A Fabulosa Cova Da Incoerência escrita por blblblbl


Capítulo 15
Uma Fabulosa Cova de Incoerência


Notas iniciais do capítulo

Yey, último capítulo :D.
Quanto tempo essa fic durou, é a mais loga que já tive....
Eu deveria ter postado mais cedo, só que teve manutenção :v



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Interessantemente, essa não era a visão que eu tinha de minha vida em todos esses anos.

Não imaginava que passaria os últimos dias de meu colegial feliz.

Não imaginava que Jorge se aproximasse mais de mim.

E não imaginava que veria Anonyme tantas vezes depois do que aconteceu conosco aquele dia.

Eu posso vê-la quando volto triste do trabalho, sentada, no canto de meu quarto, rindo fervorosamente. Ou quando tenho problemas sérios durante o dia, e a vejo vagar pelos corredores, ou tragar seu cigarro perto da porta. Ou melhor, ainda, quando vou dormir, e tenho pesadelos, então, ela me acorda, e quando abro os olhos, não a vejo mais.

Eu não diria que meus dias foram felizes desde que ela se foi. Foi apenas dias, só isso, assim como foram os outros antes dela se ir.

Eu posso sentir meu coração. Ele demorou em largar as correntes que o prendiam, ou achar uma forma para si mesmo. Não sei se parei de enlouquecer, mas se ainda estou, parece ser um processo bem mais lento que antes.

Um dia, Jorge me olhou nos olhos e perguntou se meu coração estava bem. Não era meu físico, era meu coração. Será mesmo que esse cara não veio dos livros? Eu não sei... A verdade é que existem milhares de coisas que eu não sei, por exemplo, se eu fui feliz, ou pelo menos alegre esses dias ordinários que tem se passado.

Anonyme me falou, que eu a veria em dias tristes e cinzentos, como o céu antes de chover. Certamente, eu a vejo, mas não a encontro. É engraçado, se você pensar; Ás vezes vemos as pessoas todos os dias, mas não a encontramos realmente. Estão perdidas, em seu mundinho de entretenimento e autocompaixão, ouvindo o que suas Anonymes têm a dizer sobre suas relações. Eu tive a sorte de encontrar Jorge, mas foi porque seu mundinho foi destruído a muito tempo.

Aliás, hoje será nosso primeiro encontro. Primeiro encontro, já parece tão sem significado com o passar do tempo. Mesmo assim, ele insiste em me amar, mesmo sabendo que não posso, pois, tecnicamente, eu sou Anonyme, e ele não me amava de verdade, e nem eu possuo essa habilidade mais. Quem sabe, com o passar dos anos, eu aprenda de novo...

Era como se eu passasse a vida em uma grande, fabulosa e profunda cova de incoerência. O que isso significa? Nada, apenas estou citando o título dessa história. Nem sempre o que é complicado significa grande coisa, como nem sempre o que é simples significa nada. Agora sobre o que é complicado, e o que é simples, isso é com vocês.

Ah, Jorge chegou. Ele está animado. Porque não consigo ver ele como mais que um amigo. Eu não entendo os homens. Na verdade, não entendo ninguém, nem a mim mesma.

Acho que ninguém é capaz de entender a si mesmo, e se existe alguém que possa, eu retiro o meu chapéu. Jorge foi capaz de me entender, mas foi porque eu era apenas um quebra-cabeça de 10 peças.

Se eu esqueci aquilo? Não; Acho que nunca esquecerei. Não se podem esquecer essas coisas. Eu espero que ela esteja bem, em algum lugar. Vou crer em Deus, e orar a ele, e perguntar-lhe se existe mesmo um céu, pois Jorge disse que não existe nada disso, mas eu escolhi acreditar, porque... Ora, porque sim, essa minha opinião, certo? Queria que hoje em dia fosse mais fácil dizer essas coisas sem ser linchado na rua...

Não direi que vamos viver felizes para sempre, pois isso não existe.

Nem que fomos felizes para sempre enquanto durou, pois isso não tem sentido gramatical algum.

Nem que estamos felizes, pois a verdade é que não estamos. Nunca estamos.

Seguro a mão de Jorge e sigo.

Por um momento, penso ter visto Anonyme, sorrindo, ao meu lado. Mas parece que foi apenas impressão...

Estranho, muito estranho.

E vivemos.


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Notas finais do capítulo

Obrigado a todos que acompanharam :D
Bye bye...



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