Broken - Emison escrita por Anna LittleLiar


Capítulo 8
Capítulo 8




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POV ALISON

Emily: Eu não vou te deixar sozinha, eu prometo.

Alison: Não faça promessas que não poderá cumpri-las. Você vai cansar de mim, eu sei disso.

Emily: Eu não vou! – falou com firmeza, mas sua voz permanecia terna. – Eu sei que confiança é algo que se conquista, e não aparece assim de uma hora pra outra. Mas eu sei que você está começando a confiar em mim... do contrário você não estaria deixando eu tocá-la. – acariciou minha mão. - Vamos devagar, no seu ritmo. Eu nunca vou fazer nada que você não queira. Garanto.

Assenti com a cabeça e ela sorriu mais uma vez.

Descemos pra sala e fomos jantar. Minha mãe havia preparado risoto, frango frito e salada. Meu estômago roncou ao sentir o aroma da comida, fazendo-me lembrar de que não havia comido nada o dia inteiro.

Ella: Emily o que você faz da vida, além de ser voluntária no grupo?

Emily: Estudo na UPen. Estou cursando o segundo período de fisioterapia.

Ella: É uma bela profissão. – meu pai acenou concordando. – Alison sempre quis fazer medicina. Pediatria, para ser mais exata. – Suspirou um pouco triste. É... mais um desgosto dos meus pais que vai pra minha conta.

Emily: A Alison é muito jovem, tem tempo pra fazer muita coisa. E o futuro à Deus pertence. – piscou pra mim.

O jantar continuou sem nenhum outro assunto tenso. Meus pais faziam um interrogatório discreto com a Emily, que respondia tudo com a maior calma e paciência do mundo.

Emily: A Aria não vai descer para comer?

Byron: Aquela só levanta amanhã. Brincou tanto durante o dia que esgotou todas as energias. – sorriu enquanto tomava um gole de suco.

Emily: Ela é bem grande, pra quem tem só seis anos. – comentou

Alison: Como você sabia que...

Emily: Durante o blecaute eu vim procurar velas e lanternas. A única vela que eu encontrei era uma de aniversário... no formato do número 6. Depois que seu pai chegou com elas nos braços, tudo apenas se encaixou. – deu de ombros. Essa menina não deixa passar nada.

Terminamos o jantar e Emily insistiu em ajudar com a louça. Minha mãe então pediu que ela secasse e que eu guardasse tudo. Meu pai foi para a sala assistir televisão e minha mãe o acompanhou, após preparar seu chá diário.

Depois de deixar a cozinha arrumada, subimos para o meu quarto. Minha mãe já havia colocado um colchão no chão e separado algumas roupas de cama para a Emily.
O clima estava meio estranho, eu não sabia o que falar... e não fazia ideia do que ela tava pensando.

Emily: você já quer dormir?

Alison: Ainda não, acho que dormi bastante durante o dia.

Emily: Você quer fazer alguma coisa, ver um filme... sei lá

Alison: Pode ser, mas teremos que assistir pelo notebook.

Emily: Sem problema... Que tipo de filmes você gosta? Não, deixa que eu tento escolher um aqui que te agrade. – sorriu.

Emily pegou o notebook, deitou no colchão e abriu o Netflix escolhendo o filme, enquanto eu procurava me deitar em uma posição que desse pra ver a tela da minha própria cama.

Consegui uma posição legal e foi bem na hora que o filme começou. Sorri timidamente quando percebi qual filme ela tinha escolhido.

Alison: Cartas Para Julieta. É o meu preferido

Emily: Que bom que eu acertei. – virou-se para me encarar e abriu um pequeno sorriso.

O filme acabou. A Emily desligou o notebook e o colocou na escrivaninha. Deitei na cama e acabei soltando um bocejo, coçando os olhos.

Emily: Pelo jeito seu sono voltou.

Alison: Acho que sim

A verdade é que eu não tenho uma boa noite de sono há meses, pois os pesadelos sempre interrompem. Algumas vezes eu acordo gritando e chorando muito, como aconteceu hoje cedo. Sinceramente estou com medo de dormir e acordar surtando com a Emily aqui... há um metro de mim.

Emily: Boa noite Alison. Qualquer coisa, já sabe.

Alison: Boa noite Emily.

Emily virou de lado e eu fiquei de barriga pra cima, encarando o teto. Meus olhos já pesavam e eu lutava contra a vontade de dormir, mas era uma batalha perdida. Alguns minutos depois eu já havia caído no sono.

Eu estava deitada, senti minhas costas tocando o chão sujo. Estava frio... muito frio.
Abri os olhos e percebi que estava usando apenas calcinha e sutiã. Não... de novo não.

Lágrimas já banhavam meu rosto e eu tentava pedir por ajuda, mas minha voz não saía. Tentei levantar, mas meus músculos estavam rígidos, petrificados. O frio aumentava cada vez mais, deixando-me trêmula.

Apertei as mãos, assim como os olhos. Numa tentativa falha de acordar. Já não basta ter sentido na carne o que aconteceu, eu ainda tinha que reviver aquele momento todos os dias?!
Não era justo. Simplesmente não era.

Já havia desistido de lutar, meu corpo não respondia minha mente, então eu apenas fechei os olhos e rezei pra que acabasse logo.

De repente sinto algo macio deslizar sobre minha pele, me cobrindo... me protegendo do frio. Me aconcheguei, sentindo meus músculos novamente... sentindo-me dona das minhas ações. Sinto uma presença atrás de mim, mas não tenho coragem de me virar. Apenas sinto sua voz rouca acariciando minha nuca...

Xx: Volte a dormir Ali, nada de ruim vai te acontecer.

A claridade agride meus olhos, mesmo que ainda fechados. Me espreguiço lentamente, lembrando-me da noite anterior. O pesadelo que do nada se dissipou... aquela voz na minha cabeça, a sensação de segurança que instalou-se em meu ser. Nem sei se tudo foi sonho. Nem sei de quem era aquela voz, quer dizer... o tom rouco me lembrava muito a..

EMILY!

Me inclinei esperando que ela estivesse no colchão, mas não havia mais ninguém no quarto. Eu estava sozinha. De novo.

Ella: Filha, já acordou? – entra devagar

Alison: sim, estou acordada. – sentei na cama

Ella: Bem, Emily já foi. Saiu bem cedinho, disse que não podia perder aula. Mas disse que qualquer coisa você podia ligar pra ela.

Alison: tudo bem

Ella: Eu gostei tanto dela minha filha. E ela parece se preocupar tanto com você... ela parece que está te fazendo tão bem. – seus olhos brilharam

Alison: Eu também gosto dela. – disse envergonhada

Ella: Que bom minha filha, fico feliz de você estar se abrindo de novo pra alguém. Se precisar estou lá embaixo – saiu do quarto.

Deitei mais uma vez na cama esticando os braços, em busca do meu celular.
O encontrei, e mas havia um papel embaixo dele. Já sabia de quem era:

"Eu disse que nada de ruim ia te acontecer... tenha um bom dia.''

– E


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado
XOXO