Broken Strings escrita por liligi


Capítulo 18
Capítulo 18




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Capítulo 18 – Sobre um velho ditado

   Roy abriu os olhos preguiçosamente. A claridade excessiva no quarto o estava incomodando. Por que diabos Rachel abrira aquelas cortinas quando ele ainda estava dormindo? E quando ela havia trocado o marfim das paredes por aquele azul? Fechou os olhos novamente, não estava completamente acordado e não conseguia raciocinar direito.

   ...Espera, a mulher não iria trocar a pintura pelo simples – não para ele, obviamente – fato que a cor não combinaria com a mobília e com a roupa de cama (Por que mulheres tinham que complicar até mesmo isso?).

  Foi então que ele lembrou. Aquele não era o quarto da sua mansão na Cidade Central, aquele era o quarto do seu filho. Abriu os olhos e levantou-se rapidamente. Vasculhou cada centímetro do quarto e gelou ao notar que o menino não estava ali.

    - Jamie? – Ele chamou enquanto se punha de pé, mas não houve resposta.

   Foi até o banheiro do corredor e bateu na porta. Nada.

   Praguejou mentalmente. Ele havia implorado a Riza para deixá-lo tomar conta do menino naquela tarde – Teve que usar seus artifícios nada convencionais para fazê-la ceder -- , e o que ele faz? Adormece!  Já conseguia sentir o cano da arma de Riza em sua cabeça caso o menino tivesse resolvido sair de casa sozinho.

   Ele era mesmo um inútil, não conseguia nem cuidar do filho por uma única tarde. Mas como Roy imaginaria que cuidar de uma criança de quatro anos poderia ser tão cansativo? Desde o momento em que pôs os pés na casa Jamie o havia feito brincar de todas as brincadeiras que ele conhecia, e havia feito tantas perguntas que sua cabeça doía só de pensar.

- Jamie?! – Chamou mais alto, mas ainda assim não houve nenhum sinal do menino.

   Desceu as escadas de dois em dois degraus e passou rapidamente pela sala após escaneá-la com os olhos e foi em direção à cozinha, onde ele parou logo em seguida.

   Jamie estava em pé num banco, debruçado sobre um balcão completamente bagunçado. Roy não fazia ideia de quanto tempo ficara dormindo, mas, pelo visto, fora tempo suficiente para Jamie virar toda a cozinha de cabeça para baixo.

   Havia um pó branco espalhado por toda a superfície de mármore, misturada com açúcar, e, para completar, alguns ovos quebrados e leite, e toda aquela gosma também tinha escorrido para o chão.

   Merda, xingou mentalmente.

- James! – O moreno disse entre os dentes, se contendo para não despejar seu vasto vocabulário de palavrões na frente do filho.

- Você acordou.  – O menino sorriu-lhe colocando a colher de pau que segurava sobre o balcão, ao lado de um recipiente grande, onde ele havia misturado tudo que Roy via espalhado sobre o balcão.

- O que você está fazendo?

- Eu tava com fome e você não acordava, aí eu vim fazer panqueca.

- Você está fazendo panquecas? – Jamie balançou a cabeça.

- Eu queria fazer, mas a mamãe briga se eu mexer no fogão. – Ele disse com inocência.

   Roy passou as mãos pelos cabelos, bagunçando-os ainda mais. Andou até o menino e o tirou de cima do banco, a última coisa que ele queria era que Jamie acabasse caindo e se machucando.

- Vá tomar um banho, eu vou te levar pra comer alguma coisa, quando voltarmos iremos limpar isto. Se sua mãe chegar e vir isso, ela vai ficar uma fera.

---

  Rachel estava, mais uma vez, parada diante da janela de seu quarto, com a cortina de cor pêssego empurrada para o lado, dando-lhe vista para a entrada da mansão em que morava. Fazia quase duas semanas que Roy tinha ido para Cidade do Leste e nesse meio tempo ele havia ligado apenas duas vezes.

   Um sorriso irônico surgiu nos lábios da mulher ao lembrar-se do cinismo do marido. Ela lhe perguntara o motivo da sua viagem repentina e ele usou a desculpa do “amigo” doente, que o mesmo havia piorado e disse que não tinha previsão de voltar.

    Uma lágrima escorreu por seu rosto. Ele a fazia sofrer tanto, mas ela não conseguia simplesmente deixá-lo, o amor que nutria por ele era maior que tudo aquilo. Ela desconfiava o real motivo de Roy estar na cidade do Leste, mas ela queria confirmar com os próprios olhos.

   Rachel estava decidida a não perder Roy Mustang. Não depois de tudo o que fizera para que eles pudessem, enfim, casar-se.

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   Riza fechou os olhos por alguns segundos, se inspirou profundamente. Estava com dor de cabeça de tanto ler relatórios e sua mente vagava com frequência para Jamie e Roy. Ela sabia que o alquimista tinha todo o direito de passar uma tarde com o menino, mas ela se preocupava pois sabia que Roy não tinha jeito com crianças – Ela lembrava da época em que o moreno ia visitar a filha de Hughes.

   Ela então soltou todo o ar dos pulmões e se pôs de pé. Precisava de uma pausa naquela leitura e precisava ter notícias do seu filho, ligar não iria fazer mal a ninguém. Patrick a olhou com curiosidade quando ela passou por ele e ergueu uma sobrancelha.

- Volto já. – Foi tudo o que a loira disse antes de deixar a sala.

   Riza primeiramente foi até o bebedouro, sua cabeça estava prestes a explodir. Após de beber  a agua, a loira foi imediatamente para a recepção, e logo estava com o telefone nas mãos, discando o número de sua casa.

   Seu coração martelava a cada toque, e a preocupação começava a se apoderar dela. O que diabos Mustang e o menino poderiam estar fazendo que não atendiam logo aquele telefone!? Ela já estava quase desligando quando a voz do moreno ecoou por seus ouvidos, deixando-a sem ação por alguns segundos.

- Alô? – Ele perguntou já pela segunda vez. Ela fechou os olhos e lembrou-se do porquê estava ligando e ignorou todas as sensações que aquela voz lhe causava.

- Roy? – Ela falou em voz baixa, não podia arriscar que ninguém do quartel a ouvisse falando com aquele homem.

- Riza... O que houve? – Ele indagou e ela o imaginou com aquele sorriso torto que ela tanto amava.

- Por que demorou a atender ao telefone? Está tudo bem? – Sua voz transbordava preocupação, mas, para a irritação da loira, Mustang apenas riu. – Cadê o Jamie?

- No quarto, terminando de se arrumar. – ele respondeu simplesmente. – Demorei a atender porque estava tentando escolher uma roupa para Jamie vestir-se. E por sinal, eu não sei como vestir uma criança propriamente.

  Ela sorriu. Jamie era sempre tão cuidadoso ao escolher suas roupas e ela imaginava Roy pegando as primeiras peças pela frente e entregando ao menino que deve tê-las desaprovado quase que imediatamente e feito um pequeno discurso para o pai sobre como não se deve se vestir de qualquer jeito.

- Esse é um dos aspectos que Jamie não puxou de você. – Ela disse sorrindo e se surpreendeu logo em seguida. Ela nunca havia imaginado ter aquele tipo de conversa com Roy Mustang, era surreal... Era bom.

   Roy ria do outro lado da linha, arrancando Riza de seus devaneios.

- O pequeno é uma perfeita mistura de nós dois, não é mesmo? – ele indagou e ela apenas fez um som confirmando. Era por momentos como aquele que ela esquecia seu orgulho, esquecia até mesmo sua honra, e daí se ele era casado? Ele pertencia a ela e a Jamie, não haveria um ser na face da Terra que pudesse convencê-la do contrário. – Preciso desligar, vou levar Jamie para comer alguma coisa.

- Você vai fazer meu filho engordar e ficar doente, só o leva para comer besteira – Ela disse em tom de repreensão.

- Você é exagerada demais – Ela conseguia imaginá-lo revirando os olhos naquele momento. – Jamie é criança, tem mais que aproveitar essa fase pra comer tudo o que pode.

- Você o mima demais. – Ela suspirou.

- E você o protege demais. – Ele rebateu. Fez-se silêncio por alguns segundos. – Preciso ir. Eu te amo, Riza. – Ele sussurrou a ultima parte.

- Eu também – Ela respondeu no mesmo tom.

- Espero que chegue logo em casa, já estou com saudade. – Ele disse em tom confidente e então desligou, deixando Riza com um sorriso abobalhado enquanto ainda segurava o telefone na mão.

----

   Ao chegar em casa naquela noite, Riza estava exausta e não percebeu de imediato o silencio que se fazia. Largou sua bolsa sobre o sofá e olhou ao redor, só então notando o quão tranquilo estava.

- Jamie? Roy? – Ela chamou.

- Aqui em cima, mamãe. – Ouviu Jamie gritar, ela então subiu e o encontrou em seu quarto, terminando de se vestir.

- Oi, meu amor – Ela disse sorrindo e se recostando na porta.

- Oi, mamãe. – O menino prontamente a abraçou e ela retribuiu.

- Onde está o Roy? – A loira perguntou ao soltar o filho.

- Ahn... Bebendo água. – Jamie disse incerto, voltando para seu guardarroupa.

- Ok... – Riza disse incerta, estava cansada demais para ponderar sobre a reação do filho. – Eu vou tomar um banho e já vou fazer o jantar, ok filho?

- Tá certo, mamãe.

    Riza foi até seu quarto, e se trancou lá dentro. A primeira coisa que fez foi retirar a pesada jaqueta azul royal e jogou-a sobre a cama e soltar os cabelos, então foi até seu guardarroupa e tirou de lá um vestidinho leve que não usava a séculos – Ela sequer lembrava de tê-lo --, e só então foi até o banheiro.

   Ela logo se livrou do resto da farda que usava, e correu para debaixo do chuveiro. Assim que sentiu a agua quente tocar sua pele, sentiu também o cansaço deixar seu corpo. Ficou embaixo dá água por incontáveis minutos, apenas sentindo a sensação de relaxamento tomar de conta, aquele havia sido um dia longo.

   À contragosto, a loira desligou o chuveiro e enrolou-se na toalha, por mais que quisesse ficar ali até se sentir sonolenta, seu filho ainda estava perfeitamente acordado e esperando que ela lhe preparasse o jantar.

  Secou-se rapidamente, se vestiu e penteou os cabelos ainda úmidos, destrancou a porta do banheiro e foi até o quarto do filho, o menino não estava lá. Ela desceu para a sala, esperando encontrá-lo assistindo televisão, mas o cômodo estava vazio e o aparelho desligado. Ela ergueu uma sobrancelha.

- Jamie?

- Na cozinha, mamãe.  – ela o ouviu dizer e seguiu para o lugar, mas parou na soleira da porta. – Surpresa!

  Riza arregalou os olhos. Jamie e Roy estavam parados ao lado de uma mesa, mas o que a surpreendeu foi o fato desta já estar arrumada e farta de comida.

- O que é isso? – Riza indagou, aturdida.

- Gostou, mamãe? – O menino a perguntou enquanto segurava sua mão e a puxava para perto da mesa, onde Roy estava. – Eu e o Roy fizemos tudo.

- Vocês fizeram? – Ela lançou um olhar confuso para o alquimista que sorria discretamente.

- Mais ou menos, eu falei com a Sra. ___ e ela preparou a comida. Nós só colocamos a mesa. – Ele riu levemente.

- Mas por quê?

- Porque – Roy dizia enquanto se aproximava da tenente. – Você merece um descanso. – Ele então lhe deu um beijo na testa e sorriu com ternura, fazendo-a sorrir também.

- Tá tudo uma delícia, mamãe! -  Jamie disse alegremente e Riza riu.

- Eu aposto que sim.

  Então Roy puxou a cadeira para a loira, que agradeceu e sentou-se logo em seguida.

- Espero que não se importe com a flor – Roy disse e só então Riza notou a rosa vermelha que estava no centro da mesa, dentro de um vasinho com água.

- Você sabe que não – Ela sorriu para o alquimista, enquanto lembrava da vez em que ele, completamente bêbado, havia lhe enviado centenas daquela flor há tantos nos atrás.

   Roy sorriu e então se sentou, de frente para a loira. Ela estava linda. Os cabelos ainda úmidos caiam sobre os ombros molhando o tecido do vestido azul claro que ela usava. Ele não lembrava uma única vez que a tinha visto de vestido, ainda mais um tão curto – o que ela usava só cobria até metade de sua coxa – além de ser colado e delinear suas curvas, e apesar, de ela estar absolutamente estonteante naquele traje tão simples, ele nunca a permitiria sair com ele, não queria nenhum outro homem encarando as pernas da loira.

  Riza levantou-se para servir seu filho, mas Roy prontamente tirou os talheres do alcance da loira, explicando mais uma vez que aquela era uma noite para ela descansar e que ele serviria a ela e ao filho. Mesmo relutante, Riza deixou que o moreno fizesse isso, seria até engraçado ver Roy Mustang em uma situação como aquela.

   Jamie escolheu o que queria e o moreno colocou em seu prato, adicionando um pouco de feijão (que o menino fez uma careta ao ver), alegando que era necessário para que ele pudesse crescer. Então foi a vez de Riza e ele mesmo escolheu o que a mulher iria comer, ela apenas agradeceu e esperou que ele se servisse para então começarem a comer.

  Não conversaram muito, vez ou outra ela apenas fazia algum comentário sobre a comida e Roy replicava. Jamie foi o primeiro a terminar e logo chamou Roy para brincar com ele, que foi assim que terminou sua refeição. Riza foi proibida de lavar a louça então resolveu apenas sentar no sofá e relaxar.

   Quando Roy chegou a sala após colocar toda a louça suja na pia, que ele havia prometido lavar após brincar com o filho, viu que Jamie descia as escadas carregando o objeto de entretenimento dos dois nas próximas horas que ele imediatamente reconheceu: uma tabuleiro de xadrez.

  - Você sabe jogar xadrez, Roy? -  Jamie perguntou enquanto colocava o tabuleiro sobre a mesinha de centro da sala.

- Sim, eu sei – O alquimista riu, lembrando-se do tempo que jogava quase diariamente com um general em particular. Não imaginava que o filho pudesse ter o mesmo gosto pelo jogo, ainda mais sendo tão novo.

- Eu não sou muito bom, mas adoro xadrez! – O menino exclamou enquanto separava as peças pretas das brancas.

- É mesmo? Eu também adoro xadrez. – Roy disse enquanto posicionava as peças nas casas. – Como você aprendeu?

   O menino deu de ombros.

- O tio Patrick me ensinou e a mamãe comprou o tabuleiro para jogar comigo.

- Hmm... – Roy murmurou. Patrick mais uma vez. Aquele homem tomara o lugar de Roy na vida de Jamie e Riza por quatro anos, mas ele não permitiria mais que isso acontecesse.

- E quem te ensinou, Roy? – A criança indagou e Roy direcionou o olhar para Riza que observava os dois com um sorriso cansado nos lábios.

- O meu sensei, há muitos anos atrás. – Ele disse.

- Seu sensei de alquimia? – Jamie perguntou e Roy confirmou com a cabeça. – Uau! E quem ele era?

- Você não deve conhecer, ele morreu há muito, muito tempo. – Roy viu Riza desviar o olhar, ela não gostava de lembrar-se da morte de seu pai, e Roy também não gostava de lembrar que fora ele quem fizera aquela queimadura nas costas da loira. – Vamos começar?

- Sim! –O menino respondeu animado.

- - -

   Após jogar por duas horas direto, Jamie acabou adormecendo ali mesmo na sala. Roy deixara o menino ganhar a maioria das partidas – apesar de que o menino era realmente perspicaz, um pouco mais de prática e Roy com certeza perderia para ele --, o que o deixou completamente feliz.

   Roy pegou o pequeno nos braços e, com Riza em seu encalço, o levou para o quarto e o colocou na cama, cobriu-lhe e então lhe deu um beijo na testa. Seu filho até parecia um anjinho adormecido e aquilo fez com que sorrisse.

  Riza esperava na soleira da porta, apenas observando aquela cena, o moreno foi até ela e ambos deixaram o quarto, fechando a porta logo em seguida. Então, sem mais se conter, Roy puxou a loira pela cintura e colou seus lábios aos dela, que instantaneamente jogou os braços ao redor do pescoço do moreno. Estavam com saudades um do outro e detestavam ter que esperar até que Jamie dormisse para que saciassem essa falta, mas era necessário.

  Alguns minutos depois se separaram, mas Roy não soltou Riza. Ficaram se encarando por um tempo, apenas aproveitando aquele momento de paz antes que Mustang voltasse a beijá-la. A loira embrenhou os dedos nos cabelos negros dele enquanto ele a apertava mais contra si, sabiam onde aquilo iria acabar.

   Era assim que acontecia há duas semanas: Os três jantavam juntos, Roy e Jamie brincavam por algum tempo, e quando o pequeno adormecia, ele e Riza aproveitavam a companhia um outro, e acabavam na cama. Roy não sabia quantas vezes tivera que acordar cedo para ir embora antes que Jamie acordasse.

   O moreno pressionou Riza contra a parede oposta, fazendo-a suspirar. Toda e qualquer razão que ela possuía lentamente se esvaía, tudo que havia era ele, seu coração acelerado, e suas bocas juntas.

  As mãos de Roy então passeavam pelo corpo bem esculpido de Riza, e logo ele começou a distribuir beijos por toda a extensão de seu pescoço, e ela cravou suas unhas no dele.

- Você está linda... – ele murmurou entre os beijos, ela apenas sorriu, sua mente estava enevoada, não conseguia juntar as palavras. – Eu... simplesmente... amei... seu vestido. – ele disse lentamente enquanto beijava agora desde sua orelha até o canto da boca da loira. – Mas... Você ficará ainda mais linda sem ele. – Então ele se afastou um pouco para encará-la com um sorriso que só podia ser descrito como malicioso.

  Ela então segurou o rosto do moreno e o puxou para si. Ela o desejava tanto quando ele a desejava, para quê enrolar? Tudo o que ela queria era ter o corpo dele colado ao seu, era acordar nos braços dele, sentindo o coração dele bater no mesmo ritmo do dela.

   Logo ela já havia arrancado a blusa rosa claro que ele vestia, jogando-a no chão sem cerimônia alguma. Roy a segurou pela cintura, levantando-a, e ela enlaçou a cintura dele com suas pernas, ele não iria se conter, e daí se o menino acordasse? Tudo o que Roy queria era gritar para os quatro ventos que ele amava aquela mulher e ele sabia que Jamie aprovaria.

  Amor e luxúria se misturavam dentro deles, e nada no mundo além daquele momento importava.

- - -

   Rachel colocou o telefone no gancho. Embora não quisesse, algumas lágrimas rolavam por seu rosto – lágrimas de frustração, decepção e de desesperança. Já era a terceira noite que ligava para o hotel que Roy ficava hospedado perguntando pelo marido para receber a notícia de que ele não passaria a noite ali, e na manhã ela apenas receberia a confirmação ao ligar novamente.

   Ela não era cega, suspeitava onde Roy estava... Ou melhor, com quem ele estava, e isso partia seu coração. Nos poucos anos de casamento tudo o que ela havia feito era amar e se dedicar ao homem, se esforçando ao máximo para ganhar seu coração para, no final das contas, ele a trair.

   A mulher então derrubou tudo que estava sobre a mesa. Estava tão furiosa! Mil perguntas invadiam sua cabeça: Por que ele a traiu? Por que ela não fora capaz de conquistá-lo? O que ela poderia ter feito para que as coisas não seguissem esse rumo? Era por causa dela que ele havia realizado seu sonho, oras!

- Maldito. – Ela murmurou entre os dentes, não mais segurando as lágrimas que ensopavam suas bochechas.

   Ela pôs-se pé e foi até a janela. O céu estava enegrecido e não havia sequer uma estrela no céu, estava vazio, assim como ela. Ela vivera em função de seu amor pro Roy, casar-se foi uma parte do sonho que se realizara, e também fora a única.

    Ela nunca imaginou que apenas em quatro anos de matrimônio eles estivessem quase tão distantes um do outro quanto antes do noivado. Ela queria ser mãe, queria ser uma boa esposa, queria ter um casamento que faria inveja a qualquer outro casal na Central, ao invés disso, Rachel era apenas uma mulher solitária com uma aliança cara no dedo.

  Passou a mão pelo rosto, enxugando as lágrimas. Rachel nunca fora uma lutadora, mas também não fazia o tipo que desistia fácil. Lembrou-se de seu amor-próprio, de seu orgulho, ambos muito feridos, mas que jamais seriam destruídos. Roy Mustang nunca tiraria isso dela.

   Ele que se aproveitasse enquanto podia, aquela seria apenas a calmaria que antecederia a tempestade que ela causaria. Se fosse para perdê-lo, iria perder lutando e não apenas sendo passiva às decisões dele. 

N/A: OI OI OI *apanha*

E aí, meus amores tudo bem? Todo mundo de férias, feliz, aproveitando pra sair e viajar ou mesmo para dormir tudo o que não dormiu nesse primeiro semestre? :D

Creio que a atualização não demorou ~tanto~ dessa vez,e o capítulo saiu até grandinho.

Estamos na reta final agora, o que vocês acham que vai acontecer? Só para vocês saberem, já comecei a escrever o capítulo 19 e já tenho em mente tudo o que vai acontecer nele e no 20, que creio eu será o último. E estou pensando na possibilidade de um epílogo. Estão vendo? Eu não desisti da Fic, apesar de que dá um aperto no coração pensar que eu vou terminá-la de uma vez por todas :(

Anyways, muito obrigada às lindas que comentaram, vocês sempre me motivam a continuar ♥

Bem, aproveitem as férias, mas com juízo :D

Beeeijos

Liligi


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