Azul

Talvez ele admitisse que sentia simpatia por aquela cor.

Mas não era uma cor qualquer. Talvez chegasse a ser um tom parecido com o azul do céu. Mais precisamente, o azul do céu de Demacia. Porque Noxus era cinzenta. Cinzenta e fria. Como ele. Não que ele realmente se importasse.

Vermelho deveria ser sua cor favorita. E ela foi, por um longo tempo. Vermelho cor de sangue. Que, há tempos atrás, era a única coisa que lhe interessava. Como a cor de seus olhos, lhe lembrava do líquido que tanto era apreciado por ele. E também, era a cor dos lábios dela.

E era exatamente por ela que sua preferência pela cor havia mudado. Porque essa era a cor dos olhos de Lux. Mas os olhos dela não possuíam um azul comum. Eram tingidos por um azul intenso, onde Vladimir sentia-se sugado a cada vez em que se perdia nos olhos da moça. Eram tão vívidos que poderiam lhe causar arrepios.

Ao olhar os olhos azuis de Luxanna ele sentia-se calmo. Não tão eufórico como sempre fora e talvez até seria capaz de sentir algo como ternura, por alguns segundos, se mantivesse seus olhos nos dela.

Era por isso que sentia-se tão incapaz de fazer algo ruim para a moça. Por mais que quisesse. Aqueles olhos lhe enfraqueciam. As orbes faziam com que se esquecesse de que ele havia feito coisas horríveis, porque a dona deles parecia lhe aceitar mesmo assim. Mesmo que ele tivesse feito coisas imperdoáveis por simples prazer de ver a agonia de outros seres.

Mas ele não suportava ver a agonia dela.

Vladimir não gostava de azul porque lhe transmitia calma, ou fazia com que ele se sentisse menos sanguinário.

Gostava de azul porque era a cor dos olhos de Lux.