Tale of a Lost Memory escrita por Taam


Capítulo 2
Primeiras Batalhas e Shepherds


Notas iniciais do capítulo

E aí, pessoal, como estão? Gostaria de agradecer o Mestre-san e MW por favoritarem a fic, este segundo capítulo é dedicado a vocês. Ainda estamos começando, então este capítulo também é bem fiel ao jogo, assim como o primeiro. Bem, espero que gostem! Até as notas finais :D



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Cheguei à entrada da pequena cidade ainda esbaforida pela corrida. Chrom e os outros estavam atrás do muro principal conversando em sussurros, pareciam combinar alguma estratégia de ataque.

Observei os salteadores de longe, que saqueavam as casas e lojas. Aterrorizavam os moradores, que corriam desesperados. Após pilharem os estabelecimentos, os bandidos ateavam fogo em tudo o que restava.

Identifiquei o líder do bando em uma praça, parecia observar a movimentação de seus subordinados enquanto ordenava em um tom grotesco:

– Vão, rapazes! Agarrem qualquer coisa que brilhe e coloquem fogo no resto! Vamos mostrar uma lição a esses porcos de Ylisse. – Notei que ele agarrava uma pobre camponesa que tentava escapar de suas investidas, com terror no olhar enquanto clamava por socorro.

Revoltei-me com aquela cena toda e me juntei a eles, assustando-os com minha aparição repentina:

– Esperem! – Cheguei e me abaixei junto a eles abaixo do muro que cercava o vilarejo.

– Robin? Você nos seguiu! Por quê? – Chrom indagou como se não compreendesse minha motivação para estar ali. Nem eu compreendia, mas já que estava presente tentaria ser útil.

– Bem, eu não sei ao certo, mas eu estou armada e consigo me virar na batalha se vocês aceitarem! – Sim, havia notado há pouco que eu possuía uma pequena espada e um livro de magias do elemento trovão conhecido como Thunder dentro do meu sobretudo escuro. Ainda não entendia essa habilidade que eu sentia que possuía, tampouco lembrava de como havia conseguido estas armas. Mas nada estava fazendo muito sentido mesmo.

– Claro, quanto mais melhor. Fique perto de mim! – Chrom respondeu, sacando a espada e pulando o muro, caindo em cima de um dos bandidos que ali passava. Com um rápido movimento de sua espada, que era muito bonita e peculiar, abateu o saqueador. Ele era realmente habilidoso.

Frederick montou um cavalo e sacou uma bela lança prateada com a qual empalava os inimigos sem dó. Eu estava um pouco receosa em atacar aquelas pessoas, afinal não me lembrava de ter matado alguém antes.

Diante da minha insegurança, Frederick me encorajou:

– Lembre-se: estamos enfrentando assassinos e ladrões experientes aqui, é matar ou ser morto! - Concluiu, enquanto cortava mais um bandido que caiu no chão desacordado.

Resolvi atacar, ficando imediatamente atrás de Chrom, que lutava lado a lado com Frederick. Descobri que minha magia funcionava a uma distância considerável e utilizei essa vantagem naturalmente, enfraquecendo os inimigos que Chrom e Frederick combatiam corpo a corpo. Já Lissa manteve-se atrás de mim, curando a todos nós com seu báculo. Logo entendi que a proteger era essencial à nossa sobrevivência. Assim, auxiliava Chrom e Frederick à distância com magia e abatia os inimigos que se aproximavam de Lissa com minha espada. Como eu sabia manejar a espada? Por que tinha o dom da magia? Por que ao ver os outros batalhando, me vinha à mente ideias de posicionamento e estratégias de combate? Eu era uma desconhecida a mim mesma. Mas como não havia tempo para filosofar sobre autoconhecimento resolvi logo abrir o jogo:

– Chrom! Enquanto lutamos eu...Eu meio que posso ver coisas.

– Coisas? Que tipo de coisas? – Chrom respondia ofegante enquanto chutava o estômago de um bandido caído ao chão.

– Eu consigo ler a força do inimigo, seu tipo de armas e o fluxo da batalha. Devo ter estudado isso em algum lugar. Acho que posso nos guiar nesta luta!

– Você está arriscando sua vida em prol do nosso povo, isto faz de você nossa amiga. Não sei porque, mas sinto que posso confiar em você. Vamos seguir seus comandos! – As palavras de Chrom me fizeram ruborescer. Também determinação que fluía dele contagiava a todos nós, ele era como um líder nato. Rapidamente eliminamos todos os inimigos próximos da entrada da cidade.

Atravessamos a ponte e atingimos a praça da catedral, onde havia visto o líder do bando. Espadas, machados e magias de fogo nos atingiam, mas felizmente conseguimos destruir a escolta do líder e o cercamos.

O bandido chefe identificou-se como Garrick e possuía um sotaque diferente dos ylissianos, mas que me era estranhamente familiar. Frederick mais tarde identificou os bandidos como naturais de Plegia, o reino que ficava a oeste de Ylisse.

Atacando de forma sincronizada, acabamos com a vida do líder do bando. Caímos exaustos no chão, sendo aclamados pela população que agora nos cercava. Lissa espreguiçou-se e disse:

– Caramba, Robin! Você é incrível! Espadas, magia e tática! Existe algo que você não possa fazer? – Lissa ria com seu jeito gentil. Senti-me envergonhada novamente com os elogios dela, que agora me abraçava calorosamente. Meu corpo sentiu uma sensação de alívio e conforto enorme com tal ato, como se não estivesse experimentado com demonstrações de amizade como esta.

– Você certamente não é uma donzela indefesa, Robin. – Chrom disse em tom zombeteiro, já percebi que ele não deixava passar nenhuma oportunidade de fazer uma piada.

– De fato. Talvez agora você seja capaz de explicar como veio parar aqui? – O tom inquisidor e sério de Frederick interrompeu a pequena comemoração. Os irmãos fitavam-no seriamente, como se ele estivesse me estapeado com palavras.

– Eu entendo seu ceticismo, Sir Frederick, eu infelizmente não sei explicar de onde veio todo esse conhecimento. Mas acredite em mim: partilhei com vocês tudo o que sei. – Diante da minha sinceridade, Chrom se colocou entre nós e me olhou novamente nos olhos de forma intensa.

– Você lutou para salvar cidadãos de Ylisse, meu coração me diz que isto é o bastante.

– E o que diz sua mente, milord? Você não seguirá a razão?

– Frederick, as habilidades de Robin podem ser muito úteis para os Shepherds diante das constantes invasões que Ylisse tem sofrido. Você realmente gostaria de perder uma habilidosa estrategista como ela? E, apesar de tudo, acredito na história mirabolante que ela contou. – Chrom finalizou, não dando chances para réplicas do desconfiado cavalheiro.

“Estrategista”. Essa palavra ecoava em minha mente. Era isso que eu era, que eu deveria ser? Eu não sabia, mas sentia que se continuasse com Chrom e os outros conseguiria as respostas que queria.

– M-muito obrigada, Chrom. – Droga, agora era sempre assim? Gaguejando que nem boba perto dele? Devo estar delirando mesmo. – Eu me sinto honrada com seu convite e aceito me juntar a vocês.

Senti-me feliz, fazer parte do grupo deles dava algum norte à confusão que estava na minha cabeça. Lissa me abraçou novamente, parecia feliz em poder oficialmente me chamar de amiga. Frederick ainda estava desconfiado de tudo aquilo, mas eu faria o possível para conquistar a confiança do Sir Cauteloso.

Nem percebemos que um ancião da cidade se aproximou de nós. Ele propôs oferecer um banquete em nossa homenagem e que também repousássemos por lá, visto que estava para escurecer.

Lissa me pareceu animada, já ia pedindo uma carne bem passada ao anfitrião da cidade quando Frederick, mais conhecido como estraga-prazeres, interrompeu:

– Agradecemos muito o convite, senhor, mas precisamos retornar à Ylisstol o quanto antes. Se a noite cair, acamparemos sob as estrelas e faremos camas com os galhos que encontrarmos! – Frederick afirmava com um leve sorriso e um brilho no olhar, parecia muito orgulhoso de sua resiliência.

– Frederick, tem horas que eu te odeio – Lissa suspirou.

– Cavalheiro durão esse de vocês – Respondi arriscando fazer uma piada com Frederick.

– Só vejo o Fred sorrir assim quando está descendo o machado nos inimigos. – Chrom se divertia em fazer piada com o cavalheiro que, por sua vez, parecia habituado com tudo aquilo.

– Caham! – Frederick pigarreou alto e cruzou os braços – Vocês sabem que estou aqui ouvindo tudo, né? Milord é sempre tão espirituoso – Senti a ironia contida naquela declaração – Agora devemos ir andando.

– Aguenta andar, Robin? A capital não é longe daqui – Chrom estendeu a mão em minha direção para me auxiliar, mas eu estava muito bem-disposta graças a Lissa, que cuidou dos ferimentos e me levantei sozinha pronta para conhecer a capital de Ylisse.

~X ~

Após uma hora de caminhada a noite se abatia sobre nós.

– Eu avisei que ia escurecer logo! Ahh, tá cheio de insetos aqui! Que nojooo! – Lissa reclamava, sacudindo e batendo nos insetos que pousavam em seu vestido amarelo.

– Que é isso, Lissa, as dificuldades moldam o caráter! – Chrom disse, divertindo-se com o desespero da irmã. – Por que você não me ajuda a procurar lenha para a fogueira?

– Eu passo. – Lissa respondeu, revoltada.

Sugeri que buscássemos comida, eu estava faminta como se não comesse há dias. Frederick se candidatou a caçar e fui ajudar Chrom a buscar lenha, deixando Lissa para trás. Ela estava muito ocupada questionando o porquê da existência dos mosquitos. Logo estávamos assando e comendo carne de urso. Achei-a deliciosa, bem como Chrom, mas Lissa insistia que a carne tinha cheiro de bota velha e que comer urso era um sacrilégio contra a cadeia alimentar. Notei que Frederick não comeu também. Quando o questionamos, ele afirmou que havia comido muito no almoço. Sei.

Finalmente adormecemos sobre a relva que, apesar de não ser a melhor cama de todas, estava mais que suficiente para mim, já que eu estava muito cansada com tudo o que aconteceu.

Enquanto eu dormia, não percebi que Chrom havia acordado devido a um barulho estranho e que havia ido investigar junto com Lissa. Acordei com um tremor de terra estranho, que também despertou Frederick. A floresta ao nosso redor estava em chamas! O solo se partiu em alguns pontos e alguns canais subterrâneos de lava ficaram visíveis. Bolas de fogo caiam do céu. Neste momento, ouvimos os gritos de Lissa ecoando no interior da mata fechada. “Pelos Deuses!” pensei enquanto corria o mais rápido que podia em direção ao fogo ao lado de Frederick, que estava visivelmente perturbado e gritava “Lissa! Milady! Me espere!”.

Um grande clarão veio dos céus, olhamos para cima e vimos uma espécie de desenho em forma de estrela com um “olho” de luz no centro. Daquela forma luminosa, alguns seres eram lançados ao chão. Pareciam pessoas! Aquilo tudo era assustador.

Finalmente avistamos Chrom e Lissa entre as árvores, eles pareciam perplexos. Olhei ao redor e vi que a área estava tomada por homens estranhos, pareciam guerreiros, mas suas peles eram cinzentas, como se estivessem em decomposição. Seus olhos eram de um vermelho vivo, denotando que eram controlados por uma magia negra extremamente poderosa. Pareciam mortos-vivos!

Milady! Milord! Vocês estão feridos? – Frederick se aproximou de Lissa a fim de verificar se tudo estava bem.

– Estou bem! Graças a um homem mascarado que me salvou! Se não fosse por ele eu provavelmente estaria...Ué, ele sumiu! - Lissa procurava pelo seu salvador, mas aparentemente ele havia desaparecido. Olhei ao redor e não vi nada além de nós e dos estranhos guerreiros zumbis.

Estes vieram em nossa direção e nos colocamos em combate, utilizei as peculiaridades do relevo para nos ocultar e ter vantagem sobre aqueles monstros.

Enquanto eu fazia tostado de morto-vivo com minha magia, ouvi um barulho de cascos se aproximando. Uma guerreira de cabelos vermelhos curtos surgiu montada em um cavalo, ela possuía uma lança e uma armadura.

– Capitão Chrom! Nós chegamos! – A mulher gritou. “Finalmente reforços”, pensei! Então Chrom era capitão destes tais Shepherds? Seriam um exército grande?

Logo atrás dela surgiu um homem de cabelos longos e azuis, ele carregava um grande arco e uma aljava cheia de flechas. Usava uma roupa engraçada, pareciam vestes bufantes de um lorde (excessivamente chamativas). Achei sua aparência engraçada, mas mais engraçado foi o diálogo entre ele e a moça ruiva que acabara de chegar:

– Espere, milady! A vida pode ser longa, mas a paixão é efêmera! Deixe a guerra para os guerreiros. Uma linda dama como você deveria ocupar-se unicamente com o amor. Eu sou o lendário Virion, o arqueiro dos arqueiros! – O homem de cabelos azuis parecia estar dando em cima daquela mulher em plena luta! Como assim?? Eu gargalhava com toda aquela cena, os outros pareciam sérios, talvez isso ocorresse sempre.

– Mas o que diabos você tá falando, cara? Estou indo, tenho muito o que fazer e para de me seguir, senhor... Rufles.- A ruiva retrucou, parecia não dar a mínima para o rapaz e ainda inventara um nome ridículo para ele.

– Meu nome é Virion, amada dama, Virion! – O homem de cabelos azuis desbotados ajoelhou-se e implorou – Por favor, ao menos me diga o seu nome, linda senhora do meu coração – “Que brega", pensei. Chrom e Frederick estavam estupefatos com a ousadia do homem, Lissa parecia achar tudo aquilo muito “fofo”.

– Meu nome é Sully e eu sou uma Shepherd. Agora me deixe em paz, diabos! – A mulher respondeu, se afastando. Ela possuia modos um tanto quanto masculinos.

– Case comigo, minha querida Sully! – Virion implorava, sendo totalmente ignorado por Sully, que decapitava um dos mortos-vivos. Ao ouvir a sugestão de um possível casamento, a mulher ameaçou chutar a cara do pobre “Don Juan”, que se encolheu e continuou sua ladainha. – Não se apresse em sua resposta, minha amada. Deixe-me ao menos acompanhá-la nesta batalha.

E foi assim que Sully juntou-se à luta e Virion tornou-se um Shepherd.

Depois de acalmados os ânimos, os dois novos integrantes aderiram à minha estratégia de cerco aos monstros e, por fim, acabamos com todos os mortos-vivos. Um homem mascarado de cabelos tão azuis quanto os de Chrom surgira no meio da batalha e nos ajudou, eliminando com facilidade vários monstros. Lissa identificou-o como o homem que a salvara na primeira aparição dos guerreiros zumbis.

Ao final da luta, o homem permaneceu na clareira em que estávamos sem dizer uma palavra. Lissa aproveitou a oportunidade para agradecê-lo e este, por sua vez, não esboçou reação alguma. Chrom também reconheceu a bravura do desconhecido.

– Você salvou minha irmã, não tenho palavras para o agradecer. – Chrom estendeu a mão ao desconhecido. – Meu nome é Chrom, posso saber seu nome?

– Pode me chamar de Marth. – O mascarado respondeu em poucas palavras. A voz dele era suave, mas muito firme.

– Marth? Assim como o antigo rei que foi herói desse continente? Bem, certamente você luta como um herói. Onde aprendeu a manejar a espada com tanta desenvoltura? – Chrom parecia curioso a respeito da técnica de Marth que, aliás, era muito semelhante a sua própria.

– Eu não estou aqui para falar sobre mim, o mundo está para ser atingido por uma grande calamidade! O que vocês viram hoje foi apenas o início. Vocês foram avisados. – Marth respondeu de forma amarga e enigmática, afastando-se de nós rapidamente, como se fôssemos contaminá-lo ou algo assim.

– Ele não é um homem de muitas palavras, não é? – Notei.

– Tenho o pressentimento de que ouviremos falar deste rapaz outra vez. Mas devemos nos preocupar com a capital neste momento. Devemos nos apressar e reportar a presença desta ameaça.

Prosseguimos até a capital, por fim. Um ar pesado de preocupação pairava sobre nós, sendo desfeito apenas nos momentos em que Virion jurava amor eterno a Sully ao mesmo tempo em que galanteava a Lissa e a mim. Ele era, no mínimo, inconveniente.

Quando chegamos à capital já era dia. A cidade concentrava-se ao pé de uma colina e, no topo desta, estava um lindo castelo. As casas eram feitas de tijolos claros, havia fontes e lindas praças com banquinhos e árvores. As pessoas também pareciam bastante agitadas pelo horário. Tudo isto iluminado pelos primeiros raios de sol consistia num cenário belíssimo.

– Eu nunca vi tanta gente assim antes! – Exclamei, admirada. Notei também que não havia evidência de que o terror que presenciamos há pouco se aproximara da cidade.

Ao passarmos pela principal via da cidadela, entendemos porque a população encontrava-se pelas ruas tão cedo. A Exalt Emmeryn visitava a cidade, andando no meio do povo sem medo, cumprimentando homens e mulheres que corriam para saudá-la e beijando os bebês que eram oferecidos pelas mães para receber a bênção da governante. Ela parecida muito amada por seu povo.

Quando questionei sobre a segurança da Exalt, que andava pela cidade com poucos guardas para a acompanhar, Frederick explicou-me que sua figura representava a paz, visto que o primeiro Exalt havia lutado junto do dragão sagrado, Naga, para derrotar o dragão maligno que ameaçou a paz do mundo.

– Com o reino de Plegia atacando nossas fronteiras, as pessoas precisam sentir que ela está ali para eles – Chrom complementou a informação de Frederick.

– Os Ylisseans são realmente sortudos por ter tão amável governante. – Concluí.

– Ela também é a melhor irmã mais velha que alguém poderia ter! – Lissa disse, sorrindo.

– Eu imagino que...Peraí! Como assim? Ela é irmã de vocês? Então Chrom e você são... – Respondi, perplexa. Eu estive esse tempo todo lutando ao lado da realeza de Ylisse?

– Isso mesmo, Chrom e Lissa são o príncipe e a princesa do reino. – Frederick interrompeu-me com uma expressão surpreendentemente suave. – Você se lembra do nome de Chrom e não isso?

– Mas vocês disseram que eram pastores, Shepherds! – Repliquei, confusa.

– Mas nós somos, de certa forma – Chrom pôs-se a explicar – Nós temos muitas ovelhas que são o nosso povo!

– Chrom! Digo, príncipe Chrom! Desculpe meus maus modos, sua Alteza – Curvei-me diante deles, totalmente envergonhada por ter tratado tão importantes nobres como pessoas comuns.

– Pode me chamar apenas de Chrom, não somos assim tão formais.

– Isso explica porque Frederick aguenta todas as brincadeiras que vocês fazem! – Disse, relaxando minha postura. Eles realmente não pareciam em nada com a ideia de pessoas da nobreza que eu tinha em minha mente.

– Exatamente, Robin. Ahh, os sacrifícios que faço pelo bem do reino– Frederick suspirou com um tom sarcástico.

– Quer conhecer o castelo, Robin? – Chrom perguntou olhando em meus olhos. Novamente, senti meu rosto queimar de vergonha (que droga). Olhei para baixo para disfarçar e tratei de segui-los até o castelo.

Entramos no palácio e fomos recebidos pela Exalt em um grande salão. Emmeryn era loira, assim como Lissa, e também possuía olhos azuis. Seus cabelos eram bastante compridos e estavam adornados por uma linda coroa. Havia em sua testa um símbolo, que mais tarde descobri como sendo a marca da família real de Ylisse. Aliás, Chrom possuía o mesmo símbolo em seu braço direito.

Chrom contou a Emmeryn o que havia ocorrido na cidade e na floresta. Esta já sabia da presença dos guerreiros mortos-vivos, visto que havia recebido um relatório da capitã do pelotão de pegasus knights* , que eram responsáveis pela patrulha dos céus de toda a região.

Quando Emmeryn perguntou quem eu era, Chrom apresentou-me e disse que eu me juntaria aos Shepherds. Contudo, Frederick deixou bem claro à soberana que ainda não acreditava plenamente em mim e na minha história. Mas como Chrom confiava em mim, a Exalt resolveu que eu era também digna de sua confiança (ufa!).

Logo após, a governante convocou Chrom e os líderes do exército do reino para uma reunião do conselho. Eu não sabia o que fazer naquele enorme castelo, mas Lissa, com sua costumeira empolgação, me puxou pelo braço:

– Venha, Robin, tem um lugar que eu quero lhe mostrar. O quartel general dos Shepherds. – E assim fui guiada pela loira até um barracão localizado no limite dos jardins do palácio.


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Notas finais do capítulo

*Pegasus knights: guerreiros montados em pégasos (muito fracos, por sinal)

O que acharam, pessoal? Desculpem se minha Robin tá meio Clarice Lispector, mas faz parte da narrativa! Deixem comentários de sugestões ou críticas, assim posso saber se o estilo está agradando e o que pode ser melhorado. Que Naga esteja com vocês, grande beijo! =]



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