Beco Diagonal, um lugar encantador para bruxos, muitas lojas com diversos objetos curiosos chamavam a atenção de Sofia, que olhava animadamente cada canto com brilho nos olhos.

– Ainda não entendo porque você quis vir comigo e não com Dumbledore. – Fingia Tom estar reclamando, mas não pode evitar o sorriso.

– Vai me dizer agora que não gosta da minha companhia? Não minta para mim, eu sei que você gosta de conversar comigo. – Disse Sofia convencida com as mãos na cintura enquanto sorria.

Tom bufou, mas sorriu logo em seguida. Poderia não admitir, mas gostava de passar tempo com a garota, talvez pela solidão das férias, talvez pela própria companhia.

– Vamos, agora precisamos comprar sua varinha – Disse Tom animado.

– Ah... desde que não seja para usar feitiços como Cara-de-lesma ou Densaugeo, por mim tudo bem. Por falar, ainda não entendo como alguém usa um feitiço desses para os duelos.

Tom riu da frase. – Acredite, você vai usar, são feitiços que nos fazem dar boas risadas. Agora vamos lá, direto para a Olivaras-Teixo.

Enquanto caminhavam viram uma multidão na vitrine de uma loja de vassouras, todos observavam uma vassoura em especial, a Comet 180, produzida para esportes. Tinham outros modelos também como a Cleansweep Three ou sua antecessora a Two, mas todos os jogadores de quadribol sempre optavam pela mais rápida. Para Sofia, ver vassouras como meio de transporte ou esporte ainda era um tanto incomum.

Tom por outro lado estava curioso a respeito de Sofia, como poderia alguém que viu sua família morrer se manter tão animada.

– Sofia, pode parecer indireto, mas posso saber o que aconteceu com você e sua família?

– Que raro você perguntar algo sobre mim. – A garota riu. - O senhor Dumbledore disse que fomos atacados por criaturas mágicas que seguem a Grindelwald... não sei o que eram, mas usavam uma capa negra que cobria todo o corpo, somente as mãos e rostos ficavam a mostra... e elas eram cadavéricas... na hora pareceu que tudo ao meu redor congelou, tinha ficado muito frio... depois lembro que do nada uma luz muito forte saiu do meu braço e preencheu a sala, desmaiei... quando acordei estava em um hospital.

Tom estava de olhos arregalados, boquiaberto, poderia ela ter lançado um expecto patronum? Era uma magia de nível muito avançado para alguém que se quer sabia que era bruxa. Mas uma coisa ainda não se encaixava nesta história, dementadores não matam, podem sim levar uma pessoa a loucura e depressão, mas matar...

– Tom? Está bem? – Disse Sofia dando um tapinha na bochecha de Tom.

– Ah, sim, estou... mas me diga, como você consegue se manter tão animada depois de tudo que aconteceu?

– Me diga Tom, depois que você perde aquilo que mais ama, deixa de sorrir? Estou viva, tenho de sorrir por aqueles que amo e se foram, tenho de continuar e fazer sempre o melhor que posso.

Talvez naquele momento Tom tenha pensado em sua família, nunca os conheceu ou sabia onde estavam, sabia apenas de sua mãe que havia morrido. Mas na sua frente estava alguém que mesmo tendo passado por situações difíceis estava se mantendo do melhor jeito que podia.

– Você com certeza é alguém muito especial. – Disse Tom. – Mas agora, vamos logo comprar sua varinha.

Passaram cerca de duas horas dentro da grande e empoeirada “loja das varinhas” até que finalmente Garrick Ollivander encontrou a varinha perfeita para Sofia, feita com a pena da fênix Fawkes, 34 centimetros. Garrick também contou que esta varinha tinha uma gêmea, e que nunca havia imaginado que realmente chegaria a conhecer um bruxo qual estas varinhas escolhessem ser dignas.

Tom se impressionava cada vez mais com Sofia, misteriosa, talentosa, animada. Se tornaria uma grande amiga e rival em Hogwarts.

– Bom, tudo que falta agora é seu animal de estimação. – Disse Tom com alivio da grande lista estar quase chegando ao fim.

– Por falar nisso, qual é o seu?

– Eu não tenho um.

– Mas por que? São tão fofinhos estes animaizinhos!

Sofia resolveu escolher uma raposa vermelha, de pelagem brilhosa, olhos cor de mel.

Agora tudo estava pronto para irem a Hogwarts, bastava apenas contar os dias para o início do ano letivo.