Bad Romance (Black Iron) escrita por Bruna


Capítulo 1
Bring Me To Life


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, aqui está o primeiro capítulo, tomara que gostem e por favor comentem, quero saber a opinião de vocês e como a fic vai ser recebida.

Música opcional

Qualquer erro me perdoem e me avisem s2



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Acorde meu interior

Chame meu nome e salve-me da escuridão

Faça meu sangue correr

Antes que eu me desfaça

Salve-me desse nada que me tornei

(Evanescence - Bring Me To Life)

Ajeito melhor a minha cabeça no assento para que possa ter uma visão melhor da paisagem. Dou um suspiro cansado, realmente aquela missão não havia sido uma das melhores. Olho para Clint que está sentado na minha frente, suas feições demonstram seu cansaço. Volto minha atenção para a o lado de fora e me ajeito melhor, logo o cansaço também me atinge e eu caio em um sono profundo.

–----

Estou caminhando por um corredor da S.H.I.E.L.D quando ouço o barulho de uma explosão. Vou em direção ao barulho e encontro uma sala completamente destruída, mas nenhum sinal de uma bomba. Ouço mais um barulho e me viro para sair da sala, só agora noto que a porta que havia ali tinha sumido. Tateio inutilmente a parede a procura da saída que deveria estar ali, olho em volta e não a nada, portas, janelas. O espaço é bem grande, mas pouco iluminado e agora destruído. Suspiro frustrada e decido por andar pela sala, vejo um corredor e caminho por ele. Ouço novamente um barulho terrivelmente alto, viro meu corpo e me deparo com Hulk. Reprimo um grito de susto, sinto meus músculos ficarem tensos e minha respiração acelerar. Ele me lança um sorriso cínico e começa a correr atrás de mim. Minhas pernas se movem sozinhas, correm o mais rápido que o meu corpo pode aguentar, ou talvez até mais. Vários corredores vão surgindo, todavia nenhuma porta ou saída. Sinto que dou voltas pela mesma sala, mas não por muito tempo já que Hulk corre mais rápido do que eu. Sinto uma pancada do lado do meu corpo e me deparo com o chão. Levanto meu rosto e vejo Hulk vindo em minha direção, tento me mover, mas todo o meu corpo doí tornando minha fuga impossível. Minha respiração fica mais acelerada e meus olhos ardem, todo o meu corpo treme e eu grito inutilmente. Não a ninguém ali para me salvar.

– Natasha.

A voz de Clint me acorda, estou suada e tremendo. Ele me olha preocupado, mas eu apenas engulo o seco e volto a minha forma normal.

– Você está bem, Nat? – Assinto com a cabeça.

Mesmo não acreditando em mim, ele resolve me deixar para lá, pelo menos até sairmos do avião e estarmos longe dos agentes da S.H.I.E.L.D. Nós estávamos voltando de uma missão, a S.H.I.E.L.D ainda não havia se formado novamente, todavia sempre tem mais alguma coisa para fazermos. Agora tudo tinha ganhado mais sigilo, se é que isso é possível. E como eu e Clint estávamos na lista de pessoas mais confiáveis, recebíamos mais trabalhos para fazer. Depois de pegarmos nossas bagagens e passarmos pela alfandega do aeroporto, pegamos um taxi, sento em um canto e Clint em outro. Meu corpo grita por uma cama e uma boa noite de sono, recosto minha cabeça na janela do carro e fico observando as gotas de chuva que vão escorrendo pelo vidro.

– Você está bem mesmo, Nat? – Viro meu rosto em direção a Clint, ele apresenta um olhar receoso, assinto mecanicamente com a cabeça. – Se precisar, sabe que pode sempre contar comigo, né!?

Seu olhar apresenta carinho, seu sorriso reconforto. Clint sempre foi meu porto seguro, em todos os anos, em qualquer tipo de missão ou problema, por pior que fosse, por pior que eu fosse Clint sempre estava lá. Para me auxiliar, conversar comigo ou apenas para me abraçar quando eu precisava. Dou um sorriso fraco, porém sincero. Pego sua mão e aperto e ele faz o mesmo. Volto minha atenção novamente para a janela, passo a viajem todo de mãos dadas com Clint, logo o taxi para em frente ao meu apartamento. Desço do carro e Clint vem na minha direção.

– Se quiser eu posso ficar aqui com você. Ou você poderia ir para a mansão comigo. – Sorrio com sua proposta.

– Eu estou bem, Clint, de verdade. – Pego sua mão e acaricio. – E você sabe muito bem que eu e Tony nos mataríamos se tivéssemos que ficar um com o outro por mais que alguns minutos.

Clint ri do meu comentário e acena levemente com a cabeça. Ele me olha mais sério novamente e se aproxima de mim, pega meu rosto com as mãos e beija a minha testa. Aquele ato é tão simples e carinhoso que faz com que meus olhos se encham de lágrimas. Eu não era e nunca fui uma pessoa boa de verdade, mas ali, eu era apenas Natasha. Uma pessoa normal. Não uma assassina que mata a sangue frio. Clint sempre viu um lado bom eu mim que nem que acredito que exista. Desejo que aquele momento fique congelado, quando Clint se afasta quero gritar para que fique, mas não faço isso, apenas engulo as lágrimas que se formaram e dou um sorriso fraco.

– Se cuida. – Ele fala já entrando no carro novamente.

Fico parada no mesmo lugar vendo o taxi se afastar, quando ele some da minha visão sinto um peso dentro de mim. Subo lentamente as escadas até o meu apartamento, entro e fecho a porta. Agora estou oficialmente sozinha. Dou um suspiro e vou em direção ao banheiro. Mesmo tendo sido atendida pelos e os médicos terem tratado e limpado os meus ferimentos, ainda estou horrível. Clint tinha razão em estar preocupado. Depois de me despir encaro o meu reflexo no espelho. Há vários cortes espalhados pela extensão do meu corpo, junto com um pouco de sangue seco. Meu rosto demostra cansaço, estou extremamente abatida, um corte no meu lábio inferior se destaca, sendo a cereja do bolo para eu me transformar em uma boneca de pano que foi estraçalhada. Estro em baixo do chuveiro e a princípio a água quente faz com eu sinta uma dor extremamente desconfortável por conta dos vários arranhões e cortes no meu corpo, faço uma careta, todavia logo me acostumo, afinal eu já havia passado por coisas bem piores.

Termino o meu banho e começo a me secar, tomando cuidado com os meus ferimentos. Termino e visto um pijama simples, um pouco curto e até meio sensual, mas eu morava sozinha e não me importava muito com essas coisas. (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=158145224). Dirijo meu corpo em passos lentos até a minha cama, quando finalmente me deito, dou um suspiro de total aprovação. Como eu sentia falta de uma cama boa a e macia quando eu saia em missões. E também de um bom sono, me ajeito melhor na cama e afundo minha cabeça no travesseiro. Sei que terei pesadelos, todavia o cansaço é muito maior que o medo, minhas pálpebras vão pesado e logo eu adormeço.

–----

Corro desesperada pelas ruas de Nova York, um exército de alienígenas corre atrás de mim, disparando tiro após tiro. Sinto o meu corpo gritar, meus músculos estão doendo e minha cabeça não consegue mais processar as coisas direto, mas eu tenho que continuar a vida de todos depende de mim. Agora eu sou uma Vingadora, todos esperam que eu não desista e que eu não falhe. Estou com o cetro de Loki na mão, estou perto de fechar o portão, todavia, algo para no meu caminho. Hulk. Olho assustada e procuro por auxílio, mas encontro apenas o olhar frio do resto da equipe, esperando que eu termine logo as coisas. Fico sem reação meu corpo não me obedece mais. Um urro de Hulk me desperta e eu corro. Entretanto, eu corro para o lado errado. Ouço represálias e vaias. Lágrimas escorrem pelo meu rosto e eu grito por ajuda, mas ninguém vem ao meu auxílio, não consigo mais correr, caio de joelhos no chão. Sei que vou ser morta, mas eu não me importo, não consigo mais lutar, meu corpo e minha mente imploram por um descanso. Ouço os passos do Hulk cada vez mais perto até sentir seu punho esmagando completamente meu corpo.

Acordo assustada, não consigo reprimir um grito. Todo o meu corpo treme e escorre de suor. Olho para os lados desesperada, mas encontro somente o vazio, estou sozinha, tento estabilizar novamente a minha respiração. Levanto e vou em direção à cozinha para pegar um copo de água, enquanto eu bebo verifico a hora no relógio na parede, são apenas cinco e meia da manhã, o que significa que eu dormi por apenas cinco horas. Dou um suspiro e volto para o quarto, tenho certeza de que não conseguirei dormir novamente, visto uma roupa de ginástica (http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=158479282). Depois de me vestir pego o meu celular e vejo que recebi duas mensagens:

“Tem certeza que não quer vir para cá?” – Clint, 00h15min

“Eu estou preocupado com você, Nat, ou passar ai amanhã, não quero que você fique sozinha. Beijos, boa noite, linda." – Clint, 00h 30min

Eu amava Clint, mas se ele continuasse a tentar me mudar para aquela mansão, eu juro que mato ele!

Largo o meu celular no criado-mudo e vou em direção à sala onde os equipamentos de ginástica estão. Enfaixo as minhas mãos e começo a socar o saco de pancadas na minha frente. Com certeza aquele exercício tirava um pouco da minha tensão. Fico alguns minutos nessa tranquilidade, apenas treinando, mas é claro que isso não durou muito. Começo a me lembrar de tudo, dos acontecimentos em Nova York, da KGB, a sala vermelha, do Soldado Invernal. Noto só agora que estou batendo extremamente forte no saco, diminuo um pouco a minha respiração e continuo. Imagens do meu treinamento na KGB aparecem na minha cabeça, eu atirando em pessoas inocentes, seguidas de imagens do ataque em Nova York.

– Se concentra, Natasha. – Digo a mim mesma, estou com raiva de não poder controlar isso e começo a socar e chutar mais forte.

O Soldado Invernal aparece atirando contra mim, atiro nele mas logo o meu alvo muda novamente, mais uma pessoa inocente. Agora tudo o que eu vejo são as missões eu cumpri para a KGB e para a S.H.I.E.L.D.

Mordo o meu corte no meu lábio inferior, não posso perder o controle. Continuo socando e as imagens continuam aparecendo, até eu não ter mais como escapar.

Agora me encontro em uma sala cinza pequena, as paredes são frias e parecem ter inúmeras camadas de cimento e aço. Estou apontando uma arma para uma mulher, ela chora desesperada, olho para o lado e vejo uma criança, de mais ou menos cinco anos, morta. Levo um susto. Eu a matei? Não tenho muito tempo para raciocinar, a parede é destruída me lançando para o outro lado da sala. Levanto a minha cabeça só para ter certeza do óbvio, e como eu pensei quem destruiu a parede é o Hulk. Meu corpo treme quando ouço seu rugido, só o que faço é baixar a minha cabeça, lágrimas rolam pelo meu rosto, ouço o barulho dos seus passos e dos meus ossos quebrando.

– Natasha! – A voz de Clint ressoa pelo espaço me fazendo voltar a mim. – Nat?

Respiro fundo, eu estou bem. Como das vezes em que eu tive pesadelos, eu estou suando frio e algumas lágrimas escorrem do meu rosto. Clint me ajuda a levantar do chão, da onde eu nem sabia como havia parado. Seco as lágrimas e olho para Clint.

– Eu estou bem. – Tento falar o mais confiante possível, todavia minha voz sai falhada.

– Bem? Você chama isso de bem? – Seu olhar cai severo em mim. – Eu chegar aqui e encontrar você no chão tremendo e chorando como se estivesse sendo torturada. Isso é a sua definição de “bem”?

As palavras são como um soco no meu estômago. Elas pesam e ferem o meu ego. Nunca gostei de precisar de alguém ou me fazer de vítima, ser autossuficiente sempre foi rotina para mim, entretanto, depois de Nova York e da queda da S . H . I . E . L . D tudo havia mudado. Eu comecei a me importar em fazer o bem, ser alguém boa. Tudo isso me fazia ver com mais clareza que eu não estava realmente viva, que algo dentro de mim estava congelado fazia anos. Sempre vivi uma mentira e depois de anos eu me tornei um nada, simplesmente um vazio. Até por um momento eu sonhei que era uma Vingadora, que eu ajudava as pessoas, que elas precisavam e gostavam de mim. Todavia, eu agora estava vivendo um pesadelo. Eu poderia ser tudo menos uma heroína. Eu havia sido criada para cumprir ordens e missões, apenas isso, não importa o quê fazer ou para quem. E por um momento eu gostei disso, gostei de matar. Quando Clint me levou para a S.H.I.E.L.D achei que estava fazendo o certo, doce ilusão. Quando soube que a S.H.I.E.L.D estava infectada pela H.Y.D.R.A Então percebi que nada havia mudado, apenas obedecia a outra pessoa. A KGB é o meu fantasma do passado, que iria sempre me perseguir, eu não posso mudar isso. Mas agora as coisas estavam piores, pesadelos frequentes e crises de ansiedade, e o que mais me deixa irritada com tudo isso é eu não poder controlar. Eu me sinto completamente impotente, pequena e fraca. Não deixo transparecer isso, mas Clint me conhece mais do que ninguém, sei que ele notou tudo isso. Ele suspirou e depois me encarou.

– Você vem comigo morar na mansão, tudo bem? Tenho certeza que o Stark não vai se importar.

Dessa vez nem tento esconder, meu queixo cai e meu olhar é de incredulidade. Ele havia mesmo dito aquilo que eu achava eu ele tinha dito?

– O que? Não, não está tudo bem não! – Ele sorri e vai em direção ao meu quarto.

– Ótimo, ainda bem que concordou, torna tudo mais fácil.

Bufo e reviro os olhos, já seguindo ele.

– Você sabe que eu odeio que tentem controlar a minha vida, né?!

– Eu sei, e também sei que você odeia ter que pedir ajuda, mesmo que precise. – Clint pega a minha mala, coloca na cama e me encara. – E você precisa de ajuda, Nat.

Ele não carrega mais uma olhar severo e muito menos raivoso, tudo foi substituído por um olhar preocupado e terno.

Ele tinha razão, mesmo que eu nunca vá admitir isso em voz alta. Talvez eu precise mesmo de ajuda, e a única pessoa em eu confio para me ajudar é Clint. Suspiro e levanto meus braços para a cima em sinal de rendição.

– Tudo bem, você ganhou! – Ele sorri e me abraça. – Mas nem pense que eu vou me tornar amiguinha do Stark ou do Bruce.

– Eu nem sonharia. – Clint fala rindo e logo depois volta a sua atenção para a minha mala.

– E eu vou ficar no máximo, do máximo mesmo, um mês. – Falo convicta. Ah, mas nem que me pagassem eu suportaria ficar lá mais do que isso, bancando a família feliz. Provavelmente haveria uma missão para mim antes desse tempo acabar.

– É só o que eu quero. Obrigado, Nat.

Ajudo Clint a fazer a minha mala, conversamos, rimos, o tempo parece voar, quando vejo já são onze e meia.

– Pronto, eu levo essas malas e você pega a sua bolsa, espero você no carro.

Concordo com a cabeça, pego uma bolsa qualquer e coloco algumas coisas importantes como documentos, dinheiro e celular. Olha para minha cômoda, para me certificar não ter esquecido nada e vejo que a minha correntinha está lá. Vou na direção da cômoda e a pego, olho para o pingente em forma de flecha que está pendurada lá e sorrio. Coloco o colar no pescoço e saio do quarto em direção à saída de casa, fecho tudo e desço as escadas, Clint está parado na frente do carro, ele abre a porta para eu entrar.

– Quanto cavalheirismo, Gavião. – Ele sorri e fecha a porta, já entrando no carro logo em seguida.

– Preparada, Viúva? – Seu tom de voz é brincalhão, todavia, seu olhar é sério.

– Sempre. – Respondo lançando um olhar desafiador. Ele dá partida no carro e acelera pelas ruas.

Será que eu estava realmente pronta para aquilo?


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