A OFERENDA escrita por Lervitrín8


Capítulo 2
Capítulo 01


Notas iniciais do capítulo

Como vocês vão perceber, houve algumas modificações daquilo anteriormente descrito. Espero que não se importem. Torcendo para que todos gostem! Beijocas.



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Meus olhos foram os primeiros a se abrir e admirar aquela bonita e estranha situação. Eu me sentia fraca e por algum tempo decidi ficar exatamente na posição em que estava, como se tivesse sido jogada no chão, sem cuidado algum. Esperei o tempo necessário para que meus olhos se acostumassem com a claridade do ambiente. Há quanto tempo eu estava adormecida? Reuni forças para me levantar e comecei a observar o local onde nos encontrávamos. Estávamos em um vasto campo, era possível ver as árvores a certa distância de nós, assim como conseguia escutar o barulho da água corrente não muito longe. Era como se estivéssemos no meio da selva. Distante, eu conseguia enxergar rochas cercando todo o espaço, como se estivéssemos presos aqui por essa cadeia de montanhas.

Parei um tempo para contar em quantos estávamos: quatorze pessoas. Todas dentro de jaulas de madeiras, porém, muito resistentes. Formamos um grande círculo, com distância de quase cinco metros de uma jaula para outra. O pânico tenta tomar conta de mim, afinal, estou trancada em uma jaula que não faço ideia como se abre, em um lugar que não sei onde fica e não imagino como vim parar aqui ou quem sou eu. Quer dizer, sei meu nome e minha idade, apenas isso. “Meu nome é Britanny Keaton, tenho 18 anos”. Fico repetindo essa frase em minha cabeça, com medo de esquecer o pouco que lembro e na tentativa de fazer minha mente recordar de mais alguma coisa. Frustrante.

― Olá! Acordem! – grito desesperadamente, na tentativa de fazer algum dos outros treze acordarem. São cinco garotos e sete garotas e nenhum deles parece se importar com o sol forte sobre seus corpos.

― Por favor! Alguém! – vejo alguém se mexer levemente, como se estivesse em um pesadelo, porém, vira-se para o outro lado e volta a dormir. O medo fica mais intenso a cada segundo e eu não sei como controlá-lo.

De repente, vejo um garoto – creio que o mais novo do grupo – levantar-se com muita dificuldade. Ele parece estar exausto e se agarra com força na jaula para se colocar de pé. Ele está a duas jaulas da minha e sua expressão assustada é nítida, ao olhar todos os outros caídos ao chão. Quando ele me vê em pé, suspira um pouco aliviado.

― Meio assustador, não é? – falo alto, tentando acordar outras pessoas.

― Eu diria muito assustador – ele responde em tom mais baixo. – Por que eu não consigo me lembrar de como vim parar aqui?

― Também não me lembro de quase nada – digo, tentando acalmá-lo. – Mas sei meu nome e quantos anos tenho. Já é algo, eu acho.

― Eu sou o Igor e tenho 15 anos – ele aparenta estar triste. – E é só isso que eu sei.

― Presumi.

― Como você se chama? – ele questiona.

― Sou a Brittany.

― Está acordada há muito tempo?

― Não, apenas alguns minutos.

Notamos que mais algumas pessoas começam a acordar. Algumas aparentam estar mais fortes que outras, se pondo de pé rapidamente e provavelmente pensando “que merda é essa?”. Alguns se mantêm calados, outros trocam poucas palavras e vejo que alguns deles também procuram por meios de se libertarem da jaula. Eu, particularmente, olhei pouco para a jaula, mas como não há nenhum tipo de porta, cadeado, ou algo “normal” para abertura da jaula, nem me esforcei para me livrar daquilo.

― Como isso abre? – questiona um garoto alto, de olhos castanhos e cabelos escuros rebeldes.

― Você acha que tivéssemos descoberto já não haveria pessoas fora dessa jaula? – responde uma ruiva, cujo cabelo que não passa do busto. Seus olhos são claros e sua pele clara.

O garoto parece ignorar o comentário e começa a chutar a jaula desesperadamente, porém, ela se mantém intacta e depois de muito tentar, ele acaba por desistir. Vejo a ruiva rindo histericamente do garoto. Bom, pelo menos ele tentou algo, não é?

Igor constantemente olha pra mim, preocupado, como se estivesse pedindo ajuda. Eu sorrio para ele, tentando tranquilizá-lo, mesmo sabendo que estamos perdidos.

― Brittanny, como vamos sair daqui? – Igor questiona.

― Estou pensando em algum jeito – afirmo. As duas garotas entre as jaulas de Igor e a minha continuam desacordadas. Uma delas é loira, com cabelos um pouco além da altura dos ombros e pele bastante clara; assim como a segunda garota, porém, seus cabelos são longos e escuros e ela é bastante baixa, diferente da loira.

Depois de longos minutos, dez de nós já está de pé e com aparência não tão pálida. Das quatro pessoas ainda desacordadas, duas delas são as garotas entre mim e Iagom, os outros são rapazes, mas estão longe e não consigo vê-los muito bem.

― Não tem como sair daqui! – grita um rapaz com cabelo castanho recentemente raspado, dono de um corpo bastante definido.

― Eu acredito que só conseguiremos sair quando todos estiverem acordados – menciono alto para que todos possam escutar, noto Igor sorrindo levemente para mim.

Cansada de ficar em pé, sento ao chão com as pernas próximas ao peito. Deito minha cabeça sobre meus joelhos e fecho meus olhos, tentando voltar ao passado e lembrar algo ou então, tentando acordar desse pesadelo. Fico por algum tempo ali sentada, com meus braços cobrindo minha cabeça, tentando me proteger um pouco do sol. O desespero que eu sentia antes amenizou com o passar do tempo, ver os outros na mesma situação me deixou um pouco mais tranquila.

De repente ouço um barulho gigantesco vindo do céu e rapidamente olho para ver o que está acontecendo. A primeira coisa que percebo é que todos já estão acordados – bom, a loira ao meu lado parece ter aberto os olhos há pouco, pois ainda está na mesma posição de sempre. A segunda coisa, noto ao olhar para o céu, quando vejo quatorze garras – como daquelas máquinas de pegar pelúcia – surgem do nada e se aproximam de cada uma das jaulas. Elas agarram a parte superior da jaula e as removem, em seguida sobem em direção ao céu – segurando cada uma das jaulas – até se tornarem um pontinho e não mais conseguirmos enxergá-las. Vejo que a loira está se sentindo muito fraca e não consegue ficar em pé, sem a jaula para servir de apoio, corre em direção a garota para lhe dar suporte. No mesmo momento vejo que Igor também se aproxima e a segura pelo outro braço. Ela levanta-se devagar, parecendo retomar o equilíbrio e piscando constantemente para se acostumar com a claridade.

― Você esta bem? – questiono.

― Ficando... – ela responde.

― Eu sou a Brittanny e esse aqui é Igor.

― Eu sou a Rose – ela diz aos sussurros. – Não me lembro de nada, além do meu nome.

― Talvez você se lembre de mais coisas com o passar do tempo – Igor diz.

― Espero! – Rose olha apavorada para Igor.

Ao se sentir melhor, Rose se liberta de nossos braços e fica em pé sozinha. O garoto que antes chutava a jaula olha atentamente para todos nós.

― Não sei se sou o mais velho dentro todos, - ele diz – mas aparento ser. E como estamos aqui e não sabemos o porquê, acho que o mínimo que possamos fazer é tentar conviver em harmonia, enquanto tentamos descobrir o que está acontecendo aqui.

As pessoas prestam atenção no garoto e a maioria concorda com a cabeça, poucos são aqueles que ficam imóveis.

― Vamos fazer uma roda para nos apresentarmos – ele sugere. Todos se aproximam dele e aos poucos montamos um círculo. Igor senta a minha direita e Rose a minha esquerda. – Bom, sugiro que todos digam seus nomes e idades, depois cada um comenta o que sabe a respeito disso ou do que se lembra. Ok? Eu sou o Logan, tenho 19 anos.

― Meu nome é Hazel, tenho 18 anos – diz a garota ao seu lado.

― Eu sou a Magrit – fala a outra garota que estava entre minha jaula e a de Igor. – Não lembro quantos anos eu tenho.

Winter, 15 anos.

― Sou o Ricky, tenho 17.

― O meu nome é Allyn e eu tenho 18.

― Eu sou a Diana e acho que tenho 17 anos – ouço algumas risadas leves devido a expressão de dúvida de Diana.

Eva. 18.

― Eu sou o Igor e tenho 15 anos.

― Sou Brittany, tenho 18 anos também – digo ao chegar minha vez, em seguida, olho para Rose.

Rose. Também não lembro minha idade.

― Eu sou o Charles, tenho 15 anos.

― Me chamo Lílian, 17 anos de idade.

Ray, disputando a liderança de vovô do grupo com o Logan, 19 anos – diz o último garoto. Poucos acham engraçado.

Acredito que estamos no meio de pessoas com senso de humor limitadíssimo. Jovem sério e concentrado. Talvez seja estado de choque com toda a situação, talvez não.

― Alguém se recorda de alguma coisa? Sabe por que estamos aqui?

― Tem gente que nem a sua idade lembra, como é que vai lembrar-se de mais alguma coisa? – Eva diz.

― Não custa perguntar – Ray se mete na discussão.

― Certo. Realmente ninguém se recorda de nada. Acho que é melhor nós realizarmos um reconhecimento do ambiente que estamos e nos preparar para o que pode vir...

― Que é? – Charles questiona.

― Dias e dias aqui, Charles – Logan responde.

Percebo Magrit levantar sua mão em silêncio, com uma expressão animada em seu rosto.

― Eu lembrei! – ela menciona feliz. Todos aguardam o conhecimento que ela pode nos trazer, sabendo que pode ser extremamente útil para nossa sobrevivência. – Eu tenho 15 anos!


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Notas finais do capítulo

E então?
Bom, quero lembrar a todos que o futuro de cada um depende somente dos comentários na fic. Membros ausentes, com certeza, terão menos chance na história. Espero que entendam!

Curtiram o primeiro capítulo?



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