Enquanto houver nós. escrita por sahendy


Capítulo 40
Erros, mistérios...


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Obrigada a todos que leram e comentam sempre. Que Deus e a Virgem de Guadalupe as abençoe. Eu amo vocês!



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– Você... é o meu pai? - Eu pergunto a ele. Miguel fica quieto com sua mão no bolso de sua calça jeans.

– Paulina, levante-se precisamos conversar. - Ele me diz se aproximando de mim enquanto pega sua caixa do chão enquanto eu seguro a foto em que eu estou ao colo de minha mãe.

– É melhor, eu tenho muitas perguntas... Eu preciso de água, você pode me arrumar um copo d'água? - Eu peço a ele, e ele me responde balançando a sua cabeça positivamente, logo estica sua mão a mim para irmos até seu escritório onde ninguém iria interromper. Piedade aparece no corredor e pergunta o que houve, só que estou tão desatenta que continuo olhando a foto e entro no escritório, era como se eu não pudesse responder ninguém naquela hora.

– Mãe, eu preciso conversar com Paulina agora, licença fique com a Maria Julia, tudo bem? Pede para alguém trazer copo d'água para Paulina. - Miguel diz a Piedade que assim o faz indo direto buscar Maria Julia que estava na cozinha comendo biscoitos. Estando em seu escritório eu me sento na cadeira dele de frente para a poltrona dele que se senta na minha frente. - Olha, Paulina... - Ele tenta começar a me explicar mas eu o corto.

– Miguel, você é o meu pai? - Eu pergunto me inclinando a ele olhando em seus olhos. Ele abaixa sua cabeça e suspira fundo passa sua mão nos jeans como se estivesse secando o suor.

– Sim, eu sou o seu pai, Paulina. - Ele me responde, eu continuo olhando para seu rosto sem reação, não acredito o homem que abandonara minha mãe estava ali em minha frente.

– Olha... - Eu paro por um momento e respiro fundo e dou uma risada tentando disfarçar o momento. - Por que você nos abandonou? - Eu volto a perguntar a ele.

– Paulina, você tem que saber que eu amava a sua mãe, muito. Amava demais. - Ele me diz e naquele momento a empregada entra com o copo d'água, e o celular de Miguel começa a tocar, ele atende Angelica. - Amor, eu estou muito ocupado agora, posso falar com você depois? E enquanto tomo a água que ainda parece descer sem que me desse conta pela minha garganta, a empregada saí de seu escritório e logo ficamos a sós novamente.

– Se amava tanto a minha mãe, porque a largou?

– Paulina, eu me arrependo por isso, mas eu fui um covarde estava nervoso por ser pai. Eu seria um pai pobre. - Ele me responde, não consigo acreditar no que pude ouvir.

– Minha mãe era pobre, eu sou pobre, o dinheiro que tenho hoje foi porque Douglas Maldonado decidiu deixar uma parte a mim, porque era para eu estar trabalhando em qualquer outro lugar, talvez como sua faxineira... Não sei.

– Não diga isso. Me perdoe filha!

– FILHA? Você está brincando comigo, certo? Eu sempre sonhei em encontrar o meu pai e ouvir uma explicação do porquê ele me largou, e largou minha mãe. Não me chame de filha agora Miguel, está claro que você a largou pois deveria ter conhecido outra e fugiu com ela. Assuma. Assuma Miguel. Assuma. ASSUMA! - Eu grito e ele grita ainda mais alto. - ESTÁ TUDO BEM, É EU LARGUEI SUA MÃE PORQUE EU CONHECI UMA MULHER RICA OK? EU ME ARREPENDO POR ISSO TODO DIA, MAS JÁ ESTÁ FEITO. - Na hora lágrimas se encheram em meus olhos, eu deixo a foto na cadeira mas querendo levar porque havia minha mãe na foto. Vou direto a porta para sair e novamente ele me chama. - Paulina. - Sua voz está baixa e sei que ele está chorando.

– Olha, Miguel eu sei que minha mãe sofreu demais. Ela trabalhou em vários lugares para me dar o que comer enquanto ia para a cama com a barriga vazia. Fomos despejadas quando eu tinha apenas 8 anos e então alugamos um barraquinho no litoral, comecei a trabalhar com 15 anos sem ter sequer uma festa, era apenas um bolo de aniversário que a nossa vizinha com muita bondade fazia. No dia dos pais eu pegava uma rosa de um canteiro perto da escola e corria para entregar a minha mãe enquanto as meninas brincavam comigo dizendo que eu não tinha pai. - Miguel começa a chorar ouvindo as histórias. - Eu sei. Eu sei! - Ele responde e limpa suas lágrimas e dá um passo para a frente. Eu também limpo minhas lágrimas. - Me diga uma coisa Miguel. Você conheceu Angelica enquanto era casado com minha mãe? - Miguel se cala e olha para seus sapatos, e depois com muito esforço balança a sua cabeça com um "sim" eu olho para ele mais uma vez e digo "Tadinha de minha mãe que nas noites clamava a Deus para que você voltasse, pois sempre foi tão apaixonada por você. E, ela achando que você havia morrido pois deixou um mísero bilhete dizendo que havia conseguido um emprego e era perigoso demais e ficaria longe por um tempo. Eu lia aquele bilhete toda noite achando que de fato você estava morto. Mas, não... Estava aqui aproveitando o dinheiro com sua amante (...) Espero que você jamais se afaste de Maria Julia... Nossa, eu tenho uma meia-irmã!" dou as costas e saio batendo a porta e coloco minha mão na boca enquanto minhas lágrimas escorrem de meu rosto eu passo pela sala e da janela dá para ver Maria Julia e Piedade brincando, minha irmã e minha avó. Eu que achei que era órfã, não tinha ninguém nesse mundo encontrei minha "família", assim que abro a porta Angelica está descendo de seu carro com muitas compras e seu motorista, eu passo do lado dos arbustos em passos pequenos para que ela não me veja. Assim que consigo sair da casa de Miguel e Angelica eu começo a andar até qualquer lugar, não me importava.

Quando me sinto cansada sento num banco do parque e fico observando as crianças brincarem com seus pais e então desolada começo a chorar ainda mais, quieta em meu canto eu começo a "conversar" com Deus.

Deus, por que não pude ter um pai? Por que minha mãe teve de morrer? Por que tive de me apaixonar por um homem casado que eu sei que ele me ama mas não podemos ficar juntos. É tão difícil... Eu nunca fui tão grosseira com uma pessoa como fui com meu pai hoje, eu doou tudo o que tenho pelos outros mas ele não pode fazer isso por mim e pela minha mãe. Só peço que me guie e me ilumine... pois, eu não acho que suportaria mais algo em minha vida.

Assim que ergo minha cabeça novamente uma senhora se senta em meu lado com um saco de comida para pombos e ela começa a jogar a comida enquanto vários pombos se aproximam dela. - Filha! Deixa eu te contar uma coisa. - A senhora me diz com seu lenço azul enrolado em sua cabeça. Eu olho para ela a ouvindo e ela continua - Não fique triste, não sei o que a vida anda aprontando a você, mas garanto que tudo é passageiro. E um dia você será imensamente feliz, mas chorar não vai resolver seus problemas, pois depois você irá voltar para sua casa e ver que a vida continuar e o relógio vai bater depois, 250 pessoas vão morrer em tantos minutos enquanto mais outras 250 irão nascer. Tudo tem um propósito em nossas vidas, enfrente sempre de frente com a cabeça erguida e com a fé em Deus e na Virgem de Guadalupe. Não julgue, tema, pergunte os porquês dos planos de Deus, só Ele sabe e pode fazer o que quiser conosco. - Eu olho para o lado onde estão todas as crianças brincando e dou um sorriso, só podia ser Deus enviando essa senhora até mim, quando olhei para ela novamente, a senhora estava no meio da multidão e então de repente, eu a perco e meu corpo todo se arrepia. Pego um táxi e vou para a minha casa a minha espera está Célia eu chego e dou um grande abraço nela.

– Ai Paulina! Está me apertando. - Ela diz enquanto eu ainda estou apertando ela. - Me desculpe. - Eu me afasto. - O que houve, está com o rosto triste. - Ela me questiona.

– Eu conheci meu pai. - Eu respondo a ela, Célia arregala seus olhos para mim e abre suas bocas num susto.

– Como assim amiga? Quem é? Como foi? Senta aqui e me conta. - Eu me sento junto dela na cozinha e eu explico toda a história a ela, assim que termino Célia tenta me aconselhar a fazer as pazes com meu pai. Mas, eu ainda não estava preparada.

– Qualquer dia eu irei lá com mais calma conversar com ele, eu sei que está errado o que fiz, mas entenda por favor é difícil para mim saber que meu pai largou eu e minha mãe, por dinheiro. - Eu respondo a ela que nesse momento toma seu suco e não responde mais nada a mim.

No dia seguinte...

Não havia falado ou visto Carlos Daniel no dia anterior e eu estava ficando aflita querendo saber se estava tudo bem com Carlos Daniel e seu filho, queria saber se Elizabeth havia voltado. Me levantei bem cedo e peguei um táxi até a mansão de Carlos Daniel, mas ainda não desço do táxi fico do lado de fora de sua mansão pensando se iria entrar e decido que não, mas desço do táxi e peço para o taxista me esperar por um momento, toco a campainha e Chico o jardineiro abre a porta.

– Senhorita Paulina! - Chico arregala seus olhos e me dá um abraço segurando algumas flores que havia recolhido.

– Olá! Está tudo bem Chico? - Eu pergunto a ele. Chico era um senhor de idade já bem velhinho que trabalhava para a mansão há muitos anos.

– Sim senhorita, entre vá lá conversar com o patrão. - Assim que ele termina de me pedir isso, Lalinha chega atrás dele e diz "O patrão saiu há 1 hora para a fábrica" depois que ela me dá o recado ela se aproxima de mim e me dá um abraço dizendo que sentia saudades.

– Não tem problema, eu precisava falar com você Lalinha. Venha aqui fora por favor. Chico muito obrigada, até. - Eu digo a ele e dou mais um abraço nele.

– Pode falar senhora.

– Ai Lalinha, me chame de você ou de Paulina... É o seguinte, me faz um favor? Eu preciso que você me diga se Elizabeth voltou e como ela está.

– Voltou de madrugada sen... Paulina. E hoje pela manhã ela e o patrão brigaram muito e ele saiu irritado para a fábrica.

– Estranhei, agora é 7 horas da manhã, Carlos Daniel costuma aparecer lá 9 horas... Bom, e Elizabeth está bem? - Novamente eu volto a perguntar.

– Olha Paulina, ela está bem sim. Inclusive... Ai meu Deus, eu não deveria dizer isso. - Lalinha me diz e abaixa sua cabeça colocando suas mãos para trás.

– Lalinha, agora me diga por favor, é a... a esposa e o filho de Carlos Daniel. Acredite, eu me preocupo e muito com eles.

– Paulina... a patroa recebe visitas de um homem e fica 2 horas com ele toda manhã e a noite as vezes sai com ele.

– Meu Deus Lalinha, por que você não conta a Carlos Daniel? - Lalinha abaixa a cabeça com vergonha. - Ela te paga para você ficar quieta, não é? - Eu questiono Lalinha que pela sua expressão corporal confirmo que sim. Tudo bem, eu não direi nada, mas eu quero ver quem é, sabe me dizer pelo menos quem é?

– Não sei dizer, mas é amigo do patrão...

– Lalinha, isso é muito sério. Que amigo?

– Paulina, a patroa tem vários amantes... Eu precisava contar a alguém, ela me humilha aqui dentro e me paga 100$ é brincadeira não é, eu mereço muito mais, mas não é essa a questão eu quero você de volta. Carlos Daniel vive triste e em sua biblioteca há várias cartas destinadas a você que ele não manda.

– Sério? - Eu pergunto e dou um sorriso. - Mas, Lalinha você sabe me dizer quem é os amantes?

– Eu sei de dois pelo menos, um é o tal de Alexandre Farina e o outro é Donato D'Angeli.

– Meu Deus... Esse Alexandre Farina é o meu, quero dizer meu ex gerente da cafeteria... Agora tudo faz sentido... Obrigada Lalinha, agora entre e eu ficarei por aqui para saber quem é esse que está aí dentro. - Lalinha na hora entra na mansão e eu volto pro táxi e peço que ele fique comigo durante 2 horas um pouco mais longe da mansão...

2 horas depois a porta da mansão se abre e eu peço para o taxista se aproximar um pouco pois eu ainda não conseguia enxergar, nessa mesma hora o taxista começa a passar mal no volante e eu tento dar atenção a ele como primeiro socorros, mais uma vez eu dou uma olhada para tentar ver quem é, mas a pessoa nesses 30 segundos entrou em seu carro e foi embora... Droga! O taxista sai do carro e toma um ar. - Está bem, senhor? - Eu pergunto a ele.

– Sim, estou. Bom, vamos voltar preciso te deixar em algum lugar senhorita estou há 2 horas e 30 minutos aqui esperando...

– Tudo bem, obrigada e me perdoe. Está melhor mesmo? - Eu pergunto novamente e ele diz que sim, foi nessa hora que me dei conta que precisava retirar minha carteira de habilitação.

No dia seguinte...

Mais um dia havia passado e eu não falei com Carlos Daniel ou falei com Miguel ainda não estava preparada, pela tarde de quinta feira Edmundo havia batido em minha porta e tinha uma proposta a me fazer, ele entrou e começou a conversar comigo sobre as empresas que Douglas havia deixado.

– Paulina, você pode vir trabalhar comigo numa das empresas? - Ele me pergunta.

– Claro que sim! - Eu respondo a ele muito animada, finalmente iria voltar a trabalhar. Começamos a conversar sobre a empresa, Célia havia acabado de passar um café e quando foi dar uma xícara a Edmundo ela sem querer derrubou em sua camiseta. Na mesma hora por estar tão quente o café, Edmundo retirou sua camisa e a campainha toca, lá estava Carlos Daniel.

– Oi meu amo... - Ele não terminou quando viu Edmundo atrás de mim, sem camisa...


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Paulina só se mete em confusão, tadinha...