Respirava fundo pela centésima fez hoje. Não que tenha contado todas as vezes que eu respirava profundamente, mas contava quantas vezes Finnick me tirava do serio.

Sabia que cedo ou tarde a ficha cairia, e eu saberia que aquele maldito plano era ridículo, porem não achava que seria tão cedo.  Cada palavra que Finnick dizia era como uma facada no estômago de tanta merda que saia de sua boca.

Sabia desde o começo que ele aceitaria esse maldito plano, sabia que ele iria querer ditar as regras, mas nunca imaginei que suas regras eram horríveis. Serio, nunca vou mudar minhas roupas, nunca.

— Eu não vou mudar nada – repito com firmeza para Finnick. Não sabia o que as pessoas tinham contra minhas camisetas 3x maiores que eu, e meu Jean surrado. – Não há nada com as minhas roupas!

— Serio? Nada? – Pergunta ele debochado. Sentado em uma poltrona que dava direto ao mar, ele aponta para mim – Em 3 anos que estudamos juntos, não faço ideia se há curvas em seu corpo ou não.

— Você está dizendo que quer mudar meu visual por prazer próprio? – Pergunto cruzando os braços sentando-me no sofá. – Só para ver se eu tenho curvas ou não.

— Sim e não – ele responde segurando um copo a centímetros de sua boca e sorrindo um maldito e delicioso sorriso – Mas é mais para a vingança para Peeta. Ou você tem um plano?

Engulo em seco. Não havia um maldito plano, não tinha nada. Eu estava de cabeça quente quando tive a ideia. Eu queria vingança, mas não conseguia sozinha, então vim a Finnick, porem nunca tive um plano. Apenas queria que Peeta se ferrasse.

— Bem, pela sua cara eu presumo que não – Responde ele rindo – Você vem até aqui querendo vingança, mas não tem um plano, e não aceita o meu. Se queria me ver, era só ligar, Katizinha. Não precisava vir até aqui.

— Primeiro: Vai se ferrar, Finnick – resmungo dando-lhe um sorriso frio. – Segundo: Você quer que eu mude meu guarda-roupas, e eu nem faço ideia o porquê. Terceiro: Não me chame de Katizinha.

— Vamos Cat. - responde ele rindo - Vai ser bom dar um up em você

— Eu não vou mudar minhas roupas e nem o meu cabelo - digo cruzando os braços esquecendo-me de porque ele quer isso. - E eu nem sei o porquê você quer isso.

— Sim, você vai, ou você pode se vingar de Peeta sozinha, porém como você veio atrás da pessoa que você mais odeia para ajudá-la, tenho certeza que não é isso que você quer, estou certo? - Pergunta ele com deboche. Como não respondo, ele sorri como se gostasse de saber que estava certo -
E eu quero isso porque esta nos meus planos, como você não tem um, vamos usar o meu.

— Quem disse que não tenho um plano? - pergunto cruzando os braços levantando-me.

Ele ri, levanta-se da cadeira e fica a poucos centímetros de mim. Como ele é mais alto que eu, ele abaixa-se até que seus olhos fiquem nos níveis dos meus.

Sinto o seu cheiro de mar e menta. Quase fecho os olhos para desfrutar ainda mais o seu cheiro, porém eu pareceria uma idiota em sua frente, e eu não quero isso.

— Tem mesmo, Everdeen? - Pergunta ele ainda olhando em meus olhos, com uma voz rouca. Droga, por que não consigo desviar?

—O-o que está tentando fazer? - Pergunto gaguejando - Tentando me seduzir?

— Você não faz o meu tipo - ele sorri como se gostasse do que esta fazendo em mim.

—oh! Esqueci - digo rouca - Você gosta de garotas malucas.

— Gosto daquelas que me dão ação - Diz ele rindo - E você gosta de padeiros?

— Gosto daqueles que me dão comida - Quase bato em minha boca quando escuto o que eu disse. Serio?

Ele ri como se eu tivesse contado a melhor piada da história. Não esboço reação alguma, estou ocupada de mais encarando seu sorriso, e suas covinhas.

Ele para de sorrir, e volto a olhar em seus olhos. Vejo seus olhos brilhando, como se ele tivesse se divertindo. Ele dá um passo para frente, e eu involuntariamente dou um passo para trás, batendo no sofá que estava sentada anteriormente.

— Está desconfortável, Kat? - Pergunta ele sorrindo de lado.

— Muito - respondo automaticamente.

— Entretanto não consegue desviar os olhos - ele diz com firmeza, como se estivesse certo, o que de fato ele está.

— Não - digo derrotada - Não consigo.

— Tenho esse efeito - ele ri - Mas paro quando você disser que vai entrar em meu plano.

Tento a todo custo desviar os olhos dos olhos azuis-mar dele, mas não consigo.

Caramba. O que está acontecendo comigo? Por que Finnick consegue fazer isso comigo? O que é essa sensação estranha que estou sentindo? Peeta nunca conseguiu fazer isso comigo. Droga. Vou ficar maluca se ele continuar com isso.

— Merda - digo derrotada - Certo, eu estou dentro, mas saiba que eu não tenho dinheiro para bancar isso.

— Deixa comigo - Exclama. Ele tira uma mexa do meu cabelo, chaga perto do meu ouvido e fala: - Ah propósito, você fica sexy quando fica pensativa.

Dou um passo para traz, involuntariamente, caindo no sofá atrás de mim. Finnick ri como se aquilo fosse engraçado. O encaro com raiva.

— O que você está fazendo? – Pergunto irritada.

— Nada. Apenas mostrando que mexo com você – ele ri e me oferece a mão – Vamos, Jackson não tem todo o tempo do mundo.

— Você não mexe comigo – respondo levantando-me do sofá recusando sua ajuda - Mas vou mexer minha mão em sua cara se continuar com isso.

Ele não diz nada, apenas ri. O mesmo pega as chaves e as chacoalha em frente ao meu rosto para irritar-me. Bato em sua mão para ele tirar a maldita chave em meu rosto.

— Calma, esquentadinha – Diz ele rindo.

 - Esquentadinha é a mãe, Veado – digo irritada. – Quem é Jackson?

— O Stylist da minha irmã – diz ele dando os ombros – Ele vai adorar dar uma transformada em você.

— As roupas de Johanna não é o tipo de roupa que você quer que eu use – digo cruzando os braços – Então, vai ser perca de tempo.

— Você falou certo, são roupas de Johanna – Diz ele sorrindo – A nova esquentadinha vai ser mais sexy.

— Vai perder seu tempo tentando me deixar sexy – digo cruzando os braços – Você não vai conseguir.

— Oh! Então quer dizer que, a mocinha boca suja não acredita em si mesma? – Pergunta ele rindo – Achei que você era mais confiante, esquentadinha.

— Eu sou confiante – digo irritada – Só não sou sexy.

Ele ri, mexendo a cabeça como se tivesse discordando de algo. Passa uma das mãos em sua boca como se não acreditasse no que estava dizendo. Pega a mesma mecha de cabelo anterior, enrola em seus dedos e diz:

— Nisso eu tenho que discordar com você – Diz ele sorrindo malicioso – Mesmo com essas roupas ridículas, você consegue ser sexy.