A OFERENDA escrita por Lervitrín8


Capítulo 14
Capítulo 13.


Notas iniciais do capítulo

Pois então gente linda da minha vida: chegamos ao capítulo final da primeira temporada. ~TODOS CHORANDO.
Espero muito que vocês tenham curtido A Oferenda e, além disso, que continuem juntinhos nessa aventura.
Antes que eu me esqueça, quero agradecer muito Nymeria (nossa Alynn geniosa) pela linda recomendação.
Curtam esse capítulo, por favor =D



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Passar a noite no Acesso não foi fácil para nenhum de nós, ainda mais com a perda recente de mais alguém do grupo. Bom, Lílian não era tão próxima de mim, mas de qualquer forma, é difícil aceitar a morte de mais alguém. Estamos desgastados e cansados do sentimento de impotência, por saber que em breve perderemos mais um e não há nada que possamos fazer.

― Vamos ter que dormir sobre as pedras, não? – Winter comenta, analisando o lugar, tirando-me de devaneios.

― Acho que sim, Winter – respondo ao dar de ombros. Poucas são as lâmpadas que ainda funcionam, iluminando o lugar, que já se encontra em escuridão imensa.

― Será bastante desconfortável, Diana – sua expressão entristece rapidamente. É como se ela me pedisse para fazer algo, mas, não existem possibilidades.

― Sei disso, mas pense que logo estaremos fora daqui – tento animá-la.

― Espero que sim – um pequeno sorriso brota em seu rosto.

Devido à complicação em descer a corrente de redes, deixamos tudo o que trouxemos do Vale próximo à beira do abismo, logo, todo o estoque de comida – que era pouco –, assim como outros materiais e os sacos de dormir não estavam mais ao nosso alcance. As redes, após o resgate de Thomas, ficarem totalmente encharcadas e provavelmente não secariam tão cedo, ainda mais sem a presença do sol.

― Essa noite será difícil – Ricky se aproxima e beija delicadamente meus lábios, enquanto me envolve em um abraço bastante forte.

― Concordo – passo meu braços em volta do seu pescoço, retribuindo seu beijo. – Não passa pela sua cabeça que possamos estar encurralados?

― Na verdade é a uma das coisas que mais penso – ele responde, me olhando seriamente. Seus olhos me passam o receio de termos feito a opção errada e sinto um tremor percorrer meu corpo – Caso essa seja apenas uma armadilha, morreremos um por dia.

― Se for essa a questão, precisamos arrumar algum jeito de sair daqui – comento apreensiva. – O que você acha que aconteceu para Thomas não ser impulsionado? – desvio de assunto, todavia, tentando compreender o grande esquema que acontece por aqui.

― Falam de mim? – Thomas ao escutar seu nome se aproxima, querendo saber sobre o assunto.

― Estamos nos questionando sobre o motivo por você não ter sido impulsionado – Ricky explica, soltando-me do abraço, porém, ainda segurando uma das minhas mãos.

― Será que só garotas são impulsionadas? – ele sugere, dando de ombros, demonstrando confusão.

― Mas qual seria o sentido disso? – sussurro.

― Não sei – Thomas afirma. – Mas pense bem, estamos em nove pessoas, sendo que sete são garotas; provavelmente só mulheres podem escapar daqui.

― Mas por que colocaram todos vocês então? – pergunto, tentando criar um sentido lógico para esta teoria. – Digo, vocês garotos.

― Para ajudá-las a fugir? – Ricky insinua. – Talvez seja somente esta nossa serventia.

― Não quero sair daqui sem você – sem perceber estou abraçando-o novamente, mais forte. Sinto o riso leve de Thomas ao nos olhar.

― Temos que dar um jeito logo – Ricky diz, encarando Thomas sem me soltar.

― Posso estar enganado – Thomas começa –, mas quando a garra estava vindo, tive a impressão de ver a ponte se projetar para fora do Acesso, acima do mar, de forma quase invisível. Se isso voltar a acontecer, pode ser nossa chance, não?

― Eu não vi nada – comento, virando-me para o garoto.

― Eu não tenho certeza, claro que pode ser fruto da minha imaginação, mas, amanhã quando a garra voltar, fiquem atentos – ele indica.

Antes um pouco de deitarmos, escutamos um grande barulho, semelhante ao som que as montanhas emitiam quando se aproximavam do Vale. Magrit foi a primeira a sentir que a parede do Acesso se moveu um pouco, reduzindo nosso espaço naquele ambiente. O som continuava. Em minha cabeça, o muro também estava se movendo, mas, duvido muito que esteja se aproximando de nós. Seja lá quem for, não facilitaria para o nosso lado. Com a escuridão tomando conta do ambiente, resolvemos deitar cedo, embora a maioria de nós tenha custado muito para dormir. Muitos foram os resmungos e reclamações assim que todos se deitaram. Eu deitei sobre o peito de Ricky, que utilizou sua camiseta como apoio para a cabeça.

Quando abro meus olhos, o sol já nasceu e a claridade toma conta do lugar. Um dos braços de Ricky está sob minha cabeça e o outro sobre minha cintura, me abraçando. Meus olhos piscam rapidamente, com o intuito de se acostumar com a luminosidade. Percebo que Brittanny já está acordada, sentada próxima à beira do Acesso. Levanto silenciosamente e me aproximo dela.

― Bom dia – digo ao me sentar ao seu lado.

― Não tenho muita certeza quanto ao “bom” – ela menciona enquanto coloca enfoca a última palavra.

― Nossa situação não é uma das melhores – falo baixinho, admitindo aquilo que antes tinha receio.

― E pensar que hoje receberemos outra visita – ela suspira forte, demonstrando preocupação.

― Não pensa nisso agora – comento. – Precisamos pensar em algo juntos, mas, vamos deixá-los descansar.

― Você já percebeu que o Vale, como um todo, nos quer bem? – ela comenta, mas, não consigo acompanhar seu raciocínio.

― Como assim? – questiono.

― Primeiro foram às ferramentas e materiais – ela inicia, –, depois os animais. Também os diversos ferimentos que desapareceram em questão de dias. Lembra da perna da Lílian? Logo estava curada. E tantas outras coisas que aconteceram.

― Não entendo o motivo de se preocupar com nossa saúde se dia após dia fazem questão de acabar com um de nós.

Brittanny assente com a cabeça, nitidamente pensando na mesma coisa, buscando encontrar uma resposta para tantos questionamentos. O silêncio toma conta de nós duas, enquanto contemplamos o muro, que definitivamente está mais distante.

Quando todos acordam, tenho a impressão que o sol já passou da metade do céu. Os dias têm passado de modo rápido ultimamente, o que me deixa um pouco mais nervosa.

― Alguém tem alguma sugestão? – Rose questiona, logo que nos reunimos assim que todos acordam, de fato.

― Não faço ideia – Alynn é a primeira a responder. Eva está ao seu lado e suas mãos estão entrelaçadas.

― Cheguei a cogitar a hipótese de um de nós pular no mar segurando a corrente de redes e torcer para ser impulsionado – Eva começa a explicar. – Ao ser impulsionado, a intenção é se aproximar do muro e tentar chegar ao topo, e assim, fazer com que a corrente ligue um lado ao outro. Claro que para isso alguém estaria segurando a outra extremidade da corrente, e, caso a pessoa caia na água, ainda assim poderá ser resgatada.

― Infelizmente preciso noticiar que o muro se afastou ontem durante a noite – digo. – Nossa corrente não seria suficiente para alcançar o outro lado.

― Droga! – Eva exclama – Não faço ideia do que fazer então.

O desespera toma conta de todos, afinal, em poucas horas a garra virá novamente e não teremos o que fazer. Thomas não comenta sobre a sua ideia com o grupo e eu resolvo não fazê-lo também, afinal, não faço ideia da veracidade daquela informação. Sei que Thomas não iria inventá-la, mas, ele pode apenas ter se confundido. Alguns começam a andar de um lado para o outro dentro do Acesso, outros preferem sentar à beira e ficar olhando para o muro ou para o céu, a espera da garra.

― Não comentei com mais ninguém – Thomas confessa ao se aproximar de nós, assim que a noite cai – além de vocês e Rose, mas, deixei claro para ela também que posso não ter visto algo real.

― Sim, fez bem – digo bastante nervosa.

― Vocês estão preparados? – ele pergunta. – Pode ser a qualquer momento, afinal, as lâmpadas remanescentes até já se acenderam.

― Espero que você esteja certo, parceiro – Ricky comenta.

― Se por acaso eu ver primeiro – Thomas diz – sairei correndo pela ponte invisível para tentar, vocês precisam vir logo atrás de mim. Não quero deixar nenhum de vocês para trás.

― Certo – afirmo.

― Está vindo – Winter anuncia.

O processo acontece da mesma forma que no dia anterior. A parede do fundo do Acesso começa a se mover rapidamente, encurtando o espaço do local, fazendo-nos aproximar da beira. As coisas acontecem rapidamente, mas é como se meus olhos captassem tudo em câmera lenta.

A garra se aproxima mais agilmente do que nas vezes anteriores e todos tentam ficar o mais longe o possível da beira, para não imitar os passos de Lílian. Em certo momento vejo Thomas avançar rapidamente em direção à entrada do Acesso e logo entendo que ele avistou a ponte mais uma vez. Quando tenho certeza que ele consegue caminhar, ou melhor, correr pela ponte, disparo seguindo-o e noto que Ricky e Rose estão logo atrás. Os demais olham ao redor sem entender, mas muitos se apressam para nos imitar. Thomas continua correndo a toda velocidade, atravessando toda a extensão entre o Acesso e o muro. Ao se aproximar do muro, ele para subitamente e estende uma mão para tocá-lo. Ao perceber que seu corpo atravessa a parece, não hesita em jogar seu corpo e atravessar aquela parede que não parece ser real. Atravesso logo em seguida. Tudo é escuro, mas, em questão de segundos, estou no topo do muro, visualizando a cena que se passa lá em baixo.

Vejo que todos estão seguindo o caminho que fizemos e a garra ainda não pegou nenhum deles. Na ponte somente estão Brittanny e Magrit, uma vez que Alynn espera – e torce – para a garra capturar uma das duas para depois atravessar a ponte. Aos poucos os demais aparecem ao meu lado, um a um.

― Se a Alynn não atravessar agora, eu acho que ela não conseguirá mais – Ricky comenta.

A garra se aproxima a toda velocidade, abrindo-se e abaixando com agilidade. No momento em que a garra captura Brittanny, a ponte desaparece e Magrit despenca em direção à água. No mesmo instante, Alynn se joga, com a intenção de tomar impulso e alcançar o outro lado do muro.

― Ainda vai dar de passar pelo muro? – Winter questiona, porém, o silêncio indica que as dúvidas são as mesmas.

Magrit é impulsionada e como estava praticamente encostando o muro quando caiu, apenas um impulso foi suficiente para que ela atravessasse, do mesmo modo que fizemos. A garra começa a se elevar, levando Brittanny junto de si. Vejo que Rose abraça Thomas, enterrando o rosto em seu ombro, lamentando perder a sua melhor amiga aqui. Ele acaricia seus cabelos lentamente, na tentativa de confortá-la.

Volto meu olhar para baixo e só então me dou conta que Alynn não conseguiu ser impulsionada, do mesmo modo em que Thomas no dia anterior.

― Acho que a teoria em que só garotas são impulsionadas está incorreta – falo baixinho.

― Provavelmente apenas uma pessoa por dia é impulsionada – Ricky cochicha. Acredito que só ele foi capaz de escutar meu comentário.

A correnteza está forte como nunca antes vista. Conseguimos escutar os gritos de Alynn ao ser levada pela água, sumindo na escuridão. Eva também grita ao nosso lado, chamando pelo nome da garota. Pela primeira vez consigo ficar com dó de Eva.

Assim que todos estão na parte superior do muro, uma capsula de vidro transparente começa a surgir, envolvendo e cobrindo de uma extremidade a outra. No mesmo instante uma fumaça começa a surgir e sinto meu corpo amolecer a medida que respiro aquele gás. Tudo fica preto e logo despenco em direção ao chão.

Quando acordo, estou em uma sala branca, bastante iluminada. Não sei por quanto tempo estou aqui, mas tenho a impressão que meu corpo está totalmente descansado, renovado, o que me leva a crer que há dias saímos do Vale. Winter, Eva, Thomas, Ricky, Magrit e Rose também estão presentes. Formamos um grande círculo, semelhante ao formato do dia em que acordamos no Vale, porém, dessa vez, estamos presos por um tipo de redoma invisível. A redoma tem o tamanho suficiente para que todos fiquem em pé e possam dar alguns passos. Estamos todos acordados, mas ninguém é capaz de falar uma palavra se quer.

Repentinamente, uma porta se abre e por ela entra um homem com aparentemente o dobro da nossa idade, vestido todo de branco. Só nesse momento reparo que tanto eu, quanto os demais, também estão vestidos com uma espécie de macacão da mesma cor.

― Olá membros do Experimento 21 – o senhor diz, ao se posicionar exatamente no centro da roda, girando vez ou outra para que todos possam olhá-lo. – Meu nome é Ambrol Olmos, responsável pelo Departamento de Testes da Organização Secreta Estratégica da Rússia, a OSER. Vocês foram o grupo com maior número de sobreviventes, para minha surpresa, afinal nunca depositei muita esperança em vocês. Em breve vocês conhecerão os sobreviventes do Experimento 14 e do Experimento 18 – ele fez uma longa pausa para avaliar nossas expressões ao saber que não somos os únicos que passaram por esta situação. – O primeiro processo define aqueles que estão aptos para enfrentar e ajudar a solucionar um dos maiores enigmas encontrados por nós. E é com esta finalidade que, nos próximos dias, vocês serão encaminhados à Maltrak, conhecida também como a mais misteriosa cidade fantasma da Rússia.


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Notas finais do capítulo

Bom gente, espero que ninguém me mate pelos acontecimentos, ok?!
Aqui está o link da nova temporada: https://fanfiction.com.br/historia/638057/A_OFERENDA_-_Season_2_-_INTERATIVA/
Não tirem conclusões precipitadas sobre os acontecimentos desse capítulo, a segunda temporada pode surpreender.
E então, vocês gostaram do tema? As coisas serão 'um pouco' diferentes a partir de agora. Super torcendo para vocês comprarem a ideia também.
Enfim, qualquer coisa, podem me enviar MP que estarei super à disposição para responder ~aos gatinhos que tem meu whats, só chamar lá.
Beijos enormes e não abandonem AO. Ah, divulguem aos amiguinhos sobre as novas vagas que serão disponibilizadas em breve, e àqueles que morreram, se quiserem criar outro personagem para a temporada 2, logo as fichas estarão disponíveis.
Agora sim: beijos!



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