The Black Swan escrita por Drama Queen


Capítulo 2
Frio


Notas iniciais do capítulo

Hey, manos!
Queria agradecer o povo que colocou a história nos acompanhamentos e nos favoritos. E o povo que comentou também ^^'
Bom, boa leitura.



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— Emma Swan.

Regina ergueu a adaga, chamando a nova Senhora das Trevas.

A floresta continuou silenciosa em volta de si. Não ouviu sinal algum de que alguém se aproximava. As árvores continuavam imóveis, os galhos se balançavam suavemente com o fraco vento do início do outono.

A rainha suspirou e tentou novamente.

— Eu invoco a Senhora das Trevas. — disse, em tom alto e claro.

Não houve nenhum movimento ou som que pudesse indicar a presença ou chegada de alguém.

— Droga, Emma. — murmurou, irritada. — Emma Swan, eu te invoco! — gritou, com raiva.

Novamente, nada.

Suspirou e baixou a adaga, voltando a guardá-la no bolso do sobretudo.

Emma estava desaparecida e tinham que aceitar isso. Ela não voltaria de uma maneira tão simples. Não era questão de chamá-la ou invocá-la. Ela estava perdida, e teriam que buscá-la.

— Droga. — disse novamente, enfiando as mãos nos bolsos. O clima tinha se tornado frio de repente. Ela podia ver as pequenas nuvens de fumaça que sua respiração formava. Aquilo era estranho.

Virou-se e se deparou com uma sombra. Ela observava, quieta, ao lado de uma das árvores. Tinha os braços cruzados, como se tentasse se proteger do frio.

Regina abriu a boca para falar, mas a sombra andou até a luz e ela reconheceu a pessoa.

Ela ainda usava o suéter branco de mais cedo, mas havia sujado-o com terra e folhas secas. Fora isso, ainda era a mesma pessoa de antes, sem mudança aparente e sem a pele escamosa que o antigo Senhor das Trevas tinha conseguido no mundo dos contos de fadas.

— Hey, Regina.

***

A cela era escura, suja, úmida e fria.

Não era um lugar digno para um ser humano. Na verdade, não era um lugar digno para ser algum.

Não tinha ideia de quanto tempo havia se passado desde sua prisão.

Tentara marcar os dias que passavam, mas o carcereiro descobrira e havia batido nele até que desmaiasse. Ficara inconsciente por vários dias depois disso, perdendo a noção do tempo.

Agora, encolhia-se em um dos cantos da cela e esperava que alguém viesse resgatá-lo. Estava desprovido de seus poderes e, aos poucos, via-se desprovido também de sua sanidade. Não podia fazer mais nada para conseguir sair daquele lugar.

Viu um pequeno brilho indo em direção à sua cela, ficando cada vez maior.

Doía-lhe os olhos, mas ele gostava da sensação. Depois de tanto tempo, era bom ver qualquer sinal de luz.

Em pouco tempo, o brilho chegou até ele. Uma tocha. Fogo. Calor.

Não tivera uma fonte de calor desde sua chegada. A única coisa que o aquecia eram suas roupas: um manto de tecido grosseiro e a túnica de algodão.

Levantou-se e andou até a grade da cela, esperando conseguir se aquecer um pouco.

A pessoa que levava a tocha observava-o, esperando qualquer reação. Seu rosto estava encoberto pelo capuz de sua capa, mas o prisioneiro sabia quem era.

— Mordred. — chamou. Sua voz era rouca, pela falta de uso nos últimos dias. Ou seriam meses?

— Senhor. — Mordred sorriu e baixou o capuz. Era um garoto belo. Tinha dezessete anos, era alto, forte e sorridente. Se assemelhava muito à Arthur, mas tinha o cabelo escuro de seu pai, o rei Lot.

— A que devo a honra desta visita, criança?

Mordred riu.

— Não sou uma criança, Merlin. Deve me chamar de “Vossa Majestade” agora. — ele sorria quase que maniacamente. Era assustador. Não se parecia nem um pouco com a criança alegre e cheia de vida que Merlin havia ensinado tantos anos antes.

— Você não será rei até que seu pai e seus irmãos morram. Se não me engano, Lot, apesar da idade, está muito bem de saúde, assim como Gawaine e Gareth. — Merlin se apertou contra a grade de sua cela, tentando se aproximar cada vez mais do calor e não se importando se sua comprida barba pegaria fogo caso se aproximasse demais.

O jovem deu de ombros.

— Na verdade, meu pai está orgulhoso de mim. Sempre quis que o filho se tornasse o Grande Rei da Bretanha. — Mordred tinha um estranho brilho nos olhos. Algo que podia ser chamado de amor, mas beirava à obsessão.

— Filhos mais jovens... Sempre buscando a aprovação dos pais. — Merlin sorriu, bondoso, para o garoto que fora seu pupilo. — Diga-me, Gwydion: o que fez com Arthur?

A expressão de Mordred, antes suave e levemente alegre, transformou-se. Merlin sentia que o garoto estava irado: odiava o nome que compartilhava com o primo, que sempre se destacava mais que ele. Com a mudança de humor de Mordred, a tocha se apagou e tudo voltou a ser gelado e escuro. Mais gelado que antes.

Merlin sorriu com aquilo. Significava algo a mais.

— Meu nome não é Gwydion. — a voz do garoto era fria como gelo. Merlin não podia vê-lo naquela escuridão, mas sabia que ele estava perto. — E Arthur está bem. Nunca mais voltará, mas está vivo.

— Sabe que ele irá voltar. Foi profetizado. — Merlin respondeu. — E sabe o que acontecerá com você quando isso acontecer. Por que não desiste logo, meu filho? Arthur voltará. Pelo seu povo, pela sua honra e por sua mulher. Pense: se ele expulsou Lancelot de Camelot pelo simples fato de que ele estava apaixonado por Gwenhwyfar, o que não fará com você, Gwydion?

— Profecias não me importam, velho. Meu destino é feito por mim. — ele suspirou e, acenando com a mão, voltou a acender a tocha. — Preciso de uma resposta, e sei que saberá como responder: A criatura que me ajudou a acabar com Arthur. Onde ela está? Por que não consigo chamá-la novamente?

— Qual criatura? — Merlin questionou, hesitante.

— Você sabe do que estamos falando, velho. — Mordred passou uma das mãos no cabelo. Parecia irritado com o desaparecimento da criatura. E aquilo preocupou Merlin. Não Mordred irritado, mas o fato de que ele não conseguia chamar a criatura novamente.

Se, quando o garoto chamava pela criatura, ela não aparecia, existiam duas opções para se pensar: ou ela havia morrido e passado o poder para outra pessoa ou haviam conseguido extinguir o ser maligno.

Infelizmente, as duas pessoas com poder suficiente para acabar com o ser estavam impossibilitadas de fazê-lo: Merlin estava preso e sem seus poderes, e Morgana... Bem, Merlin não tinha a mínima ideia da onde Mordred tinha colocado a prima.

— Está morta. — Merlin finalmente respondeu.

Mordred assentiu.

— Foi o que pensei. — suspirou e virou-se, afastando-se da cela onde Merlin estava. — Agora irei atrás de quem recebeu o poder.

E partiu, deixando Merlin no escuro.

***

A rua estava vazia.

Ele correu até o carro parado ao lado de um hidrante.

O fusca amarelo estava lá, como sempre.

Vazio.

Ele chutou a roda do fusca, xingando, irritado.

O que ele teria que fazer para finalmente ficar junto dela?

Vender seu navio, ir atrás dela em um portal do tempo, morrer para salvar a vida do filho dela. Nada era o suficiente. Ele sempre perdia Emma.

Suspirou e voltou a caminhar pela rua vazia.

Não era naquele momento que eles ficariam juntos.

***

Regina não havia se aproximado de Emma. Estava muito frio e ela suspeitava que aquilo viesse da Salvadora.

— Emma. — cumprimentou, sem tirar as mãos dos bolsos. — Você está bem?

— Eu... Não sei.

Regina assentiu.

— Você se lembra do que aconteceu...? — usava um tom de voz baixo e calmo, como se tentasse acalmar uma criança. Emma parecia extremamente nervosa e a beira de uma crise de choro.

— Só... Algo preto me envolvendo... Killian... E só... Depois disso, você me chamando. E só. Nada mais. — ela falava lentamente, como se tentasse compreender as próprias palavras. — Henry. Como ele está? — disse, repentinamente agitada.

— Bem. Ele está com seus pais. Te esperando.

Ela assentiu e encostou-se à árvore.

— Eu não posso voltar agora. Eu posso...

— Machucar alguém. — Regina completou a frase. — É você quem está deixando o clima frio, certo? — perguntou, sua mente pensando em mil coisas diferentes. Onde deixar Emma? Por que os poderes dela estavam reagindo daquela maneira? O que falaria para Henry?

— Certo. — ela olhou em volta. — Me desculpe. Só não consigo controlar.

A prefeita assentiu.

— Seu corpo ainda não se acostumou com o tanto de poder que você tem agora. Vai demorar um tempo... Talvez bastante tempo... Precisa treinar isso...

O celular de Regina começou a tocar, interrompendo-a.

— É seu pai... — comentou com Emma, olhando na tela.

Apertou a tela e levou o objeto até a orelha.

— Regina? — David falava agitado no outro lado da linha.

— Sim? — respondeu, olhando para Emma com uma expressão confusa. Deveria contar a David que havia encontrado-a?

— É melhor você vir para a prefeitura. Agora. Algo aconteceu.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que o pessoal da lenda do Rei Arthur tem nome igual, ou super parecido. Mas, com o tempo, vocês decoram :v
Espero que tenham gostado ^^



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