A escolhida da paz escrita por one of the Dumas girls


Capítulo 2
O primeiro dia no acampamento


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Meus pais aceitaram me mandar para uma falsa colônia de férias em Long Island e eu estava enlouquecendo conforme os dias passavam e não chegava o dia da viagem. Eu não aguentava mais esperar. Até que... De um momento para o outro era só eu e a moça do check in.

“Acampamento... Lá vou eu!!!” sussurrei baixinho enquanto entrava no avião.

O voo foi uma droga. Longo... Cansativo... Tedioso.

Ao chegar ao aeroporto de Nova York avistei um cara grande, de terno, com uma plaquinha laranja escrito “Miss Pascotti” e duas garotas da minha idade com ele, uma era alta, loira e bronzeada, tão bonita que dava inveja com o cabelo preso num rabo de cavalo, a outra era morena, baixinha, de olhos verdes brilhantes e com sardinhas salpicadas por todo o seu rosto.

“Olá, sou Alice Pascotti, acho que vocês estão me esperando.”

“Oi, você tem razão, te esperávamos.” respondeu a loira “Sou Ginger, essa aqui é Marie Claire” e ela me abraçou com muita força.

Marie Claire apenas sorriu e comentou alguma coisa sobre meu cabelo colorido.

“Eu gosto assim.” murmurei passando os dedos nas minhas longas madeixas roxas antes negras.

Entramos numa van com a logo de uma fazenda produtora de morangos na lateral e Argos, o grande homem de terno, dirigiu por algum tempo até uma estradinha no meio do nada em Long Island.

“Acampamento... Lá vou eu...” sussurrei novamente, dessa vez nervosa. Muito nervosa.

“Então... Não somos semideusas?” perguntei as meninas.

“Não, mas acho que o Nico já te explicou tudo. Sabe a parte de sermos escolhidas, trazer a paz e blábláblá” Ginger respondeu meio inquieta.

“Deixa o Quíron explicar o resto, Ginny.” Marie Claire interrompeu docemente.

Conversamos um pouco enquanto caminhávamos pela grama molhada. Fomos andando até uma casa de fazenda branca e azul depois de passar pela famosa árvore de Thalia e aquele dragão assustador que guarda o Velocino de Ouro, quando uma menininha veio falar conosco.

“Você é a Alice?”

“Acho que sim” respondi meio inquieta.

Um garoto veio logo atrás dela, de mais ou menos 15 anos. Ele era afro-americano, igual à menina, tinha os cabelos escuros em corte militar. Usava Jeans e uma regata laranja, o que só realçava os seus músculos.

"Oi, sou Peter Blademan, essa é a minha irmã, Amy. Somos de Ares."

"Prazer, Alice, mas acho que você já sabia disso."

Ele deu uma risada enquanto apertava a minha mão.

Continuamos andando e cumprimentando outros meio-sangues pelo caminho. Em certo momento, avistamos um garoto solitário de cabelo preto bagunçado brincando com um cachorro ENORME.

“Nico? É a Sra. O’leary?” perguntei chamando o garoto que agora já era familiar para mim.

“Alice! Você veio cedo, eu... Sra O’leary! Para de lamber ela!” ele exclamou rindo. “Quíron mandou avisar que assim que vocês chegassem era para irem ver a Rachel que depois ele fala com vocês. Eu acompanho vocês até lá.”

A Rachel, exatamente como no livro, mora em uma caverna. Isso é meio assustador, mas quem sou eu pra dizer alguma coisa? A entrada da caverna é sinistra. Tem ossos e cortinas verdes e nevoa verde por toda a parte. Mas dentro é como uma cobertura de um prédio de luxo em Miami. É incrível. Assim que entramos, a oráculo se levantou, como um robô, nos olhou com olhos vidrados e recitou em grego antigo, com uma voz ríspida.

"As três escolhidas aqui estão

Para salvar os meio-sangues em uma perigosa missão

A morte ou a vida

É inevitável essa ida"

Ela andou normalmente até nós, como se não tivesse acabado de profetizar a morte de alguém.

"Estava esperando vocês. Alice! Sou Rachel Elizabeth Dare, mas acho que você sabe disso. Venham por aqui."

Rachel nos levou para uma sala com apenas uma mesa e algumas velas em castiçais. Ela parou em frente à mesa, nós em fila atrás dela, e começou a cantar. A música era em grego, parecia que fazia as sombras dançarem no ritmo. As chamas voaram pela sala até adquirirem as formas de animas. Uma águia. Um cavalo. Um cachorro. Os animais correram ao nosso redor como em uma perseguição. Meu coração palpitava. Meu rosto suava. O cavalo, claramente o símbolo de Poseidon, se aproximou de mim e relinchou, pondo a cabeça em minhas mãos. Pensei que me queimaria, mas não. Ele era apenas quente. Bom para mim, não para o meu fone de ouvido que derreteu.

"Esses animais são seus." disse nosso oráculo. Só então percebi que a águia estava pousando nos ombros de Ginny e o cachorro, que parecia um cão infernal flamejante, estava deitado no chão e a MC fazia carinho nele.

"Cada um deles é o símbolo dos seus patronos. Águia, cavalo, cachorro. Zeus, Poseidon, Hades" Rachel nos contou.

"Meu patrono é Hades? Quero dizer, vou fazer coisas, tipo, mexer com as sombras, a morte e as pedras preciosas!?" perguntou MC, toda entusiasmada.

"Você tem que descobrir o resto sozinha." Quíron entrou na sala, a porta era grande o suficiente para a passagem de um centauro. "Ah! Eles podem mudar de tamanho."

Demorei um pouco, tipo, um POUCÃO assim bem grande, para perceber que ele se referia aos animais.

"Espera!" gritei "Todas as histórias que Rick Riordan escreveu são verdadeiras?"

"Não, nem todas. São verdadeiras até o Ultimo Olimpiano, mas Rick achou melhor continuar a série. Apenas parte dos Heróis do Olimpo é verdadeira. Por exemplo, o Acampamento Júpiter, Hazel, que realmente voltou do Mundo Inferior, e a briga entre os dois acampamentos, mas as coisas não foram resolvidas com um estátua desaparecida a dois mil anos." respondeu Quíron "Rick é um meio sangue, filho de Hebe. Ele é um dos poucos que conseguiu sobreviver até a idade adulta, casar e ter filhos... Venham, é hora do jantar."

Assim que chegamos ao pavilhão, senti cheiro de cordeiro assado com batata. Um prato típico grego que eu ADORO. Sentamo-nos à mesa principal e Quíron bateu o casco no chão de pedra. Em alguns segundos estavam todos em silêncio.

"Nossas escolhidas já sabem seus patronos. Portanto..."

"Galera," Ginger o interrompeu "quando entramos na sala da Rachel, ela fez uma profecia." A loira a repetiu.

"Obviamente," MC começou "o primeiro verso está decifrado. As três escolhidas aqui estão."

"Nos segundo e terceiro verso, devemos ir a uma missão para salvar os semideuses." Ginger continuou "pelo menos... é o que eu acho."

"Apenas os 4° e 5° versos são mais difíceis de decifrar" Marie disse "A morte ou a vida, é inevitável essa ida."

Todos ficaram em silêncio por um momento, absorvendo as palavras das meninas.

"A ida pode ser referente à missão." respondi, tímida "E acho que o 4° verso fala sobre a morte de alguém, talvez tenhamos que escolher a morte de alguém."

"Obrigado pela interrupção meninas." disse nosso mentor, apenas para descontrair. Todos deram uma risada meio forçada. Quíron continuou com alguns avisos.

Terminamos de comer e fomos ao anfiteatro. Lá havia a MAIOR fogueira que já vi na vida. Tinha uns quatro metros. Também a mais colorida, brilhava entre variações de cores fortes. Alias a maior que veria em muito tempo.

Duas garotas vieram caminhando até mim. Uma japonesa baixinha com um cabelo enorme e colorido que parecia que tinha saído de um clipe de K-pop, e uma de cabelos castanhos um pouco mais alta, de moletom e tênis que não parava de bocejar.

“Olaaa!! Sou Mika, filha de Afrodite, e essa é a Constance, filha de Morfeu.” Ela gritava um pouco enquanto falava.

As unhas postiças e o cabelo colorido davam certo ar de Diva na garota. Gostei dela.

“Fala baixo Mika... Deixa eu dormir...” Constance parecia capaz de deitar na grama molhada e dormir ali mesmo. Não conseguia deixar de rir.

Passei o resto da noite com essas meninas. Elas são muito engraçadas e briguentas. Tadinha, Constance só queria dormir e Mika não deixava. Hahahahaha

Quando a cantoria ao redor da fogueira acabou, Ginger e Marie Claire me levaram até um quarto na Casa Grande que dividiríamos. Era grande e espaçoso com três camas enfileiradas na parede oposta com duas janelas entre elas com vista para o mar. Aos pés de cada cama tinha um baú de madeira e as coisas das outras duas garotas estavam espalhadas por todo o quarto.

Dormi que nem um bebê naquela noite.

...

No dia seguinte, Quíron e Dionísio estavam jogando pinoche na varanda da casa com dois sátiros assustados. Quando chegamos os dois levantaram os olhos das cartas.

"Bem vindas meninas" disse Quíron, bem humorado. "temos que conversar Alice."

Quíron me guiou junto com as outras duas garotas até seu escritório.

"No dia em que você nasceu, ao mesmo tempo, nasceram outras duas meninas, Ginger e Marie Claire. Vocês três foram escolhidas para manter a paz entre os deuses. Ainda não sabemos o que vocês devem fazer, alguns acham que serão conselheiras dos deuses, outros que resolverão problemas que os deuses não conseguem ou podem resolver.”

Meu segundo dia no acampamento passou voando. Conheci outros semideuses, entre eles Leo Valdez, que é muito engraçado, e Calipso, sua namorada. Essa parte então também é real.

Naquela noite eu não conseguia dormir, então fiquei desenhando. Os traços saíam da minha mão, que dançava por cima da folha de papel.

Meu desenho era uma pessoa flutuando, com roupas esfarrapadas pretas. A pessoa segurava uma espada muito longa de lâmina negra com manchas de sangue, ainda fresco, que pingava pela ponta afiada. Em seu redor havia flores, todas em variações de cinza e preto.

Tentava raciocinar de qual parte da minha vida ou da minha imaginação criou esse desenho. Por algum motivo sentia um mau pressentimento em relação a isso, mas não sabia dizer o que era.

De repente, um grito ecoou pela sala. Não, pelo acampamento inteiro. Olhei pela janela, vi as luzes acesas. Crianças e adolescentes de pijamas corriam para o chalé de Afrodite. Ginny e Marie haviam acordado e estavam do meu lado, bocejando. Quiron saiu à galope da casa grande em direção aos chalés dos campistas.

Fomos logo atrás.

Meninos e meninas, todos de Afrodite, choravam ou estavam em choque na frente do chalé. Os outros campistas tentavam acalmá-los. Entre eles vi Mika que abraçava uma Constance caindo de sono, quando passei por elas perguntei se estava tudo bem, mas ela não parava de soluçar. Quíron conversava com uma menina mais velha que nós, morena, de cabelos curtos e irregulares. Encontramos Leo e perguntamos o que estava acontecendo.

"Drew foi assassinada" disse ele como se não se importasse com a garota "Tem sangue por todo o chalé, mas os outros não viram nada. Apenas ouviu um grito e a viram morta no chão. As únicas pistas são umas flores BEM estranhas."

"Senti uma presença diferente mesmo" disse alguém do meu lado. Virei e era Nico, mesmo com todo aquele drama, eu enrubesci. Podia sentir a respiração dele e ele nem estava tão perto assim. Alguns filhos de Apolo passaram com uma maca coberta por um lençol todo manchado de sangue. Drew estava lá.


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Notas finais do capítulo

Comentem por favor e me deem mais motivação para continuar essa fanfic



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