Between The Time escrita por Canário
Notas iniciais do capítulo
Hii!
Por favor, leiam com carinho :)
Espero que gostem :D
♠♠♠
1965
P.O.V Alexandra
— Alexandra! Leve as flores menina, o cliente está nos esperando!
— Já vai mama! — Era assim que Alexandra chamava sua avó.
A menina vestiu um vestido qualquer, lavou o rosto e colocou uma fita no curto cabelo cacheado de cor castanha, sua avó não sabia que ela ainda estava dormindo minutos antes, pensava que já havia acordado há tempos e ela não queria que sua avó reclamasse com ela, mas afinal para que motivo uma garota de 17 tinha que acordar tão cedo nas férias ?
Saiu do quarto e correu pela escada, por um tris não caiu escada abaixo, sua mãe estava sentada ao lado de seu pai no sofá.
— Vamos Alexandra as flores já estão no carro! — Falou sua mãe ainda entretida no jornal que o pai da menina lia.
— Já vou. — Correu pelo corredor, entrou na cozinha e preparou o mais rápido copo de leite da história e bebeu em um só gole, ela não percebeu mais sua irmã mais nova a observava dentro da cozinha.
— Sofi, você vai ficar ai me olhando?
— Não... — Disse a menina com os olhos arregalados para a irmã
Alexandra saiu pela porta da cozinha e sua mãe já estava dentro do carro, ela abriu porta, sentou no banco da frente e fechou à porta, sua mãe olhou para ela e percebeu que o laço do cabelo dela estava totalmente fora do lugar.
— Vamos mãe? — Disse ela e sua mãe rindo da menina chegou perto e consertou o laço e o cabelo dela, depois seguiram viagem ao som de uma banda que causava burburinhos, os Rolling Stones, mas a menina e a mãe cantaram com todo pulmão e durante a viagem inteira:
♫"I can't get no, satisfaction
and I try, and I try , and I try, and I try"♫
A renda da família não era baseada na venda das flores da mãe de Alexandra, seu pai era Advogado, mas a mãe dela fazia aquilo por que ela amava e Alexandra a ajudava sempre que podia e ela também amava aquilo, o lar era mais aconchegante com toda aquelas flores em todo o terreno.
Sua mãe estacionou em um estabelecimento no centro e elas saíram do carro, a mãe abriu o fundo do carro e tirou a primeira caixa de flores e entregou a Alexandra.
— Segure, você vai entregar essa aqui para os Stan, na padaria deles logo ali. — Ela olhou o local e seguiu em frente, sua mãe foi no lado oposto com outra caixa, não estava enxergando muito, a caixa esta na sua frente, mas estava perto o suficiente para não se importar com isso.
Um garoto estava em frente à padaria, anotando em uma caderneta, ele olhou a caixa pelo vidro e falou:
— Até que enfim, vem comigo...
Alexandra achou melhor não falar nada, apenas o seguiu.
Ele em nenhum momento virou para ver quem estava segurando a caixa, o caminho seguiu em total silêncio e ele abriu o capo do carro e pediu para ela colocar a caixa ali.
Colocou de um jeito bem estabanado e ele se assustou ao ver que era uma garota, eles permaneceram fitando um ao outro por mais tempo do que deveriam:
— Desculpe, não sabia que você era uma garota... Deveria ter te ajudado. - disse ele envergonhado.
— Não é por que sou uma garota que não posso carregar uma caixa... — Disse Alexandra quebrando totalmente o clima.
— Não seja tão grossa garota. — Eles semicerraram os olhos uma para o outro, ela reparava cada pedaço do rosto dele e parecia que ele fazia o mesmo até os olhos azuis encontraram os castanhos dela, essa foi a hora que o coração dois disparou insanamente, eles perceberam que já havia passado muito tempo que eles estavam ali e coraram. A mãe da menina chegou em seguida o que a deixou aliviada.
— Bom dia.
— Bom dia Senhora Maheras.
— Por favor Rafael, pode me chamar de Leticia... — Disse a mãe da — Vejo que vocês se reencontraram.
Alexandra não entendeu nada do que sua mãe dizia.
— OK... Se vocês não se lembram vocês eram melhores amigos quando vocês eram crianças, se vocês se esqueceram eu e a Sr. Stan somos muito próximas.
E era verdade, como Alexandra podia ter esquecido que a melhor amiga da sua mãe era a Sr.ª Stan? Bem era perdoável já que os Stan voltaram a morar na cidade a pouco tempo.
Agora todas as lembranças voltavam para ela, eles realmente eram melhores amigos na infância, ela se recordou de cada detalhe, se lembrou das brigas por nada e a última e definitiva briga e foi o último dia que tinham se visto, não entendia por que aquelas lembranças tinham sumido e só voltado agora.
Ele pareceu lembrar também e o silêncio foi tão perturbador que a mãe da garota achou melhor interromper.
— Bem... Fala para sua mãe que ela havia dito que iria me visitar esse final de semana.
— Tenha certeza que falarei Senhora Mahe...quer dizer, Leticia — Disse Rafael com o sorriso mais bonito que tinha.
— Você também esta convidado, farei um almoço especial para todos nós...
Ele balançou a cabeça em resposta, se despediu das duas e voltou para a padaria.
— Bem...vamos ? — Alexandra se perguntava o que havia acontecido ali, mas não tinha a resposta.
1922
P.O.V Claire
Eram 23 horas da noite e Claire saiu para procura remédios para sua tia doente, ela estava cada vez pior e seus remédios haviam acabado. Não havia ninguém que pudesse ir à farmácia, sua mãe era viúva e suas irmãs eram menores do que ela e a eles eram a única família que sua tia tinha.
Claire tinha exatos 17 anos e moças como ela não podiam sair a esta hora à noite, mas o que ela podia fazer a não ser ir à farmácia para tentar amenizar a dor da sua tia?
A rua estava completamente cheia de homens que passavam de um lado para o outro entre bares e cabarés.
Ela viu de longe a farmácia quando foi abordada por dois homens:
— Para onde vai uma moça tão bonita? — Os homens falavam com um sorriso malicioso no rosto
Ela assustada respondeu:
— Preciso ir à farmácia senhor.
Um dos homens tinha uma cicatriz que cortava metade da sua bochecha, ele mostrou o cinto onde tinha uma faca e respondeu a ela:
— Que pena que a moça não possa seguir o destino dela.
Claire tremeu muito, não sabia o que fazer estava completamente perdida, a única coisa que fez foi correr, mas não correu por muito tempo um dos homens segurou ela pela cintura e o outro deu um soco no olho da menina.
Ela ficou desacordada por alguns minutos e os homens a levaram.
Quando acordou estava no ombro de um dos homens. Ela batia nas costas dele, se debatendo histericamente, mas nada adiantava.
Entraram em uma cabana que ficava mata adentro e a jogaram em cima de um pequeno monte de feno.
O olho da garota doía demais, provavelmente estava roxo e ela nada podia fazer, sua mente rodava atrás de uma forma de sair dali.
Um dos homens deixou à cabana e o outro permaneceu lá dentro, tirou a blusa e colou seus pertencesses em uma mesa.
— Vamos brincar um pouco moça bonita.
Claire ficou aterrorizada, como nunca antes e o homem a segurou com os dois braços e arrancou um pedaço do seu vestido e ela gritou o mais alto que podia enquanto ele beijava seu pescoço e tudo que ela sentia era nojo, muito nojo, ela colocou toda sua força no braço e o empurrou, ele se desequilibrou e em poucos segundos Claire pegou a faca que o homem havia deixado e a empunhou.
— Não dê mais um passo. — Disse ela com toda fúria que tinha em si.
— A moça acha que consegue me — Gritou ele.
Claire estava com a respiração ofegante, sentia como se seu coração fosse sair pelo peito.
— O que? Não vai fazer nada! Não tenho medo de garotas. — Disse o homem enquanto abaixava as calças.
Claire se ateve a calar a boca, mas não conseguia parar de tremer.
O homem avançou mais uma vez e desta vez com mais força, bateu na mão dela e a faca caiu debilmente.
Ele empurrou a garota no chão e se pôs em cima dela, ela viu que a faca ainda estava perto e num surto de adrenalina, pegou a faca e enfiou nas costas do homem. Sua mãe havia lhe ensinado o lugar exato para uma perfuração precisa, naquela época achava que nada daquilo era necessário.
Do corte saia sangue que caia no vestido da garota. Com bastante dificuldade empurrou o corpo para o chão e correu.
Seu coração estava batendo muito rápido, a mata era tão densa e ela não fazia ideia para onde estava indo, sair dali era o único objetivo e correr era tudo o que ela tinha.
De repente entrou em uma estrada, um carro esta vindo por lá e seus olhos foram cegados por faróis e a garota caiu sobre o capô do carro até cair no chão.
Pelo jeito ela havia sido atropelada, mas não sabia exatamente, sua respiração intercortada e a dor por todo corpo não a deixava pensar.
— Deus meu ...você está bem?
Uma voz masculina vinha acima dela, mas não conseguiu identificar, balbuciou algumas palavras e nem todas podiam ser escutadas:
— Não... — e suas palavras iam sumindo até quando sua dor venceu e ela apagou.
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