The Fairy and The Dragon escrita por Aodh


Capítulo 9
Go out with me




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~~Levy~~

Demorei mais no banho do que o normal, mal consegui dormir à noite lembrando do beijo de Gajeel, toquei meus lábios e ainda podia sentir a sensação que foi ter a boca dele na minha, tão firme, mas ao mesmo tempo tão gentil, senti um arrepio percorrer minha espinha quando imaginei ele tocando minha cintura daquela maneira novamente.

—Pare com isso Levy – Tentei me conter – Isso não vai mais se repetir.

—O que não vai se repetir? – Minha mãe me encarava na porta do quarto – Okay, me desculpe, a porta estava aberta.

—N-não, tudo bem. Só estava lembrando que fiquei acordada até tarde para terminar todas as tarefas acumuladas, só isso.

—Certo – Minha mãe parecia me examinar, ela sabia que eu estava mentindo, sempre sabia – Seu café está na mesa, quer que te leve até o colégio? Hoje posso chegar mais tarde no trabalho.

—Claro, Lucy me disse que hoje Aquarius a levaria, então estou sem companhia.

—Certo, rápido para você não se atrasar.

Terminei de vestir meu uniforme e peguei meu material, mas antes de sair do quarto voltei ao espelho e ajeitei mais uma vez a fita no meu cabelo e para ter certeza passei mais um pouco de perfume no pescoço...Argh, eu só podia estar ficando louca!

Minha mãe me levou até o colégio, estacionou o carro do outro lado da rua e se despediu de mim, eu desci e olhei para os dois lados antes de atravessar, mas estaquei quando vi um moreno se aproximando dos portões da Fairy Tail: Gajeel. Meu coração gelou por alguns segundos, “Que ele não fale comigo! Não fale comigo!” Eu implorava mentalmente, se minha mãe visse essa cena eu estaria perdida, ela já sabia que Jet e Droy tinham culpa também, mas o que para ela importava era quem tinha me machucado.

Gajeel parou por alguns instantes em frente ao portão e olhou para mim, ele tinha um sorriso torto no rosto e começou a fazer menção de se aproximar, mas acho que percebeu como eu estava pálida, discretamente ele olhou para o carro atrás de mim e viu quando minha mãe abaixou o vidro e ficou observando, em menos de dois segundos ele já tinha sumido pelos portões de ferro e eu pude respirar aliviada.

Quando adentrei o colégio procurei Gajeel discretamente e não pude conter um suspiro de frustração quando não o vi, mas avistei Lucy quando ela desceu do carro com Aquarius, as duas pareciam discutir algo sério, após alguns segundos Lucy bateu a porta do carro com força e marchou em minha direção.

—Lu-chan, tudo bem? – Eu mantive uma distância segura.

—Argh! Não aguento mais Aquarius me enchendo! – Eu podia ver a decepção nos olhos dela – Não posso fazer nada Levy, não posso nem sair com meus amigos! Não querem me deixar ir a viagem da nossa turma no próximo final de semana!

—Como assim? Eles têm que permitir, afinal faz parte da nossa avaliação.

—Eu sei... – Ela passou a mão pelos cabelos loiros – Mas tenta explicar isso para eles? Vou tentar hoje novamente, acho que se disser que você ficará ao meu lado durante todo o tempo eles acabam me deixando ir.

Já estávamos entrando na sala de aula, como sempre Natsu e Gray estavam discutindo, mas o rosado parou por um momento quando viu Lucy, eu notei os olhares que os dois trocaram, era tão injusto tudo o que o pai da Lu-chan estava fazendo, ela tinha o direito de ser feliz!

Após alguns instantes vi Mirajane entrando pela porta, apesar do clima agradável que nos permitia usar os uniformes de verão ela estava usando mangas compridas e parecia extremamente abatida, balbuciou um ‘bom dia’ para nós e em seguida sentou-se massageando suas têmporas.

—Parece que o dia hoje começou mal para todos nós... – Lucy disse e em seguida uma bolinha de papel acertou seu rosto – Mas o que diabos?! Quem fez isso? – Ela abriu o papel resmungando e empalideceu, logo após o amassou novamente e jogou dentro da bolsa.

—Aconteceu algo Lu-chan?

—N-não Levy, nada.

Eu até tentaria questionar, mas o professor de geografia entrou na aula logo em seguida, me ajeitei na cadeira tentando prestar atenção à aula o que parecia que mais ninguém naquela sala estava fazendo, ao menos o silêncio era absoluto. Mira que sentava logo atrás de mim me cutucou.

—Você viu a Erza? – Ela aparentava muito cansaço – Vocês moram próximas, mas parece que ela não vem hoje.

—Não vi – Sussurrei para que o professor não ouvisse – Ela nunca vem sozinha lembra? Os pais sempre a trazem, mas hoje eu não a vi, estranho... Erza nunca se atrasa ou falta aula.

—É...

Mirajane apenas respondeu e voltou a encostar sua cabeça na mesa. Todos pareciam estressados naquele dia, Natsu não tinha feito nenhuma de suas piadas durante a aula inteira e Jellal parecia preocupado e a todo momento olhava para a cadeira vazia de Erza, mas todos de repente se viraram quando viram a porta sendo aberta.

—Me desculpe professor – Ela disse olhando para o chão – Acabei me atrasando hoje, minha mãe já conversou com o diretor Makarov e ele disse que se o senhor permitisse eu poderia assistir a aula.

—Ah, claro, pode se sentar.

Quando virou em nossa direção começaram os burburinhos, estava usando um tapa-olho, fazia muito tempo ela tinha usado um desses, mas até eu queria saber o que tinha acontecido. Erza continuou caminhando até sua cadeira sem olhar para ninguém, Mira não esperou muito e a olhou.

—Erza-san... – Ela começou, mas a ruiva apenas sorriu fazendo um sinal de o.k , Mirajane suspirou e virou-se na direção do quadro.

Eu olhei pela janela discretamente e vi nos jardins um moreno vestindo as roupas de ginástica do colégio: Gajeel. Por milésimos de segundos nossos olhares se encontraram e ele deu aquele sorriso torto para mim, voltei a sentir todos aqueles arrepios e sensações que me dominavam desde a noite anterior, afastei todas essas ideias dos meus pensamentos e olhei para o quadro, mas por mais que eu tentasse não conseguiria prestar atenção em absolutamente nada que o professor falava.

~~Levy finish~~

O horário do almoço chegou rápido para o alívio de todos e após o professor sair da sala a maior parte dos alunos se retiraram, não sem antes dar uma olhadela para a ruiva sentada ao fundo da sala.

—Droga – Erza resmungou num sussurro – Achei que não teria mais problemas com isso.

—Erza, o que aconteceu? – Jellal tocou o rosto da ruiva o que fez com que ela corasse – Se machucou?

—Ah, i-isso não foi nada – Ela gaguejou e se levantou da cadeira – E não tente falar comigo como se eu tivesse esquecido o que aconteceu ontem!

—Quantas vezes eu tenho que falar que a Ultear não é minha namorada?! – Ele segurou o rosto de Erza – Eu gos- Jellal parou de falar – Esquece, apenas esqueça tudo isso...

O azulado saiu da sala e deixou todos sem reação, Erza se apoiou na mesa e suspirou.

—Lu-chan, vamos almoçar todas juntas hoje? – Levy segurou Lucy pelo braço.

—Claro Levy, vamos logo, depois tenho uns assuntos para resolver.

—Ah, podem ir na frente? – Erza sorriu para as duas – Preciso pegar uma coisa antes, Mirajane vai me ajudar.

Antes que Mira pudesse falar algo Erza segurou em seu braço e um gemido de dor escapou dos lábios da albina.

—Você fez de novo?! Não fez? – Ela encarou Mirajane que olhou para o chão – Que droga Mirajane!

“Ela só me chama de Marajane quando está chateada”, Mira continuava olhando o chão enquanto massageava o braço cortado, estava bastante dolorido, não pôde tomar nenhum remédio ou trocar as ataduras antes de sair de casa, seus pais acordaram muito cedo e se suspeitassem de algo ela teria problemas.

—Você não vai falar nada? Vai ficar fingindo que está tudo bem? – Erza segurou os ombros de Mira e a sacudiu – Você prometeu Mira!

—D-desculpa! Eu não consegui aguentar – Mira deixava as lágrimas descerem por seu rosto enquanto apertava o uniforme de Erza entre os dedos – Eu tive o pesadelo com Lisanna, era tudo tão real, vi novamente os olhos tristes dela e como não consegui segurar suas mãos...

—Passou Mira, conversamos sobre isso ontem – Erza enxugou as lagrimas da amiga com delicadeza – Você devia conversar com seus pais, ficar se machucando não ajuda, pensei que você já tivesse superado isso.

—Não quero conversar com meus pais, minha mãe fica me analisando, eu queria que ela fosse só minha mãe e não minha psicóloga – Mirajane fungou enquanto secava suas lágrimas – Queria alguém que me ouvisse...

—Eu estou aqui, afinal somos amigas não é mesmo?

—Urum – A albina evitou o olhar da ruiva – Me desculpe mesmo Erza, eu fui idiota de ter feito isso, é tudo minha culpa.

—Se culpar agora não ajuda, acha mesmo que seus pais não vão descobrir? Vai ficar escondendo esse machucado durante quanto tempo? Acha que todos os seus problemas vão sumir enquanto você se machuca?

—PARA! – Mirajane gritou e viu o rosto assustado de Erza – Já chega! Eu não quero mais falar sobre isso, vou dar meu jeito, não precisa se preocupar comigo. Eu nunca pedi nada a você, então só me deixa em paz.

Erza deu um longo suspiro enquanto balançava a cabeça descrente.

—Vamos até a enfermaria dar uma olhada nisso – Ela percebeu Mirajane parar por alguns segundos – Não se preocupe, nesse horário não tem ninguém por lá.

Caminharam em silêncio até a enfermaria e após se certificarem de que não havia ninguém entraram e foram para uma das camas. Erza fez com que Mirajane sentasse e foi até o armário voltando com gaze, esparadrapo e um frasquinho com um líquido amarelado e outro com soro fisiológico.

—Levante a manga da blusa, vamos ver o estrago dessa vez – Erza esperou alguma atitude de Mirajane – Eu não vou falar nada, nem contar aos seus pais. Só quero te ajudar, mas para isso você tem que parar de agir como uma criança mimada!

Ainda relutante Mira suspendeu a manga da camisa e deixou que Erza visse o curativo improvisado que ela havia feito na noite anterior. Quando a ruiva tocou o local para examiná-lo melhor a albina sentiu o braço latejar e o puxou por instinto.

—Me desculpe – Erza disse, levando a mão mais uma vez para o braço da albina – Dói muito?

—Um pouco, não tinha nenhum remédio no meu quarto, minha mãe guarda todos eles no quarto dela e eu não posso pegá-los.

Apesar da visão limitada de Erza com apenas um olho bom ela cuidadosamente retirou o esparadrapo que cobria um corte de cerca de seis centímetros no braço da amiga, ainda tinha sangue recém coagulado ali e muito provavelmente estava inflamado, o local estava vermelho e inchado.

—Por isso está tão dolorido, você devia ter desinfetado antes de colocar o curativo. Vamos dar um jeito nisso.

Mira observava enquanto Erza limpava sua ferida com o soro destramente, a sensação do liquido gelado causou um alivio e principalmente a sensação das mãos gentis da ruiva tocando seu braço com cuidado, durante todo o processo permaneceram caladas.

—Vai arder um pouco – Erza disse enquanto embebia o algodão no líquido amarelado e em seguida colocou o indicador em seus lábios – Não grite, não podem nos ouvir.

Mira sentiu suas bochechas queimarem quando se lembrou do ocorrido no banheiro e prometeu a si mesma que não deixaria um único som escapar de sua garganta. Erza aproximou lentamente o algodão e o passou na ferida, Mira sentiu o local queimando e levou sua mão à boca para não gritar enquanto deixava que as lágrimas caíssem por seus olhos.

—Pronto – Erza sorriu – Agora é só colocar a gaze e o esparadrapo.

Em poucos minutos o curativo estava devidamente feito e todo o material utilizado foi guardado. Mirajane o olhou por alguns segundos, estava simplesmente perfeito, sentiu quando Erza passou a mão por seu rosto enxugando as lágrimas que ainda restavam ali.

—Vai querer um pirulito? Acho que já está grandinha demais para isso. Quer conversar?

Mirajane ficou calada por alguns minutos desviando seu olhar para a janela, lá fora ela pôde notar uma flor tão vermelha quanto os cabelos de Erza, ficou naquele estado por alguns segundos até que foi despertada pela voz da amiga.

—Mira, quer conversar?

—N-não – Ela ajeitou a manga da blusa – Estou bem agora, foi só um momento e não vai mais se repetir, você não vai acreditar mais nas minhas promessas, mas... Não quero mais sofrer assim – “Principalmente, não quero preocupar você”.

—Está bem – Erza sentou na cama – Mas se precisar é só falar okay?

—Erza?

—Sim.

—O seu olho... O que houve?

—Ah isso? – Erza ficou sem jeito – Me esforcei muito no treino ontem e durante a noite tive um pequeno sangramento.

—Ah Erza! – Mira abraçou uma Erza surpresa – Mas está tudo bem? Você pode enxergar? Eu aqui te preocupando desse jeito, me desculpe.

—Calma Mira – Erza ria do desespero da albina – Estou bem, minha visão continua normal, não foi nada demais. Agora vamos almoçar, aposto que Lucy e Levy estão querendo nos matar.

Com um pequeno salto a ruiva alcançou o chão, após ajeitar sua saia estendeu a mão a Mirajane e sorriu, aquele sorriso que iluminava tudo ao seu redor e Mira se lembrou do dia em que as duas se conheceram no parque próximo a casa delas, o sol se ponto, parecia que pegava fogo assim como os cabelos da garota que estava estendendo as mãos para ela. Mira estava chorando pois haviam derrubado seu sorvete no chão, estava agachada e quando olhou para cima viu Erza estendendo uma mão e na outra segurava um sorvete intocado que dividiu com ela e desde aquele dia Mira decidiu confiar naquela garota e prometeu a si mesma que seria sua melhor amiga de todas as formas possíveis.

—Vamos Mira – Erza ainda sorria – Eu prometo que vou te ajudar.

E som um sorriso no rosto Mira estendeu a mão para segurar a de Erza e mais uma vez se prometeu que teria ao menos um pouco da coragem e força de vontade que a amiga tinha.

***

—Estou saindo Levy – Lucy limpou o boca com o guardanapo e já se levantava.

—H-hey! Onde você vai?

—Preciso revolver algo, mas volto antes das aulas da tarde começarem, se alguém perguntar por mim – Parou por alguns segundos – Invente uma mentira!

—Lu-chan! Eu nã-

Lucy não ouviu o que Levy disse, estava agitada demais, não queria deixar a amiga almoçando sozinha, mas era necessário. Estava curiosa com o bilhete que recebera no inicio da manhã : “Me encontre nos fundos do ginásio depois do almoço”. Não tinha nenhum tipo de assinatura, mas as bordas do papel queimadas indicavam quem teria escrito.

—Lucy você realmente gosta de brincar com fogo – Ela sorriu com a comparação. – Tenho que correr ou vou acabar me atrasando para as próximas aulas e isso não seria nada bom.

Em pouco tempo estava nos fundos do ginásio da escola, caminhou devagar, o local não era muito iluminado e tinha algumas teias de aranha penduradas, tentou acostumar a visão à pouca luz, mas antes que pudesse foi surpreendida por alguém que a imprensou contra a parede e seu grito de surpresa foi abafado por lábios quentes que ela já conhecia. Após alguns segundos Natsu a soltou e segurou seu rosto entre as mãos.

—Estava louco para fazer isso – Ele selou seus lábios com delicadeza – Me desculpe, mas estava pegando fogo!

—Natsu! – Ela socou o braço dele – Sabe que não podemos fazer isso! Já pensou se alguém nos pega aqui? Vai ser o meu fim e o seu também.

—Não se preocupe, eu me certifiquei de que ninguém nos seguiria e Happy está vigiando do lado de fora.

—Happy é só um gato Natsu – Lucy disse enquanto arqueava uma sobrancelha.

—Um gato muito inteligente que fique claro – Ele sorriu – Então, vamos continuar?

—Não – Lucy o empurrou para longe – Não sei qual é o seu problema, mas eu já te falei mil vezes que não podemos continuar com isso, vou ficar com Loki. Se Aquarius ou meu pai descobrem não quero nem imaginar o que vai acontecer!

Lucy escondeu o rosto com as mãos, mas Natsu se aproximou dela e a tocou gentilmente, em seguida selou seus lábios com os dele, em poucos segundos ela já correspondia segurando os cabelos da nuca dele e sugando seus lábios com avidez, mas antes que pudessem aprofundar mais o beijo ele a afastou um pouco.

—Viu só? Eu sou fogo e você é ar Lucy, entramos em combustão juntos – Ele sorriu vendo que até as pontas das orelhas dela ficaram vermelhas – Não preciso saber o motivo de você querer essa nossa separação, nem o que Aquarius ou seu pai vão pensar. A coisa que mais quero é você, na minha vida é a coisa mais preciosa.

—Natsu e-

—Espera – Ele a calou com o indicador – Me escuta. Você pode escolher ficar comigo, mesmo que a gente se encontre escondido até que tudo isso se resolva, eu não me importo, só quero ter você nos meus braços Lucy, por favor.

—M-mas e Loki? Se terminar com ele todos vão perceber!

—Não termine, mas não deixe ele te tocar, se isso acontecer eu juro que o mato! – Ele serrou os punhos – E se tentar te beijar, finja um desmaio, vomite nos sapatos dele, invente uma desculpa. Você é só minha.

—Ah Natsu – Lucy estava gargalhando – Será que pode ser tão fácil assim?

—Claro, é fácil, nós que complicamos tudo! Então – Ele colocou Lucy contra a parede e a prendeu em seus braços – Esse tal Loki mexe com você?

—O quê?!

—Ele sabe fazer isso? – Ele roçou os lábios nos dela descendo pelo pescoço e indo parar entre suas clavículas onde depositou um beijo – Ele sabe deixar você assim?

Natsu deslizou as mãos pela cintura dela massageando levemente enquanto sem pressa alguma passava sua língua pelos lábios já húmidos de Lucy, em seguida levou suas mãos aos cabelos da nuca de Lucy e aprofundou o beijo inserindo sua língua com movimentos suaves, ouviu Lucy soltar um gemido abafado e sorriu.

—Aposto que ele não consegue te deixar arrepiada – Natsu mordeu a ponta da orelha da loira e em seguida a lambeu sorrindo quando ouviu Lucy gemer – Consegue?

—Ahhnn! N-não – Lucy não conseguia raciocinar com toda aquela excitação que tomava conta de seu corpo – Para... – Ela arfava, estava entregue a tudo aquilo até que Natsu diminuiu o ritmo e passou a somente dar selinhos nela – Devemos parar...

—Certo, mas antes me prometa que poderemos nos ver, prometa para mim Lucy – Ele olhou nos olhos dela – Prometa que será minha e somente minha, pode continuar com essa farsa com o Loki, mas não o deixe encostar um dedo sequer em você, promete?

—Prometo – Ela não sabia por quanto tempo conseguiriam esconder o relacionamento dos dois, mas decidiu se permitir ter essa felicidade – Mas temos que ser cuidadosos okay?

—Certo, agora mais um beijo-

—Não – Ela colocou as mãos sobre os lábios do rosado – As aulas da tarde já vão começar e se demorar alguém pode desconfiar, outra hora fazemos isso.

—Posso entrar no seu quarto hoje à noite? – Ele sorriu para ela.

—Claro que não! Meu pai aumentou o número de seguranças e mesmo que não tivesse... Você não pode ficar entrando no meu quarto na calada da noite.

—Por quê?

—Ai Natsu, ou você é muito inocente ou muito tonto! Anda, vou sair antes de você e olhe bem para ver se não tem ninguém espreitando.

Lucy deu as costas a Natsu, mas ele a puxou para si novamente tocando seus lábios num beijo apressado, mas cheio de vontade, depois a soltou.

—Um pouco de mim para você, vai ter um pouco até a próxima vez que pudermos nos ver.

—Idiota!

Lucy saiu apressada, estava irritada por ele ter tramado tudo isso e principalmente por tê-la deixado com a guarda baixa daquela maneira, no momento ela não se preocuparia com todas as possibilidades do plano dar errado, apenas aproveitaria cada momento que teria com Natsu e isso já bastava.

***

Após o termino das aulas todos se dirigiam ao portão de saída da Fairy Tail, Erza parou por alguns segundos observando o sol se pondo, era lindo e vermelho, olhar aquilo dava a ela uma sensação gigantesca de liberdade.

—Erza – Era a voz de Jellal – Podemos conversar?

—Não quero falar com você, estou indo para casa – Ela tentou se mover, mas as mãos do azulado a impediram – Solte-me!

—Ás vezes você é tão infantil – Ele a soltou e passou a mão em seus cabelos azuis – Ultear só estava brincando, nós não somos namorados.

—Não tem importância, nós somos apenas amigos Jellal... – Ela o encarou por alguns segundos logo desviando – Além do mais, você pode ter qualquer amiga que quiser, não me importo com isso.

—Erza-san – Mirajane a chamou – Vo-

A albina parou de falar quando viu Jellal ao lado da ruiva, não pôde esconder um certo desconforto, mas ainda assim colocou um sorriso no rosto.

—Jellal, tudo bem? Eu ia perguntar se a Erza estava indo para casa agora, mas já que estão conversando vou na frente.

—Não Mira, nós já terminamos aqui, vamos passar na loja de doces? Quero muito um bolo de morango – Erza sorriu para Jellal – Vou indo.

—Erza! – Jellal esperou que a ruiva se virasse – É sério, eu gosto... gosto muito de você, então... Só tenha um pouco de paciência está bem? Ultear é uma criança mimada, apenas isso.

—Eu sei Jellal, prometo me controlar das próxima vez – Ela segurou a mão de Mirajane, o que fez a albina corar levemente – Vamos Mira.

O azulado ficou observando as duas saindo pelos portões e suspirou, o que Erza tinha de linda tinha de cabeça dura, mas por mais que tentasse omitir, também amava aquela determinação nela. Colocou as mãos no bolso e decidiu que um dia esqueceria tudo que havia acontecido em seu passado e se permitiria confessar o que realmente sentia pela ruiva.

***

~~Levy~~

Mais uma vez eu passei na biblioteca após o término das aulas, minha mãe disse que iria me pegar, possivelmente se atrasaria um pouco o que me dava alguns minutos para ler algo. Confesso que não vim a biblioteca com o intuito de ler, mas de ver um certo alguém... Arg! Lá vou eu novamente pensando besteiras, meu coração está batendo tão forte que é quase impossível não o ouvir, aquilo me deixava realmente encabulada.

Caminhei por entre as enormes prateleiras de livro e subi as escadas para o andar superior, me sentei em uma das mesas e abri um livro qualquer em uma página aleatória, eu não estava realmente prestando atenção a leitura, estava distraída demais em meus pensamentos até que me assustei quando uma mão pousou em meu ombro.

—Kya! – Eu dei um pulinho da cadeira – O quê?!

—Ghehe! – O moreno sorria para mim de um jeito malandro – Desculpe se assustei você, só queria saber se estava lendo todos esses livros aqui, ou se posso guarda-los.

—N-não me assustou – Falei olhando para o chão – E também não estou usando os livros, pode guarda-los.

Fiquei observando enquanto ele empilhava todos os livros que estavam em cima da mesa, eram muitos, estava curiosa de sabe se conseguiria levantar todos de uma só vez. Após alguns segundos ele segurou a pilha de livros com as duas mãos e a ergueu no ar, fiquei espantada, mas quando começou a se mover o livro do topo da pilha caiu no chão. Ele suspirou pesadamente e já ia colocar a pilha de volta na mesa, mas antes disso eu me abaixei e peguei no livro no chão.

—Eu te ajudo com esse – Sorri para ele.

Caminhamos lentamente até as prateleiras nos fundos, tinha um silêncio constrangedor entre nós, comecei a lembrar do dia anterior quando ele tinha me beijado daquela maneira e senti todo o meu rosto arder.

—Oe, fadinha, está se sentindo bem? – Ele colocou a pilha de Livros no chão – Seu rosto está vermelho, está com febre?

Antes que eu pudesse responder ele colocou sua mão direita na minha testa e olhou nos meus olhos, eu não podia negar que o toque dele me fazia sentir bem;

—Sim e pela última vez: Meu nome é Levy! – Bati com o livro que segurava na testa dele – Agora faça o seu trabalho.

—Okay, Levy McGarden – Ele lembrou meu nome todo e gostei de ouvir como soava bonito com a voz dele – Você que manda.

—Muito bem Gajeel RedFox.

Ele me encarou por alguns segundos com um olhar que derreteria qualquer garota na face da terra, mas eu tentei ao máximo disfarçar, nem eu queria acreditar que de alguma forma sentia algo por ele. Eu já devia estar no portão esperando por minha mãe, mas a curiosidade falava mais alto.

—Então - Comecei – Você tem que arrumar os livros da biblioteca por algum motivo?

—Castigo, podemos chamar assim, por causa do... – Ele hesitou e pude notar que seu semblante ficou triste – Do que aconteceu com você. – Ele olhou para o meu braço, eu ainda usava um protetor – Dói?

—Um pouco, mas está bem melhor, a fisioterapia tem surtido ótimos efeitos.

Para minha surpresa ele deixou a pilha de livros de lado e voltou sua atenção ao meu braço. Segurou-o gentilmente, com apenas uma mão ele conseguia segurar todo o eu antebraço, a diferença de altura entre nós era gritante foi o que notei, dessa vez ele estava em pé na minha frente. Com cuidado ele começou a massagear minha mão e meus dedos, eu devia impedir aquele tipo de contado, mas era tão bom que deixei que continuasse fazendo.

—Se sente melhor?

—S-sim – Ele continuava sua massagem.

Após alguns minutos com isso ele soltou meu braço e levou suas mãos ao meu rosto fazendo com que eu o encarasse.

—Você é delicada, por isso te chamo de fada.

—Então você seria o quê?

—Um dragão – Ele sorriu enquanto descia suas mãos para a minha nuca me puxando para mais perto.

—Dragões e fadas podem ser amigos? – Eu disse já sentindo o gosto dos lábios dele.

—Esse dragão não quer ser seu amigo.

E com isso ele me beijou, apertando meu corpo contra o seu, levei minhas mãos ao seu peitoral e senti os músculos definidos por cima da camisa “Uau!”. Tentei controlar minha respiração, mas quando senti ele lamber meus lábios com destreza me entreguei totalmente ao beijo, sentido todo o meu corpo estremecer cada vez que ele tocava sua língua na minha, e principalmente sentido os braços dele me segurando pela cintura e lentamente subindo por minhas costas.

Ele separou nosso beijou e desceu sua boca para meu pescoço, não pude controlar um gemido abafado que saiu da minha garganta, a sensação era tão boa... Mas aí o toque do meu celular me despertou. Empurrei Gajeel para longe e rapidamente atendi.

—A-alô! – Era minha mãe – Certo, estou na biblioteca, já estou descendo... Desculpe por fazer esperar.

Joguei o celular dentro da bolsa e já ia sair correndo, mas Gajeel me puxou mais uma vez.

—Espera! – Ele me segurou pelos ombros – Vamos sair juntos? Você pode escolher o lugar! Apenas saia comigo!

Ele me assustou, que tipo de pessoa faz um convite daqueles no meio da biblioteca da escola?! E pelo que pude notar não era do seu costume, ele estava tão vermelho que parecia que iria explodir.

—Tenho que ir, minha mãe está me esperando – Me desvencilhei dos braços dele – E não me beije mais dessa maneira, eu não te dei permissão!

—Certo, mas antes responda minha pergunta.

—Tenho que pensar – Eu já estava no final do corredor de livros.

—Da próxima vez você que irá me beijar fadinha!

—Não vou e é Levy! – Eu gritei antes de sumir da vista dele.

Corri o mais rápido que pude e em tempo recorde estava dentro do carro, minha mãe se assutou com minha face corada.

—Levy? Está se sentindo bem?

—S-sim, só vim correndo até aqui – Inspirei profundamente tentando me recuperar.

—Okay...

Mais uma vez minha mãe lançou para mim aquele olhar de quem sabe que eu estou mentindo, mas iria engolir para não começar uma discussão. Enquanto ela manobrava o carro eu relembrava dos lábios macios de Gajeel nos meus, das suas mãos em mim e mais uma vez desejava mais daquilo.

—Levy! – A voz da minha mãe soava irritada – O que está acontecendo com você, parece que anda no mundo da lua!

—Desculpe, estava lembrando dos assuntos da aula de matemática de hoje cedo, são realmente difíceis.

Disfarcei mais uma vez, se ela descobrisse o que tinha acontecido eu estaria perdida e toda aquela conversa sobre me transferirem de escola voltaria, no momento as únicas palavras que eu conseguia me lembrar eram as de Gajeel “O próximo beijo você que irá me dar”. Não! Não mesmo, se aquele dragão estava pensando que iria fazer esses joguinhos comigo estava muito enganado!


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