Enquanto houver nós. escrita por sahendy


Capítulo 1
Foi naquela tarde ensolarada...




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1998

Olho no relógio, 5:50 outra vez levanto-me vou direto tomar um banho sabendo que o dia de hoje seria longo assim como ontem e sabendo que amanhã seria a mesma coisa, ouço uma voz - Paulina!!! - É a minha mãe, Paula a única pessoa em que mais confio, hoje em dia ela está de cama, e assim é a sua vida necessitando de mim para tudo e dos seus remédios. Não temos dinheiro para pagar um tratamento infelizmente. - Oi mãe. - Eu respondo a ela me ajoelhando perante sua cama segurando em sua mão.

— Filha, você já está indo? - Ela me pergunta com dificuldade em falar.

— Sim mamãe, mas eu vou falar com a Célia para vir ficar com você e mais tarde a Filomena e a Joana vem e ficam com você, pode ser? Não devo demorar para chegar hoje. - Respondi a ela.

— Tudo bem filha, não se atrase.

— Mamãe, antes a senhora tem que tomar seu remédio. - Disse eu levando o remédio até sua boca com um copo d'água. - Assim que ela tomou seu remédio, me despedi dela e fui falar com Célia, minha amiga "Bom dia Célia" eu disse a ela que me respondeu dizendo "Bom dia Lina" sempre fomos muito amigas desde que me conheço por gente. - Célia, estou indo trabalhar, você pode ficar com a minha mãe agora?

— Claro Lina, nem precisa pedir. Hoje estou de folga e o meu gerente vai me deixar no turno da noite mesmo... Mas, agora vai, você está atrasada.

— Obrigada Célia. Não devo demorar muito hoje, e mais tarde a Filomena fica com a minha mãe.

— Ok Lina. Bom dia.

Sorri e dei novamente um bom dia a ela, e fui trabalhar, pensando no que eu iria fazer para comermos hoje a noite, desde sempre fui muito humilde nunca tive muitas coisas e o que tinha não era caro, quando era bem pequena minha mãe me ensinou a dar valor ao que temos e não desperdiçar nada por ai. Hoje eu sei como é isso, chegando na cidade a cafeteria da cidade já estava aberta e o meu turno já iria começar, de manhã sempre era o melhor horário pois era bem tranquilo, e todo dia por volta das 8 horas um moço muito lindo e elegante aparecia aqui com três amigos antes de irem trabalhar, os quatro conversavam e riam demais mas eu sentia que o moço que despertava toda a minha atenção tinha um certo mistério em seus olhos. Naquele dia ele estava muito irritado, e eu tentava entender o que aqueles olhos escondiam, qual era a sua angústia.

— Garçonete! - Era um de seus amigos me chamando.

— No que posso ajudar senhor? - Perguntei. E pude ouvir o rapaz que me chamou falar com o homem que eu tanto admirava a beleza.

— Carlos Daniel!!! - O amigo chamou. Vai querer alguma coisa?

— Desculpem, estava distraído. - Carlos Daniel respondeu, abaixou a cabeça fechou suas mãos e mexeu em seu cabelo, novamente levantou sua cabeça olhou para mim - O de sempre, por favor. - E me deu um sorriso que juro todas as borboletas do meu estômago pelo homem queriam sair de uma vez.

— E os senhores? - Eu disse mas sem deixar de olhar para Carlos Daniel, não podia deixar tão na cara o que eu achava. Então me concentrei nos outros amigos e sabia o nome de um deles, era o Julio e agora sabia o do homem, Carlos Daniel e sabia já seu sobrenome Bracho... Pude observar uns dias antes quando ele atendeu seu telefone "Bracho" e lembrei-me daquela fábrica gigante de cerâmicas Bracho, não tive dúvidas ele deveria ser um dos donos, supervisor ou algo do tipo.

— Mocinha, acho que vou querer um dos bolos ali do especial do dia.

— Rodrigo,você deve manter a forma para a mulher que você tem em casa não é Carlos Daniel, você não concorda?

— Concordo Julio. E os três deram risada.

No final, quando todos já haviam comido e tomado seus cafés, Carlos Daniel pagou a conta e eles foram embora... Puxa, que homem eu pensei comigo mesma! Mas, ele deve ter uma esposa linda e rica para ele... A noite quando fui para casa, dei os outros remédios a minha mãe e fui conversar com Célia. - Descobri o nome do homem Célia.

— Então me fala, qual o nome do senhor misterioso? (Era assim que ela o chamava)

— O nome dele é Carlos Daniel... Hoje ele estava muito bravo, franzia a testa quase toda hora que seu celular tocava, devia ser algum problema no seu trabalho.

— Ai Paulina, por que você não tenta puxar papo com ele? - Perguntou Célia.

— Ah, que ideia Célia! Não... O que ele iria querer comigo? Olhe bem para mim, sou apenas uma garçonete de cafeteria, e ele tão elegante...

— Deixa de ser boba menina, você é linda, educada...

— Bom... Deixa isso para lá né? Vou entrar agora e preparar a janta para mim e minha mãe, obrigada por tomar conta dela. Preciso arranjar mais dinheiro para pagar os tratamentos de minha mãe, embora ela se negue a isso.

— Você vai encontrar forças amiga. Até.

— Até. Obrigada! - Respondi a ela me despedindo e entrando em minha casa.

No dia seguinte...

A mesma rotina novamente, no caminho para o meu trabalho fui orando pedindo a Deus e a Vigem de Guadalupe que pudesse sempre abençoar a minha mãe. Era a única família que eu tinha. E eu sempre fui muito devota a Deus e a minha Santa.

Hoje senti no ar que o dia seria um pouco diferente, e estava torcendo para que fosse algo bom. - Bom dia, vão querer alguma coisa? - Eu disse para a mesa do Carlos Daniel e seus amigos.

— Olá! Bom, por favor nos dê no momento três xícaras de café. - Disse Rodrigo.

Observei em Carlos Daniel o mesmo mal humor que estava ontem, seu celular tocava e ele ficava mais nervoso do que o normal. Sentia-me mal por vê-lo daquele jeito. Acho que descobri o que seria diferente, olhei para trás havia alguém me chamando, era o Carlos Daniel. - Posso ajudar em alguma coisa senhor? - Perguntei a ele.

— Eu gostaria de perguntar uma coisa a senhorita.

— Pode falar.

— Como você se chama?

— Paulina... Respondi a ele sem entender muito de tal ato dele vir falar comigo depois de tempos que atendo eles.

— Bom Paulina, meu nome é Carlos Daniel Bracho, prazer ele disse a mim num cumprimento de mãos. - Prazer. Respondi.

— Paulina, eu queria saber... Não me ache precipitado por favor, mas eu gostaria de saber se a senhorita não gostaria de qualquer dia desses ir ao cinema comigo?

— Eu? - Perguntei.

— Sim... Então, o que me diz?

— Bom, eu agradeço o convite, mas acho que terei de recusá-lo. - Minha mente dizia não, enquanto meu coração pulava dizendo SIM SIM SIM.

— Ah! Por que não? Prometo que será bom. Observo você Paulina, e te acho muito linda, por favor.

— Senhor, me perdoe... Mas, não tenho tempo para isso.

— Tem namorado? - Ele me perguntou. - Não! Eu disse a ele. - Então? Ele me perguntou novamente.

— Eu tenho uma mãe para cuidar senhor. Sinto muito.

— Ah, entendo. Mas, qualquer dia desses então a senhorita deverá sair um pouco mais cedo do trabalho e vir comigo ao cinema, eu insisto.

— Tudo bem. Qualquer dia desses iremos ao cinema.

— Ok então Paulina, até mais. E ele foi embora passando a mão em seu cabelo colocou a mão em seu bolso da calça e foi direto ao carro.

Não tinha entendido muito bem o porquê dele querer tanto que eu fosse ao cinema com ele, mas estava muito feliz que quase não liguei muito para isso. Conforme os dias foram passando, o gerente havia me dado um dia de folga e Carlos Daniel veio falar comigo novamente, comentei com ele sobre o dia de folga que eu teria "Bom, perfeito, amanhã te vejo aqui pode ser? Nesse mesmo horário. Até mais Paulina, e beijou minha mão com um gesto de educação e foi embora. Aqueles olhos negros me hipnotizavam.

Em casa naquela noite, fui procurar algo de melhor que eu tinha para usar com ele, procurei meu melhor vestido e sapatos...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido.E agora, ser que Carlos Daniel vai gostar de sair com a Paulina?



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