Black Magic escrita por Lervitrín8


Capítulo 5
Pré-festa.


Notas iniciais do capítulo

ME BEIJEM.



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Quando Lauren chega ao quarto já estou deitada e de pijamas, preparada para dormir, embora ainda fosse cedo.

― Viola, vá já trocar de roupa ― ela diz sem nem ter entrado direito.

― Tá achando que é quem pra falar assim comigo? ― finjo estar magoada.

― Temos uma festa para ir! ― ela comenta.

― Não, não temos ― digo, colocando meus fones de ouvido, só para irritá-la.

― Estou falando contigo, mal educada ― ela ri.

― Eu não estou escutando nada, pode falar.

― Então olha o que eu tenho aqui! ― ela me mostra o ingresso que dá acesso à festa e ao mexer a mão, torna o ingresso que estava por trás visível.

― Como é que você compra um ingresso pra mim sem nem me consultar?

― Como que você quer que eu te consulte se nem celular você tem?

― Você está me ofendendo!

― Vou pro banho, Viola, esteja pronta quando eu sair ― e faz cara feia.

“Vai nessa festa pra que? Você não conhece ninguém” Pois é, pior que é verdade. Eu posso passar a noite dormindo e estarei disposta para ir para a aula amanhã...

― Sabia que as aulas de amanhã foram canceladas por causa da festa? ― Lauren grita do banheiro, parecendo adivinhar o que eu estava pensando.

― Não sabia.

― Já está pronta, Viola?

― Quase terminando ― minto.

“Você nem tem roupa para as festas que esse povo vai, Viola! Ou vai vestir uma camiseta xadrez e uma bota?” AI MEU DEUS! Com que roupa eu vou? Não tenho roupa, não posso ir. Lamento muito Lauren, mas você não terá companhia.

Lauren saí do banheiro depois de alguns minutos e eu estou deitada em minha cama, ainda de pijamas. Leio um livro e finjo que não a vi sair do banheiro. Ela me encara furiosa, percebo pelo canto do olho.

― Viola!

― Oi Lauren ― estou atuando que não tivemos uma conversa sobre festa.

― Posso saber por que você está desse jeito?

― Porque não estou desse! ― e aponto para ela, enrolada em uma toalha. ― Desculpe Lauren, mas eu não tenho roupa para ir, você sabe disso.

― Gostaria que todo problema do mundo fosse esse! Eu empresto, gatinha.

Lauren abre o guarda roupa comunitário – comunitário de nós duas – e começa a me mostrar diversas opções, que obviamente, não faço ideia de qual escolher.

― ― ―

Passei cerca de duas horas na Universidade, conhecendo o campus, a biblioteca e até cheguei a ir à coordenação do meu curso, justificar minha ausência nos dois primeiros dias. Como Liz teria aula a noite inteira, resolvi não esperá-la e voltar para casa, afinal, há tanta coisa para arrumar.

― Oi, perdão, você é caloura? ― uma garota morena questiona.

― Sou sim!

― Como você se chama?

― Sou a Miah, prazer.

― Então, meu nome é Fleur, eu sou veterana do curso de Letras. Não sei se você está sabendo, mas, hoje teremos a festa do início do semestre e nós veteranos estamos vendendo os ingressos para ajudar na formatura. Tem interesse?

― Onde vai acontecer? ― questiono.

― A festa vai acontecer na 667 STAGE, fica uma quadra depois da Universidade ― e aponta na direção do local.

― Ah, legal! E quanto é?

― US$ 25,00 para calouros.

― Ah, pode ser. Não tenho nada para fazer mesmo e to sabendo que amanhã não tem aula...

― Isso! ― ela me entrega o ingresso. ― Muito obrigada pela ajuda.

― Te vejo lá, Fleur?

― Não... Tenho muito que fazer, vou ficar em casa estudando.

― Certo... Ok. Bons estudos.

― Valeu Miah!

Bom, já tenho uma programação para hoje. Caminho rapidamente até em casa, me sentindo ansiosa para começar a me arrumar. Poucos minutos depois estou em frente ao prédio, porém, não me recordo do código para abrir o portão. Ligo para a guarita.

― Guarita!

― Oi, tudo bem? ― não é possível enxergar quem atendeu ao telefone. ― Eu sou moradora nova, no apartamento da Liz, esqueci a senha.

― Tudo bem, vou liberar para a senhorita ― senhorita? É o Matthew, certeza!

O portão abre e eu caminho em direção ao prédio, ao passar pela guarita, vejo-o sentado em frente aos computadores. Ele me olha e sorri.

― A senha é 717579 ― diz.

― Ah, obrigada. Vou anotar no celular para não esquecer mais.

― É uma boa ideia, senhorita.

― Pode me chamar de Miah ― sorrio e aguardo alguns instantes, acreditando que ele também iria se apresentar, mas não o faz. ― Como é seu nome mesmo?

― Meu nome é Marco.

― Prazer Marco! Bom, vou subindo. Boa noite.

― Boa noite senhorita, digo, Miah.

Sorrio e aceno para Marco, que me olha até o momento em que entro no elevador, que já estava esperando no térreo.

― ― ―

Observo Rose mexer no celular por alguns segundos, provavelmente seu irmão chegou. Estou comendo um salgadinho de bacon delicioso, sozinha! Candice e Rose disseram estar cheias.

― Meninas, meu irmão está lá na frente. Vamos lá?

― Claro! Vamos sim ― Candice responde e levanta-se e eu acabo seguindo ambas.

Rose nos conduz até o carro de seu irmão, que abaixa o vidro do carona quando nos aproximamos.

― Entrem aí! ― ele diz.

― Ah, não, obrigada. Tenho que ir para casa logo.

― Eu levo vocês, gatinhas.

― Ricky! ― Rose chama a atenção do irmão.

― Sério, levo vocês em casa, sem estresse. Só não reparem na bagunça e no fedor que exala do meu corpo másculo ― ele sorri, achando graça da própria piada.

― Então... Onde vocês moram, meninas? ― Rose nos pergunta.

― Eu moro em frente à praça KeriKer ― digo.

― Sério Nat? ― Candice pergunta, incrédula ― Eu moro na república ali pertinho.

― É perto daqui e caminho para mim e Rose, ― Ricky comenta ― vamos?

Olho para Candice, afinal, não conhecemos nenhum dos dois. Mas resolvemos acreditar na bondade humana e nos acomodamos no banco traseiro, enquanto Rose vai no banco do carona. Ricky de imediato dá partida no carro.

― Você trouxe as cortesias delas? ― Rose questiona.

― Ta ali no porta luvas. Vocês vão de certeza, né? ― Ricky olha pelo retrovisor e sorri.

― Vamos sim ― respondo, olhando para Candice que confirma com a cabeça. ― Pode ficar tranquilo.

― Ótimo! Vocês não vão se arrepender ― ele parece estar bastante empolgado. ― Rose já comentou que é open bar?

― Esqueci de falar isso pra elas ― ela menciona.

Rose entrega as cortesias para nós duas. Guardo em minha bolsa, ao lado da barra de chocolate, para ter certeza que não irei perder.

― Vou procurar vocês lá, hein?! ― Ricky estaciona entre a república e minha casa, para ficar perto para ambas.

― Certo! ― respondo. ― Valeu pela carona e pelas cortesias.

― Muito obrigada Rose ― Candice diz, delicadamente. ― Obrigada a você também, Ricky.

― Não precisa agradecer não, gata.

Ambas saímos do carro juntas, cada uma por uma porta. Ricky dá partida no carro e buzina para nós, enquanto Rose acena pelo vidro aberto e nós retribuímos.

― Como você vai pra lá? ― Candice questiona.

― Vou pedir para minha mãe me levar. Quer carona? ― pergunto.

― Ah, quero sim! Se não for incomodar...

― Às 23h na frente à minha humilde residência, pode ser? ― aponto para minha casa.

― Certo. Ótimo! Então até daqui a pouco, Nat.

― Até mais loirinha.

― ― ―

― E se a sua nova colega também for? ― questiono Suzy, que está no banheiro se maquiando. Como cheguei antes da Universidade, já estou pronta e espero sentada na sala.

― Ela que não ouse trocar um ‘ai’ com ele! ― ela responde, nervosa.

― Por quê? ― começo a rir ― O que você vai fazer?

― Ellie, eu vou estar tão bêbada que não quero nem ver onde vai parar a cara daquela caloura!

― Se você estiver “tão bêbada” é bem capaz de a sua cara parar em algum lugar ― afirmo. ― E já vou avisando: não vou me meter nos seus rolos.

― Não estou pedindo a sua ajuda.

― Agora, né?! Quero ver na hora que estiver em apuros.

― Se a minha irmã não serve para me salvar quando preciso, Eva e Mari servirão.

― Você usa essas duas como fantoches!

― Falou a certinha.

― Só estou falando a verdade. Falando nisso, por que elas não estão aqui se preparando com você?

― Mari vai se arrumar na casa da Eva, porque o bofe que ela tá afim vai estar lá.

― Quem é o bofe?

― Niklaus ― Suzy responde, baixinho, acho que ela não queria que eu escutasse bem.

― HÁ HÁ HÁ, não creio que a Mari escolheu se apaixonar pelo garoto mais idiota da Universidade.

― Pelo menos ela tem chance, né? Afinal, ele tá aqui perto... Aonde é que está o garoto que você gosta, Ellie?

Ela sabe que tocar nesse assunto me magoa, mas faz isso propositalmente para encerrar uma discussão. E ela sempre consegue.

― Ai, tá bom Suzy! ― digo irritada. ― Anda logo que não quero chegar muito tarde.

― Sossega aí, queridinha! Tá de carona comigo, não tá? Então fica quietinha!

Quando eu e Suzy chegamos na frente da 667, o local já está repleto de pessoas. Existe uma fila relativamente grande para aqueles que compraram ingressos sem fila VIP – que não é o nosso caso. Suzy resolveu vir com um vestido preto até os joelhos, um salto alto roxo, combinando com a cor do colar que está usando. Ela amarrou o cabelo em rabo-de-cavalo, bem no alto da cabeça, ficou... bacana. Eu preferi colocar um cropped de alça fina, preto com estampa em verde e vermelho e uma saia com cós alto e salto alto – ambos em preto.

― Olha quem está na fila ― sussurro para Suzy, indicando com a cabeça.

― Então ela realmente veio.

― Respira fundo, controle-se e seja uma diva na fila VIP. Vamos entrar.

― Essa noite promete ― ouço Suzy resmungar.


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Notas finais do capítulo

Ai, eu sei que todo mundo estava esperando pela festa nesse capítulo, né? Mas precisei dar uma introdução antes. A festa sai nessa semana, eu juro, gatitos.