Enquanto houver nós. escrita por sahendy


Capítulo 44
O Inevitável. Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Este é um capítulo bônus da semana, resolvi dar ele a vocês. Espero que divulguem a minha fic, comentem e se puder recomendem. Que Deus e a Virgem de Guadalupe as abençoe. Eu amo vocês! E EM BREVE NÃO PERCAM "Enquanto houver nós - 10 anos depois" e "Enquanto houver nós - 50 anos depois"



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— Iria esperar para falar com vocês, mas aproveito que estejam aqui. Se Paulina não acordar em 24 horas, o hospital entrará com a papelada para desligar os aparelhos. - O médico nos diz, e eu me desespero.

— Não podem desligar os aparelhos de Paulina. - Eu respondo ao médico descruzando meus braços e mexo em meu cabelo todo preocupado enquanto Miguel replica concordando que não poderiam desligar os aparelhos.

— Ela mexeu em minha mão doutor, eu senti. - Miguel tenta argumentar.

— O estado de Paulina Martins é estável, mas continua em coma. Não posso continuar, tenho outros pacientes em coma também, e fará 2 meses que ela está aqui. - O doutor nos diz e logo abaixa a cabeça olha em sua ficha médica.

— Por favor, não desliguem deem um tempo a ela. - Miguel responde. - Isso não pode estar acontecendo. - Logo em seguida eu respondo.

— Sinto muito. Não há nada que eu possa fazer, 24 horas. - Novamente o doutor responde e eu dou um soco na porta do quarto dela. - Senhor Bracho, se o senhor não parar vou pedir para os segurançar o retirarem daqui.

— Perdão! - Eu respondo. - Escuta, meu filho acabou de nascer e ele está agora na incubadora. - Miguel olha para mim achando estranho. - Eu peço mais algum tempo, ela merece isso. E eu descobri uma pista importante que pode ser a chave para esse quebra cabeça, quem fez tudo isso a Paulina. Por favor, dê mais algumas horas, dias, dias isso eu preciso disso. Ligarei para o investigador que eu contratei.

— Olha senhor Bracho, não quero saber de verdade sobre isso, de fato Paulina merece um destino melhor do que o que parece estar reservado para ela. Mas, eu já estou segurando ela mais do que deveria... Sei que há pessoas que ficam anos em coma, mas Paulina Martins está em um quarto somente para ela, passou por duas cirurgias e um ataque cardíaco... O quadro dela não melhora, não piora.

— Por favor, por favor. - Eu imploro. - Eu dou o dinheiro necessário para pagar o melhor tratamento a minha filha. - Miguel diz logo em seguida abrindo a carteira, o médico olha estranho para ele. - Não sabia que você era o pai da paciente. - O médico responde. - Isso não vem ao caso agora. - Miguel replica fechando a carteira mas ainda em sua mão esperando uma resposta, o médico respira fundo e coça sua testa. - Tudo bem, 36 horas, e nada mais. Estou em uma situação difícil já aqui no hospital. - Eu e Miguel suspiramos fundo e a minha vontade era transferir Paulina do hospital, mas este era um dos melhores da cidade. - Obrigado. - Eu digo a ele com muita dificuldade. E o doutor sai de lá nos deixando a sós, logo eu e Miguel entramos ao quarto para ficarmos perto de Paulina, nos sentamos na poltrona que havia por lá. Assim que entramos eu dei um beijo em sua testa e encostei finalmente a poltrona e segurei em sua mão, Miguel colocava os desenhos que Maria Julia havia feito para Paulina.

Ele se sentou e encostou sua mão em seu rosto suspirando fundo me olhou e perguntou como estava meu filho. Eu contei a ele toda a história. De repente Miguel recebeu uma ligação de sua esposa Angelica que estava muito preocupada com ele e pela manhã teria uma reunião importante na sua empresa e deveria ir, ele deu mais um beijo na Paulina e disse que ela estaria em boas mãos. Nesse meio tempo escrevi uma mensagem de texto para Pedro que estava no carro ainda esperando respostas e eu pedi para ele pegar no banco de trás uma carta que eu escrevi para Paulina... Todas as vezes que estava com ela, pensei nela eu escrevia mas nunca tive coragem de mandar, me considerava um homem um tanto "brega" e Pedro em 10 minutos subiu até o quarto de Paulina, retirou seu chapéu em respeito a minha mulher... A minha Paulina.

— Como está o seu filho senhor? - Pedro me pergunta e se retira do quarto enquanto eu o sigo. - Está na incubadora Pedro, nasceu com problemas. Não tenho todos os detalhes ainda. Mas, bom pode ir para a casa agora, eu passarei a noite aqui. Obrigado por tudo. Descanse. - Eu respondo a ele que me dá a carta e diz que sente muito por tudo e logo vai embora. Quando eu entro ao quarto sinto um grande arrepio por todo o meu corpo e olho para o corpo de Paulina que continua com o mesmo rosto de anjo dormindo, trago a poltrona para mais perto de seu corpo e me sento ali e finalmente abro a carta, coloco minha mão em minha boca e uma lágrima cai de meu rosto, e eu estendo minha mão segurando a de Paulina, logo eu a solto e abro a carta.

"Sábado, 07 de Outubro de 1998.

Hoje eu fui ao seu apartamento e passamos a noite juntos depois de meses, me senti o homem mais feliz do mundo, porque oras estar com você já era de longe o melhor sentimento do mundo. 

Uma semana depois fui novamente em sua casa e estávamos em sua cama conversando sobre a vida, relacionamentos, e a gente deu tanta gargalhada, minha barriga doía... Mas, o melhor de tudo foi ver o seu sorriso. É o melhor sorriso do mundo. De repente, como da última vez você se levantou e me colocou para fora do apartamento no fundo meu amor, eu sabia que esse não era o seu desejo, e uns minutos antes estávamos de roupão em sua cama e eu havia acendido um charuto na qual você adorava o cheiro e pediu para experimentar.

— Possivelmente, não sou dono do seu coração... Não é mesmo? - Eu me ajeito no lençol e espero pela sua resposta, você faz como uma dama sem dono algum e dá uma tragada na charuto e me entrega. Suspira e olha em meus olhos - Não é mais. - Você me respondeu. Senti que você não foi sincera e ao mesmo tempo pela convicção que você me disse senti que foi. E eu não consigo pensar em algo melhor para dizer e saiu aquela resposta na qual você me deu uma risada de canto e logo me beijou e me tirou de sua casa em seguida. - Dá para parar de ser cabeça dura e dar uma chance para o nosso amor? - Estar com você era como voar lá no alto e depois quebrar uma das asas, claro que não a culpo pois a minha vida não é a das melhores, mas eu me sentia o melhor com você, mesmo quando fui expulso pela segunda vez de sua casa. 

Eu não sei se algo dessa carta que ficará guardada em minha gaveta fará algum sentido, mas garanto a você que tudo o que passamos Paulina fortificou ainda mais o amor que eu sentia por você. Mas, eu prometo amar-te como assim o fiz desde o primeiro beijo, toque. Eu te amo!" 

Assim que li olhei para ela esperando alguma reação, ela não apertou minha mão como fez com Miguel e não fez nada comigo, falei diretamente com ela agora sem carta alguma.

— Paulina meu amor, volte para mim. Só lhe deram mais algumas horas e vão prepar a papelada para desligar os seus aparelhos. Volte para mim. Eu não quero te perder... - Suspirei fundo e continuei. - Meu filho nasceu... Marco Enrique... Nasceu com 2kg e 250 gramas. Fora de peso e com problemas respiratórios e neurológicos. Senti que nada mais no mundo me importava se não tenho você ou meu filho, e sabe o que passou em minha mente depois que visitei você? Ir orar, era esse o conselho que você me daria eu tenho certeza. E foi bom conversar com Deus, foi como se limpasse a minha alma. Pedi por você também. Mas, faça um esforço Paulina. Eu te amo tanto e a cada dia meu amor por você cresce ainda mais. Só volta para mim e fique comigo. Sabe, Célia e Filomena vem todo sábado lhe visitar e a igreja onde você ia quando era pequena estão todos orando por você. Elas acham que eu tenho culpa de você estar aqui... Acho que tenho! Se estiver me ouvindo meu amor, faça algo por favor. Qualquer coisa!

Paulina...

Um pouco mais cedo ouvi a conversa do médico com Carlos Daniel e meu pai e me desesperei voltei para perto de meu corpo e tentei lutar, mas parece que de nada havia adiantado pois ainda assim parecendo uma morta meu coração continua batendo e meu espírito não sai daqui. Quando os dois entraram novamente Carlos Daniel passou por mim e nem percebeu, ele olhou para os lados e logo olhou para o seu braço, será que me sentiu? Os dois se sentaram e conversaram um tempo, logo meu pai foi embora e depois Pedro apareceu... Hoje de manhã consegui apertar a mão de meu pai, mas como consegui fazer isso? Ele veio falou comigo e falou por horas, enfermeiras entravam e cuidavam de mim e ele continuou aqui, e então... Apertei sua mão. 

Carlos Daniel está lendo a sua carta, que tola agora eu dou risada mas quero acordar e beijar você inteirinho de felicidade e pedir perdão a meu pai... Eu também te amo Carlos Daniel! Te amo tanto, sempre te amei, sempre te amarei. Mesmo que eu não acorde posso dizer que de nada me arrependo mas queria ainda dizer perdão ao meu pai, e queria ainda deixar claro que eu te amo com todas as minhas forças... Espera aí, é isso. Forças, o amor! Carlos Daniel está falando comigo agora, ele pediu para eu fazer algo, o que eu posso fazer? Fecho meus olhos e meus punhos, o amor... O amor...

Carlos Daniel...

Acho que você não fará nada... Mas, amor não pare de lutar... - Fui interrompido sozinho naquela sala com o corpo de Paulina apenas, ouvi um suspiro. - Olho novamente para ela e meus olhos não acreditam no que veem. Paulina mexeu um de seus dedos e respirou agora. Ela está voltando. Está sim! Graças a Deus! 

— Paulina?


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Será que Paulina acordou? AHHH, OUTRA SURPRESA DEPOIS QUE ACABAR "Enquanto houver nós - 10 anos depois" e "Enquanto houver nós - 50 anos depois" TEREMOS MAIS UMA FIC SPANICOLUNGA "Felizes para sempre" não percam amores, eu amo vocês! Obrigada e por favor comentem.