Um Belo Errado escrita por Mila Karenina


Capítulo 26
Esperando pelo destino.


Notas iniciais do capítulo

Estou aqui pessoas lindas do meu coração! Gostaria de agradecer muito aos que comentam! Vocês são perfeitos, mesmo, mesmo! Vejo vocês nas notas finais!



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Rehab - Amy Winehouse.
"They tried to make me go to rehab, but I said
"No, no, no"
Yes, I've been black but when I come back you'll
know, know, know
I ain't got the time and if my daddy thinks I'm fine
He's tried to make me go to rehab, but I won't go, go, go
I'd rather be at home with Ray
I ain't got seventy days
'Cause there's nothing
There's nothing you can teach me
That I can't learn from Mr. Hathaway"

Acordei na cama de um hospital e levei o maior susto da minha vida quando dei de cara com a minha mãe, ela vestia uma calça jeans e uma camiseta de botões rosa claro, sua típica combinação.

Virei-me pois não queria falar com ela, ainda mais depois de quase ter matado Diana, a sua amiguinha, que agora deve estar em um outro hospital fazendo drama e deixando Maria novamente contra mim, Lauren com mais ódio ainda e Peter achando que sou completamente louca.

— Filha... Por favor fale comigo. — Minha mãe pediu e eu ignorei totalmente, não queria nem ouvir sua voz, ela havia virado as costas para mim quando eu precisei e se agora acha que vou perdoá-la, está muito enganada.

— Preciso que ao menos me escute... — Ela pediu e eu continuei parada, não iria ceder fácil.

Senti que ela se sentou na cama, mas continuei imóvel, não quis me dar ao trabalho de olhá-la, ela se aproximou ainda mais e eu me recolhi, não queria que ela me tocasse de forma alguma.

— Não toque em mim! — A alertei gritando.

Ela então se levantou e saiu pela porta, me deixando ali sozinha, talvez tenha saído pelo jeito que havia gritado com ela, mas ele deveria me entender, virei-me e tentei dormir, quando começava a cochilar, fui desperta por alguém que me mexia, claramente tentando me animar.

Abri os olhos e me deparei com Maria, ela vestia uma blusa branca e uma saia verde clara, eu sorri sem entender o motivo quando a vi, ela parecia de alguma forma a minha salvação.

— Jade... — Ela falou utilizando um tom de voz que eu conhecia bem, ela parecia querer me dar alguma notícia não tão agradável.

— Diga. — Pedi.

Maria se aproximou ainda mais e beijou minha bochecha, em seguida secou uma lágrima que caiu dos seus olhos, eu não entendi o motivo de sua tristeza, será que eu havia batido tanto assim na sua mãe?

— Eles querem te levar para a reabilitação. — Maria falou e eu revirei os olhos e me joguei na cama novamente, a minha vida era mesmo um inferno.

Primeiro eu me apaixono pelo pai da minha melhor amiga, segundo minha melhor amiga para de falar comigo, terceiro eu engravido, quarto eu perco meu bebê, quinto eu espanco uma mulher até ela sangrar e sexto e não menos importante, eles querem me mandar para reabilitação.

— They tried to make me go to rehab, but I said "No, no, no". — Disse cantando a famosa música da Amy Winehouse, se a vida já está tão triste, ninguém precisa de mais drama, certo?

— Só você pra brincar em um momento como esse! — Maria falou e eu caí na gargalhada, eu deveria parar com esses ataques antes que eles realmente achem que eu sou louca.

— O que quer faça? Sente e chore? — Falei ironizando e foi aí que percebi que Maria não estava com raiva de mim como eu pensei que estaria, bem, eu odiaria que espancassem a minha mãe, por mais que eu saiba que ela mereça.

— Seria uma reação apropriada. — Ela respondeu e eu senti vontade de perguntar pela sua mãe, mas não perguntei.

— Onde seu pai está? — Perguntei percebendo finalmente que eu estava com uma camisola hospitalar.

— Está resolvendo umas coisas, ah! Eu já ia esquecendo... — Ela disse me abraçando forte, e eu ainda não entendia.

— Parabéns, agora você já é uma adulta! — Ela disse e foi aí que lembrei de que hoje deveria ser meu aniversário, se hoje é meu aniversário, isso quer dizer que passei três dias no hospital.

— Obrigada, mas agora me explique algumas coisas... como por exemplo, porque fiquei todo esse tempo no hospital? — Perguntei completamente curiosa.

— Te doparam todo esse tempo, eles estavam com medo de que você tivesse outro ataque de raiva, e acharam que essa seria a melhor escolha. — Ela respondeu e eu suspirei e ri em seguida me lembrando de Diana ensaguentada, aquilo havia sido divertido de um modo doentio.

— Tá, e sobre a reabilitação? — Continuei perguntando, ainda estava confusa.

— Eles acham que como perdeu o bebê e ainda é jovem, isso foi um baque muito grande e precisa de tratamento psicológico constante... Meu pai está tentando convencê-los de que você pode fazer tratamento com um psiquiatra e tudo ficará bem, mas pelo que fez com a Diana, acham que você é perigosa para todos se não estiver dopada. — Maria falou e eu arregalei os olhos, será que eu havia matado Diana, e porque ela não a chamou de mãe?

— Como a Diana está? — Perguntei sem graça por mencionar o nome dela, mas Maria deu de ombros, ela parecia estar indiferente sobre sua mãe.

— Não houve nada grave, só uns olhos roxos, uns arranhões e uma boa perda de cabelo! — Ela falou rindo.

— Desculpe perguntar, mas porque chamou sua mãe pelo nome? — Perguntei e ela corou no instante, eu sabia que não deveria perguntar aquilo, mas tive de fazer.

— Eu excluí essa mulher da minha vida, ela te fez tanto mal e... Ela matou meu irmão! Isso apenas prova que ela não ama a ninguém, nem mesmo à mim, já que teve coragem de fazer isso com você quem não garante que eu também não fui indesejada!? — Maria falou com uma raiva que eu nunca havia visto nela, nem mesmo quando descobriu do meu caso com Peter.

Eu estava confusa, muito confusa, Maria havia descoberto quem era a sua mãe e eu não havia dito uma palavra se quer sobre isso, talvez Peter tenha a contado ou talvez tenha se dado conta sozinha, mesmo assim, não quis falar sobre o assunto.

— Por favor, chame o Peter aqui. — Pedi e ela se foi, me deixando sozinha novamente.

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In The End - Linkin Park.
"It starts with
One thing, I don't know why
It doesn't even matter how hard you try
Keep that in mind
I designed this rhyme to explain in due time
All I know
Time is a valuable thing
Watch it fly by as the pendulum swings
Watch it count down to the end of the day
The clock ticks life away
It's so unreal
Didn't look out below
Watch the time go right out the window
Trying to hold on, but didn't even know
I wasted it all
just to watch you go
I kept everything inside
And even though I tried
It all fell apart
What it meant to me will eventually be a
memory of a time when
I tried so hard and got so far
But in the end, it doesn't even matter
I had to fall to lose it all
But in the end it doesn't even matter"


Minutos depois da saída de Maria, Lauren entrou, hoje ela tinha seus cabelos presos em um coque e usava um batom vermelho, acompanhado de um blush pêssego e um olho esfumado, ela gostava mesmo de se maquiar.

Vestia um vestido verde com estampas de cobras, que assim que eu vi não pude conter o riso, e um par de sapatos brancos de salto, ela era mesmo uma mulher exótica.

Não entendi ao certo o que ela estava fazendo ali, me visitar e desejar melhoras com toda certeza não era, me matar? Não, acho muito cruel para uma velhinha maquiada.

Ela sorriu ao me ver, um sorriso claramente forçado e eu retribuí com um ainda mais forçado, a cena estava ficando ridícula, mas eu não ligava, eu queria rir um pouco já que minha vida estava fudida.

— Jade? Como está? Pode conversar? — Ela perguntou parecendo amigável demais para eu confiar, mas mesmo assim, quis dar uma chance.

— Estou bem e sim posso conversar! — Respondi alegre ou fingindo alegria.

— Então... — Ela disse se sentando em uma cadeira posicionada ao lado da cama em que eu me encontrava.

— Não sei se te contaram... Mas querem te levar para a reabilitação, pelo que fez com a Diana... E bem, o Peter está recorrendo, mas não sabemos o que acontecerá, a Diana foi para fora do país, disse que vai recomeçar a vida bem longe de você, e eu achei excelente que ela fosse embora, mas não foi pra isso que vim aqui. — Ela concluiu e eu sorri, Diana fora do país? Isso já estava me dando alguma esperança.

— Seja breve. — Pedi, agora eu estava me sentindo muito adulta.

— Eu quero te pedir desculpas, pelo meu comportamento... insolente com você, não quero que seja minha inimiga, você não é nem de longe, o modelo de parceira perfeita para o Peter, mas o faz feliz, e isso já basta para mim. — Ela falou e eu acreditei em cada palavra, sorri, mas não tinha palavras para responder.

Talvez eu fosse para a reabilitação, talvez não fosse, essas eram muitas das incertezas que eu tinha naquele momento, mas não quis me estressar, preferi me deitar novamente e esperar pelo meu destino.


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Notas finais do capítulo

Responda nos comentários: Gostando do rumo da história? Se sim, porque, se não, porque também! Ah e um aviso, a história está na reta final!
É só isso por hoje pessoal!
Kisses!