Deixe-me ir escrita por B Carter


Capítulo 1
Tentativa


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas, tudo bem? Eu espero que sim. Bem, eu tava ouvindo Let Me Go, e dai surgiu a inspiração para essa fic. Como eu disse nas notas da história, tudo se passa após os eventos de AoU, porém ignorei algumas coisas. Enfim, have a fun! :)



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NOVA BASE DOS VINGADORES, 8:00 AM.

— E ai Steve, já chamou a Natasha pra sair?

— Ainda não. — digo enquanto tomo mais um pouco do meu café.

— E por que não? — Sam me questiona.

— Tem muita coisa envolvida, Sam. — Dou um suspiro. Sam me incentiva a continuar. — Lembra quando te disse sobre os jogos mentais que a Feiticeira submeteu os Vingadores?

Sam faz sinal afirmativo e eu continuo.

— Aquilo mexeu comigo. Estava decidido contar a Natasha o que eu sinto em relação a ela, quando a guerra contra Ultron acabasse. Mas o que eu vi, Sam...

— Aposto que sua visão não foi pior do que imaginar a Natasha e o Hulk. — Sam brinca. — Isso seria inimaginável.

Rio com o seu comentário.

— Não, não foi algo ruim a esse ponto. — concordo.

—Então o que você viu? — ele pergunta.

— Eu vi Peggy, no fim da guerra. Ela me dizendo que poderíamos ir para casa. E viver nossa vida.

— E o que isso tem a ver com você chamar, ou no caso, não chamar, a Natasha para sair?

— Eu não posso gostar da Natasha, Sam. É como seu eu tivesse traindo Peggy. Ou tivesse traindo quem eu sou. Eu não sei ser outra pessoa além de um supersoldado.

— Você pode ser um cara que quer se apaixonar novamente. Que tal tentar?

Fico pensando por uns minutos no que Sam disse, e ele me olhando esperando a resposta que não dou. Por fim, ele se levanta da mesa.

— Com licença Capitão, mas eu preciso fazer algo antes do inicio do treinamento de hoje.

Ele sai, me deixando com minhas dúvidas e frustrações.

♦♦♦

Avengers... — Todos os vingadores da base; Visão, Máquina de Combate, Feiticeira Escarlate e Falcão; dirigem seus olhares a mim. — Assemble!

Eles só esperavam a minha ordem para se preparar para o treino, que hoje seria de combate. Escolho Falcão e Feiticeira, e espero eles se juntarem a mim, enquanto Rhodes e Visão caminham até Natasha, que me auxilia com os treinamentos.

Meu grupo e eu, caminhamos até um ringue.

Aviso ao Sam, que vou começar o treino com Wanda, e ele concorda.

Começo com uns golpes mais simples, um cruzado pela esquerda, seguido de uma joelhada. Mas a Feiticeira, habilidosamente desvia de todos. Chamo-a para o ataque. Desvio para a direita e para esquerda, desviando facilmente de seus golpes, o que parece deixa-la frustrada.

Preparo um soco, que acidentalmente acaba pegando em sua boca. Ela limpa o sangue que escorre e vem com toda a fúria me ataca.

Voo alguns metros para fora do ringue. Sinto minha cabeça se chocar contra a parede e tudo ficar escuro.

Demoro alguns minutos para identificar onde eu estou. Tudo em minha volta está escuro, totalmente silencioso. Caminho na esperança de encontrar uma saída, mas pareço estar completamente perdido.

Tento me lembrar do motivo de estar aqui, mas só me recordo de uma dor incessante. Continuo a seguir em linha reta, e tudo que vejo é escuridão. Aumento o ritmo da passada, e quando percebo, já estou correndo por algo que se assemelha a um corredor.

Só paro de correr quando vejo algumas portas laterais, e uma porta frontal. Sabendo que minha vida nunca foi fácil e nunca será, obviamente, a porta que está a minha frente não será a saída. Então começo com as portas laterais.

Abro a primeira porta à direita e vejo um jovem magrelo sendo encurralado em um beco, tentando se defender com uma tampa de lixo, como se fosse um escudo. Outro jovem mais forte chega e manda os outros irem embora. Aquele magrelo era eu! E Bucky me defendia! Fecho rapidamente a porta. Aqueles meus dias no Brooklyn não são algo que eu queira voltar.

Vou para a porta da esquerda. E com a mão na maçaneta, torço para que esta seja a saída. Mas quando abro vejo um bar, várias pessoas se divertindo, Peggy Carter caminhando em direção ao Capitão Rogers, e iniciando uma conversa.

Mais uma vez, eu estou vendo uma cena do meu passado. E de tudo o que me aconteceu, talvez a lembrança de estar em um bar, com o Comando Selvagem e ver minha amada, é uma das coisas que mais me doem. Toda a esperança que eu tinha de construir uma família, de ser feliz, se foi quando fiquei congelado e deixei Peggy para trás.

Não sei o motivo disso tudo. Não sei por que minha mente está relembrando o meu passado, quando tudo o que eu mais quero é conseguir deixa-lo no lugar onde ele deve estar e seguir em frente.

Deixo essa porta e todas as suas lembranças e paro em frente a ultima porta lateral.

—....Você confiaria em mim?

— Confiaria agora! E eu sempre sou sincero.

Até o momento, estava achando a situação um pouco curiosa, talvez até um pouco triste. Agora eu já não sei mais o que pensar. O que está nessa porta... Essa situação... Foi ali que eu me dei conta que estava me apaixonando por Natasha Romanoff. E eu não disse nada, por acreditar que não poderia fazer isso com a Peggy. Eu não deveria me apaixonar por mais ninguém.

Paro em frente a ultima porta, a porta frontal. E agora eu torço para ter me enganado, e a saída estar nela. Eu já estou bem desanimado e eu não consigo pensar em outra maneira de sair.

Empurro a porta, preparado para a lembrança que vem a seguir.

Estou em um salão de festas, e a porta pela qual eu entrei, sumiu. Várias pessoas dançam e se divertem. À medida que vou caminhando pelo salão, as pessoas vão se afastando, deixando passagem para uma mulher morena, de vestido vermelho.

Peggy.

— Peggy? — a chamo na esperança que ela me ouça. Já que nas outras portas eu fui somente espectador.

— Estava esperando por você, Steve. — Ela se vira, ficando de frente a mim.

— Eu sei, me desculpe. Eu estou atrasado. Estou 75 anos atrasado, mas isso você sabe.

Ela me puxa para o meio do salão e uma música lenta começa a tocar. Seguro em sua cintura a puxando para mais perto e nossas mãos direita se unem. Peggy sorri para mim. Eu esperei anos por esse sorriso...

Rodamos por todo o salão. Todas as pessoas que estavam lá quando eu entrei, desapareceram. Só estamos nós dois, aproveitando a companhia um do outro e saboreando a dança que estamos compartilhando.

Mesmo não sabendo dançar, giro Peggy em torno de si própria e a puxo para um beijo. Mas ela afasta o rosto. Apoio a cabeça em seu ombro, ficando um pouco frustrado.

— Steve? — É a vez de ela me chamar. — Você não pode fazer isso.

— Por que não?

— Não é a mim que você ama Steve.

Olho para Peggy espantado. Como é que ela sabia?

— Você não me ama?

Estamos dançando abraçados uns ao outro, movendo-nos em pequenos passos.

— Eu te amei, mas agora você precisa me deixar ir.

— Eu não posso fazer isso. — digo, rapidamente.

— Se livre das lembranças, Steve. Você voltou, mas agora eu estou indo embora. Eu vivi minha vida, fui feliz. Tive um ótimo marido e filhos muito bons. Para nós dois, é tarde demais.

— Pensei que fossemos destinado um ao outro.

— Quis o destino que não fosse assim. Viva a sua vida, seja feliz com a mulher que você ama, case-se. Tenha filhos. Você só precisa deixar todas essas mágoas e essas lembranças irem.

Lagrimas começam a cair dos meus olhos. Eu jamais imaginei que minha despedida de Peggy seria assim. Mas ela tem razão. Eu amo Natasha agora, e eu preciso deixar Peggy ir.

Paramos de dançar, e eu lhe dou um abraço. Nosso ultimo abraço.

Ela segura minhas mãos e se afasta.

Um feixe de luz aparece na direção oposta a que Peggy saiu, e meu olhar vai para lá. Uma mulher com lindas curvas, um cabelo em vários cachos, um lindo vestido preto e uma máscara, caminha até mim.

Ela para em minha frente e me olha profundamente nos olhos. Esses olhos por trás da máscara... Seu perfume me embriaga, e eu me sinto ligado a ela. Ela passa seus braços pelo meu pescoço e depois os entrelaça atrás da minha cabeça.

Estamos mantendo o contato visual, e cada vez mais, eu tenho certeza que eu conheço esses olhos.

Ela se aproxima mais e minha respiração começa a ficar ofegante. Eu já sabia o que viria a seguir, e eu também desejava aquilo. Então, encosto sua boca na minha e damos inicio ao beijo.

Minhas mãos, que antes estavam ao lado do meu corpo, passam a segurar firmemente a cintura dela, trazendo-a mais perto e colando mais nossos corpos.

Deslizo minhas mãos pelas suas costas nuas, o que a faz arfar e afastar nossas bocas. Logo, sorri para mim e solta uma gargalhada.

Natasha.

Sou invadido por lembranças dos momentos em que estive com Natasha, dos sorrisos que compartilhamos juntos e eu tenho certeza que essa mulher que eu acabei de beijar é Natasha Romanoff.

Ela me olha mais uma vez, e puxa a máscara de seu rosto, revelando o que eu já sabia. Puxo Natasha novamente para um beijo, mas eu sinto uma pontada muito forte na cabeça, me fazendo cair no chão e me contorcer de dor.

— Steve, Steve. — Ela me chama.

Eu tento responder, mas não sai voz alguma. Sinto-me desesperado. Eu grito seu nome e ela não me ouve. As coisas ao meu redor começam a sumir aos poucos, e eu sou tragado novamente pela escuridão.

— Steve, Steve.

Escuto alguém chamando meu nome, e faço um grande esforço para abrir os olhos. Abro-os e enxergo Wanda passando sua mão de um lado para o outro sobre o meu rosto. Olho em volta para localizar onde estou.

Sinto uma tristeza ao ver que estou na sala de treinamento. Tento me levantar, mas sinto uma enorme dor de cabeça. Então acabo fechando os olhos novamente, a fim de diminuir a dor.

♦♦♦

— Posso entrar?

Reconheço a voz de Natasha do outro lado da porta, então autorizo sua entrada.

— Como está, Cap? Wanda me disse que você estava bastante atordoado quando acordou.

— Eu vi muitas coisas quando estava inconsciente, Nat.

Natasha franze o cenho, não entendendo. Por isso, eu continuo:

— Estive com uma pessoa, Nat, que me fez ver, que eu posso recomeçar minha vida. Que meu passado foi bom, mas ele deve ficar no lugar dele.

— Eu disse a você, Rogers. Mas você sempre dizia não estar preparado.

— Eu acho que no fundo, eu tinha medo.

Ficamos nos olhando por alguns segundos, e a imagem da mulher de máscara se confunde com o rosto de Natasha.

— Posso te fazer uma pergunta? — pergunto.

— Além dessa? — Natasha brinca.

— Além dessa. — concordo.

Ela assente positivamente, eu respiro fundo e tomo coragem.

— Natasha, quer sair comigo?

Ela me olha tentando encontrar algum vestígio de brincadeira, mas não encontra. Eu me mantenho sério, evitando a todo custo, não parecer nervoso, embora minhas mãos soem frio.

— Por que não?! Vai ser divertido. — Ela sorri.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem e espero que vocês tenham gostado. Críticas construtivas são sempre bem vindas. E é claro, os comentários também. Então me digam o que acharam, ok? Até a próxima.