A Fabulosa Cova Da Incoerência escrita por blblblbl


Capítulo 9
Coisas que eu não entendo...


Notas iniciais do capítulo

Agora haverá uma mudança de narrativa. Nosso miguxo Jorge vai ser nosso protagonista 'u' .



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*Jorge*

Mimi estava deitada sobre o chão de nossa sala. Todos a minha volta entraram em desespero e ficaram chocados. Um desmaio? Ataque de asma? Descarga de emoções? Poderia ser um monte de coisas, nas quais eu tinha certeza de que não eram.

– Oh, meu Deus! – gritou minha mãe. – O que aconteceu? Jorge, ela tem algum tipo de problema?

– Não que eu saiba!! – respondi desesperado. – Ela nunca ficou assim perto de mim! Se ela tivesse um problema teria me dito!

– Ta, chega de conversa! – disse um de meus tios, levando Mimi nos braços. – Jorge, abra a porta de seu quarto! Você tem algum contado dos pais?

– Claro que não!

Eles abriram a porta de meu quarto e pousaram Mimi sobre minha cama. Ela estava mole como uma gelatina. Seu presente fora deixado no chão. Mamãe abriu a janela e pediu que eu ficasse ali até que ela chamasse ajuda. “Esse foi o pior imprevisto”, a ouvi resmungar.

Joyce e meus outros primos permaneceram de pé entre a porta. Estavam apreensivos, e minha prima mantinha uma terrível cara-de-pau. Senti uma imensa raiva crescer dentro de mim. Se ela não tivesse começado com esse ciúme tosco, nada disso teria acontecido, e Mimi teria experimentado o bolo que ajudei a fazer.

– Hum, Jorge... – ela se aproxima atrás de mim, enquanto pego uma cadeira para ficar ao lado da cama. – Ela está bem?

– Talvez ainda estivesse, se você não implicasse! – rosnei – Saia do quarto e feche a porta, por favor. Vão ligar para o pronto socorro.

Ela sai do quarto e fecha a porta. O falatório continua do lado de fora do quarto. Ninguém parecia confiar na menina direito, pois me deixaram sozinho aqui com ela (apesar de que fui eu que pedi isso). Eu já conheço esse esquema: se algo acontecer de pior, é só por a culpa em mim e todos ficam quites. Sempre foi assim em minha família, mas já me acostumei a isso; lá de cima, a terra é azul, e não há nada que eu possa fazer.

“ela não é tímida a esse ponto”, penso enquanto toco seu pouso, “se fosse assim, ela nem teria me respondido aquele dia.”. Não, espere... Existe algo que eu não sei? Há algum sinal? Alguma dica para solucionar esse mistério? Pense, pense...

“Barão vermelho”.

Não sei o que isso tem haver, mas parece ligado a isso. Eu devo fazer algo. Isso não é um simples ataque emotivo. Ela é fria demais; Lenta demais; Metafórica demais. Isso não tem nada haver com o corpo. É psicológico. É uma mente defeituosa.

Lembro-me de concluir isso a algumas semanas. Vai além de comportamento. Ela era um boneco de madeira controlado por cordas... O que houve com a psique de Mimi?

Eu abaixo minha cabeça e a encosto em seu peito. Seu coração era lento e fraco.

Isso foi irracional. Por algum motivo, a considero acolhedora, com seus pensamentos malucos. Ela possui a loucura que nunca tive a coragem de ter.

Sinto alguém tocar meu ombro e ouço um breve riso.

Caio no sono.

–-----------///---------

– Ei você! – ouço alguém me chamar. – Preciso que me faça um favor.

– O que seria? – pergunto. Não vejo nada além de um grande horizonte branco.

–... Eu estou morrendo... – esse alguém diz. -...Quero que conserte algo...

– Eu não sei consertar coisas. – respondo. Minha visão se torna mais nítida. – O que deve ser consertado?

– Um coração decepcionado... E uma mente quebradiça...

– Mas isso não faz sentido. – respondo. – Como se conserta coisas assim?

–... Cativa-me...

A minha frente há uma grande estrada, que levava a um lugar escuro na esquerda e um lugar claro à direita. Ela parecia gasta, o asfalto estava rachado e esburacado. Ao meu lado se sentava uma pessoa. Uma mulher morena, de olhos claros com uma espécie de cigarro na boca. Ela usava roupas negras e repousava em cima de uma mala grande e vermelha, cheias de fotos e rabiscos. A sua pele estava tão rachada e esburacada quanto à estrada, e os olhos claros estavam se tornando turvos e fundos. Seu cabelo estava se embaraçando como se sofresse alguma descarga elétrica. Sua voz era seca e profunda, como se estivesse sofrendo:

–...Por favor, me diga... Que isso não foi minha culpa...

Na sua blusa, havia um crachá onde estava escrito: “Anonyme”.

Existe uma séria de situações pelas quais passei, e até hoje não entendo....


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Notas finais do capítulo

Se vcs repararam, e com certeza o fizeram, o modo de escrita (ou seria pensamento?) de Jorge é completamente diferente de Mimi. O que seria isso? Isso interfere no enredo de certa forma? É uma dica do que está havendo?
Veja tudo isso hoje, na Globo Repórter :v
Zoas, espere o próximo capítulo...



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