The Black Swan escrita por Drama Queen


Capítulo 6
Dourado, Vermelho e Preto


Notas iniciais do capítulo

HEY MANOS!
Aproveitando o momento pra agradecer o povo que tá lendo, comentando, acompanhando e etc e tal.
Eu gosto pra caramba de escrever essa fic e fico muito feliz de saber que está agradando.
Ah, tava aqui pensando e acho que vou disponibilizar uma árvore genealógica sobre a família do Rei Arthur. Vou só desenhar ela bonitinha e etc e tal. Mas não sei onde hospedá-la '0'. Vou ver direitinho issae.
Finalmente, boa leitura!
(Capítulo postado em 04/07/2015)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/620707/chapter/6

Portais eram coisas difíceis de abrir, mesmo para alguém como ele.

— Inferno! — gritou, chutando a mesa mais próxima, ao perceber que falhara novamente. Sentia-se fraco e cansado, e muito nervoso.

Observou as coisas que o rodeavam. Árvores, moitas, o pequeno lago na Floresta do Rei, os cisnes que viviam por lá. Tudo coberto por uma fina camada de gelo.

Soltou ar pela boca e percebeu que pequenas nuvens se formavam.

Estaria perdendo o controle de sua magia?

Respirou fundo, o ar gelado entrando como adagas em seu peito, fechou os olhos e se concentrou.

Sentiu que o ar ao seu redor se agitava, fazendo com que os galhos das árvores se movessem e produzissem ruídos fantasmagóricos.

Sorriu, mas não abriu os olhos. Queria ter certeza de que conseguiria desta vez.

Repentinamente, tudo parou. Os ruídos, a agitação do ar, o frio que ele sentia.

Mordred abriu os olhos e sorriu.

Tinha conseguido!

Pôs a mão no punho de Excalibur, certificando-se de que a espada estava atada à sua cintura, deu um passo para frente e foi puxado pela energia emitida pelo portal.

***

Andavam apressados pelas ruas de Storybrooke, como tinham feito diversas vezes antes.

Hook andava ao seu lado, em silêncio. Ela havia o ignorado desde a hora que haviam se reencontrado, e pretendia continuar fazendo aquilo. Não tinha tempo para piratas sujos que usavam mais maquiagem que ela.

Regina e Belle andavam à frente, sendo observadas por Robin e conversando sobre algo em voz baixa. Vez ou outra viravam suas cabeças disfarçadamente para observá-la, deixando Emma desconfortável.

Depois daquele gesto se repetir algumas vezes, percebeu que era algo muito irritante.

— Algum problema com a minha presença? — questionou, parando no meio da rua.

Todos pararam, como se ela tivesse mandado que fizessem aquilo.

Hook passou a mão pelo cabelo, parecendo preocupado. Robin coçou o queixo, observando Regina, que suspirou profundamente, irritada. Belle foi quem explicou.

— Emma, estamos preocupadas com a reação de Gold à sua presença... Ou com sua reação na presença dele.

— O que poderia acontecer se eu chegasse perto dele? Ok, ele pode querer e tentar me matar, mas o que eu faria com ele?

— Você não faria nada, eu sei... — ela hesitou antes de continuar. — Mas...

— Você é a Senhora das Trevas. — Regina interrompeu Belle, tomando a palavra. — E pode, inconscientemente, querer matar Gold para continuar a ser isso.

Emma assentiu, compreendendo os riscos. Era a primeira vez que alguém citava o que ela era agora. Não mais a Salvadora, que tinha quebrado maldições e ajudado na vida de todos, mas alguém que oferecia mais perigo que a mãe e a irmã de Regina juntamente com a própria Rainha Má jamais tinham oferecido para Storybrooke.

— Aparentemente, ações boas não compensam futuras ações ruins. — disse, com um tom de ironia na voz.

Todos ficaram em silêncio, observando-a cuidadosamente. O que esperavam? Que ela se transformasse em uma vilã imbatível ali, naquele momento, na frente de todos? Suspirou, entediada. Não era de sua natureza fazer aquilo. Ela era a Salvadora.

Voltou a andar, ultrapassando Regina, Robin e Belle, e deixando Hook para trás.

Todos fizeram o resto do caminho sem dizer mais nenhuma palavra, o que foi reconfortante para Emma.

Quando chegaram à porta do estabelecimento de Gold, Hook aproximou-se dela, seguido de perto por Robin.

— Precisamos esperar aqui por um instante, Swan. — disse, sorrindo amavelmente.

Emma assentiu, encostando-se à parede, deixando que Regina e Belle passassem pela porta e fechassem-na.

Não demorou muito para que Regina voltasse e deixasse que os outros entrassem.

Hook e Robin entraram, e Emma seguiu-os. Passou pela recepção de loja rapidamente, indo em direção à sala dos fundos.

De repente, parou. Um relógio tique taqueava metodicamente, chamando sua atenção.

Lembrou-se de Neal e foi tomada por uma onda repentina de pânico.

— Acalme-se, Swan. — Regina estava parada ao seu lado, observando o relógio com curiosidade.

— Como você sabe o que eu sinto? — perguntou, olhando para Regina com curiosidade.

— Já passei por isso. E, você é milhares de vezes pior. Toda vez que seu humor muda todos nós podemos sentir. — tirou os olhos do relógio, fixando-os em Emma, e completou. —Mas, aparentemente, sou a única pessoa que entende o efeito que você está causando em nós.

Regina virou-se, continuando seu caminho para a sala dos fundos da loja, e Emma viu-se obrigada a segui-la.

***

— Senhora das Trevas? — Arthur perguntou.

Morgana arqueou as sobrancelhas, impressionada com o quão calmo o irmão estava.

— Sim. — confirmou, sentando-se na poltrona próxima à cama onde Arthur repousava.

— Como aquela criatura que ajudou Mordred a tomar meu trono?

— Mas na versão feminina.

Arthur balançou a cabeça lentamente, como se tentasse fazer aquilo entrar em sua mente.

— Então o Senhor das Trevas está morto? — perguntou, após algum tempo em silêncio. — Por que, pelo que aprendi sobre magia...

— Alguém só pode se tornar o Senhor das Trevas se matar aquele que tinha o nome na adaga antes. — Morgana completou a fala de Arthur. — Acredito que sim. Regina me deu um panorama da atual situação de Storybrooke e contou sobre o que aconteceu com... — interrompeu sua fala ao perceber que quase contara ao irmão que Emma era a pessoa sobre quem ela falava. — A atual Senhora das Trevas, — arrumou a frase. — mas parecia estar escondendo algo...

— Não sabia que você e Regina eram amigas.

Morgana riu.

— Eu diria que somos apenas duas pessoas com um inimigo em comum.

— Mordred?

— Mordred é um problema da Bretanha. Tive problemas no meu reino também. Problemas causados por alguém que também interferia no reino de Regina. Unimos-nos e acabamos com a pessoa. Mas isso foi há tempos.

Arthur assentiu, compreendendo.

— Então temos que matar a Senhora das Trevas?

— Sabia que seu sentimento de vingança afloraria em algum momento. — Morgana ironizou. — Não, não temos. E não podemos. Primeiro por que ela, aparentemente, é a chave para sairmos daqui. E depois, Regina não ficaria feliz se fizéssemos isso.

— Mas essa pessoa... Ela é perigosa. — Agora Arthur falava com a voz e compostura de um rei, como quando falava com seus cavaleiros da Távola Redonda. Um rei preocupado com a segurança de seu povo. — Devemos matá-la. É uma ordem.

Por um instante, Morgana quase caiu no encantamento do irmão. Ela sabia que aquela impressão que Arthur passava por vezes, aquele impulso de liderança, não era mais do que um resquício da magia em seu sangue.

Mas então se lembrou de quem era. Morgana, Feiticeira e Rainha de Avalon, Duquesa da Cornualha e irmã mais velha do Pendragon. Não receberia ordens de um homem, muito menos de seu irmão caçula, independentemente dele ser o Rei da Bretanha e seu suserano. Era só uma criança, que Morgana vira chorar por ter se machucado, tratara de suas doenças e cuidara desde seu nascimento. Ele era quem devia obedecer a ela.

— Não. — respondeu com frieza, se levantando e voltando a observar as estranhas luzes de Stroybrooke pela janela. — Não devemos.

***

Regina observou enquanto Emma entrava na sala onde Gold encontrava-se, pronta para impedir que qualquer coisa saísse do controle.

Viu que Emma olhava Gold com curiosidade, parecendo preocupada com aquela pessoa que, repentinamente, tornara-se tão fraca.

Mesmo fazendo apenas um dia e uma noite desde os fatídicos eventos em que a Salvadora tinha se sacrificado e se tornado a Senhora das Trevas, o antigo homem que tinha o nome na adaga parecia ter envelhecido quarenta anos.

Seu cabelo era branco e quebradiço, e Regina viu-se temendo que seus ossos atravessassem sua pele, que, além de amarela e de aparência pegajosa, parecia feita de papel e pronta para rasgar a qualquer momento. Rumplestiltskin abandonara sua aparência reptiliana para assumir uma aparência fantasmagórica.

Belle sentara-se ao seu lado, oferecendo um copo de água, que ele recusava, sem se pronunciar verbalmente.

Depois, passou a observar com curiosidade todos na sala.

Seus olhos amarelados passaram de Robin, que ele pareceu não reconhecer, para Hook, que recebeu um olhar de desprezo, e depois para ela. Gold não observou-a por muito tempo.

E então, fixou seus olhos em Emma.

Os dois se olharam por uma eternidade.

— Você está diferente. — finalmente Gold interrompeu o silêncio. Sua voz também estava diferente: rouca e aguda. Parecia inutilizada pelo tempo.

Então tudo aconteceu muito rápido.

Gold levantou-se e, em um movimento rápido, e empurrou Emma.

Todos os vidros na sala se quebraram assim que Emma encostou no chão. Gold pegara sua bengala e tentava golpear a Senhora das Trevas, mas era impedido por alguma coisa invisível.

Hook tentava avançar, tentando defender Emma, mas não conseguia se mover. Robin correu para o lado de Regina.

Belle observava tudo em estado de choque.

— O que fazemos? — Robin gritou, tentando ser ouvido em meio aos ruídos da sala.

Com um estrondo, Gold foi lançado na parede e Emma levantou-se. Sua expressão era algo medonho: não se parecia com a Salvadora, sempre determinada, ou mesmo com a assustada e desconfiada Emma de alguns momentos antes. Era uma mistura de ódio e raiva. Era algo cruel.

— Eu não sei. — Regina respondeu, preocupada. Sentiu-se dominada por um sentimento de impotência. Emma era poderosa demais para ser parada apenas por ela.

Gold levou as mãos à garganta. Parecia que estava sufocando. Emma observava-o, sorrindo de maneira cruel.

O tempo passava lentamente.

Regina viu Hook saindo de seu lugar, levando um objeto na mão, e indo em direção à Emma, que estava distraída demais sufocando sua vítima para prestar atenção a seu redor.

Viu que duas pessoas entravam na sala apressadamente, correndo em direção à Senhora das Trevas.

Viu Robin saindo de seu lado e tentando chegar até Gold para liberá-lo da magia de Emma.

Finalmente, Gold caiu no chão.

Regina voltou seus olhos para Emma e viu que ela parecia desnorteada.

Morgana estava ao lado dela, segurando seu braço e observando-a fixamente com seus olhos de cores diferentes, pronta para empurrá-la. Arthur observava a cena com curiosidade.

Hook parecia pronto para acertar o que quer que carregasse na mão na cabeça de Emma.

Belle despertou de seu estado catatônico e correu para Gold, que se debatia no chão.

— Eu... — Emma falou, olhando de Gold para Regina, como se pedisse socorro. — Me desculpe. — sussurrou, perturbada.

— Está tudo bem agora, Swan. Acalme-se.

Emma assentiu e respirou profundamente. Hook ainda estava em posição para acertar o objeto nela e fazê-la desmaiar, e olhava para Regina esperando por um sinal.

— Tire as mãos de mim! Você não pode encostar em mim! — Emma gritou para Morgana, que afastou-se, ainda olhando desconfiada para ela.

Os olhos de Morgana tinham cores um tanto quanto estranhas: um era vermelho como sangue e outro era negro como a noite. A feiticeira parecia perturbada com alguma coisa.

Com isso, Regina percebeu que Emma transferia seus sentimentos para todas as pessoas na sala. Medo e raiva. Em breve, todos estariam sentindo aquilo de maneira tão profunda que brigariam entre si ou entrariam em choque.

Emma olhou para Gold, que ainda tentava respirar. O olhar da Salvadora não continha piedade ou remorso. Apenas ódio.

E então ela correu para fora da sala.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Emma emo e gótica