Um amor que nunca falha escrita por Vickysmeow


Capítulo 13
Capítulo 12: Zelena




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~~Wendy Darling~~

Voltei para casa com uma imensa dor de cabeça. Tudo está voltando. Minhas lembranças estão se encaixando no quebra cabeça de minha mente. Saí tarde da noite da cripta de Regina. Ela me deu uma chance para escolher.
Eu sabia que se escolhesse esquecer tudo o que já me aconteceu, eu ficaria inteira, mas, alienada de todo meu passado. Porém, se escolhesse ficar com o que me lembro, poderia me machucar profundamente. Prometi a ela que pensaria melhor sobre minha decisão.
Atravessei a porta de casa e tranquei. Suspirei e subi as escadas para meu quarto nas pontas dos pés. Meus pais estavam na cama e tenho certeza de que amanhã vou receber, ao invés de um "Bom dia" de minha mãe, um sermão daqueles.
A dor de cabeça latejava, como se alguém estivesse dando murros lá dentro. Tudo o que eu queria era dormir e não acordar mais.
Assim que fechei a porta do quarto, a luz se acendeu. Mas, não era a própria luz que vinha de uma lâmpada qualquer; parecia vir de um outro ponto no meio do quarto.
Senti um tremor pelo corpo todo. Um vulto me rodeava e eu estremecia a cada passo de quem quer que fosse. Um riso aveludado escapou pelo ar. O sangue quente que pulsava em mim, tornou-se gelo no mesmo instante.
– Quem está aí? - Perguntei com a voz trêmula. Mais um riso aveludado.
A luz parou a minha frente. Era verde esmeralda. Um pequeno ponto iluminado. Então, senti alguma coisa se aproximar de mim. Com os pequenos raios de luz verdes bem na frente de meus olhos, pude ver que o brilho da luz vinha diretamente de um colar. Ergui os olhos e vi um rosto.
Uma mulher com a pele mais estranha que já vi. Era inteiramente verde. O nariz arrebitado e os olhos do mesmo tom. Acho que ela gosta muito de verde.
– Olá. Wendy. - Sua voz aveludada saiu como uma manta macia que tocou meu rosto. Ela sorri de um modo maligno, ansioso e de certa forma, malicioso.
Me afasto, tomando cuidado para não esbarrar em algo e acordar a casa toda.
Meus dedos encontram o pequeno abajur ao lado da cama e acendo-o.
A luz amarela se mistura com a verde e consigo ver a mulher por inteiro. Vestes pretas e um chapéu pontudo preto com uma pena destacando os cabelos ruivos encaracolados.
A bruxa se aproxima ainda sorrindo. Me afasto mais, até que encosto na parede e estou presa. Não conseguiria fugir mesmo que tentasse.
– Podemos conversar? - Ela pergunta sorrindo, desta vez, simpaticamente.
– Quem é você? - Pergunto encarando-a tentando me lembrar se ela seria alguém de meu passado. A bruxa vacila o sorriso, mas o abre de novo, mais falso do que antes.
– Isso não é importante, querida. - Ela retrucou dando mais um passo à frente.
– Não quero conversar! - Digo tentando me manter firme a qualquer custo.
Seu sorriso se fecha. Sua expressão muda de simpatia falsa, para uma irritação evidente. A bruxa se aproxima o que restava do caminho e olha em meus olhos. Tento me mexer, mas não sinto nenhuma parte de meu corpo. É como se meu cérebro não me obedecesse mais. Frustada e apavorado, encaro-a de volta. Seu olhar está duro e frio.
Em simples segundos, ela me arremessa contra a parede do outro lado do quarto. Caio no chão de joelhos e com dificuldade de respirar.
Meus pulmões clamam por ar, mas não consigo respirar. Sinto minha garganta arder e minha cabeça parece que vai explodir. Estou sufocando e caio de lado. Fraca e indefesa.
– Pode me chamar de Zelena!
A última coisa que vejo, são suas botas de salto vindo até mim rapidamente. Um caminhar feroz e de uma velocidade incrível.
Com medo e sem querer ver o que me aconteceria, deixei a escuridão me levar.

~~ Regina Mills~~
Observo o vapor sair de minha xícara de chá de maçã e canela enquanto Henry dorme profundamente, não literalmente é claro, no divã entre cobertores.
Seu livro de histórias está no chão ao seu lado. Tudo isso começou por causa daquele livro. Não sei bem se foi bom ou ruim. Talvez os dois.
A campainha toca e volto a realidade. Pouso a xícara em seu devido pires de porcelana e vou o mais silenciosamente possível até a porta. Será que Wendy resolveu voltar?
– Ruf! - Resmungo e fecho a porta na mesma hora em que abri. Pan a mantém aberta com a mão na maçaneta. - O que você quer? Se é por causa de Wendy...
– Não é! - Ele diz e entra sem ser convidado. Observa Henry por alguns segundos e depois volta-se para mim.
Sua expressão e séria e preocupada. Nunca vi Pan desse modo. Nem mesmo quando seu plano de dominar Storybrooke falhou por minha causa e dos Encantados.
Sei que tem algo errado. Sinto minha pulsação acelerar e a veia de preocupação saltar em minha testa. Aperto os lábios, pois sei que um problema está a caminho. Pan contrai seu maxilar e me encara.
– Sininho está em Storybrooke.

~~Peter Pan~~
Faz dez minutos que estou sentado em um dos sofás de veludo preto do escritório de Regina. Ela permanece séria atrás de sua mesa, pensando. Sua veia ainda está saltada e isso indica que ela também está preocupada.
– Por que ela voltaria?
– Ela não me disse muita coisa. - Comentei me levantando quando o silêncio finalmente foi quebrado.
– O que foi que ela disse exatamente? - Regina pergunta com os dedos entrepassados uns nos outros e os cotovelos apoiados na mesa.
– Fadas são mentirosas e gostam de fazer jogos. Mas, conheço a Sininho. - Falo brincando com uma bola de vidro decorada, jogando-a de mão em mão. - Ela está tramando alguma coisa. Só o que consegui que ela dissesse foi o que já te contei.
– O oeste é a direção errada? - Regina pergunta mais para si mesma do que para mim. - O que acha que ela quis dizer?
– Achei que você saberia. - Falo e coloco de volta a bola de vidro no lugar de decoração.
– Não sou eu que gosto de fazer charadas aqui, Pan! - Mais um minuto de silêncio. Regina respira fundo e volta a pensar. Seu olhar, antes fixo em sua caneta detalhada, volta-se para mim. - Ela disse que tinha assuntos com uma certa bruxa. Depois disse que o oeste era a direção errada...
– Que tal nos dizer algo que não sabemos? - Digo e ela me olha irritadiça.
Seu olhar muda de foco e percebo que ela se perdeu em pensamentos de novo. Porém, antes que eu possa dizer algo para fazê-la voltar a realidade, seu olhar encontra o meu e Regina se levanta da mesa. Conheço aquele olhar. É do tipo que acontece quando ela sabe de alguma coisa; ou descobriu do que se trata.
– Se eu estiver certa, torça para eu não estar, estamos com um problema! - Ela diz e vai até sua estante de livros. Puxa um deles e uma passagem se abre revelando um túnel de pedra.
– Novidade! - Digo irônico e a sigo para dentro do túnel iluminado por tochas acesas na parede.

****
A passagem acabou em uma sala redonda cheia de tralhas que ela deve ter trazido da floresta encantada antes da primeira maldição. Depois eu que vivo no passado!
Não fazia ideia do que estávamos procurando. Ou, do que eu estava procurando. Regina parecia saber muito bem o que queria e onde estava.
Havia uma estante de madeira velha e vários livros por todos os cantos. Uma caixa esculpida e detalhada com joias estava solitária no canto direito.
Regina a pega e a abre. Sua reação é estranha demais. Primeiro, surpresa. Depois, irritação. E por último, frustração. Ela chacoalha a caixa de madeira em todas as direções esperando que caia algo de lá. Está vazia.
– Não! Deveria estar aqui! - Ela diz ainda balançando a caixa. - Ela deveria estar aqui!
– Quem?! - Pergunto me irritando com todo aquele mistério. - Regina, quem você trancou aí dentro? Quem deveria estar presa aí mas não está?
Ela me olha e sua próximas palavras me causam arrepios e um enjoo de momento.
– Zelena.


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