Sinfonia Cinzenta escrita por Tsuki Yoru


Capítulo 2
Motivos Para Viver


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, sim eu sei, eu demorei muito para postar o segundo capítulo, me desculpem vai! Eu espero realmente que vocês gostem!



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A garota havia me olhado profundamente, eu sentira aquilo, mas depois de alguns segundos ela havia saído correndo com mais dois amigos e eu não a vi mais. Se passaram uma semana e eu me perguntava o que eu havia feito de tão errado na vida, para que tudo que atravessasse meu caminho, desaparecesse da mesma maneira que entrou?

Parei em frente aquele quarto no qual nunca mais entrara novamente, há quanto tempo não tocava, não sentira as notas, muito menos a sinfonia daquele instrumento? Sinceramente não me lembrava mais. Coloquei a mão na maçaneta, e ela veio a minha mente quase automaticamente, me afastei como fazia desde que ele morrera.

Pode parecer repetitivo, mas quando você tem alguém que faz tudo melhor que você, você acaba vivendo na sombra dele. Kou era assim, sabia tocar violino, piano e até mesmo cantar; ele fazia aquilo mais como uma obrigação, do tipo: sou tão talentoso que posso fazer o que quiser! Eu sentia e sabia que aquilo era para me provocar, ele não era cem por cento bom sempre, Kou sabia o quanto eu amava o piano e a música clássica, sabia que era a única maneira que nossos pais prestavam atenção em mim. E ele sabia disso, mas ele era egoísta, a ponto de fazer algo que sempre desprezou, pelo simples fato de ser melhor que eu em tudo.

Lembrar daquilo me deixou com raiva dele, algo que eu simplesmente não podia tolerar, afinal fora minha raiva que causará a morte dele.

Fui para meu quarto, minha rotina dentro dessa casa se resumia nisso, em pensamentos conturbados, sentei em minha escrivaninha para fazer o dever, porém peguei meu velho bloco de notas onde escrevia todos os dias motivos para continuar vivendo. E como sempre, nunca achava um motivo forte o suficiente, então colocava qualquer coisa, mas naquele dia, eu estava com ela em minha mente.

– Conhecê-la!

– Conseguir tocar piano novamente.

– Tocar junto a ela

No final da lista lembro-me de estar com um sorriso no rosto, acho que aqueles são bons motivos para viver.

No dia seguinte algo de estranho aconteceu, estava parado do lado de fora da sala de música apreciando o velho instrumento abandonado e sozinho, como eu. Olhei para minha mão, será que eu ainda conseguiria tocar? Será que poderia sentir as notas?

Meus olhos correram pelo corredor afora, procurando por alguém que pudesse me ver ali, mas não havia ninguém. Adentrei a sala, e passei a mão pelo piano, arrancando seu pó; as pessoas da minha idade não costumavam se interessar muito por música clássica, ainda mais com uma escola que oferece bolsa de estudos para esportistas.

De repente algo me atingiu a cabeça, cai junto ao piano, abri meus olhos ainda zonzo e enxerguei a figura de uma garota vestida com roupas de beisebol, cabelos curtos, eu a reconhecia de algum lugar.

– Você está bem?

– Sim. – levantei ainda com a cabeça rodando e fui aparado por outra mão. Um garoto sorridente com roupas de futebol e com ar de arrogante, me ajeitou firmemente, até que eu conseguisse parar de tropeçar nos meus próprios pés. – Foi uma tacada e tanto heim.

Os dois me olharam de um jeito estranho, eu sabia que não era muito bom em me entrosar.

– Sinto muito pela bola, eu arremessei muito alto e o rebatedor não conseguiu rebater. – ela virou o boné e tirou as luvas, corou e sorriu de um jeito estranho pra mim. – Tsubaki Sawara, muito prazer.

– Arima Kousei.

– É novo por aqui Arima? – o garoto ajeitou os cabelos e eu jurava que havia ouvido gritos histéricos das janelas quando ele fez aquilo.

– Sim, sou do primeiro ano.

– Seja muito bem-vindo então. Sou Ryota Watari, sou do terceiro ano.

Eu os reconhecia, mas da onde? Um grito de seus nomes soou do corredor, e ela aparecera na porta, então aquela era sua voz.

– Seus idiotas o que estão fazendo aqui? – ela parecia tão irritada, que nem notou minha presença.

– Sawara jogou a bola errada de novo e acabou o acertando...

– De novo?? – ela passou por mim, e foi até a garota, lhe fazendo cócegas, eu quis ri, mas isso seria estranho.

– Oi! – disse, e nem sabia como aquelas palavras conseguiram sair de minha boca. Ela parou de repente e olhou para mim, seus olhos se fixaram aos meus, e eu notei quando eles marejaram.

– Kaori, vamos então se você está com tanta pressa!

Ela passou por mim quase como um raio, mas parou na porta e me olhou novamente, e eu sinceramente não entendia o que ela queria com aquilo.

– Oi Kousei. – ela tapou a boca e saiu correndo com os outros.

Fiquei tentando entender o que diabos acontecido ali, mas precisava ir até a enfermaria, pois a pancada da bola, havia me machucado. Acho que eles nem haviam percebido, mas sinceramente meu peito queimava de felicidade, ela havia falado comigo finalmente, tinha ouvido sua voz, e escutado ela chamar pelo meu nome.

Kaori... O que você havia feito comigo afinal?


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Notas finais do capítulo

Comentem por favor o que acharam desse novo capítulo!