LÁGRIMAS SOBRE O VIOLINO

PREFÁCIO.

A estrada que levava a Seul estava escura e deserta. Um carro a percorria e com os faróis acesos cortava a noite congelante. O homem que o dirigia conversava distraidamente com sua amada esposa enquanto o filho do casal brincava sorridente no banco de trás.

_Por que você está tão feliz filho? – A mulher perguntou.

_Eu e o vovô vamos pescar amanhã!

_Sério? E quantos peixes você vai pegar? – O pai perguntou sorrindo.

_Muitos papai! – O garoto respondeu. – Um montão de peixes pra mamãe cozinhar! – Ele abraçou o pai por trás do banco. – A comida da mamãe é tão... – mas algo aconteceu.

Ninguém pôde ver nada, pois no instante seguinte o carro estava capotando, estilhaçou-se até parar com as rodas para cima no acostamento. O silêncio que durou poucos segundos foi quebrado:

_Meu filho! Você está bem?! – A mãe perguntava ao filho que ainda voltava a si, mas respondeu com um aceno positivo de cabeça.

Uma labareda surgiu no motor e fumaça vazava pelas saídas de ar condicionado. O homem interveio rapidamente ao perceber as chamas e que a porta ao lado do filho havia desaparecido com o acidente.

_Filho, me escute bem: fuja! Saia do carro agora e se afaste, eu e sua mãe vamos soltar os cintos e te encontramos lá, ok?

_Mas papai...

_Vá filho, não precisa se preocupar vai ficar tudo bem...! – A mãe pediu comternura.

O garoto obedeceu e saiu do carro. Virou-se para trás:

_Vamos pai! Mãe! Vocês não vão...?

De repente todo o carro foi tomado pelo fogo, explodiu em chamas, de uma só vez! Talvez o combustível tenha se espalhado e então...

_Mãe! Pai! – A pobre criança gritava chorando enquanto caía de joelhos. – Mãe! Pai! Saiam daí! Vocês prometeram! Mãe! Pai! – Chamou em vão. Os gritos de seus pais não tardaram a ser abafados pelo estalar árido das chamas...