Whole Lotta Love 3 escrita por mlleariane


Capítulo 6
Nós quatro


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Vim correndo deixar mais um capítulo. Pra quem está esperando DR, bem, a conversa franca ainda não acontece aqui. Por hora não tenho mais nada a dizer.

Ah tenho sim, um muito obrigada a Sofia, Joselaine, Pires e Luana que favoritaram :))

Beijo, Ari ;)



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Kate: Oi. Meu nome é...

“Kate Beckett!”

A recepcionista exclamou num ímpeto assim que tirou os olhos dos papéis e avistou a capitã parada atrás do alto balcão do Gran Hotel.

Desiré: Oh mon Dieu!

Kate esperou um minuto até que a expressão de surpresa da recepcionista se desfizesse, o que não aconteceu.

Kate: Acho que você já sabe quem eu sou, não é mesmo? – Kate sorriu sem graça.

Desiré: Claro que sim! Você é Katherine Houghton Beckett Castle! A Nikki Heat! Eu adoro você! Suas roupas, seu cabelo... como você consegue ter um cabelo tão lindo?

Kate: É, eu... acho que eu nasci com ele...

Desiré: Tão perfeito!

Kate estava assustada. Castle deveria ter fãs, não ela.

Kate: Obrigada.

Desiré: O senhor Castle não disse que viria... Je ne peux pas vous crois deux sont ici!

Kate: É, talvez a reação dele seja a mesma que a sua. Castle ainda não sabe que estou aqui.

Desiré: Ownn é uma surpresa!

Alex: Moça, você sabe onde meu papai está?

Desiré, que estava se recompondo, abriu a boca novamente. Kate olhou para o lado. Alexander havia puxado um banco e escalado. Agora ele encarava a recepcionista.

Desiré: Oh mon Dieu, Alexander!

Kate revirou os olhos. Ia começar tudo de novo.

Desiré: E onde está Johanna?

Kate apontou para baixo. A recepcionista se inclinou no balcão para olhar para baixo.

Desiré: Eles são tão lindos! Mais lindos ainda pessoalmente!

Johanna puxou a blusa da mãe.

Jo: Mamãe, você disse que eles falavam francês aqui.

Desiré: Como ela é esperta!

Kate: Sim meu amor, eles falam. Mas é que o pessoal que trabalha no hotel fala nossa língua também.

Jo: Ah...

Alex: Moça, você ainda não disse onde meu papai está.

“Ele está numa convenção” – Kate e Desiré responderam ao mesmo tempo, com a diferença que Kate acrescentou o “filho” ao final da frase dela.

Desiré: Você sempre sabe onde ele está? – a recepcionista encarou Kate curiosa.

Kate: Olha, eu tento.

Desiré: Eu sei toda a programação, toda! Sou uma grande fã! Nunca trabalhei tão feliz em toda minha vida! Poder vê-lo todo dia, sentir aquele perfume delicio... – Desiré olhou para Kate, que esperava com as mãos na cintura – Digo, com todo respeito senhora Castle. Você sabe que ele é cheiroso, não sabe? – a moça deu um sorriso para descontrair.

Kate: Sim, eu sei.

Desiré: Vocês dois são tão perfeitos! Shippo muito!

Ok, aquilo era bizarro. Mas de forma inexplicável, Kate simpatizou com a ruiva sardenta que não devia ter mais que 20 anos.

O gerente do hotel, percebendo a movimentação, se aproximou.

Gerente: Eu posso ajudar?

Desiré: Mr. Gerard, essa é Kate Beckett. Ela é esposa de Castle! – ainda havia muita empolgação na voz da garota – digo, do senhor Castle.

Gerente: Oh, bienvenu madame.

Kate: Me desculpe causar essa confusão. Castle não sabe que eu vim, e eu também não me lembrei de que devia ter reservado um quarto.

Gerente: Oh não, não se preocupe. Nós providenciaremos um quarto – o gerente olhou para as crianças – Devo supor que prefere um quarto duplo?

Kate: Se possível...

Gerente: O possível e o impossível para a senhora Castle.

Kate achou estranho. Será que Castle era sempre tão bajulado assim? Desiré pareceu ler seus pensamentos.

Desiré: O senhor Castle é um hóspede especial.

Kate: É mesmo?

Desiré: O hotel recebeu 158 cartas de fãs quando elas souberam que ele ficaria aqui!

Kate: Uau! – Kate estava realmente surpresa, já pensando no que Castle fazia com as cartas que ela nunca via.

Desiré: E as reservas dobraram!

Kate: E essas cartas, por um acaso, estariam onde?

Desiré: Acho que no quarto dele. Foram todas entregues assim que ele chegou ontem à noite.

Kate ia continuar a conversa, mas o gerente voltou com uma chave.

Gerente: Senhora Castle, seu quarto está disponível. A senhora pode também requisitar qualquer um de nossos serviços.

Desiré: Pode me pedir qualquer coisa!

Kate olhou para a garota solícita.

Kate: Obrigada, acho que por hora é só – Kate deu dois passos e se virou. Desiré ainda sorria para ela – Na verdade... será que tem como vocês mandarem as coisas de Castle para o quarto novo? Inclusive as cartas...

Desiré: Claro!

Kate: Obrigada. – Kate sorriu satisfeita. Ela estava começando a gostar dessa coisa de ser reconhecida.

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Meia hora depois...

Johanna e Alexander estava na sacada olhando para a rua em frente ao hotel. Kate estava perto, vigiando os dois.

Alex: Mamãe, o papai vai demorar?

Kate: Pelo menos mais umas duas horas. Por que a gente não tira um cochilo ham? Vocês estão cansados da viagem...

Alexander se virou sério para a mãe.

Alex: Mamãe...

Kate: O que?

Alex: Sem chance.

Jo: Nós queremos ver o papai!

Kate: Mas vocês verão, só que não agora. Dá pra descansar um pouquinho antes...

Jo: Eu não estou cansada!

Alex: Nem eu!

Kate encarou os filhos, visivelmente cansados da viagem.

Kate: Então vamos tomar banho.

Jo: Eu não quero tomar banho!

Kate: Ahh banho vocês vão tomar sim senhores! Vão tomar banho e ficar lindos e cheirosos para esperar o papai.

Esperar o papai lindos e cheirosos era um bom argumento, e as crianças cederam.

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Depois do banho, o cansaço venceu. Johanna e Alexander dormiram um sono gostoso na grande cama de casal de um dos quartos. Kate cochilou no sofá que ficava no vão entre os dois quartos. Despertou apenas quando o telefone tocou. Era Desiré, avisando que Castle havia chegado e estava subindo. Kate então se preparou atrás da porta.

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Castle não entendeu porque o haviam mudado de quarto repentinamente, mas também não argumentou. Apenas pegou a chave e subiu.

Quando adentrou o quarto e se virou para fechar a porta, sentiu suas mãos sendo puxadas para trás, como se estivesse sendo algemado.

“Você tem o direito de permanecer calado, Richard Castle”

A voz doce de Kate entrou em seu ouvido devagar. Ele sentiu a respiração da mulher em seu pescoço, e se virou rapidamente. Encontrou-a sorrindo, olhando fixamente para ele. Castle, porém, não reagiu.

Kate: Cas? – Kate enfim falou, diante do silêncio.

Castle: Kate, você... você está mesmo aqui? – ele se aproximou e a tocou na cintura.

Kate: Não, eu sou fruto da sua imaginação.

Castle: Não... na minha imaginação você estaria nua em cima da cama naquela posição que nós...

Kate o interrompeu com um beijo. Castle continuou, empurrando-a contra a porta, que se fechou. Quando os dois conseguiram se soltar, faltava ar.

Kate: Rick, achei que você ia me sufocar!

Castle: Eu não acredito que você está aqui! – Castle finalmente abriu um grande sorriso.

Kate: Eu estou! – ela sorriu também.

Os dois se abraçaram, colando os rostos, olhos nos olhos por um tempo, como se ainda estivessem tentando acreditar.

Castle: Espera. Por que você está aqui?

Kate: Por você, por que mais seria?

Castle: Surpresa romântica... hum... estou gostando disso – Castle agora distribuía beijos pelo pescoço de Kate – Eu senti tanto a sua falta, babe...

Kate: Eu também amor. Quer dizer, nós...

Castle: Nós?

Castle parou de beijá-la e a encarou. Kate sorriu, mordendo o lábio inferior.

Castle: Não!

Kate: Sim.

Ele correu os olhos pelo apartamento.

Castle: Não...

Kate balançou a cabeça afirmativamente e apontou para um dos quartos. Castle caminhou até ele cautelosamente, empurrando a porta semi-aberta devagar. Seus olhos demonstraram surpresa. Ele então puxou a porta novamente, quase fechando-a, e olhou para Kate. Ela o esperava no centro do apartamento.

Castle: Você veio sozinha com os dois?

Kate: Sim. Surpresa! – ela forçou um sorriso.

Castle: Kate, o que está acontecendo?

Kate: Por que algo tem que estar acontecendo?

Castle: Porque eu te conheço. Katherine Beckett, a minha Kate Beckett, não pegaria um voo de 7 horas e meia sozinha de uma hora para outra com os dois filhos.

Kate: Pois a sua Kate Beckett sente saudade. Aliás, seus filhos também.

Castle: Eu sei amor, me desculpa – Castle foi até ela, dando-lhe um beijo – Eu só estou surpreso.

Kate: Mas feliz? – ela fez um bico.

Castle: Muito, muito feliz!

Ele se sentou no sofá, puxando-a para seu colo.

Castle: Foi por causa do que aconteceu com Alex ontem na escola?

Kate: Em parte sim. Ele estava tão mal, Rick... Eles sentem tanto a sua falta. E eu também.

Castle: Eu também odeio me separar de vocês... – os dois se beijaram novamente – Agora você entende por que eu sempre insisto que vocês deviam vir comi... Espera um pouco. Como é que você conseguiu viajar com os dois se eles não têm passaporte?

Os olhos indagatórios de Castle fizeram Kate se levantar.

Kate: Quanto a isso... Bem, eu pedi ajuda a alguém.

Castle: Quem?

Castle estava sério, e a acompanhava com os olhos. Kate dava voltas pela sala. Tomou um sopro de ar e falou enfim.

Kate: Sorenson.

Castle: Você pediu ajuda para seu ex para viajar com nossos filhos?

Kate: Ele é do FBI! Era a única forma.

Castle: Kate!

Kate: Nós viajamos como testemunhas protegidas.

Castle: Você fez seus filhos de 7 anos se passarem por testemunhas?

Kate: Eu fiz sim, por você! – ela se fez de ofendida.

Castle: Kate, o que está acontecendo? REALMENTE acontecendo?

Kate respirou fundo. Ela não queria chegar dizendo que tinha feito tudo aquilo porque Bracken havia ameaçado as crianças e ela tinha medo. Kate queria um espaço de segurança, um espaço para Castle ver que estava tudo bem, para só então contar. Mas pelo visto, ela não teria esse espaço. Castle a encara firmemente. Ele era esperto, afinal.

Kate: Na verdade...

Alex: PAPAAAAAI!

Alexander veio correndo e agarrou as pernas do pai. Castle sorriu, levantando o filho.

Castle: Ei garotão! Soube que sentiu minha falta!

Alex: Muito, papai, muito! – Alex deitou a cabeça no ombro do pai. Castle abraçou o filho forte. A saudade habitava nos dois.

O grito do irmão acordou Jo, que veio com Fluffy nos braços. Castle sorriu para sua princesa. Sentou-se então no sofá, com um filho em cada perna.

Jo: Papai, nós viemos te visitar, você gostou da surpresa?

Castle: Muito meu docinho, muito!

Castle beijou os filhos várias vezes. Kate ficou em pé observando os três, o amor que existia ali, e a felicidade de se reencontrarem. De repente tudo estava bem. Com Castle, tudo era incrivelmente bem.

Castle: Estou muito orgulhoso de vocês! Viajando sozinhos com a mamãe... Olha, parabéns!

Alex: É, mas é mais legal quando você está junto, papai.

Kate: Ei! Eu sou boa em viagens, ta?

Alex: Papai, toda vez que a Jo queria ir ao banheiro a mamãe me fazia ir junto e esperar na porta.

Castle: Verdade isso? – ele riu olhando para Kate.

Kate: O que eu devia fazer? Deixar um sozinho quando saía com o outro?

Castle: Kate, era um avião! Para onde é que eles iriam?

Kate: Para a cabine do piloto? Derrubar a aeronave?

Castle: Como você pode falar assim desses dois anjos? – Castle beijou a cabeça dos filhos, olhando ironicamente para Kate. Ela revirou os olhos.

Jo: Nós fomos muito bonzinhos, não é mamãe?

Kate fez que sim.

Castle: Ahh eu acredito!

Alex: Mas a viagem demorou muito – Alex fez uma careta.

Castle: E o que vocês fizeram?

Alex: Nós trouxemos nossas mochilas cheias de coisa!

Jo: Você quer ver, papai?

Castle fez que sim. As crianças o puxaram para dentro do quarto.

Kate: Bom então eu... eu vou tomar um banho.

Mamãe Kate falou em vão. Os três nem deram bola.

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Tentar separar Castle e os filhos era algo impossível naquela noite. Não que alguém quisesse isso. Na verdade, os três queriam mesmo era ficarem juntos.

Kate: Eu sei que ninguém dá a mínima pra minha presença hoje mas eu acho que devíamos jantar.

As crianças largaram os brinquedos um segundo e olharam para a mãe.

Jo: Eu to com fome!

Alex: Eu também!

Castle se levantou da cama e abraçou Kate pela cintura.

Castle: Eu dou a máxima para você.

Kate: Aham.

Castle: Você quer sair para jantar? – ele mexeu nos cabelos dela, tão cheirosos do banho recém-tomado.

Kate: Não, podemos pedir algo aqui. Não quero atrapalhar isso – ela apontou para a cama, mas Castle sabia que ela se referia à felicidade das crianças em estarem com o pai.

Castle: Então vamos pedir, e eu vou tomar um banho.

Alex: Ah não, papai!

Castle olhou para o filho e depois para Kate, pedindo ajuda.

Kate: Vai, eu lido com eles.

Castle: Como é que você conseguiu viajar quase 8 horas com os dois?

Kate: Roubei dois daqueles remédios que sua mãe toma.

Castle: Kate! Você ficou louca?

Kate: Não, mas você sim de acreditar no que eu falei – ela riu – eu dei um jeito de distrai-los.

Kate sorriu, e Castle não conseguiu tirar os olhos dela. Ele sabia que algo não estava normal. Não sabia dizer o que Kate escondia, mas uma coisa ele tinha certeza: ela tinha medo.

Kate: Pode ir, amor.

Castle fez que sim e saiu.

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Depois do jantar, as crianças fizeram o pai assistir um filme com eles. Kate pensou que eles dormiriam, mas a empolgação era tanta que uma hora e meia depois o filme havia acabado e os gêmeos Beckett Castle tinham os olhos bem abertos. Castle então começou uma história. E outra. E outra.

Kate aproveitou o tempo e pendurou algumas das roupas da mala no armário de seu quarto. Quando voltou, as crianças haviam adormecido, e Castle tentava sair do meio dos dois. Era uma missão quase impossível. Quando tirava os bracinhos de um, o outro se enrolava a ele. Quando tirava desse, o primeiro voltava. E assim foi até que Kate se aproximou e ajudou.

Os dois pararam à porta, observando os filhos dormirem.

Castle: Obrigado, babe.

Kate: Pelo que?

Castle: Por eles. São a melhor coisa que nós fizemos no mundo.

Kate: Sim, ele são.

Castle voltou os olhos para ela. Evitando questões, Kate apagou a luz do quarto e fechou a porta, deixando apenas uma fresta de luz.

Castle: Eles estão realmente felizes em estarem aqui.

Kate: Sim – Kate sorriu – e eu também. É tão bom quando estamos nós quatro. Acho que tomei uma boa decisão, não?

Castle: Sim... O que a saudade não faz, não é mesmo? – ele a encarou, em busca de respostas. Kate, porém, foi mais rápida.

Kate: Loucuras. Ela faz loucuras... – disse soltando as alças do vestido, fazendo-o escorregar por seu corpo e deixando à mostra apenas a pele branca, ressaltada pela lingerie vermelha.

Castle não conseguiu dizer mais nada. Pegou-a no colo, sentindo suas longas pernas entrelaçarem sua cintura, enquanto percorria o contorno dos seios com seus lábios.

O perfume dos dois se misturou no quarto, que se transformou num recanto de calor, suspiros e desejos.

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Castle olhava profundamente nos olhos castanhos esverdeados, enquanto seus dedos percorriam os seios de Kate em círculos.

Kate: Sentiu falta deles?

Castle: E como poderia não sentir? – ele sorriu, e beijou os seios dela novamente – Eu te amo, Kate. Amo tudo em você. Tudo. – Castle afastou uma mecha do cabelo dela – Menos quando você não confia em mim.

Os dois se olharam em silêncio.

Kate: Eu confio em você.

Castle: Confia?

Ela fez que sim, agarrando-se ao corpo dele. Os dois giraram juntos, e agora ela repousava seu corpo em cima do dele, com o rosto escondido em seu pescoço. Castle acariciou seus cabelos, e falou com a voz calma.

Castle: Então por que você está com tanto medo de me contar o que está acontecendo?

Kate não respondeu de imediato. Quando conseguiu levantar-se e fitar Castle, já se formavam lágrimas no canto de seus olhos.


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