Enquanto houver nós. escrita por sahendy


Capítulo 47
O romancista nada famoso


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Esse é outro capítulo bônus. Espero que gostem. Comentem por favor. Em breve, não percam "Enquanto houver nós - 10 anos depois" e "Enquanto houver nós - 50 anos depois" que Deus e a Virgem de Guadalupe as abençoe. Eu amo vocês.



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— Não... Não lembro... Célia, Filomena quem são todas essas pessoas? - O homem de terno ao meu lado me olhava fixamente e tocou em minha mão como eu não o conhecia minha reação é retirar sua mão da minha.

— Você realmente não os está reconhecendo? - Filomena me pergunta chegando mais perto. O outro homem meio loiro na casa dos 50 anos se aproxima de mim.

— Paulina minha filha... - Minha cabeça está girando, sinto um calafrio pelo meu corpo.

— Filha? Eu não tenho pai... Acho que o senhor se enganou, não é Filomena? - Eu pergunto a ela que abaixa a sua cabeça. Um médico que estava na sala com a boca entre aberta pede para que todos saiam do quarto deixando somente Célia e Filomena as pessoas que eu conhecia naquela sala. 

Carlos Daniel...

Depois da volta de Paulina senti um imenso vazio percorrer meu ser, peguei em sua mão numa forma de desespero e ela me olhou assustada, não se lembrava de mim, do meu amor, de meu carinho, das nossas brigas, dos meus ciúmes, não se lembrava mais de quem eu era... Logo Paulina que me conhecia melhor do que qualquer pessoa na vida, não me reconheceu. O médico pediu para que fôssemos para fora do quarto, olhei pela última vez para Paulina antes de sair e ela me encarava.

— Doutor, o que o senhor fará para trazer a minha filha de volta? - Miguel perguntava ao doutor que passava sua mão sua cabeça careca. 

— Em todos os meus anos trabalhando em hospitais, salvando vidas e vendo muitas vidas serem perdidas também, eu jamais vi uma pessoa voltar do coma assim do nada... Mas, já vi voltarem sem se lembrarem de nada. O que podemos fazer com Paulina agora é mantê-la aqui no hospital, pois creio que ela deverá fazer mais exames... E com certeza ela terá de fazer algumas sessões de fisioterapia. Não sei quando ela voltará a lembrar de algo, talvez ela não volte, mas isso somente o tempo dirá.

— A pobrezinha já ficou quase 2 meses aqui no hospital... Não seria melhor deixa-la ir para a casa? - Angelica perguntou ao médico e ele discordou dela no mesmo instante.

— A paciente acaba de voltar do coma, o melhor é ela passar algum tempo a mais aqui. Agora mesmo irei fazer uns exames com ela, tenham certeza que a oração que fizeram agora mesmo deu certo. Pois isso é um milagre! Com licença. Ahhh, antes que eu me esqueça o melhor agora é deixar a paciente com suas amigas, família que ela se lembre para não causar nervoso para a paciente.

Todos nós fomos embora felizes e destruídos ao mesmo tempo... 

Paulina...

2 dias depois...

Me sentia mais viva do que antes, o único problema é que eu deveria começar a fazer ao menos 3 a 5 sessões de fisioterapia já que não andei desde o meu acidente. Célia e Filomena me contaram tudo o que havia passado como fiquei 1 mês ao hospital e passei por duas cirurgias e tive uma parada cardíaca. Me contaram somente sobre o acidente, nada mais. Eu perguntava quem eram todas aquelas pessoas e elas evitavam o assunto. Mais tarde no hospital recebi uma visita, era aquele rapaz que tocou a minha mão, ele chamou Célia e Filomena e conversaram por muitos minutos. Como eu ainda não podia levantar a não ser com cadeira de rodas que ainda não havia chego em meu quarto fiquei esperando. Até que...

Carlos Daniel...

— Bom dia! Meu nome é Carlos Daniel e eu serei o ajudante do fisioterapeuta nas suas sessões. - Eu digo a Paulina depois de ter pedido para ficar no lugar de Célia como ajudante de fisioterapeuta. Paulina me olha estranho, ela estava comendo morangos, seu cabelo estava atrás de sua orelha, e aqueles machucados em seu braço e rosto já estavam quase sumindo. Dois dias foram eternos...

— Bom dia! Mas, espere você não é o moço do outro dia? - Ela me pergunta e olha para Célia e Filomena.

— Sim, eu sou porém a senhorita nem me deu a chance de explicar quem eu era. Agora já sabe. Suas amigas me contaram que hoje as 14 horas começa a sua primeira sessão. Está ansiosa? 

— Muito. Quero andar e voltar para a minha casa no litoral logo. - Eu olho para trás onde estão suas amigas e sei que elas não contaram nada para Paulina ainda. 

— Muito bem! Logo você voltará. Agora, eu peço a suas amigas licença que eu em nome do hospital contarei algo a você. - Eu digo e abro a porta para que nos deixem a sós e elas dão um beijo no rosto de Paulina e saem. Eu fecho a porta e me sento na poltrona que passei 1 mês deitado esperando ansiosamente ela acordar... Me sentei e peguei um bolo de cartas, abri uma para ela e "inventei" uma história. 

— O que vai fazer doutor? - Ela me pergunta confusa.

— Bom, o hospital pede para que possamos contar histórias aos pacientes enquanto eles tem algum tempo. 

— Ah, que amável. Qual o nome da história? - Paulina me pergunta e toma um copo do suco que está em sua bandeja.

— Enquanto houver nós. - Eu respondo.

— Enquanto houver nós? É um título um tanto drámatico, não? Acho que nunca ouvi falar nele. - Ela responde a mim e dá um sorriso. 

— Sim, mas é uma história baseada em fatos reais, o escritor achou bom esse nome. Ele deveria ser um pouco romancista demais ou idiota.

— Não creio que seja idiota, mas apaixonado. Um romancista... Poxa, que lindo! Mas, me conte a história, hum? - Ela se arruma na cama.

"Eu a conheci numa cafeteria onde tomava café todos os dias durante 2 meses. Meus amigos diziam que ela deveria ser apaixonada por mim já que seus olhos brilhavam a me ver. Mas, eu nem percebia pois eu estava cego de ódio que tinha depois de meu casamento ter sido um completo desastre. Minha ex mulher, Elizabeth é seu nome me traia e o meu modo de me vingar era conhecendo essa tal moça que trabalhava na cafeteria. Suas vestes eram simples, ela não parecia ser importante para alguém no mundo. E eu mal sabia que ela seria importante para mim. Um de meus amigos, Julio disse para eu prosseguir enquanto o outro, Rodrigo disse para eu cair fora, pois essa garota não merecia isso.

Quando menos percebi em 4 meses ela já estava em minha casa pois havia perdido a sua e em 4 meses me vi caindo de amor por ela. Até que numa viajem de negócios ela ficou na minha casa com os empregados e minha ex mulher apareceu... Quando ouvi a voz do amor de minha vida triste e confusa quis voltar imediatamente e fugir com ela para bem longe pois sabia que minha ex mulher, Elizabeth jamais nos deixaria em paz... Quando voltei em nossa conversa ela acabou se tornando minha amante, mas eu queria o divórcio o quanto antes para casar com ela a dona do sorriso e olhos mais lindos de todo o mundo. Em 6 meses juntos tivemos a nossa primeira noite juntos, e por incrível que pareça eu quem tirei sua virgindade e estava feliz por isso. Ela parecia ser tão ingênua, mas não era ao mesmo tempo. Eu sou de classe maior do que a dela, mas mesmo assim o amor de minha vida era mais inteligente, mais bonita, mais sexy, mais cuidadosa, perita no melhor beijo do mundo e no melhor sexo do mundo. 

O tempo foi passando e o amor de minha vida recebia cartas anônimas, teve sua casa incendiada, e eu... Estava passando por uma crise na fábrica de cerâmicas..." Fui interrompido por Paulina que suspirou alto e soltou o que pensava logo depois colocou sua mão em sua boca.

— Aposto que foi a infeliz da Elizabeth que fez tudo isso. Mas, que vaca! - Depois de colocar sua mão em sua boca, ela deu um sorriso e abaixou a sua cabeça. - Perdão doutor, pode continuar. Eu dei risada e logo voltei a ler procurando onde eu havia parado.

"Enquanto passava pela crise na fábrica, numa tarde que saí para conversar com a minha ex mulher, e nesse mesmo dia ela drogou minha bebida e fomos para a cama... Mais tarde quando cheguei em casa o amor de minha vida estava super preocupada, mas eu fui um covarde e escondi isso dela...

Passou mais um tempo e uma mulher chamada Leda que era amiga de Elizabeth teve um plano para me separar dela... Do amor de minha vida! E ela conseguiu, terminamos e ficamos sem nos ver durante um tempo curto até que eu a convidei para uma viajem ao Brasil. Ficamos uma semana e foi a melhor de minha vida inteira, fomos sem ligar para nada. Quando voltamos já noivos, descobri que seria pai. Elizabeth com o seu plano de dormirmos juntos, funcionou. E então, o amor de minha vida foi embora e eu só voltei a vê-lá 2 meses depois num baile, e ela estava milionária. Quando nos reencontramos houve um ataque no baile contra a sua vida..." Novamente fui interrompido, mas dessa vez era por um médico chamando por nós dois para começarmos a primeira sessão, enquanto subíamos até o quarto, eu a levava pela cadeira de rodas no elevador junto com o médico, ela olhou para cima e deu um sorriso.

— Sabe, o tal "amor da vida" do rapaz não merecia nada daquilo. Os dois são super apaixonados e isso eu entendi. Mas, ela foi muito magoada. - Eu dei um sorriso para ela novamente querendo gritar que era ela o amor de minha vida, mas não consegui, precisava manter o foco já que os médicos me deixaram acompanhar seu tratamento e já que Célia e Filomena que tinha um pé atrás comigo desde o acidente, concordaram com o meu plano.

— Ele não sabia como mostrar a ela o amor que sentia. - Eu respondo.

— Bom, ela realmente deveria o amar já que estar com ele, era um risco enorme. - Paulina me responde. Será que lá dentro, o cérebro dela trabalhando em sua mente, e o coração pulsando ela sentia tanto amor por mim que corria vários riscos? O elevador se abriu e eu a levei junto com o médico até a sala onde ela teria de fazer sua fisioterapia. 

Durou cerca de 1 hora a sessão e ela tinha ido muito bem. Quando voltamos, recebi uma ligação do investigador Sebastian e pedi licença indo atender.

— Alô? - Eu digo

— Senhor Bracho, tudo bem? Como vai Paulina Martins?

— Ela está muito bem, e eu também. E o senhor?

— Bem. Tenho uma incrível novidade.

— Qual? 

— Prenderam Julio e Elizabeth agora mesmo. Os dois estão sendo levados para a prisão.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam do capítulo bônus? Terça eu posto outro para vocês! Obrigada a todas que leram, por favor comentem.