Whole Lotta Love 3 escrita por mlleariane


Capítulo 15
Eu sou você


Notas iniciais do capítulo

"Boatos de que o patrimônio traseiro não foi afetado! Hahaha #GostoAssim" (Bella Caskett)

Afirmaremos mais adiante, quando Kate der uma conferida.

Oi gente! Todo mundo vivo? Espero que sim, porque é claro que o nosso Castelinho está! (até parece que eu ia fazer algum mal a ele e a nossa família linda).

Quero fazer um agradecimento especial à Dra. Mia, minha consultora nos assuntos médicos :))

Obrigada pelos comentários (mesmo os com ameaça), e um beijo especial para Lah e Mada que favoritaram :)

Beijo, Ari ;)



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Dr. Petrovich: Senhora Castle, nós precisamos conversar.

O tom sério do médico fez Kate levantar-se rapidamente. Ela o encarou, não sem deixar de prestar atenção na presença do médico que o acompanhava. Um pouco mais velho, Dr. Sullivan era o cardiologista que a operara anos antes, e que a acompanhava em exames rotineiros desde então. O que ele estaria fazendo ali? Kate não sabia exatamente onde o tiro havia atingido Castle, mas tinha certeza que havia sido abaixo, no abdômen.

Dr. Petrovich: Eu sou o Dr. Petrovich – ele estendeu a mão a ela – Fui eu quem operei seu marido.

Kate: Como... como ele está? – havia desespero na voz de Kate.

Dr. Petrovich: O tiro atingiu o abdômen superior direito. Não pegou nenhum órgão vital, mas o baço teve que ser retirado.

Kate: Mas... ele... ele vai ficar bem?

Dr. Petrovich: O quadro dele é estável – o médico mantinha o tom sério – Mas a bala passou de raspão pela costela, então teremos que observar mais de perto. As primeiras horas são importantíssimas para observarmos se não ficou nenhuma sequela.

Sequela... Ainda havia aquilo. Kate sentiu o estômago revirando, e foi atingida por uma vertigem. Dr. Sullivan se apressou em segurá-la. Dr. Petrovich observou e entendeu porque o colega de profissão havia insistido em acompanhar a cirurgia e estar ali com ele.

Dr. Sullivan: Kate, olhe para mim. Não precisa se preocupar, o estado de Castle é estável.

Kate: Ele disse sequela...

Dr. Sullivan: É apenas uma possibilidade. Dr. Petrovich está cumprindo o protocolo e te colocando a par de tudo.

Kate o olhou desconfiada.

Dr. Sullivan: Ei, você me conhece. Não confia em mim?

Ela fez que sim.

Kate: Mas eu quero vê-lo.

Dr. Sullivan: Você não pode vê-lo agora.

Kate: Por que não? Eu preciso vê-lo! Ele... ele sangrava tanto... – a voz dela estava embargada.

Dr. Petrovich se aproximou, um pouco mais suave.

Dr. Petrovich: Sim, mas foi pela região atingida. Castle precisou de uma transfusão de sangue, mas está tudo bem. Como eu disse, nenhum órgão vital foi atingido, e o baço não fará diferença. Ele poderá levar uma vida normal.

Dr. Sullivan: É uma cirurgia simples, Kate. Muito mais simples que a sua.

Dr. Petrovich: A recuperação é rápida. Nós só precisamos mantê-lo na UTI pelas próximas 48 horas para observação.

Kate: Isso que dizer que eu não posso ficar com ele? Não, eu preciso ficar com ele!

Martha: Katherine... – Martha interveio – Está tudo bem. Não está? – Martha olhou para os médicos, que assentiram – Viu? Nós só precisamos deixar que ele se recupere.

Kate: Mas eu preciso vê-lo!

Dr. Petrovich: Você poderá vê-lo nos horários de visita.

Kate: Nos horários de visita... – Kate estava visivelmente inconformada.

Dr. Sullivan: Kate, são só dois dias. Depois ele vai para o quarto e você poderá acompanhá-lo.

Dr. Petrovich: E como eu disse, por ser uma cirurgia simples, logo ele poderá se recuperar em casa.

Dr. Sullivan: Vá para casa, tome um banho e retorne. Será o tempo dele acordar e passar por alguns exames básicos.

Kate olhou o médico contrariada. Foi preciso Martha, seu pai e Lanie para convencê-la de que ela precisava tirar aquelas roupas ensanguentadas e tomar um banho.

Kate: Eu não quero que ele acorde e esteja sozinho...

Dr. Petrovich: Ele ainda demorará um tempo no pós-cirúrgico.

Martha: E eu e Alexis ficaremos aqui, querida.

Kate enfim concordou, e foi levada para casa por Jim.

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Kate: Pronto, está tudo aqui.

Jim pegou a bolsa com roupas para as crianças. Kate olhou para a cômoda, onde havia um porta retrato com uma foto da família. Ela o pegou nas mãos, olhando fixamente.

Jim: Katie... o que você quer que eu diga a eles?

Kate: Não diga nada, pai. Diga apenas que... que você sentiu saudade e quis que eles dormissem lá. Eles vão adorar – ela deu um leve sorriso, e Jim sorriu também – Amanhã eu falo com eles. Hoje eu não tenho condições.

Jim: Eu sei... – Jim abraçou a filha – Mas você vai ficar bem. Vai ficar tudo bem.

Kate fez que sim. Levando consigo algumas roupas de Castle, ela fechou a porta e saiu. Antes de ir para casa, Jim deixou a filha no hospital novamente. Ele não deixaria Kate dirigir naquele estado.

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Chegando ao hospital, Kate voltou pelo mesmo caminho que saíra. Passou pela emergência, e quando adentrou o corredor de espera, viu que Martha e Alexis não estavam mais ali. Um medo tomou conta dela, com uma sucessão de pensamentos ruins passando por sua cabeça, e assim que avistou uma enfermeira, a parou, desesperada.

Kate: Ei, ei você. Minha sogra e minha enteada estavam aqui, vocês as viu? Elas são ruivas... – Kate falava rapidamente.

Enfermeira: Ah sim, a mãe e a filha de Richard Castle...

Kate: Isso! Onde elas estão?

Enfermeira: No quarto com ele.

Kate: Castle já acordou?? – a voz de Kate saiu excessivamente alta. Dr. Sullivan, que passava por ali, se aproximou.

Dr. Sullivan: Pode deixar Nancy, ela é minha paciente.

Kate: Como assim Castle acordou e não me avisaram?

Dr. Sullivan: Kate, foi só há cinco minutos...

Kate: Que fosse um minuto!

Dr. Sullivan: Você está muito agitada..

Kate: Eu não estou agitada, eu quero vê-lo!

Dr. Sullivan fez que sim, num sinal para que ela o acompanhasse. Os dois fizeram uma pequena curva e adentraram outro corredor.

Kate: Eu vou processar esse hospital!

Dr. Sullivan: Kate, me diga uma coisa, você está tentando ter um enfarte só para ficar internada aqui com ele?

Kate: O que??

Dr. Sullivan: Porque desse jeito você está no caminho...

Kate: Eu estou ótima, e o senhor sabe muito bem disso. Meus últimos exames foram excelentes, como tem sido todos esses anos.

Dr. Sullivan: É, eu sei, mas com o coração não se brinca.

Kate: O senhor não entende...

O médico parou calmo diante de Kate.

Dr. Sullivan: Diga-me, Kate, o que eu, médico há 32 anos, não entendo?

Kate respirou fundo.

Kate: Eu... eu amo aquele homem... E... ele quase morreu... – ela se esforçou para segurar as lágrimas que já queriam se formar. Falar aquilo era difícil.

Dr. Sullivan: Eu sei que você o ama, Kate. Sou seu médico há mais de uma década. Você disse que confiava em mim.

Kate: Eu confio, só que...

Dr. Sullivan continuou caminhando, e ela foi junto.

Dr. Sullivan: O que foi que eu te disse?

Kate: Que... que ele estava bem.

Dr. Sullivan: Exatamente. Não há motivo para desespero, Kate. O pior já passou. Castle está bem, não houve sequelas, e tudo indica que ele terá uma boa recuperação.

Kate respirou aliviada.

Dr. Sullivan: Ele agora está aos cuidados da Dra. Mia, chefe da UTI. Ela vai colocá-la a par de tudo. Eu só estou adiantando para que você não se desespere mais.

Kate: Obrigada, Dr. Sullivan.

O médico assentiu. Como haviam chegado ao final do corredor, ele deu meia volta e retornou.

Kate: Espera... Nós estamos voltando pelo mesmo caminho?

Dr. Sullivan: Sim, a UTI é para lá.

Kate: Perto de onde nós estávamos parados?? – Kate balançou os braços indignada – Eu não estou aqui para dar volta!

Kate apertou o passo, e o médico a seguiu.

Dr. Sullivan: Você precisava se acalmar...

Kate: Eu preciso vê-lo, é isso que eu preciso!

Dr. Sullivan: Escute, senhora Castle. Quando seu marido acordou, sabe o que ele respondia a cada pergunta que o faziam? “Kate. Kate. Kate.” “Castle, você está enxergando isso? Sim, mas eu quero saber de Kate!” “Castle, você me ouve? Sim, mas onde está Kate?”

Kate parou e olhou para o médico, que estava sério.

Dr. Sullivan: Ele mal se deixou ser examinado. Estava agitado, visivelmente preocupado. E nós dissemos que você estava bem. – o médico falava calmamente – Mas tremendo desse jeito você não parece nada bem.

Kate respirou fundo, apertando as mãos numa tentativa de acalmar-se.

Dr. Sullivan: Bem melhor assim.

Kate: Eu posso vê-lo agora? – os olhos dela imploravam.

Dr. Sullivan: Você não vai gritar com nenhuma enfermeira?

Kate: Não...

Dr. Sullivan: Nem processar o hospital?

Kate lançou um olhar de canto de olho para ele, e o médico sorriu. Apontou então, a porta à frente deles.

Kate: Obrigada, dr. Sullivan.

Dr. Sullivan: Apesar de tudo é bonito ver a preocupação que vocês têm um com o outro. Dr. Davidson perdeu uma grande mulher.

Kate parou e voltou ao médico.

Kate: Dr. Sullivan, nunca, jamais, em hipótese alguma mencione Dr. Davidson perto de Castle.

Dr. Sullivan: Mas foi um elogio!

Kate: Nunca. – Kate repetiu, virando-se e caminhando até o quarto.

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Kate abriu a porta devagar, e encontrou o sorriso dele ao vê-la. Ela também abriu um grande sorriso, caminhando até ele. Martha abriu espaço, e Kate parou ao lado esquerdo da cama, levando as mãos ao rosto de Castle, que rapidamente se moveu em direção à sua boca, num beijo urgente.

Kate: Oi meu amor.

Castle: Você está bem?

Kate: Sou eu que tenho que perguntar isso.

Castle: Você estava lá também...

Os dois tinham os rostos quase colados. Martha e Alexis observavam a cena. Jack teve que deixar o quarto, pois o número de visitantes era restrito a 3.

Kate: Eu estou ótima, meu amor... Eu quero saber de você...

Castle: Eu sou você. Se você está bem, eu estou bem – Castle sorriu, aos olhos marejados de Kate – Porém um pouco remendado...

Kate: Doendo muito? – ela acariciava seus braços.

Castle: Não tanto quanto a sua falta.

Kate não segurou, e lágrimas escorreram por seu rosto.

Castle: Está tudo bem agora, babe... – ele passou a mão pelo rosto dela.

Kate: Eu tive tanto medo, Rick... – ela se escondeu em seu pescoço, enquanto ele acariciava seus cabelos.

Castle: Eu também tive. Tive medo de te deixar. Mas aí eu pensei: até parece que eu vou deixar minha mulher livre para outro homem tomar o que é meu!

Kate se levantou e o encarou séria, mas ele riu.

Kate: Não faça piadinhas, Richard Castle.

Castle: Eu estou falando sério!

Martha: Viu como ele já está bom?

Alexis: Isso porque você perdeu a parte “Agilize o casamento se quiser que eu te leve ao altar”.

Kate olhou para Alexis e voltou os olhos bravos a ele.

Castle: Encarar a morte faz a gente pensar algumas coisas.

Kate: É mesmo? E você já parou para pensar que se tivesse feito o que combinamos isso não teria acontecido?

Castle mordeu os lábios e olhou para Martha.

Martha: Não me venha pedir socorro.

Castle: Amor...

Kate: Não Castle, nós não vamos falar disso agora – ela segurou o rosto dele com as duas mãos novamente, aproximando suas bocas num beijo rápido – Agora você só vai me prometer que vai ficar bem, ok?

Castle: Ok. Eu prometo.

Kate: Eu não vou poder ficar aqui... – ela tinha lágrimas nos olhos de novo.

Castle: Eu sei... mas são só dois dias... – ele sorriu para ela, numa tentativa de fazê-la parar de chorar. Kate, porém, chorou mais forte ainda.

Martha fez um sinal para Alexis, para que as duas deixassem o quarto por uns minutos.

Castle: Kate... amor, eu estou bem.

Kate: Eu sei...

Castle: Então não precisa chorar...

Kate: É que eu te amo tanto, Rick...

Castle: Eu também! E já está tudo bem. Babe, são só dois dias... – ele afastou os cabelos dela, tentando enxugar as lágrimas.

Kate: Dois dias e eu já sinto um buraco enorme... – ela fez uma pausa, buscando ar – E eu te afastei por três meses...

Castle: Kate...

Kate: E você já me amava...

Castle: Sim, eu já te amava.

Kate: E você sofreu... – ela chorava cada vez mais.

Castle: Sim, eu sofri – Castle puxou o rosto dela para perto do seu – Mas já passou. Faz tanto tempo, meu amor.

Kate: Você me perdoa?

Castle: Não. Pode pegar suas coisas, seus filhos e sair da minha vida.

Kate: Para! – ela bateu de leve no peito dele.

Castle: Você sabe que eu acabei de sair de uma cirurgia, não sabe?

Kate: Me desculpa, me desculpa – ela beijou o lugar.

Castle: Você já chorou o suficiente... – Castle levantou a cabeça dela, e enxugou as lágrimas novamente – Dê um sorriso para mim.

Kate obedeceu e sorriu da melhor forma que conseguiu.

Castle: Bem melhor – os dois trocaram outro beijo.

Kate: Eu trouxe algo para você.

Kate abriu a bolsa e retirou o porta retrato que havia pegado do quarto das crianças, colocando-o ao lado da maca. Castle abriu um grande sorriso.

Castle: Eu queria mesmo perguntar deles, mas você não parava de chorar nunca.

Kate lhe lançou um olhar bravo, ao que ele riu. Castle sabia que Kate sofria, afinal, ele já estivera ali antes. Era por isso que ele faria de tudo para amenizar a dor de seu amor.

Castle: Eles estão com seu pai?

Kate: Sim, mas ainda não sabem de nada.

Castle: Não diga que foi algo grave, ok?

Kate concordou.

Castle: Mas diga que eu já sinto muita saudade... – Castle olhou a foto mais uma vez.

Com uma batida rápida na porta, Dra. Mia entrou e se apresentou à Kate. Martha e Alexis aproveitaram para retornar ao quarto. A médica explicou todos os procedimentos e regras da UTI. As visitas só poderiam se dar duas vezes ao dia, uma de manhã e outra ao fim da tarde, o que, claro, deixava Kate arrasada. Ela porém, não iria reclamar mais. Castle estava bem, e tudo que ela queria agora era que ele tivesse uma rápida recuperação.

Logo que a médica saiu, o tempo da visita se esgotou.

Martha: Você vai se cuidar, não vai?

Castle: Vou mãe, eu vou – Castle sorriu, ganhando um abraço da mãe.

Alexis: Eu te amo – Alexis se debruçou sobre o pai, dando-lhe um beijo.

Castle: Eu também, minha ruivinha. Ah, e eu estava falando sério do casamento, viu?

Alexis: Pai!

Castle: Você já mora com ele!

Alexis revirou os olhos. Castle riu e olhou para Kate.

Castle: Agora você.

Kate passou a mão pelo rosto dele, ajeitando seus cabelos, e olhando em seus olhos.

Kate: Eu vou contar as horas para voltar...

Castle: Eu te amo – ele beijava seu rosto – te amo... te amo...

Kate: Eu também te amo... te amo com todo o meu coração.

Os dois se beijaram uma última vez. Kate então se levantou. Ela, Alexis e Martha rodeavam a maca.

Castle: As três mulheres da minha vida...

Kate, Alexis e Martha se olharam e sorriram.

Martha: Acho que você está esquecendo de uma...

Castle esticou o braço e pegou o porta retrato.

Castle: Não... essa daqui é minha menininha... e claro, tem o meu garotão também. Minha família... – ele levantou os olhos para as três novamente – Seria mesmo um grande desperdício.

Martha: Mas não foi. Você é nosso.

Alexis: Sempre será.

Kate: Sempre...

Castle: Sempre... – ele correu os olhos pelas três, ganhando sorrisos de felicidade. Ele jamais as abandonaria.


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