POV FELICITY

Já é segunda? Ah não! Como posso ficar o fim de semana todo em casa sem fazer nada e ainda estar cansada? Se bem que não posso dizer que não fiz nada. Oliver ficou aqui durante esse período e afirmo que conseguimos queimar muitas calorias. Lógico que demorou um pouco até ele aceitar que está tudo bem, afinal eu quase fui sequestrada. Sinto-o se mexer ao meu lado e enfim abro os olhos. Um sorriso surge em meus lábios contente com a vista perfeita e repleta de músculos esparramada em minha cama. Ele está deitado de bruços com seus grandes braços abraçados no travesseiro. Lentamente vira seu rosto, ficando de frente e próximo ao meu. Esbanja um sorriso fraco e traz a mão ao meu rosto. Sorrio fraco e pouso meu rosto sobre sua palma.

– Cansada? – Pergunta baixo apertando mais a mão em meu rosto. Fico em silêncio por um tempo, apenas me afundando mais nos profundos olhos azuis de Oliver. Meu corpo se acende com a intensidade de seu olhar.

– Poderia estar mais. – Me aproximo e tomo seus lábios. Um beijo intenso e repleto de carinho. Nos afastamos quando o ar é necessário e Oliver se surpreende com minha atitude. Rapidamente ele avança novamente em minha boca e se põe por cima do meu corpo. Seus grandes braços me envolvem, enquanto acaricio com a ponta dos dedos suas costas nuas. Seus beijos começam a traçar um caminho a partir do meu pescoço e descem lentamente pelo busto. Um gemido escapa de meus lábios quando sua boca chega até o meu seio. Sua mão começa a descer pelo meu corpo e para em meu quadril. O mesmo continua seu trajeto de mordidas e lambidas por minha barriga, intensificando cada vez mais minha excitação. Puxo seus cabelos com força ao sentir tocar levemente minha feminilidade. Sinto-o sorrir satisfeito e isso só me deixa mais excitada. Pego em sua nuca e com todo meu esforço, troco nossas posições. Sento-me em seu quadril e sinto sua excitação roçar minha coxa. Tento me controlar para não acabar com nossa brincadeira de provocações. Beijo todas suas cicatrizes como se pudesse tirar as lembranças ruins. Sem aguentar mais, Oliver me segura firmemente pelo quadril, o que com certeza deixará marcas mais tarde e inverte as posições novamente me penetrando de uma vez. Tento conter um gemido, mas em vão. A essa altura minha visão já está turva e não tenho mais controle sobre meu corpo. Uma série de sons escapam por meus lábios sem conseguir conte-los. Em segundos sinto um nó se formar no ventre e aquela maravilhosa sensação de prazer me domina. Sinto Oliver diminuir a velocidade e quase o xingo por isso. Mordo seu ombro em sinal de desespero e ouço seu gemido próximo ao meu ouvido. Automaticamente, todo meu corpo contrai, me levando ao paraíso junto com Oliver. Seu corpo cai sobre o meu, mas rapidamente ele cai deitado ao meu lado. – Nossa, bom dia! – Solto ainda ofegante encarando o teto. Oliver ri genuinamente e beija a ponta de meu nariz. Que jeito de começar a semana!

[...]

Depois de toda a queimação de caloria dessa manhã, tivemos que vir até a empresa. Oliver foi para sua sala cumprir sua função de vice-presidente, enquanto fui conversar com os acionistas na sala de reuniões.

– Senhorita Smoak, bom dia! – Um dos senhores me cumprimenta. Sento-me na grande mesa da sala de reunião e Selina se senta ao meu lado. – Como deve saber, o Sr. Dorian foi preso semana passada por tráfico internacional de mulheres. – Um frio desce por minha espinha e tento não transparecer o medo de alguém ter descoberto o que de fato aconteceu na última sexta-feira. Finjo uma cara de espanto e levo a mão até meu peito. – Isso serviu como um aviso para futuras parcerias da empresa. – Assinto rapidamente. – Com toda essa situação, perdemos um de nossos maiores investidores. – Me surpreendo com sua ganância. Ele soa como se pensasse apenas nos lucros da empresa. E quanto as milhares de mulheres que esse homem sequestrou? – Não que esteja triste por ele estar preso, afinal o cara é um monstro. – Se apressa. – Mas com toda essa confusão gerada pela explosão e pela suposta morte de Palmer, os lucros caíram e a empresa entrou em um território de risco. Por isso, acredito que a melhor forma de voltar com os bons resultados da empresa será uma parceria com uma nova empresa no mercado, que possui o mesmo objetivo da Palmer Technologies, a Wayne Enterprises. – Não sei se gosto muito da ideia. Eu e Ray nunca pensamos em fazer parcerias com a empresa. – É claro que será por tempo determinado. – Suspiro aliviada, afinal não sei se é o certo a se fazer. Aliás, eu não faço a mínima ideia de como dirigir uma empresa. Ouço o resto das propostas e deixo a sala sem dar uma resposta. Resolvo passar na sala de Oliver, mas o mesmo está conversando com uma mulher e opto por não interromper.

[...]

– Srta. Smoak. – Ouço a voz de Selina me chamar. Meus olhos, antes no computador, vão até minha assistente. – Preciso conversar com a senhorita. – Assinto e rapidamente ela se senta na cadeira a minha frente.

– Em que posso ajuda-la?

– Eu sei o que aconteceu na última sexta-feira. – Solta de uma vez. Me desespero, mas tento parecer calma.

– Não sei do que está falando. – Tento desconversar.

– Fui eu quem apagou as imagens da câmera de segurança. – Engulo seco e não sei o que falar. – Fique tranquila, seu segredo está salvo. – Não sei se acredito. - Acho que você deveria aceitar a proposta da Wayne Enterprises, Srta. Smoak. – Franzo o cenho.

– O que isso tem a ver? – Pergunto sem entender.

– Conheço o responsável pela empresa e ele é a pessoa ideal para ajudá-la. – Ignora a pergunta e me ameaça? Não sei ao certo.

– Como você o conhece? – Pergunto sem saber ao certo como reagir.

– Já trabalhei para o Sr. Wayne. – Se contenta em dizer. Se levanta e se aproxima mais. – Ouça o que estou te dizendo. Não vai se arrepender. – Sussurra e deixa a sala da mesma forma que entrou.

Não entendi muito o que acabou de acontecer. Será que devo confiar nela? Ela sabe nosso segredo e não sei se estou disposta a pôr tudo a perder por conta de uma proposta empresarial. Por que ela quer tanto que aceite a proposta?

Vou novamente até a sala de Oliver contar o que acabei de descobrir e ainda o vejo conversar com a mulher através do vidro. Sua feição é indecifrável e não sei ao certo se devo interromper. Olho no relógio e descubro que eles estão conversando a algumas horas. O que será que tanto conversam? Quem é essa mulher? Acordo de meus devaneios quando vejo Oliver se levantar e a mulher andar em direção a porta de vidro. Me assusto ao ver que a mesma chorava. Ao me ver, ela desvia o rosto do meu campo de visão e passa feito um raio, entrando no elevador.

Entro na sala e Oliver ainda está de pé encarando a porta.

– Oliver. – Chamo sua atenção, mas não responde. – Oliver! – Elevo o tom de voz e ele parece acordar do transe. – Está tudo bem? – Sua expressão permanece indecifrável. Ele desvia o olhar e sem dizer nada assente. Caminho até ele e me sento a sua frente. – O que foi? Quem era? – Pergunto curiosa.

– Eu estou bem. – Afirma e lança um sorriso leve. Não acredito muito no que diz, mas prefiro não discutir. – É apenas uma pessoa que conheci há alguns anos atrás. – Finaliza e se senta ainda olhando para a porta.

[...]

– Então, o que acha que devemos fazer? – Pergunto depois de explicar toda a situação com Selina e as propostas que surgiram na reunião de mais cedo. – Oliver? – O chamo ao perceber sua distração. Ele me olha rapidamente, como se voltasse ao foco e franzo o cenho.

– Já pesquisou sobre ela? – Assinto.

– Assim que ela saiu da sala, pesquisei um pouco e não encontrei nada de diferente. Suas informações são as mesma que estão em seu currículo e sua ficha de trabalho. Ela não mentiu quando disse ter trabalho para Bruce Wayne. Não tem passagem pela polícia, nem uma multa de trânsito. – Finalizo e Oliver trava o maxilar. Com certeza está na dúvida do que devemos fazer.

– Não podemos deixar que ela revele o que sabe. Aceite a proposta e observe sua movimentação na empresa. – Decide e rapidamente volta a encarar o nada.

– O que está acontecendo? – Pergunto sabendo que há algo de errado.

– O dia de hoje foi cansativo, apenas. – Responde exatamente como o dia em que me viu com Ray em seu escritório. Com uma resposta vazia.