Whole Lotta Love 3 escrita por mlleariane


Capítulo 16
Castle


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Não disse que não ia judiar do Castelinho?
Teve até gente que reclamou, mas né? É de WLL que estamos falando. Sofrência por aqui não dura muito, vocês já deviam saber... rs

Antes que perguntem, tenho duas considerações:

1. O poema é meu mesmo rs
2. Castle não sabe sobre Bracken. Ele está na UTI, medicado na maior parte do tempo, e como veremos ao final do capítulo, decidiu esperar que Kate lhe dissesse algo.

Hoje quero agradecer à Liz e Siimoneely por terem favoritado :)) e dar boas-vindas especiais à Claudia, uma leitora portuguesa (que chique!) que maratonou WLL e a partir do capítulo de hoje acompanha com a gente :))

Ah, e claro, amo os comentários todos, me deixam muuuito feliz!

Beijo, Ari ;)



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Quando as primeiras horas da manhã apareceram, Kate estava num sono finalmente calmo. Passara quase a noite toda virando-se na cama. Primeiro, fora a insônia. Toda a agitação daquele dia não saía de sua cabeça. Não havia um botão que desligasse os últimos acontecimentos. Em menos de 24 horas ela acordara com Castle, arrumara suas crianças para a escola, acompanhara Espo e Ryan na resolução de mais um caso, chegara mais cedo em casa, percebera que algo estava errado, correra atrás de Castle e o vira sangrando no chão. Ele se despedira, correram para o hospital, esperara a cirurgia num misto de choque e negação, ouvira a notícia de que estava tudo bem, e finalmente, pudera comprovar, abraçando-o e chorando em seus braços. Definitivamente eram muitos acontecimentos.

Quando finalmente se acalmou, por volta das 2h da manhã, Kate tentou dormir. O sono, porém, veio entrecortado por pesadelos: Castle morrendo, as crianças chorando, Kate os criando sozinha... A respiração acelerava, e Kate acordava suando. A vontade de ouvir a voz de Castle era tão grande, mas não havia como fazer isso. Pensava então que tudo estava bem, Castle estava dormindo tranquilo, e ela faria o mesmo, para que as horas passassem rápido e ela pudesse vê-lo novamente.

Não era tão fácil. Nessa luta, Kate acordara pelo menos umas quatro vezes. Mas agora, com o sol da manhã batendo na janela, ela conseguira dormir. Até seu telefone tocar.

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Jim abriu a porta para Kate entrar.

Jim: Me desculpe ligar tão cedo – ele beijou a filha – Mas eles caíram da cama e estão perguntando por você e Castle incansavelmente.

Kate: Você fez bem, pai. Eles não nos veem desde o café de ontem. E já eram 8 horas, a visita é às 10h, eu logo acordaria.

Jim: Conseguiu dormir?

Kate: Um pouco, mas tudo bem.

Os dois caminhavam pela casa.

Jim: E ontem, como ele estava?

Kate: Bem, melhor do que eu esperava. Graças a Deus!

Jim: Castle é forte, vai se recuperar rápido.

Kate: Sim – ela sorriu confiante.

Mais alguns passos, os dois pararam à porta do quarto de Jim. Johanna e Alexander, que assistiam desenhos deitados na cama do avô, soltaram um “mamãe” em coro, já se levantando.

Kate: Calma, podem ficar aí – Kate sorriu chegando até eles. Abraçou apertado os dois filhotes, beijando-os – Bom dia!

Jo: Bom dia mamãe, cadê o papai?

Tão rápido assim? – Kate pensou.

Alex: Bom dia, mamãe. Eu senti sua falta – Alex estava agarrado ao pescoço da mãe.

Kate: Eu também, meu amor. Mas pensei que vocês iam gostar de dormir na casa do vovô...

Jo: Nós gostamos!

Alex: Nós adoramos!

Kate: Que bom então – Kate acariciou os dois, e por um minuto as crianças ficaram só sentindo a presença da mãe. Jim observava da porta.

Kate: Venham, sentem-se aqui – Kate tirou os dois de seu colo, fazendo-o sentar-se à sua frente, cada um em cima de um travesseiro – Eu quero conversar com vocês.

Jo: É sobre o papai?

Kate: Você é esperta mesmo, ham?

Jo: É porque o papai não está aqui...

Kate: É, ele não está... – Kate segurou em uma mãozinha de cada filho – E é disso que nós vamos conversar agora. Ontem, quando o papai estava trabalhando, ele se machucou. Foi...

Alex: Ele se machucou escrevendo livros? – Alexander interrompeu com uma carinha desconfiada. Como alguém se machucava escrevendo livros?

Kate: Não, na verdade foi trabalhando com a mamãe...

Jo: Ele te desobedeceu, não foi? – Johanna concluiu o que Kate sempre falava.

Kate: É, foi mais ou menos isso. Um homem mau machucou o papai, e ele está no hospital agora.

Alex: Machucou como?

Kate: Bem... foi... ele levou um golpe.

Alex: Um golpe de karatê?

Kate: Hum....

Droga! – Kate pensou. Por que ela não era tão boa para inventar histórias como Castle?

Jim só observava a filha enrolar-se.

Alex: Da próxima vez eu defendo o papai. Eu sou muito bom em karatê! – Alex disse orgulhoso.

Kate: Sim, filhote, você é – Kate passou a mão pelo bracinho do filho – Mas não foi um golpe de karatê – Kate olhou fundo nos dois pares de olhos que a encaravam atenciosamente; não, ela não conseguia mentir – O papai levou um tiro.

Os olhinhos de Johanna e Alexander se assustaram, mas Kate se apressou.

Kate: Mas o papai está bem! Ele só precisa ficar uns dias no hospital. Logo logo ele volta para casa.

Jo: Porque o meu papai é muito forte! – Johanna disse orgulhosa em alto e bom tom.

Alex: É sim, meu papai é o melhor do mundo em tudo!

Kate se encheu de alegria pelo orgulho que os filhos sentiam do pai, e pela facilidade em que eles tinham de encarar as coisas. Bem, levar tiro não era novidade para eles, afinal, mamãe Kate também tinha uma cicatriz bem no meio do peito.

Alex: Quando nós vamos visitar o papai?

Kate: Bem, quanto a isso... – Kate fez sinal para os dois virem até ela, e cada um sentou numa coxa da mãe – Vocês não podem ir até o hospital ver o papai.

Alex: Mas mamãe...

Jo: Eu quero ver o papai! – Johanna fez voz de choro.

Kate: Eu sei, e ele também queria muito ver vocês. O papai está com muita saudade...

Alex: E se a gente entrar escondido igual quando nós fomos te ver?

Kate: Ensine uma coisa errada e eles nunca esquecerão – Kate olhou para o pai, que riu.

Jo: Isso foi um sim?

Kate: Não, minha princesa, isso foi um não.

Johanna fez um bico emburrado, e Kate desceu a mão pelos seus cabelos.

Alex: Quando o papai vai voltar para casa?

Kate: Eu não sei ainda, mas logo que ele estiver melhor. Aí nós é que vamos cuidar dele. Vocês vão ajudar?

Jo: Claro, mamãe!

Alex: A gente pode fazer uma sopa para ele!

Jim riu dos netos e se aproximou.

Jim: Você tem mesmo duas crianças especiais, não é Katie?

Kate: As melhores do mundo!

Kate encheu os filhos de beijos.

Kate: Agora a mamãe tem que ir. É o horário de ver o papai.

Jo: Você vai ficar lá com ele?

Kate: Só um pouquinho – Kate fez uma carinha triste – Onde o papai está não deixam a gente ficar muito.

Alex: Que droga!

Kate: Ei mocinho, o que nós já conversamos sobre essa palavra?

Jo: Que ela é feia.

Kate: Isso.

Alex: Desculpa, mamãe.

Jo: Mamãe, nós podemos fazer um desenho para o papai?

Kate: Claro! Ele vai amar muito!

As crianças desceram da cama correndo procurando os lápis de cor nas mochilas.

Jim: Não foi tão ruim...

Kate: É, não foi... – Kate se levantou – Pai, obrigada. Eu vou ligar para Jack ver se ele pode ficar com os dois, você tem seus compromissos e...

Jim: Katie – Jim a interrompeu – Eu já cancelei todos os meus compromissos hoje.

Kate: Pai, não precisava...

Jim: Vocês são minha família, Katie. Se eu não fizer isso por vocês, farei por quem?

Kate: Obrigada pai – Kate abraçou Jim – Eu te amo.

Jim beijou a filha, e os dois foram interrompidos por Jo.

Jo: Vovô, aqui tem daquele bombom que eu gosto?

Jim olhou para Kate e sorriu.

Jim: Claro que tem, minha princesa!

Enquanto Jim agradava os netos, Kate saiu para a primeira visita do dia.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Kate, Alexis e Martha se encontraram no hospital. Meio que havia sido decidido que enquanto Castle estivesse na UTI, os poucos horários seriam divididos entre as três. O resto da família e os amigos iriam quando Castle estivesse no quarto, podendo receber visita a qualquer momento.

Esposa, mãe e filha entraram juntas, e Castle sorriu ao vê-las.

Castle: Até que enfim esse quarto ganhou cor...

Beijos, abraços e carinhos, Castle foi paparicado, do jeito que mais gostava. Sua feição, porém, não estava tão boa, e isso não passou despercebido.

Alexis: Pai, você está bem?

Castle: Claro filha, estou ótimo!

Kate: Está doendo, não está?

Castle: Acho que um caminhão entrou aqui e me atropelou essa noite.

Kate: Isso é normal, meu amor...

Castle: Como você aguentou?

Kate: Não sei, eu não me lembro... Depois de um tempo a gente esquece.

Castle: Eu não vou esquecer tão cedo!

Kate acariciou os cabelos dele, que bocejou.

Castle: Me deram tanta coisa hoje...

Martha: E você está com sono.

Castle: Dopado é uma palavra melhor.

Kate: Você quer que te deixemos descansar?

Castle: Não! Não, por favor, fiquem aqui – ele segurou a mão de Kate.

Kate: Sim, amor, nós ficaremos.

Castle até tentou, mas algumas palavras depois, foi tomado por um sono incontrolável. Dormir era necessário para que a dor fosse amenizada, e o corpo se recuperasse bem. Kate, Alexis e Martha, porém, ficaram ali os minutos restantes da visita, observando-o. Nenhuma delas queria deixá-lo.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

No fim do dia, outra visita era permitida. Kate havia informado Martha que no dia seguinte teria uma reunião na parte da manhã acerca do ocorrido. Ela então combinou com Alexis que naquela tarde Kate visitaria Castle sozinha, e na manhã seguinte, mãe e filha iriam ver o escritor. Feito isso, às 17h, Kate adentrou o quarto novamente.

Kate: Hum... já está com uma carinha melhor...

Castle sorriu e ganhou o tão esperado beijo.

Kate: Eu te amo – ela sussurrou entre os lábios dele.

Castle: E eu te amo tanto...

Os dois trocaram um beijo demorado.

Kate: Como você passou o dia?

Castle: Dormindo... e você?

Kate: Pensando em você.

Ele sorriu, e ela segurou em sua mão.

Castle: Nós mal tivemos tempo de conversar sobre as crianças cedo... Você disse que contou a eles sobre o tiro, eles ficaram assustados, mas entenderam... eu acho...

Kate: Parece que alguém estava mesmo ensonado...

Castle: Não foi isso? – ele a olhou surpreso.

Kate: Foi sim – Kate sorriu – E eles já estão morrendo de saudade de você. Aliás...

Kate retirou dois desenhos da bolsa.

Kate: Eles mandaram presentes – ela colocou um dos desenhos no colo dele – Esse é do Alex.

Castle: Ahh que lindo! Ele desenha tão bem, não é mesmo?

Kate: É sim! – Kate disse toda orgulhosa.

Castle: Eu e ele lutando karatê...

Kate: Aparentemente vocês dois são “os melhores do mundo”!

Castle: E nós somos mesmo!

Kate pegou o outro desenho e colocou no colo de Castle.

Kate: Da sua princesa...

Castle: Ah meu Deus! – Castle leu alto as letrinhas tortas que diziam – “Papai eu te amo do tamanho do mundo”. E olha, ela ainda grudou um bombom com uma fita!

Castle levantou os olhos para Kate, prendendo-a em seu olhar por um tempo.

Kate: Eles não são especiais? – ela disse enfim.

Castle: Como poderiam não ser? Olha quem eu escolhi para mãe deles...

Kate: Fui eu que te escolhi para pai dos meus filhos!

Castle: Quer dizer que eu sou o escolhido aqui? Tem certeza?

Kate: A única certeza que eu tenho é que eu nunca conseguiria cuidar deles sem você.

Castle: Você não vai precisar nunca... – Castle enlaçou sua mão esquerda na dela. As alianças se tocando, lembrando a união dos dois.

Kate se inclinou, roubando outro beijo de seu amor. Assim que se soltaram, Castle tentou retirar o bombom grudado no papel, ao que foi rapidamente impedido por Kate, com um tapa na mão.

Castle: Ei!

Kate: Castle!

Castle: Que foi?

Kate: Você não pode comer doce!

Castle: Mas ela mandou para mim! Ela sabe que é meu preferido!

Kate: Sim, é um amorzinho da parte dela. Mas você não vai comer esse bombom. – Kate retirou o doce, se levantou e guardou em sua bolsa.

Castle: Eu vou contar tudo para ela depois, ouviu?

Kate: Conta! – ela deu os ombros.

Castle: Ela vai ficar brava!

Kate: Não tanto quanto eu se souber que você anda desobedecendo qualquer regra aqui.

Castle emburrou. Fechou a cara e cruzou os braços.

Kate: Dez minutos para acabar a visita. Você vai ficar assim?

Ele soltou os braços contrariado. Ela o encarava de pé.

Castle: Vem cá – ele esticou o braço, com um bico que Kate jamais resistia. Ela se aproximou – Deita aqui comigo...

Kate: Não cabe nós dois aí...

Castle: Cabe sim – ele se afastou, e ela conseguiu se deitar de lado.

Kate: Acabou a braveza?

Castle: Não... Mas pode acabar se você me der mais um beijo.

Kate: Até dois – ela sorriu, e os dois se beijaram mais uma vez.

Castle: Diz pra ela que eu adorei o bombom.

Kate fez que sim.

Castle: Você tem papel aí?

Kate: Uma cadernetinha na bolsa.

Castle: E caneta?

Ela fez que sim, e se levantou. Logo alguém passaria e se a vissem daquele jeito era bronca na certa.

Kate: Aqui. O que você vai fazer?

Castle: Retribuir os desenhos.

Kate observou enquanto Castle rapidamente escrevia algo. Apenas percebeu que ele finalizou desenhando dois corações.

Castle: Pronto – ele a entregou e Kate leu alto.

Procurei um papel grande

Só achei pequenininho

Pensei: como fazer com que caiba

Nele tanto carinho?

Desenhei dois corações

Um de cada lado, iguaizinhos

Porque não há nada que eu ame mais

Que os meus dois castelinhos.

Kate terminou de ler sorrindo.

Kate: Como você consegue?

Castle: Eu sou escritor... – ele arqueou a sobrancelha.

Kate: Não... – ela aproximou seu rosto do dele – Como você consegue ser tão incrível?

Castle: Eu melhorei muito depois que conheci você.

Kate segurou seu rosto com as mãos, beijando-o demoradamente.

Uma enfermeira passou pela sala, o horário de visitas havia terminado.

Kate: Se cuida, ta?

Castle: Amanhã você só vem à tarde, não é?

Kate fez que sim. Os dois se olharam fixamente. Ele queria perguntar, mas ela visivelmente não queria dizer. Algo a mais acontecera, mas o que? Seu celular repousava ali ao lado, mas não, ele não leria notícias, pois sabia que elas sempre mentiam de alguma forma. Ele queria ouvir dela. E Kate não estava pronta para aquilo.

Enfermeira: Senhora Castle?

Kate: Ah, sim – Kate se aproximou dele novamente – Se cuida. Eu te amo. E eles vão amar! – ela mostrou o papel feliz.

Castle: Eu também te amo, Kate. Independentemente de qualquer coisa, nunca se esqueça, ok?

Kate fez que sim séria, mas sorriu para ele antes de deixar a sala.


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