POV OLIVER

Eu já não faço ideia de quantos dias se passaram desde que deixei Starling City com Felicity e não podia estar mais feliz por isso. A sensação de liberdade é incrível. É bom finalmente deitar minha cabeça no travesseiro e ter uma boa noite de sono ao lado da mulher quem amo. Lógico que não foi fácil me afastar no início, mas como sempre Felicity pacientemente me ajudou em minha inquietação pela falta de ação ou por não ter quem salvar.

Só agora me dei conta do que perderia se deixasse Felicity escapar por meus dedos. A cada dia que passa me surpreendo mais com a mulher que escolhi amar. Tive a oportunidade de, nesses dias incontáveis, me apaixonar cada vez mais por ela. Se é que é possível.

Sinto-a se mexer vagorosamente ao meu lado e me viro para admirar sua beleza mais uma vez. Semelhante a um anjo, ela ainda dormia profundamente depois de outra noite agitada que tivemos. Não pude conter um sorriso ao pensar na noite anterior, em nosso passeio ao paraíso. No quanto Felicity choramingou para que deixássemos o hotel, com vergonha de seus gritos desesperados de prazer. Com certeza todos conseguiram ouvir, mas não ligo para isso. Levo minha mão até sua face e acaricio suas bochechas. Ela se movimenta novamente e suspira despertando. Seus lindos olhos azuis se abrem e vão de encontro aos meus. É a minha vez de suspirar. Um sorriso ilumina seu rosto, enquanto sua mão leva a minha até sua boca, beijando-a.

- Bom dia. – Sussurro me aproximando mais de seu rosto.

- Bom dia. – Responde ainda sorrindo. – Dormiu bem? – Ela faz a mesma pergunta todos os dias. Assinto verdadeiramente e beijo a ponta de seu nariz.

- Não tinha como não dormir bem depois da noite de ontem. – Seus olhos se fecham fortemente e seu rosto cora violentamente. Sorrio já sabendo o que estava por vir.

- Oliver... – Choraminga e sorrio feliz por já conhece-la. – Precisamos mudar de hotel. – Rio abertamente e ela fecha a cara. – Para de rir! – Diz tentando continuar séria, mas falha. - Estou falando sério, tenho certeza me ouviram ontem.

- Qual o problema de ouvirem? – Ela arregala os olhos e me dá um leve tapa no braço, mas rapidamente me beija. – Está bem. – Acabo cedendo. – Estava mesmo pensando... O que acha de continuarmos a viagem?

- Para onde? – Pergunta enquanto acaricia meus cabelos.

- Para onde quiser. – Não consigo olha-la pela posição, mas tenho certeza que um sorriso se formou em seu lábios.

- Por que não arrumamos tudo e continuamos até encontrar o lugar certo? – Sorrio com a ideia.

- Parece ótimo. – Digo e beijo o topo de sua cabeça.

[...]

Estava na recepção do hotel acertando nossa estadia. A atendente permanecia com uma carranca e demonstrava o mínimo interesse em me atender. Resolvi ignorar e pagar logo a conta, enquanto Felicity terminava de arrumar nossas coisas para partimos. Já estou prestes a subir quando o elevador abre e a loira aparece com nossas malas. Pego a sacola de sua mão e partimos em direção ao carro.

- Senhora Queen! – A gerente a chama. Sorrio com a referência, afinal um dia poderemos oficializar o nome. Felicity se vira e está prestes a corrigir, como sempre, mas a mulher a impede. – Alguns hóspedes disseram ouvir gritos na noite anterior. A senhora está bem? – Pergunta baixo, mas em uma altura suficiente que pudesse ouvir. Segurei o riso, enquanto via Felicity corar e estreitar os olhos para mim.

- Estou ótima... – Suspirou. – Obrigada por perguntar. – A mulher assentiu, me lançou um olhar mortal e se afastou. Já ia dizer algo sobre esse olhar quando recebi outro de Felicity. Sorri fraco tentando amenizar a situação, enquanto a loira bufava e entrava no carro.

Antes de cairmos na estrada, paramos em uma lanchonete para tomar nosso café da manhã. Felicity não estava mais brava e já começara a tagarelar novamente sobre seu passado. Eu descobri muito sobre sua vida, principalmente profissional e parte da pessoal. Não falava muito da família e muito menos sobre seu pai, mas não me importo. Sei como é querer apagar algumas lembranças. Nosso pedido chegou e comemos despreocupadamente quando Felicity congelou e encarou a televisão sobre minha cabeça.

- Você pode aumentar o volume? – Pediu ao garçom que a atendeu com um sorriso desnecessário no rosto.

“Acabamos de ser informados que é possível que Ray Palmer seja uma das vítimas da explosão ocorrida na Palmer Technologies. De acordo com sua secretária, o mesmo permaneceu no prédio após o horário de expediente. A vice-presidente da empresa, Felicity Smoak não estava presente no momento do incidente e ainda não foi localizada. A perícia ainda não teve acesso ao local para confirmar as fatalidades. Aguarda-se no momento o laudo do corpo de bombeiros que autoriza o acesso as estruturas não danificadas.”

Meus olhos foram até Felicity completamente pálida e chocada com toda a situação. Me aproximei e a envolvi nos braços tentando passar o máximo de conforto possível. Seu rosto se afundou no meu peito e foi questão de segundos para sentir suas lágrimas em minha camisa, a apertei mais em meus braços.

- Você quer voltar? – Perguntei já sabendo a resposta. Ela assentiu se afastando sem me olhar e saiu do restaurante, em direção ao carro. Suspirei frustrado, paguei a conta e pegamos a estrada de volta para Starling City.

[...]

Estávamos mais distantes do que imaginava. Ainda demoraríamos mais algumas horas para chegar e já estava escuro, então resolvi parar em um hotel na beirada da estrada. Não gosto muito da ideia, mas realmente era necessário. Felicity dormia desconfortavelmente ao meu lado. É visível a forma como ficou abalada com a notícia. Quem não ficaria? Toquei sua mão da forma mais delicada que pude e afaguei seus cabelos em uma tentativa de acorda-la. Ela se remexeu e abriu os olhos vagarosamente.

- Acho melhor descansarmos. – Ela levantou a cabeça vendo que estávamos parados em frente aquela espelunca. – Eu e você precisamos disso. – Interrompi qualquer argumento que pudesse usar, então assentiu e saiu do carro sem dizer nada.

Rapidamente a alcancei, não quero ela andando sozinha por essa espelunca. Peguei nossas malas e alcancei sua mão gelada. Fizemos nosso check-in e subimos para nosso quarto não luxuoso. Ainda sem dizer nada, ela pegou uma toalha em cima da cama e entrou no banheiro. Ela está fortemente abalada, acredito que seja pelo Ray. Não posso culpa-la ou sentir ciúmes em um momento como esse e conhecendo Felicity, sei que ela não quer dividir comigo sua perda com medo de que eu confunda as coisas. Resolvi dar à ela o espaço que ela merece. Assim que saiu, peguei a outra toalha e tomei um banho rápido. Quando sai, a loira já estava deitada. Me deitei ao seu lado e a puxei para meu peito, ela aceitou de bom grado. Senti uma lágrima bater em meu peito e a apertei mais em meus braços.

- Você pode conversar comigo. – Sussurrei, enquanto ela fungava.

- Eu não acredito que ele morreu... – Diz depois de alguns minutos de silêncio. – Eu sabia que poderia acontecer, mas esperava que não. – Permaneci em silêncio. – Aquele desgraçado me prometeu que teria cuidado. – Fungou. – Eu sempre estava com ele, então não o deixava fazer besteiras, mas ontem... – Soluçou e por fim entendi sua dor. – Eu não estava com ele. – Finalizou em meio a soluços e lágrimas antes contidas.

- Hey. – Sussurrei erguendo seu rosto vermelho. – Não foi culpa sua. – Tentei. – Não tinha como você saber. – Seu olhar desviou e meu coração apertou. – Tente dormir, amanhã seguiremos viagem. – Enxuguei suas lágrimas, beijei o topo de sua cabeça e fechei os olhos na tentativa de descansar.

[...]

Depois de horas viajando, enfim chegamos em Starling City. Demorei a ceder enquanto Felicity tentava me convencer a encontrar com o resto da equipe. Não sei como ela tem toda essa energia após horas de viagem. Mas como sempre ela conseguiu me convencer, então liguei para a única pessoa que pode me ajudar, Thea. Conversei com ela alguns minutos, enquanto Felicity tomava banho. Claro que Thea estava empolgada com nossa volta, mas triste pelo motivo que nos fez retornar. Ela passou o endereço do novo esconderijo. Endereço esse que já reconheci de imediato, como o meu segundo esconderijo. A porta do banheiro abriu, revelando minha loira enrolada em uma toalha. Não canso de olhar seu perfeito corpo. Ela cora com meu olhar e aperta mais a toalha em volta do corpo. Me levanto da cama e tiro a camisa ainda sustentando nosso olhar. Ela estremece quando começo a caminhar até ela. Me aproximo tanto que nossas respirações se misturam. Posso sentir o aroma emanado de seus cabelos, me desconcertando momentaneamente. Levo minha mão até suas bochechas acariciando. Ela fecha os olhos com meu toque e aproveito para beijar suas pálpebras. Não quero pressiona-la, sei que ela está abalada. Deposito um beijo casto em seus lábios e faço menção de me afastar para tomar banho quando sou surpreendido com seus olhos nublados. Ela envolve meu pescoço com seus braços e na ponta do pé, roça seus lábios nos meus em provocação. Tento beija-la, mas ela recuar um pouco e beija meu peito. Emito um gemido com seu atitude. Ela sorri vitoriosa. Já sei exatamente onde ela quer chegar.

FLASHBACK ON

- Vamos Oliver... – Choraminga enquanto me puxa pelo braço. – Estamos enfurnados nesse quarto há dois dias! – Permaneço de olhos fechados e sorrio com sua tentativa de me levantar.

- Volte para cama Felicity. – Ordeno ainda deitado de bruços. Escuto um grunhido frustrado escapar de seus lábios. – Não me faça ter que ir ai te pegar. – Ela estala a boca e me puxa mais uma vez. Rapidamente, pego-a pela cintura, jogando-a sobre a cama. Ela grita fino com o movimento e rio de sua carranca.

- Pare de rir Oliver! – Bufa. – Quero conhecer a cidade. – Tento um olhar de piedade, mas ela não se abala. Então parto para o plano B. Me aproximo e a beijo. Um beijo simples, mas que se intensifica aos poucos. Meus lábios resolvem variar e atacam seu pescoço exposto. Ela geme quando mordo o lóbulo de sua orelha e automaticamente suas mãos vão de encontro com meu cabelo, os puxando levemente. Desço a boca até chegar ao decote da blusa que usava e mordo de leve sua pele. A esse ponto ela já ofegava e procurava meus lábios novamente. Sorrio e me afasto. – Onde pensa que vai? – Pergunta ofegante.

- Pensei que quisesse conhecer a cidade. – Provoco e ela revira os olhos, me puxando novamente para cama. Sorrio vitorioso. São três anos de atraso, poderíamos conhecer a cidade depois.

FLASHBACK OFF

Sem aceitar mais uma de suas provocações, pego-a no colo, fazendo-a perder a toalha no movimento e deposito-a na cama delicadamente. Beijos seus lábios, intercalando com seu pescoço. Desço até o vale de seus seios e me distraio com eles.

- Oliver. – Me chama com sua voz rouca e incrivelmente sexy, enquanto sua mão vai até o cós de minha calça. Me afasto para me livrar delas e aproveito para olhar seu corpo perfeito. Ela cora com os segundos que usei para aprecia-la e rapidamente me puxa. Envolvo-a em meus braços e fito seus olhos, enquanto preencho-a devagar. Um gemido escapa de seus lábios me aquecendo por completo. Uma dança incrivelmente sensual começa e ambos estamos extasiados com o momento. Nosso corpos suados acompanhavam um ritmo frenético. Sinto Felicity atingir o ápice e uma leve mordida no ombro me leva ao paraíso com ela. Nossa! Nunca vou me cansar disso. De senti-la por inteiro, de ouvir seus gemidos de prazer, de ama-la.