas?!
Infelizmente, sei que não conseguiremos dar conta da Verdinha do Oeste e da Rainha Má Mor. Assobio a espera de minha sombra.
Sou arremessado a dez metros pelas garras de um dos macacos voadores. A besta busca outra tentativa de me atacar, mas minha companhia chega bem hora.
– Me proteja! - Digo e vou ajudar Regina que está com mais de dez daqueles bichos acima de sua cabeça.

****

Não vejo mais nada a minha volta. Tudo não passa de vultos voadores. Não sei quantos já destruí. Eles não param de surgir de todos os lados.
– Parem! - Ouço um grito.
A cena toda parece congelar em volta de mim. Regina está ao meu lado. Estamos esgotados. Nossa magia está cansada de nos proteger.
Observo as duas silhuetas paradas a menos de cinco metros de nós. Zelena sorri vitoriosa e Cora apenas assiste, como se fosse um filme.
– Se aliar a ele maninha? Por favor. - Sua voz sai aveludada.
– Zelena, querida. Se aliar a mamãe para se proteger e ter uma chance contra mim? - Regina retruca e percebo Zelena se contorcendo por dentro. - Olá mamãe.
– Regina. - Cora responde.
Cora encara a filha. Não consigo concluir o que se passa entre elas. Ódio? Amor? Vingança? Desgosto? A relação de Regina com sua mãe é complicada demais.
Algo me incomoda. Zelena me encara. Olho para ela e sinto ela se remoer por dentro. Nosso passado é cheio de espinhos e magia. Posso apostar que ela raptou Wendy só para me provocar. Espera! Wendy!
– Onde ela está?! - Pergunto sentindo a adrenalina pulsando dentro de mim.
Ela ainda me encara com os olhos verdes tão brilhantes que parecem suas joias. Ela sorri maliciosamente.
– Ataquem!
Regina é agarrada por um macaco voador e levada para longe. Apenas escuto um baque surdo no chão e o fim de uma bola de fogo. Menos um. Penso.
Estou cercado. Não há mais por onde escapar. Há mais de dez a minha volta. Minha sombra ainda tenta me defender. Mas, nada é capaz de detê-los.
Então, vejo alguém. Uma pessoa caminhando até mim. Wendy. Não a reconheço mais. Porém, ela está igual. Os mesmos cabelos, os mesmos olhos... Porém; alguma coisa dentro dela mudou.
– Wendy... - Sussurro e uma adaga afiada para a meio centímetro de meu coração. Ainda consigo fazer alguns truques antigos.
Em segundos ela está em cima de mim desferindo golpes por todos os lados. Não sabia que ela conseguia lutar assim. Bem, não consegue. Ela está corrompida. Mas um motivo para eu querer que aquela bruxa do oeste morra.
Desvio da maioria dos socos e chutes. Wendy e rápida, mas não tem experiência. A prendi de costas para mim. E sua adaga estava em minhas mãos à frente de seu pescoço.
– Pare Wendy. Não sabe o que está fazendo. - Murmuro em seu ouvido.
– Por muito tempo eu não soube. - Ouvir a sua voz me fez sentir como se um geleira estivesse pegando fogo e se derretendo toda. Os segundos que me distrai, foi o suficiente para ela se soltar e me derrubar novamente. - Mas, agora eu sei!

~~Regina Mills~~

Por um segundo fechei os olhos e deixei a escuridão me levar. Fui forçada a abri-los quando ouvi os gritos das bestas em minha direção.
Me levantei e vi Zelena vindo em minha direção. Não vi onde atingiram, mas disparei vários riscos de magia cortando o ar. Então, um grito.
Caminho até o corpo de minha irmã no chão. Ela se levanta e me encara com tanto ódio que aposto que todos a dez metros conseguem detectar.
– Sua vez! - Digo e sorrio.
Mal respiro e partículas de magia voam em minha direção. Partículas pretas como as trevas dentro de todos nós presentes aqui.
Sinto algo me penetrar como agulhas em minha pele. Perfurando cada nervo e se fixando em meu coração. Não! Penso quando não sinto minhas pernas e caio na grama. Resista Regina! Não a deixe vencer! Não desta vez!
– Não! - Ouço a voz de quem não ouvia a muito tempo. Minha mãe. Estou a ponto de fechar os olhos e me desligar do mundo.
Cenas passam como um filme ao meu redor. Cora arrastando Zelena até si e arrancando seu coração. Capito algumas palavras que saem de sua boca.
– Aprenda uma coisa Zelena. Os mortos... Devem continuar mortos! Eu nunca vou te amar!

~~Wendy Darling~~

Algo se quebra dentro de mim. Do mesmo modo que algo se liberta. Me sinto livre do controle de Zelena. Me dou conta de que ela se foi quando vejo Cora e Regina se abraçando.
Algo bate em meu pé enquanto desvio de um dos ataques falsos de Peter. A vela. A mesma vela que Sininho usou para reviver Cora. Posso fazer o mesmo. Posso matar Cora.
Deixo Peter e as Bestas para distraí-lo e pego a vela. Zelena me contou que não preciso de magia para fazer a vela funcionar. Sangue já é o bastante. Felizmente eu o tenho de sobra.
Abaixo perto de uma árvore. Meus dedos procuram desesperadamente pela grama por uma pedra afiada, já que perdi minha adaga quando a joguei contra Peter.
Sinto a dor e o sangue quente escorrer de meu braço quando o perfuro com uma pedra pontiaguda. Em um dos lados da vela, digo "Sininho" e a chama ascende.
– Cora.
A chama se ascendeu.
– Não! - Regina grita me fazendo parar.
A pedra cai de minhas mãos e em instantes estou flutuando na frente dela.
Regina me encara com ódio. Nunca percebi como ela era realmente. Má. Cruel. Seus olhos eram como um buraco negro enquanto observava o meu coração em sua mão. Havia um lágrima solitária em sua bochecha enquanto Cora virava pó.
Não percebi quando comecei a chorar. Só senti as lágrimas rolarem e o sal quando um delas atingiu meus lábios.
O que eu fiz?!
– Regina... Por favor... - Sussurrei enquanto o ar faltava em meu pulmões. Seus dedos apertaram meu coração e senti minha garganta se fechar.

~~Peter Pan~~

Eu quebrei. Me quebrei em mil pedaços quando Wendy caiu. Os macacos viraram pó, assim como Regina em uma nuvens de fumaça vermelha. Só me lembro de seu olhar vingativo em minha direção.
Não posso acreditar. Eu não quero! Não consigo.
– Wendy... Volta. Por favor...acorda!
Seu corpo está em meus braços. Frio e sem vida. É tudo culpa minha. Não fui forte o suficiente. Não tive coragem e fui um covarde! Queria que pudessem ser eu no lugar dela.
Acaricio seus cabelos enrolados. Seu rosto está pálido. Até seus lábios perderam a cor.
A dor é insuportável. Perdê-la assim... Quando ela estava tentando salvar uma pessoa. Salvar aquela fada idiota. Wendy o que você fez...
Uma ideia me passou pela cabeça. Um coração. Se tinha alguém que precisava de uma era ela. Não tinha certeza se funcionaria. Tem que funcionar!
Parti meu próprio coração em dois. A parte pura dei a Wendy. Ela não merece as trevas.
– Wendy volta pra mim... - Sussurrei de olhos fechados. Foi quando sentia sua respiração em meu rosto.
– Peter...
Abri os olhos no mesmo instante.
Lá estava ela. Me olhando enquanto sua cor voltava, enquanto sua vida voltava. Wendy sorriu delicadamente. Doce como sempre enquanto respirava profundamente de novo. Sua mão tocou meu rosto. Quente e me deixando um formigamento gostoso de que senti falta.


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