– Então ele te beijou? - perguntou Hermione.

Gina apenas fez que sim com a cabeça, enquanto Hermione andava de um lado a outro pelo quarto.

– E depois ele disse que não sentiu nada? - dessa vez quem perguntou foi Luna.

As três amigas estavam reunidas na casa de Luna depois de Gina ligar para elas. Hermione ficou indignada depois que ouviu toda a história. Luna só faltou ir ao encontro de Harry e lhe dar um soco na cara.

–Mas que cafajeste! - bradou Luna.

–Concordo! - disse Hermione.

– Meninas - disse Gina - ofender ele não vai adiantar nada.

–Eu sei - Luna encarou Gina com os olhos apertados - mas vai ajudar a gente – e apontou para si mesma e Hermione.

Hermione balançou a cabeça, concordando com Luna.

– Você tem que esquecer ele, Gina - disse ela.

–Eu não consigo Mione! Eu já tentei, mas eu não posso! Eu o amo, não é tão fácil assim esquecer um amor, sabia?

Hermione olhou pra ela e disse:

– Sim. Infelizmente eu sei.

Gina sabia que Hermione falava de Rony. Resolveu não comentar. Hermione era muito sensível às questões do coração.

– Bom - começou Luna - se você não consegue esquecê-lo, faça com que ele não te esqueça nunca. Que só pense em você!

Gina a olhou de forma cética.

– Luna, o que você acha que eu tenho que fazer? Sair andando nua na frente dele?

– Até que não é uma má ideia...

– LUNA!

– Ok, ok, desculpe.

Gina respirou fundo.

– O que eu devo fazer? - perguntou desesperada.

–Conquiste-o.

–É o que estou tentando fazer, droga!

Gina já estava sem paciência. Aquela conversa estava lhe dando dor de cabeça.

– Gin - disse Luna - eu tenho certeza que o Harry sente alguma coisa por você. Ele só é muito cabeça-dura para perceber e aceitar. Igual ao Ronald em relação à Mione.

Hermione corou, mas Luna não deu bola.

– Se você o ama de verdade mesmo, realmente não deve desistir. Você tem que mostrar para ele que um amor como o seu não deve se jogar fora.

– Isso mesmo - concordou Hermione - eu tenho certeza que a Chang não sente nem um décimo do que você sente pelo Harry. E ele definitivamente não é apaixonado por ela. É só atração.

Gina se levantou e abraçou as duas.

– Cedo ou tarde, o Harry vai perceber o quanto você o ama, e não vai desperdiçar um sentimento como esse-disse Luna.

– Só espero que seja cedo - disse Mione.

As três meninas riram.

– Eu amo vocês - disse Gina.

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Gina chegou em casa quando todos estavam jantando. A tensão foi grande entre ela e Harry. Isso porque ela teve que sentar ao lado dele.

– Como está Luna, querida? - perguntou sua mãe.

– Bem.

– Suponho que Hermione também estava lá, não?

– Sim, mamãe.

– Ela e Rony fazem um casal tão bonito...

Rony engasgou com o suco enquanto todos riam.

– Concordo - disse Gina, sem fôlego.

Ninguém reparou, mas Gina e Harry se entreolhavam a cada minuto.

A expressão de Harry era indecifrável. Era impossível descobrir o que ele sentia ou pensava.

Quando acabou o jantar, os gêmeos subiram para assistir em seu quarto, enquanto sua mãe foi ligar para seus outros irmãos.

Gina tinha mais três irmãos: Gui, o mais velho, era casado e morava em um chalé. Carlinhos, o segundo, era um biólogo que por causa de sua profissão não parava em casa. E Percy, dois anos mais velho que os gêmeos, fazia curso de direito em Oxford; ele morava em um apartamento perto da universidade.

O pai de Gina, Arthur Weasley, trabalhava o dia inteiro, voltando em casa apenas para almoçar e chegava após o jantar. Ele comandava todo o negócio da grande rede de restaurantes da família. Molly era cozinheira chefe em um dos restaurantes, que ficava perto de casa. Ela se preocupava muito com os filhos.

Pouco tempo depois do jantar, o Sr. Weasley chegou cansado em casa e foi direto dormir. Nem ao menos parou para jantar.

Gina ficou na sala assistindo a uma sitcom na TV.

– Sozinha?

Ela levou um susto. Virou-se para trás e viu que era Harry. Ela sorriu docemente, era hora de colocar o plano em prática.

– Sim - disse ela - estou assistindo. Quer sentar?

Harry a olhou desconfiado.

– O quê está assistindo?

– Friends. Minha série preferida.

Ele pareceu surpreso.

– Sério? Eu também gosto muito!

Harry se sentou no mesmo sofá que Gina, só que um pouco afastado.

– E Rony? - perguntou ela.

– Dormindo feito uma pedra. Não consegui ficar lá, ele ronca muito alto.

Gina soltou uma gargalhada.

Continuaram assistindo em silêncio, até que chegou uma parte em que um casal de personagens trocavam um beijo intenso.

Gina ficou desconfortável, se lembrando do beijo que Harry e ela haviam trocado. Ela virou-se para ele timidamente.

– Você realmente não sentiu nada?

Harry parecia nervoso e talvez um pouco... Indeciso?

– Quer dizer... - continuou ela - nem um frio na barriga ou... Sei lá... Borboletas no estômago, arrepios...

Ele não respondeu. Gina não desistiu. Ela estava com uma dúvida enorme.

– Você acha que eu beijo mal? - perguntou.

Harry mais uma vez ficou calado. Ela achou que ele não ia responder, até que ele disse:

– Não.

Gina se sentiu repentinamente feliz. Isso significava que ele havia gostado do beijo? Foi o primeiro dela! Era um bom começo.

– Foi meu primeiro beijo - confessou em voz baixa.

Mas Harry ouviu, e parecia surpreso. Muito surpreso.

– O quê? Impossível! Você está mentindo!

– Bom antes dele só teve aquele que eu dei em você quando estava dormindo - ela corou.

– Mas... - ele parecia chocado - você tem 16 anos! Tem vários garotos da escola interessados em você. E você é bonita, inteligente, sexy... -ele parou. Parecia ter notado que falou demais. Estava com a boca aberta em horror.

Gina sorriu abertamente. De forma tímida, disse:

– Eu estava esperando a pessoa certa.

Ele ficou corado, parecia muito envergonhado.

– Me desculpe - disse ele - não devia ter feito aquilo. Sei como o primeiro beijo é importante para as garotas. Você devia estar esperando outra pessoa...

–Essa pessoa era você, Harry.

Ele corou muito forte e virou a cabeça, visivelmente constrangido.

Em toda a sua vida, nenhuma garota se declarou para ele, nem mesmo Cho, sua namorada. Estava surpreso com a coragem de Gina.

Mas isso não significava que ele gostava dela.

– Eu... Eu acho que vou dormir.

– Harry, espera - disse Gina.

Ele parou ao pé da escada. Gina se aproximou. Ela chegou bem perto e, num gesto rápido, segurou a cabeça de Harry com as duas mãos e lhe deu um longo selinho.

– Isso é um incentivo pra você pensar - sussurrou em seu ouvido - Boa noite, Harry.

Ela começou a subir.

– B-oa noi-te, Gina - disse ele, atordoado.

Gina chegou ao seu quarto e se jogou na cama. Seu coração explodia de felicidade. Não conseguia acreditar em si mesma. Como pôde ser tão ousada?

De repente, ela se lembrou de uma coisa. Harry a chamara de Gina. De G-I-N-A. Sem Ginevra, foi Gina!

Ela sorriu. Isso era um bom começo. Um ótimo começo.