O dia em que a Terra parou escrita por U5H10


Capítulo 6
Coragem para seguir


Notas iniciais do capítulo

Esqueci que eu tinha uma história para atualizar, estou acostumada com oneshot's e_e
Boa leitura.



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– Ei Nana. – Chama Kaio. Eu agora estava responsável por olhar ele, Sarah e Nina enquanto os outros terminavam de arrumar as coisas e guarda-las no último tanque restante.

Acordo de meus devaneios e olho com um sorriso cansado para ele – O que foi, Kaio? – afago sua cabeça desarrumando seus cabelos de leve.

Você parece cansada. Muito cansada. – Desta vez quem diz são as meninas.

Elas têm razão, Ana. – Laura chega com duas maletas em mãos. – Pode ir arrumar suas coisas, eu olho esses bagunceiros aqui.

Tudo bem. Só me prometam que vão ficar quietinhos dessa vez. – Faço uma careta para eles que riem de mim enquanto afirmam.

Levanto-me rapidamente do chão e vou rumo a Mike e Becca, que estavam responsáveis por arrumar a tenda que dividem comigo.

Pergunto onde eles estão e logo me apontam o gigante penhasco que ali perto havia. Rumo diretamente para lá com largas passadas. Não tínhamos certeza de por quanto tempo a calmaria se prolongaria.

De longe posso vê-los. Estão sentados lado a lado, juntos, perto da beira do penhasco.

Eles eram os únicos irmãos que tínhamos ali, e eles tentavam aproveitar os poucos momentos que tinham juntos ao máximo.

Aproximando-me mais eu ouço fungadas e xingamentos. Eles não estavam melhores do que eu.

Afastando seus longos cabelos louros da face, Becca olha para mim entre a enxurrada de lágrimas cristalinas que teimavam em escorrer por sua face. Ela era uma ótima amiga, e vê-la assim dilacerava aos poucos meu coração.

Ana... – Ela veio ao meu encontro com os braços abertos. Abracei-a e deixei sua cabeça repousou sobre meu ombro. – Por quanto tempo teremos que fugir e fugir até todos morrerem de uma vez? – ela apertou fortemente suas mãos em minhas costas levantando um pouco a voz. Percebendo o que disse ela logo se colocou a falar – M-Me... Me desculpe... – e novamente suas palavras foram levadas pelas lágrimas que traçavam caminho por seu rosto.

Escondi meu rosto entre seus cachos e me permiti chorar em silêncio.

Atrás de nós, Mike tragava um cigarro como se fosse seu único consolo.

Você ainda fuma essa droga aí? – Perguntei ainda chorosa olhando o maço de cigarros Belark’s.

Não é tão ruim quando você está numa situação dessas. – Ele sorriu para o nada e fechou seus olhos enquanto soltava a fumaça negra pela boca.

O que me deixava preocupada não era o fato dele estar fumando, mas sim o que ele estava fumando.

Os cigarros Belark’s eram os piores do mercado, feito de uma pedra vagabunda qualquer achada por mineiros nas escavações de periferias no subterrâneo das grandes cidades. Segundo Hannah, essa pedra ia aos poucos se transformando num pó, que era usado tanto para esse tais cigarros, quanto para bombas de fumaça usadas pela WNGO, elas em excesso causavam alucinações com coisas bizarras e uma forte sensação de queimação por dentro.

Mike, sempre que tinha problemas, corria para eles. Sua irmã já tinha tentado de qualquer jeito tira-lo do vício que já vinha o consumindo há alguns anos, mas nunca teve sucesso.

Tomando a palavra novamente o garoto fala:

Mas... O que Becca disse não está errado. O que mais nos esperaria no fim dessa brincadeira de pega-pega? – Ele se deitou e cobriu o rosto com os braços soltando um longo suspiro. Becca que até então estava em meus braços simplesmente franziu as sobrancelhas e fechou a cara novamente com sua expressão fria ao ouvir as palavras do irmão.

E então, quando estou pronta para voltar para ver se ainda precisariam de minha ajuda para algo, novamente o som do rádio faz com que nós três nos endireitemos assustados.

Ana falan... – Sou interrompida pelas palavras arrastadas de Hannah.

Se quiser manter o seu pescoço e o de seus amiguinhos no lugar, sugiro que saia daí. Agora. – Ela diz friamente com sua voz metálica e logo em seguida desliga.

E naquele instante nós três esquecemos-nos de como respirar. Em um segundo estávamos estáticos, já no outro, correndo freneticamente com a adrenalina nos tomando lugar nas veias de modo incansável. Berrávamos em plenos pulmões até nossas gargantas secarem. Precisávamos avisar a todos o mais rápido possível, o tempo se esvaziara.

Becca, Mike e Laura logo se dirigem para os assentos da frente do enorme e único tanque que nos restara desde nossa última fuga. Apesar de ser muito grande, o espaço não era suficiente. Ali, com muito trabalho, conseguíamos no máximo colocar toda a bagagem e mais 12 pessoas, mas, com a sorte ao nosso favor, grande parte de nós era crianças pequenas, o que nos permitia levar 16, apesar de muito apertadas, lá dentro.

Eu, esgotada e com pressa, passava as últimas malas e caixas para Leo, Aaron e Jake que me ajudavam também a guiar as crianças para dentro rapidamente.

16 pessoas para dentro, 4 para fora.

E então peguei a última caixa preparada estrategicamente para nós. Dentro dela havia armamento pesado e roupas específicas, como coletes a prova de balas e coldres para revólveres.

Armamos-nos em um piscar de olhos e logo Leo e Jake foram levando com rapidez a caixa para o tanque. Eu suava frio, a qualquer momento eles poderiam chegar.


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