Um amor que nunca falha escrita por Vickysmeow


Capítulo 14
Capítulo 13: Trevas. Lealdade. Corrompida.




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~~Peter Pan~~

Regina andava de um lado para outro. Tínhamos saído de sua cripta e voltado para sua casa antes que Henry acordasse e desconfiasse de algo. Pelo tempo que passei com ele, sei o suficiente para saber que curiosidade e teimosia, o menino tem de sobra. Além de ser esperto.
– O que vamos fazer? - Regina perguntou encostada em sua mesa.
Por magia, a porta do escritório se abriu acompanhada por um vento quente. Gold entrou por ela.
– É exatamente o que eu gostaria de saber minha cara! - Ele disse irritadiço parando a meio metro de nós dois.
Ambos encarávamos ele, confusos e preocupados. Regina estava um pouco irritada pela sua expressão ao olhar para ele.
– Não sei do que está falando! - Ela disse e se virou de costas para nós. Eu sabia que ela estava mentindo. Esperávamos que ele acreditasse e fosse embora, mas como ele é quem ele deve ser, ficou e sabia que estávamos mentindo.
– Tenho certeza de que sabe. Um de vocês, pode me explicar por que, acabei de ver uma certa fada que deveria estar a anos luz daqui, passando na frente da minha loja? - Meu filho pergunta e altera o olhar entre mim e ela. - Regina? E quem sabe você, Pan?
– Porque acha que sabemos de alguma coisa? - Retruco encarando seu olhar. Rample sempre tentou me diminuir com seu olhar "ameaçador", mas nunca conseguiu. Um sorriso falso repuxou o canto de sua boca. Seus dedos se levantaram ao lado de sua cabeça e pela porta, Sininho entrou.
Havia medo, nervoso e preocupação em seu rosto pequeno de fada. Suas roupas verdes estavam sujas e seu coque na cabeça, despenteado completamente.
– Por que - Rample diz convencido. Regina se vira e bloqueia um suspiro quando vê a garota. Não consigo me concentrar em Gold.
Sininho me olha de um jeito estranho. Como se estivesse me pedindo ajuda. Mas, pra que? Seus olhos verdes passam dos meus para uma das mãos de meu filho. Um coração.
– O coração em minha mão, é o dela. - Ele volta seu olhar para Regina e ela estremece. - Por que eu sou sempre o último a saber das coisas? Mas, por pior que isso seja, sempre descubro tudo, cada detalhe antes de vocês! - Ele vem até mim e me encara. Depois vai até Regina e lhe estende o coração de Sininho. - Faz as honras?
Regina encara o órgão. Pulsante e vermelho. Ela hesita e o toma nas mãos. Percebo Sininho estremecer e engolir as lágrimas.
– Por que quer que eu a mate? - Regina pergunta meio irônica.
– Por que, Zelena voltou. E essa - Rample olha para a fada. Eu apenas observo tudo me aproximando cada vez mais da porta do escritório. - Coisinha, está tramando com ela!
– Obrigada por me dizer o óbvio!
Não sei porque mas, Regina está agindo sarcasticamente demais. Está à vontade demais com a situação.
– Fico surpresa com a sua demora. Achei que você aparecia qualquer hora.
– Acha que sabe de tudo? - Gold pergunta incrédulo. Estou a dois passos de conseguir sair dali sem ser notado, mas ele se vira e Prende Sininho a parede com um baque surdo e um grito agudo dela. Sua mão se volta para mim, mas ergo a minha também.
– Tem certeza que quer fazer isso aqui, Rample? - Pergunto com certa ironia. Ele pensa por alguns segundos e abaixa o braço.
– Conte a eles! - Ele grita para Sininho.
– Contar o que?! - Regina explode quase gritando. - Qual é o plano dela? Vingança? O que Zelena quer desta vez?

~~Henry Mills~~

Meu sonho é perturbado por um grito. Jogo a coberta de lado e corro para o escritório de minha mãe. Sorte que vejo Pan, Gold e ela lá dentro antes de invadir com tudo o lugar. Me encosto na porta e aproximo a orelha da madeira.
Ouço tudo. Minha cabeça está uma confusão só. Zelena. Sininho. Gold. Pan. Vingança? O que era tudo aquilo? Por que tudo aquilo de novo?
Fico me perguntando as vezes, se nunca teremos dias tranquilos em Storybrooke. A resposta é não.
Saio de casa do jeito que estou e corro o mais rápido que posso. Quando estou próximo da casa dos meus avós, acelero o passo.
Quando bato a porta, minha outra mãe abre e sorri ao me ver. Depois fica confusa por me ver ali sozinho e logo em seguida, preocupada.
– Henry? O que faz aqui? Cadê a Regina?
– Você... - Digo arfando. Meus avós aparecem na porta curiosos. - Vocês... Tem que vir comigo... Agora!

~~Regina Mills~~

– Vocês iam mesmo esconder isso de nós?! - Mary exclamou de braços cruzados.
Minutos depois daquele encontro desconfortável com Gold e Sininho, a família encantada invadiu meu escritório. Henry estava atrás de Emma escondido e com medo. As vezes ele é esperto demais. Pena que em horas erradas.
Estavam todos em meu escritório agora. Pan conversava com Sininho em um canto tentando, da maneira mais estranha possível, acalmá-lá. Seu coração estava em seu peito novamente. Mary Margarett fizera questão de que Gold o devolvesse antes de todos termos uma "conversa civilizada" sobre o assunto.
Minha cabeça latejava, clamando por um pouco de silêncio e calma. Mas, não teria isso por mais umas boas três horas.
– Não é necessário! - Retruco. - Bem, não era.
– Mas, é claro que é. Regina, se Zelena voltou vai precisar de ajuda. - Emma disse. Encarei ela.
– Me chamou de fraca? Sabe Swan, sinceramente, me virei por 28 anos sem a ajuda de vocês encantados. Posso cuidar disso! - Digo irritada pela ofensa indireta dela.
– Emma tem razão! Podemos ajudar. Derrotamos ela uma vez! - David diz.
– Esperem! Deixa eu ver se entendi! - Emma interrompe. - A bruxa malvado do Oeste voltou com desejo de vingança. De novo. E, segundo a Sininho... - Ela olhou para a menina e o menino conversado no canto da sala. - Zelena pretende, não só isso, reviver Cora?
– Sim. Mas por que? - Mary pergunta.
– Não é óbvio? - Gold se manifestou. - Ela está disposta a perdoar a mãe pelos erros horríveis que cometeu. Com isso e com o amor e gratidão de Cora depois que ela fizer isso, se vingará de você - Ele aponta para mim. - mas, eu só não entendi por que você - Gold se vira para Pan e ele o olha na hora. - Está metido nisso.
– O que fez pra ela? - Emma pergunta na hora. Todos, inclusive eu, nos viramos para encarar Pan em busca de respostas.
– Por que acha que eu fiz alguma coisa? - ele pergunta. Ergo minha sobrancelha e ele suspira. - Tá bem!
– Eu sabia! - Emma exclama. Pan suspira diante dos olhos curiosos e nervosos sobre ele.
– É uma longa história...
– Temos a noite toda! - Retruco sorrindo irônica e ansiosa para ouvir o que ele fez para minha querida irmãzinha.
Pensei que o afetaria. Mas não. Ele abaixa os olhos por um segundo. Cruza os braços na frente do peito e me olha. Seu olhar assume uma sombra de brincadeira e lembrança. Então, diz com ironia para me provocar:
– Era uma vez...

~~Wendy Darling~~

De repente, sou puxado de meu sono profundo. Como se estivesse mergulhado no mais profundo oceano e algo me puxasse com tudo até a superfície.
A dor percorre meu corpo como uma corrente de energia. Sinto meu corpo ganhando vida lentamente enquanto pisco algumas vezes para me acostumar com a luz fraca do ambiente.
Me senti com dificuldade. Minha cabeça gira e minha visão embaça. Respiro fundo duas vezes para conter o enjoo e observo o lugar.
Um quarto. Estou sentada em uma cama arrumada. Há cobertas sobre mim e ainda estou com as mesmas roupas desde... Desde...
Algo explode dentro de mim. A adrenalina me percorre, assim como o choque das lembranças. Zelena. A bruxa malvado do Oeste. Estou ficando louca. Cada vez mais louca. Minha mente está carregada de coisas que preciso organizar. Peças do quebra cabeça juntadas, soltas e algumas perdidas por aí. Peças que ainda não consegui encontrar para encaixá-las.
Reconheço esse quarto. Sei o lugar em que eu estou. Imediatamente, a imagem de Peter me vem à mente. Sinto um peso dentro de mim. Culpa. Tudo isso é culpa minha. Se tivesse dado chance a ele, não estaria aqui.
– Vejo que acordou. - Ouço a voz aveludada.
Olho para a porta. Ainda me assusto com sua pele. Verde. Por causa da inveja. Zelena me encara sorrindo. Os lábios vermelhos como sangue e os olhos brilhantes e frios como esmeraldas.
Olho para a janela. Trancada. Ela está na porta. Não tenho saída. Mesmo se corresse, ela me pegaria. E me mataria.
– Nem pense nisso! - Ela disse calma demais. A bruxa adentra o quarto e me encara. - Tenho uma proposta.
– Não obrigada! - Retruco e seu sorriso se fecha.
– Bem - Ela suspira e volta meu olhar para ela. Qualquer idiota saberia que seu suspiro fora tão falso como cílios postiços. Ela é má e sempre vai ser. - Tentei ser amigável. Você escolheu assim!
Sinto um espaço vazio em mim. Não sei se é coisa da minha cabeça ou não. Não é. Zelena segura um coração. Vermelho e pulsante. Então, percebo que não sinto meu próprio pulso e o salto de meu coração agitado dentro de mim. Está vazio. Onde deveria ficar meu coração, não há nada.
– Por que eu?! Eu não te fiz nada! - Digo.
Agora estou com medo. Não quero morrer. Não antes de vê-lo uma última vez. Não antes de ter a verdade e toda a minha memória reconstruída.
– Oh! Eu sei disso! - Ela diz se aproximando de mim. - Levante-se.
Não queria. Mas, fui forçada. Ela me controla agora. Meu corpo se levantou da cama. A dor se espalhando dentro de mim a cada movimento. Parei a centímetros dela e de seu sorriso.
– Você é completamente inocente, Wendy. Mas, - Ela olha para meu coração e depois para mim. - Infelizmente, os inocentes nunca sobrevivem.
– Por que não me mata de uma vez? - Ouso perguntar. Minha voz vacila e adoraria se ela saísse mais firme.
– Porque, quero que ele te veja. Quero que ele sinta o que eu senti quando ele fez a mesma coisa com uma pessoa que eu amava.
– Ele quem?! - Perguntei irritada.
Me arrependo de te gritado. Uma dor insuportável me percorre quando bato contra a parede e caio de bruços no chão duro. Sinto sangue escorrer por minha testa e pingar ao meu lado. Tusso algumas vezes até conseguir respirar de novo. A olho e ela está sorrindo de um modo vingativo.
– Seu amor. Peter Pan. - Zelena se aproxima e ergue meu rosto com os dedos, me forçando a olhá-la. - Ele destruiu o único final feliz que eu tinha. E agora, vou destruir o dele. - A bruxa me solta e caminha até a porta, indo embora.
– Mas, ele não me ama! - Digo o mais alto que posso. Ela para e volta-se para mim. - Ele é um mentiroso. Me enganou, apagou minhas memórias e me deixou confusa, perdida e desprotegida.
O que mais me incomoda, além das dores, é seu sorriso que parece nunca deixar seu rosto. É uma máscara. Por cima, pode até haver uma boca feliz, mas por dentro, está a pior trevas que existe.
– Querida, saiba de uma coisa. Reconheço o amor de longe, e ele está apaixonado. - Zelena diz e sorri.
Junto todas as minhas forças e me levanto com dificuldade. Sustento seu olhar.
– Como pode reconhecer o amor, se nunca teve ninguém que te amasse? - Digo e espero por mais um ataque. Ela mantém o sorriso, com mais dificuldade desta vez, porém continua firme.
– Não se preocupe, Wendy. Valos vê-lo amanhã. Vamos ver todos amanhã. Uma supresa! O que acha? - Ela diz com uma animação exageradamente sarcástica. A bruxa ri e realmente, parece estar se divertindo. - Só que você, vai me ajudar em uma coisa.
– Vai sonhando Bruxa! - Digo e desta vez, consigo o que eu queria. O sorriso dela se fecha e a raiva toma conta de sua expressão calma.
– Bruxas são malvadas. - Zelena diz se recompondo. Depois sorri novamente e incansavelmente. - Mas, nós, Wendy, somos malignas.
Ela sorri de um modo diferente. Me encara e seu olhar brilha quando diz "nós". Me arrepio e estremeço. Mantenho-me firme no lugar encarando-a. Se os olhos são a janela da alma, não quero abrir a dela. Deve ser fria e cruel. Deve não, é. Talvez, eu não devesse ter-la desafiado. Sei que tem algo de errado em "nós". E se eu não a conhecesse, diria que vai me tornar igual a ela. Mas eu não vou deixa isso acontecer.
Porém, o que me preocupa é o simples motivo de eu não conseguir impedi-lá. Ela aproxima meu coração de seus lábios e diz:
– Trevas. Lealdade. Corrompida.
No mesmo instante, me sinto caindo em um buraco negro. Escuro, infinito e cheio de trevas e maldade.
É estranho. Estou perdida e vagando e minha mente. As peças de encaixaram. Todas. Meu quebra cabeça está completo. Minhas lembranças estão de volta.
Odeio os encantados. Odeio Peter Pan. Odeio Regina. Odeio o Gold. Odeio tudo o que é contra mim.
Fui corrompida.
Sou maligna.


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