O dia em que a Terra parou escrita por U5H10


Capítulo 4
Sentimento materno


Notas iniciais do capítulo

Ao meu ver, o nome do capítulo realmente faz jus ao mesmo.
Boa leitura.



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Acordo subitamente com meu coração saltitando no peito. Mais uma vez. Esses malditos sonhos não me largam do pé.

Observo a tenda em que me encontro e vejo que não é a minha. Em um primeiro instante eu estranho, mas logo depois vou me recordando do que houve noite passada.

Aninhada em meus braços, uma Cachinhos D’ouro dorme tranquilamente, muito diferentemente da última vez que a vi, pálida e tremelicando. Afago sua cabeça com a minha bochecha e deposito-lhe um beijo no mesmo local. Sem pressa, afasto os cobertores de cima de mim cuidadosamente para não acordar Krista e me levanto dando uma boa espreguiçada.

– Que horas devem ser? – Pergunto a mim mesma enquanto solto um longo bocejo e tento ajeitar o ninho que meu cabelo se encontrava.

Uma sombra familiar tomou lugar na entrada da tenda.

– São uma e meia. – Disse Leo soltando um risinho debochado enquanto entrava na tenda. – Parece que alguém deu uma boa hibernada, hein?

– Ei, quem você tá chamando de urso, seu armário andante? – Peguei uma almofada qualquer e joguei nele sem me preocupar se o acertaria ou não. Só então me dou conta de que eu deveria ter ficado na vigia pelo resto da noite.

Percebendo minha expressão preocupada, Leo logo se adianta e fala:

– Fica tranquila, mamãe ursa. – Ele disse, dessa vez carinhosamente, olhando para Krista que dormia como um doce anjo. – Parece que o Aaron fez uma caridade básica para a senhora. – Em seguida se virou e já saindo disse – O almoço está quase pronto, que tal dar uma ajudinha para a Laura? – Sugeriu e sem esperar uma resposta ele continuou seu caminho para fora me deixando sozinha com Krista novamente.

Esfregando meus olhos com as costas de minhas mãos eu percorro meu olhar pelos cantos da tenda à procura de um par de sapatos, e assim que encontrei minhas botas negras calcei-as apressada.

Atrás de mim Krista murmura algo inaudível enquanto se enrola ainda mais nos cobertores e com um sorriso bobo no rosto eu me lembro dos bons tempos em que eu passara Na Base com mamãe. Parecia ter sido há séculos, ela havia falecido poucos meses antes do bombardeio, aquele que mudou a minha vida e de todos que hoje me acompanham.

Enquanto eu respirar, farei de tudo para que nada faça mal a eles. Nada.


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