Our Imortality escrita por Vingadora


Capítulo 6
The secret of Iuel.


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Viram? Eu nem demorei tanto assim para postar esse capítulo que está ENORME!
Aos que perguntaram: Eu já estou melhor, muito obrigada pela preocupação.
Acho que uma das desvantagens de estar melhor é a parte dos serviços de casa. Eu ODEIO varrer a casa, sério! E acho que minha mãe me obriga a varrer só pra se vingar de mim (risos eternamente cansados).
Enfim.
Eu acho que estou apaixonada por esse capítulo, porque Lilly passará um tempo com um dos meus personagens favoritos!
Entretanto, o clima "tenso" irá voltar, porque Lilly descobriu mais coisas sobre seu passado em Asgard.
Enjoy!



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Haviam mais coisas erradas do que eu realmente gostaria de admitir.

Na verdade tudo estava errado.

Desde o quadro que Semha mandara me entregar, até a bandeja de cafe-da-manhã sob uma mesa que me aguardava ansiosamente.

Perdi a um pouco da fome no momento em que Clodha surgiu com o presente de Semha. Fiquei um pouco sem palavras, mas acho que Clodha deve ter transmitido meus agradecimentos à ela. No quadro havia gravado uma pintura onde constava um homem de cabelos loiros que caiam no ombro, em seu melhor traje e, apesar dos lábios em linha reta, os olhos possuíam um ar divertido enquanto ele fitava uma menina, que não devia ter mais de cinco anos, sentada em seu colo. A garota possuía enormes cabelos arruivados, olhos esverdeados e usava um vestido tão branco que quase se camuflava ao seu tom de pele, se não fosse acompanhado de um bordado esverdeado.

Para mim, não era bem o quadro que estava errado. Na verdade consideraria um bom presente se não viesse acompanhado de um bilhete com letra cursiva e bem desenhada escrito:

"Ele a amava e não gostaria que você conspirasse
sobre sua morte. Deixe o fantasma de seu pai
descansar em paz."

Passei meus olhos pelo bilhete e, em seguida, guardei-o em segurança atrás do quadro antes de apoiá-lo sob uma estante.

Coloquei meu cérebro para trabalhar e tudo me levava a opção de que Semha poderia estar envolvida na morte de Haz. Mas parecia loucura pensar isso. Ela teria capacidade de matar o próprio marido? Se bem que eu não conhecia essa gente. Lembrava isso a cada minuto que passava ali e às vezes me pegava criando finos laços de afeto com alguns deles ─ do tipo Iuel, a rainha Frigga e até mesmo Ilidia.

Precisava pesquisar mais sobre Semha, entretanto temia que ela descobrisse novamente sobre minhas buscas, afinal eu não fazia ideia como ela ficou sabendo de meu encontro com a rainha e até que ponto ela estava me vigiando.

Sentei-me em frente aquela mesa estranha, com espécies de frutas ainda mais desconhecidas e perdi totalmente a fome quando a ideia de que Semha pudesse tê-las envenenado passou por minha cabeça.

Eu devia estar me preocupando desnecessariamente, mas tinha que admitir que o medo que ela me causava era capaz de proporcionar calafrios na espinha. Como é que Iuel pode ser filho dessa mulher? Muito possivelmente puxou ao pai.

Clodha e Rodha surgiram no quarto uma hora mais tarde, com roupas e acessórios novos. Dessa vez não reclamei sobre a roupa, pois finalmente parecia que elas haviam encontrado algo parecido com meu gosto em seu guarda-roupas mágico. Apesar de ser um vestido longo que eu consideraria para a noite, ele seguia com um tecido preto no corpete e um pouco abaixo da cintura, onde se encontrava com os tons que variavam entre roxo, pêssego e rosa. Para completar minha felicidade, não fui obrigada a usar nenhuma joia pesada que no outro dia fui forçada a carregar até o Sarau. Estava livre daquelas coisas. Elas me trouxeram um salto alto preto, com detalhes que me lembravam folhas e caíram como uma luva para completar o visual ─ no sentido figurado, óbvio.

Meu cabelo elas deixaram por minha conta, pois resolveram se afastar e irem organizar a bagunça que eu já havia feito. Resolvi prendê-lo com uma pregadeira prata que estava disposta na minha penteadeira e dei-me por arrumada.

Duplas batidas na porta fizeram com que Clodha largasse seu trabalho para ir atendê-la. Ficou poucos segundos conversando com o indivíduo até que uma pequena cabeleira loira adentrou no quarto, usando um traje casual e seu melhor sorriso.

─ Vim capturar minha irmã e, caso qualquer uma de vocês tente lutar, preciso dizer que tenho permissão de Thor para usar minha espada. ─ Iuel tinha um brilho divertido nos olhos e o manteve enquanto eu me levantava e dava passos largos em direção a porta.

─ Mas alteza... ─ Rodha tentou impedir, mas já estávamos fora do quarto e andando tão rápido pelo corredor que nossos passos produziam sons altos e que pareciam ecoar por todo castelo.

─ O Thor disse que você gostaria da ideia, mas não tinha certeza se você realmente aprovaria passar por cima das regras de Odin. Agora, finalmente, entendo porque todos me dizem que você não é minha irmã. ─ ele ainda mantinha o sorriso animado no rosto, enquanto me guiava às pressas pelos corredores, escadas e salões.

Só paramos de correr quando chegamos em uma espécie de dispensa que possuía uma variedade gigantesca de panelas, porcelanas e talheres. No fim daquele quarto havia um homem usando uma longa capa negra que parecia nos aguardar.

─ Vejo que conseguiu realmente. ─ a voz de Thor soou através da capa, me surpreendendo.

─ Eu disse que conseguia. ─ Iuel pareceu ofendido.

─ Vamos, não temos muito tempo. ─ ele tirou a túnica de seu rosto e revelou um sorriso debochado ─ Ainda bem que trouxe uma capa para você ou iríamos chamar atenção dos nove mundos com esse seu vestido.

Revirei os olhos enquanto aceitava uma das capas que ele oferecia. Apesar de me enrolar um pouco para vesti-la, consegui esconder todo o tecido colorido que agora era limitado por uma pesada capa verde escura e com um cheiro delicioso.

─ Aonde estamos indo? ─ resolvi perguntar depois que Thor abriu uma porta ao fim daquele quarto e pediu que passássemos por ela em silêncio.

Do outro lado da dispensa, havia uma gigantesca cozinha tumultuada, repleta de pessoas que andavam de um lado para o outro carregando bacias, livros com receitas e até mesmo animais vivos enjaulados.

Thor passou a mão pela minha capa até encontrar o gorro e esconder meus cabelos e a ponta dele cair sobre meus olhos.

─ Não vamos querer que nos descubram logo agora, não é mesmo? ─ ele brincou enquanto puxava meu pulso ao andar pela cozinha.

─ Ouvi falar que essa nova versão da princesa sabe lutar. ─ minha audição apurada acabou captando uma conversa enquanto andava entre dois grupos distintos de cozinheiras.

─ Uma princesa que luta abertamente? Isso é normal em Midgard? ─ outra perguntou.

─ Bom... Deve ser. E é bem provável que tenha sido isso que encantou o príncipe Thor. Reparou como ele defendeu a princesa hoje no café-da-manhã? Acho que dessa vez teremos um casamento.

E foi com aquelas palavras que abandonei a cozinha sendo carregada por Thor e empurrada por Iuel.

Caímos em uma passarela de pedra longa e descoberta que seguia até o que parecia ser uma estufa de flores feita de um vidro verde incrível reluzente.

Tá. Aquilo foi estranho. Essas pessoas de Asgard costumam mesmo imaginar coisas. Como assim Thor está interessado em mim? Revirei os olhos mentalmente. Será que eles não sabem a diferença entre interesse e culpa? Qual é! O cara se sente culpado por ter me escondido minha real identidade na Terra. Isso é óbvio!

Achei que ia demorar um pouco para acontecer, mas já estava me entediando e um pouco farta de ficar rodeada de tanta coisa bonita assim. Sentia falta da desordem de Nova York e quase conseguia sentir falta da poluição e do trânsito ruim. Tudo em Asgard era brilhoso demais, lindo demais, fazendo até mesmo com que eu me sentisse irritada com toda essa claridade que favorecia o lugar.

─ Posso saber que lugar é esse? ─ resolvi perguntar já que percebi que ninguém me falaria nada.

─ Você não está lembrada, Ign... quer dizer... Ellizabeth? ─ a voz sussurrante de Iuel quase não chegou aos meus ouvidos, pois naquela passarela ventava o suficiente para derrubar várias vezes meu gorro e me obrigar a colocá-lo de volta e bagunçar ainda mais meu cabelo.

─ Lembrem-se de deixar tudo no lugar quando saírem. ─ Thor informou quando estávamos na metade da passarela.

─ Você não vem? ─ perguntei surpresa ao vê-lo parar e nos deixar passar por ele.

─ Tenho assuntos a resolver com Heimdall. ─ ele fez uma pequena mesura e virou-se de costas.

─ Thor! ─ chamei seu nome quase gritando e ele freou no caminho para me olhar ─ Esse Heimdall... ele pode ver tudo, não é mesmo? ─ assentiu, assegurando-me de que era verdade ─ Pode... me trazer notícia deles? ─ ele tornou a assentir ─ Obrigada.

Iuel continuou a andar ao meu lado, mas voltou a tagarelar sobre coisas simples que podia-se notar ao lado de fora da estufa.

─ Vê aquela rocha dourada ali bem ao lado da porta? Ela veio de nosso planeta só para ficar ali. Como você não se lembra, deve achar bobeira, mas meu pai contou que essa pedra representa hospitalidade no espaço de deuses. Por isso trouxeram ela justamente para cá.

Ele abriu a porta e fez uma leve reverência para que eu entrasse. Agradeci com um sorriso no rosto, achando um pouco engraçada ─ para não dizer fofa ─ a boa educação de Iuel.

─ E então... Você gostou? ─ ele perguntou quando percebeu que eu parei logo na entrada para contemplar o lugar.

Era incrível! E não era o tipo de beleza que já estava enjoada de ver.

Aquela estufa abrigava uma variedade magnífica de plantas exóticas e de formatos variados. Espécies diversificadas de borboletas vermelhas sobrevoavam nossa cabeça nos dando boas-vindas com seus vôos delicados enquanto uma brisa suave tocava minha pele e acalmava todo o meu ser. Os tons verde e vermelho eram tão presentes ali que eu poderia me camuflar entre eles tranquilamente. A riqueza daquele lugar era diferente de todo o castelo. Não havia móveis de ouro ou prata. Apenas raízes das árvores altas que ali haviam que formavam bancos e até mesmo sofás revestidos com tecido vermelho e verde.

Caminhei entre os corredores de vasos de flores até me surpreender mais uma vez.

Ao fim do corredor principal havia uma gravura entalhada em uma espécie de espelho. Era a gravura de uma mulher, cuja as únicas cores que foram permitidas serem destacadas além do reflexo espelhado, foram o vermelho fogo de seus cabelos. as esmeraldas dos olhos e uma única lágrima em tom amarelado que caia de seu olhar direito.

─ Ela é linda. ─ foi tudo o que consegui dizer sobre a gravura.

─ Eu sei. É minha irmã mais velha. ─ Iuel sorriu para mim pelo reflexo da gravura e piscou.

─ Espera... Essa é a Igni... quer dizer, sou eu? ─ encarei o garoto loiro ao meu lado que ainda estava com seu sorriso brilhante nos lábios.

─ Mas é claro, Ellizabeth! Esse aqui é seu espaço. ─ um sorriso tímido cresceu nos lábios dele e me deixou ainda mais sem palavras.

Voltei-me para a gravura e fiquei encarando a mulher... quer dizer... menina que estava ali. Era estranho, mas não conseguia me encontrar naquela gravura. Não que eu me sentisse feia, mas ainda era novidade o fato de ter cabelos ruivos e olhos esverdeados. Ainda sentia falta de minha cabeleira loira e meus olhos castanhos.

─ Mas ela era tão nova... ─ deixei escapar um sussurro. A menina ali representada não devia ter mais de dezesseis anos... Apesar de já ter sacado que os deuses demoram mais para envelhecer, ainda me senti surpresa com o fato da gravura estar ali. Agora compreendia porque o casamento demorara tanto. Eu devia ter levado uns 1000 anos para atingir a idade adulta de um asgardiano.

─ Foi feita assim que viemos para cá e o noivado foi selado. Thor que presenteou você com esse espaço. Antes era um salão todo dourado, cheio de joias, vestidos, dossel e várias outras coisas que praticamente toda princesa deixa em seu espaço... Mas ao longo dos anos você foi modificando e deixando a sua cara.

Finalmente alguma coisa que Ignis e eu tínhamos em comum além do mesmo rosto.

─ Eu fiz isso? ─ franzi o cenho ao voltar-me para toda aquela beleza ─ Sozinha?

─ Ah... ─ Iuel deu de ombros ─ No início sim... Mas depois você ganhou a ajuda do... ─ ele deixou a frase no ar e mordeu uma das bochechas ─ Quer ver uma coisa legal? ─ puxou meu pulso e me guiou em um corredor repleto de árvores tão altas que quase tocavam o teto.

Iuel levou-me até um dos bancos feito de raiz de árvore e me forçou a sentar ali.

─ Já volto. Não saia daí. ─ ele pediu enquanto desaparecia no meio do corredor.

─ Como se houvesse outro lugar para ir. ─ sussurrei enquanto admirava um pouco mais o lugar a minha volta. Tomei a liberdade de remover o meu capuz e soltar um pouco a gola da capa que já estava me incomodando.

Só então que pude perceber que minha pele tomou um tom diferente dentro daquele lugar. Ela estava quase atingindo o bronzeado normal que eu estava acostumada na Terra. O que me fez voltar ao meu cabelo para checar se ele também havia mudado. Mas não. Ainda era o mesmo vermelho alaranjado.

Não muito tempo depois, Iuel surge com um vaso decorado em verde, azul e lilás acolhendo uma única rosa branca que possuía um brilho intenso quando Iuel tocava suas pétalas.

─ Esta é uma Moto Maluwa. É única aqui, pois ela veio especialmente para este espaço e você exigiu que nosso pai não trouxesse muitas para não compartilhar a essência dela com os asgardianos.

─ O que ela tem de tão especial? ─ perguntei cedo demais, porque quando ele aproximou a flor de mim, ela adquiriu um tom vermelho claro nas pontas das pétalas que foi escorrendo feito água por elas até completar toda a flor. Iuel percebeu minha surpresa e afastou a rosa novamente, fazendo com que ela voltasse ao tom branco. E em seguida voltou a aproximar a flor de mim que novamente estava passando por mudança e transformando-se em vermelha.

─ É a flor do fogo. Ela tem uma ligação única com você. Só pode apresentar sua real coloração quando está próxima da princesa da ressurreição.

Franzi o cenho, um pouco surpresa e assustada com toda aquela novidade. Agora eu era a princesa da ressurreição? Ah, que legal. Isso explica muita coisa. Iuel sentou-se ao meu lado no banco e apoiou o vaso de flor em minha perna usando uma das mãos e com a outra ergueu meus dedos e tocou nas pétalas.

Um tipo estranho de energia pareceu fluir da minha mão até a rosa e um brilho avermelhado começou escapar das pétalas de forma tão intensa que quase tive de fechar meus olhos.

Removi meu dedo de lá e afastei minha mão em surpresa.

─ Ok... Isso tudo é um pouco... estranho. ─ suspirei e pisquei os olhos tentando restaurar minha visão.

Iuel deixou escapar uma risada antes de afastar a rosa de mim e deixá-la de lado por um instante.

─ Em Midgard... você também... colecionava plantas? ─ até então eu não havia percebido o quão curioso ele estava para saber mais sobre mim. Porém, depois que respondi sua pergunta, ele tornou a fazer várias e várias outras.

─ Não, eu... colecionava livros. ─ sorri fraco, sentindo uma leve pontada no peito ao lembrar-me do Bien Sûr completamente destruído.

─ Livros? Verdade? Por que livros? É uma coisa de mortal? Eles gostam de livros?

─ Em grande parte sim... Na verdade eu... possuía uma biblioteca que ficava disponível para outros... mortais visitarem e pegarem livros emprestados... ─ contei a ele um pouco sobre a história do Bien, e quanto mais contava, mais interessado pela Terra ─ ou, como ele chamava: Midgard ─ ficava.

Passou a perguntar sobre as roupas que vestíamos, as festas, como eram os animais de lá e a comida. O que mais o interessou foram os cachorros que tive de fazer uma lista imensa sobre as vantagens de possuir um bicho de estimação e como funcionava os cuidados com o animal. Acabei me enrolando um pouco para explicar, afinal nunca tive tempo para ter bichos de estimação.

As coisas começaram a ficar mais difíceis de se compartilhar quando ele quis saber mais sobre a minha vida. Decidi contar apenas as coisas boas e sem revelar muito sobre meu passado escuro. Iuel era muito novo e gentil para conhecer mais sobre a mulher de um milhão de faces que habitava em mim. Revelei a ele sobre minhas viagens e quando falei que eram feitas através de aviões ele achou a coisa mais interessante do mundo. Falei um pouco sobre minha família na Terra, deixando passar as coisas ruins e só falando sobre as boas. Ele ficou curioso sobre Tony e sua armadura, e um pouco emburrado quando contei minha história com Fury. Acho que falar a ele que eu possuia um outro pai não o alegrou muito.

Decidido a mudar o assunto, foi ele quem começou a contar mais de sua vida. Falou que não havia muito tempo que começara a treinar com espadas e que estava empolgado com as aulas ao lado de um tal de Frandal ─ de acordo com ele, um dos melhores amigos de Thor por aqui ─, deixou escapar que havia encontrado uma namorada, mas Semha não era a favor do namoro então ele a mantinha escondida da família. Ele contou sobre o ataque dos gigantes de gelo no último ano e voltou a falar sobre as coisas ruins de Semha. O que me deixou um pouco curiosa e acabei me forçando a perguntar:

─ Ela sempre foi assim, Iuel? Sempre foi... fria?

Ele negou com a cabeça rapidamente.

─ Não. Não antes de você ir para o exílio. Antes ela era uma boa mulher... Mas depois que nosso pai morreu, ela... Não sei, ela... endureceu um pouco. ─ ele encolheu os ombros

─ Então foi depois que Haz morreu? ─ acabei insistindo no assunto e me senti um pouco mal por fazer Iuel voltar tanto no tempo assim.

─ É, talvez... Acho que a perda do meu pai e a sua fizeram o que ela é hoje. ─ ele continuou com o assunto me fazendo pensar que não estava se sentindo mal sobre falar da morte do pai ─ Ela passou a viver trancada no quarto e... às vezes, quando os funcionários entravam lá... não saiam mais com vida.

Arfei em surpresa com a mais nova revelação e encarei os olhos tristes de Iuel por um longo momento. Como um monstro como esse pode ainda ter os direitos de rainha e ser tratada como tal?

─ Posso te contar um segredo, Ellizabeth? ─ ele perguntou parecendo um pouco receoso.

─ Mas é claro! ─ estimulei-o a continuar.

─ Antes do dia do exílio... você e a mamãe brigaram por alguma coisa que nem eu ou a Ilidia sabíamos direito... Quando... quando você foi para o exílio, sabe? Foi a nossa mãe que acompanhou você. E... quando ela voltou... disse que o que foi feito, já estava feito e que não tinha como voltar atrás. Ilidia me disse que nossa mãe ficou muito chateada porque você foi exilada e nossa família acabou ficando sem proteção real por aqui, já que nossa futura rainha não estava presente... ─ ele suspirou, deixando a mostra toda a chateação pelo fato ─ Mas aí a notícia de que você estava voltando para casa chegou e... ela ficou ainda mais estranha. Começou a falar que colocaria você a prova, que precisava saber se você ainda era você ou... se não era. E quando você voltou sem memória...

Iuel parou de falar, parecendo travar uma luta interna quanto a continuar ou não contando o que quer que estivesse prestes a revelar. O que será que ele quer me contar e não está conseguindo? Minha mente dava voltas nas milhares possibilidades que eu projetava somente com esse curto tempo em que estive perto dele.

─ Iuel, quero que saiba que pode confiar em mim. ─ pousei minha mão sobre a sua que descansava em seus joelhos ─ Você é uma das únicas pessoas aqui em Asgard em quem confio e saiba que é mútuo. Você pode confiar. Vou guardar seu segredo.

─ Eu acho que foi ela que roubou suas lembranças. ─ ele falou tão rápido que por um momento pensei ter ouvido errado.

A primeira pergunta que me veio em mente foi: Quem? Semha? Mas revirei os olhos mentalmente. Claro que é Semha! Então tive de respirar fundo para perguntar:

─ Por que acha isso?

─ Acho que ela está escondendo alguma coisa da morte do nosso pai. ─ ele soltou um suspiro pesado e voltou a encolher o corpo ─Você deve ter descoberto antes de partir e ela removeu sua memória para que quando voltasse, não contasse a ninguém.

─ Mas aí ela teria removido só uma parte. ─ instiguei-o a continuar. Uma vozinha estava me chamando de monstro por usar Iuel tanto assim, porém eu precisava saber e não dei ouvidos a ela.

─ É. Mas foi Odin que removeu sua memória temporariamente. Ela não deve ter conseguido remover parte, então perpetuou a sentença dele.

Encarei aquele menino a minha frente e fiquei sem palavras. Apesar da face de uma criança, Iuel era muito inteligente e parece que já teve tempo o suficiente para pensar em tudo.

─ Contou a alguém sobre isso?

─ Não. ─ ele negou rapidamente ─ Só você sabe. Então, por favor, Ellizabeth, não conte a ninguém o que acabei de te falar. Se nossa mãe souber, ela pode... eu não sei o que ela pode fazer. ─ e mais uma vez ele se encolheu.

Foi como instinto. Joguei meus braços em torno de Iuel e o abracei tão forte que pensei que iria quebrá-lo, mas recordei-me de que ele era imortal. Podia superar uma braço de urso.

─ Não vou deixar ninguém fazer mal a você. Prometo. ─ falei baixo o suficiente para que ele tivesse a sensação de que aquele seria um segredo só nosso.

E cada palavra que disse a ele era verdade. Não deixaria ninguém fazer mal ao meu irmão. Nem Odin, Thor, Ilidia... Muito menos Semha.


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Notas finais do capítulo

Acho que nessa temporada vou usar bastante o polyvore (risos).
Cá está o vestido da Lilly que chamaria a atenção dos nove reinos (palavras de Thor, não minha): http://www.polyvore.com/fury_in_asgard/set?id=169884263

E aí, gostaram do capítulo?

Eu achei esse momento com o Iuel tão meigo (tirando a parte do segredo, claro). Só eu que estou apaixonada por esse menino? *o*

Vejo vocês no próximo capítulo, que muito possivelmente causará alarde em todo mundo.

Só posso dizer uma coisa sobre essa temporada: Ela promete MUITO!

Até õ/



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