Better Together escrita por Lirael, MusaAnônima12345


Capítulo 4
A Nova Escola


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, demorou um pouco mas está aqui. ^^ - MusaAnônima12345



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/620090/chapter/4

Jack estava terminando de tomar café quando Merida entrou na cozinha. Pela expressão em seu rosto, não parecia nem um pouco feliz. Preferiu não dizer nada para não haver uma briga. Os trigêmeos chegaram correndo atrás e quase a atropelaram. Não conseguiu conter uma risada ao ver a cena, sendo repreendido com um olhar duro de North logo em seguida.

"Só vou ficar quieto porque meu pai também está aqui na cozinha.'' Pensou, olhando para o grande homem que o encarava com severidade.

Elinor havia colocado a mesa bem cedo, colocando aquilo que cada um adorava, especialmente a filha. Os bolinhos escoceses que Merida adorava comer na padaria de Mauddie também existiam naquele bairro.

– Bom dia. - Elinor disse ao vê-la se sentar na ponta mais afastada da mesa. - Sirva-se rápido Merida, temos que sair logo. Porque demorou tanto para descer? – perguntou enquanto levava alguns pratos até pia de mármore ao lado.

– Dormi demais. –respondeu, secamente, e tomou um gole de café com leite seguido de uma mordida no bolinho escocês.

– Jack, você vai estudar na nossa escola mesmo? - Hubert perguntou, de boca cheia, olhando o meio irmão.

– Vou. Se der sorte talvez nos veremos na hora do intervalo. - Jack respondeu, para a felicidade dos novos irmãos. - Eu estava vendo umas fotos da escola e ela parece ser incrível.

– Duvido que seja algo tão impressionante assim. Aliás, é só uma escola. - Merida comentou, sem muita vontade de conversar com ele.

– Eu acho que será um bom lugar para a gente formar um novo esconderijo. - Harris sussurrou para Hubert e Hamish que riram com ar misterioso.

– Esconderijo? - North apareceu subitamente entre os três irmãos, que se assustaram. - A mãe de vocês sabe disso? – perguntou, arqueando a sobrancelha. Harris fez um gesto para ele se abaixar um pouco e sussurrou em seu ouvido:

– Ela não precisa saber de nada. – ele deu um sorriso travesso.

"Crianças." Jack pensou, deixando escapar um risinho.

– Ótimo, estão todos prontos para irmos? - Elinor perguntou, pegando as chaves do carro e a bolsa no gancho do corredor.

– Eu preciso pegar uma coisa que esqueci, é rápido mãe. - Merida disse e subiu, correndo as escadas.

– Bem, Jack, você e os meninos podem ir para o carro, isso vai demorar um pouco. - North respondeu e o filho foi puxado escadas abaixo em direção ao carro.

______

Depois de achar o que procurava, Merida foi até a garagem que ficava do lado de fora e entrou no carro, em silêncio. Sua mãe até a deixara sentar no banco da frente. Sem dizer nenhuma palavra, ela se acomodou encostada na janela e começou a olhar a paisagem rumo a escola. Após uns quinze minutos dirigindo, Elinor entrou em uma avenida e Merida pôde ver alguns estudantes indo na direção da escola.

– Vou buscá-los meio-dia e meio na escola. Espero que não se metam em confusão. – Elinor recomendou, e Merida revirou os olhos.

"Até para ir pra escola temos regras. Isso é inacreditável!'' pensou, e fechou os olhos.

Lembrou-se de seus amigos deixados para trás. De Maudie, de seus vizinhos, de sua antiga escola, de seu pai... De todas as aventuras que ele lhe contara quando era criança, das risadas de seu pai e sua mãe juntos, ela era feliz. Sua memória voltou-se ao último dia de vida de seu pai e as palavras que lhe dissera antes de morrer:

"Nunca deixe de ser valente Merida. Faça sempre o que julgar correto e seja feliz.".

E ela jurou sempre seguir em frente, não importando a situação. E talvez ela não estivesse cumprindo agora. Se Fergus a visse agora, não gostaria de ver suas atitudes. Talvez sua nova família fosse um sinal bom. Talvez Jack não fosse tão insuportável quanto ela pensava. Talvez, se ela realmente se esforçasse, acabaria acreditando no que acabara de pensar.

Ao longe já podia ver a nova escola, não pelos mais diversos carros que traziam alguns alunos e nem pelo grande prédio com decoração atual e antiga misturadas, mas pelos vastos jardins com árvores com folhas verdes escuras. Aquilo lhe chamou a atenção.

– Olha lá a escola! - Hubert gritou em seu ouvido a fazendo voltar a realidade em que sua mãe falava.

– Ela é bem grande. -comentou Harris.

– E também é uma escola muito importante. Seu sistema de ensino deve ser bem rigoroso. - Elinor argumentou estacionando a carro. - Boa sorte no primeiro dia de aula de vocês. Comportem-se, tudo bem?

– Tudo bem mãe. - Merida disse forçando um sorriso. Depois abriu a porta e saiu rumo a entrada da escola.

_______

Corredores extensos, alunos se reencontrando após o último ano do fundamental, armários abrindo e fechando, enfim, a escola por dentro. Não era nada tão majestoso como Jack imaginara, afinal. Perguntando aqui e ali conseguiram achar a sala da coordenação, onde uma senhora entregou a eles uma folhinha com os nomes dos professores e as salas correspondentes.

Depois de algumas voltas pelos corredores Merida e Jack finalmente encontraram a sala de Hubert, Harris e Hamish.

"Coitada da professora desses três." pensou Jack enquanto Merida olhava para trás umas duas ou três vezes para se certificar de que eles não tinham escapado da sala.

Depois de um bom tempo, os dois encontraram seus próprios armários, que, coincidência ou não, ficavam um ao lado do outro. Merida começou a arrumar suas coisas no armário quando Jack aproveitou a oportunidade de provocá-la.

– Parece que vamos ficar na mesma sala. – comentou, dando uma olhada de esguelha para Merida. – O que é uma coisa boa, porque assim não vou precisar interromper uma aula para te encher o saco.

– Jura? Agora que você falou, realmente é ótimo, porque não hesitarei em chamar a professora para falar com você. - ela respondeu friamente. Não estava com vontade de conversar.

– Calma esquentadinha, só estou brincando. - disse. Coçou a nuca, meio sem jeito, completando. -Queria poder conversar direito com você, sabe? Sem patadas.

– Sabe porque você leva patadas minhas? Porque você é um insuportável que fica me provocando. Só por isso mesmo, Frost. - Merida respondeu, mal percebendo que estava gritando. Fechou o armário com força e pegando os livros da primeira aula do dia.

– Eu só... ah esquece Merida. – Jack murmurou, irritado e deixa a talvez-nunca-irmã ir embora, mal se importando com o fato de que os dois deveriam procurar sua sala juntos.

Pegou os livros que precisava, fechou o armário e virou bruscamente na direção do corredor, atropelando alguém e derrubando a pessoa no chão no processo. Seus livros se espalharam por todo o chão junto com os de sua vítima, que por acaso, era uma garota.

– Me desculpe, eu não vi você... - ele tentou se explicar, um pouco constrangido. Belo primeiro dia de aula.

A garota levantou a cabeça revelando um grande par de olhos verdes esmeralda. Seu sangue congelou enquanto a olhava.

– Sinto muito, eu é que não vi você. – ela deu ombros e se abaixou para pegar os livros no chão - Você é novo, não é? Nunca te vi por aqui.

Jack pareceu despertar de um transe e se abaixou para ajudá-la a juntar os livros.

– Sim, é o meu primeiro ano por aqui. - segurou sua mão e a levantou. Reparou que seu cabelo era ainda maior visto de pé.

– Prazer, meu nome é Rapunzel. - ela esticou, a mão sorridente. Ele a apertou rapidamente.

– Frost. Jack Frost. - e sorriu.

– Seu cabelo é mesmo branco ou você pintou ele? – Rapunzel perguntou, direta. Ele se surpreendeu no começo, mas respondeu.

– Eu nasci com esse cabelo branco. – disse, distraído, enquanto andavam pelo corredor. - Os médicos já fizeram todos os tipos de exames em mim e não sabem o que aconteceu comigo. É algo normal, eu acho.

– Nunca vi ninguém com cabelos brancos além da minha avó. E ela já é bem velhinha. – Rapunzel comentou com um risinho. - Qual é a sua sala?

– É a... sala 35. – confirmou, dando uma olhada rápida no papel.

– Você vai estudar na minha sala! Fica lá no segundo andar. - Rapunzel disse, sorrindo. Então olhou para o relógio no pulso e sua expressão foi de amigável a assustada - Falando nisso, temos que ir logo para lá! Se nos atrasarmos vamos ficar para fora! – ela explicou em um tom urgente, segurou sua mão e o puxou, correndo em direção as escadas.

_______

Merida estava andando sem rumo pela escola. Tinha subido e descido várias escadas e após muitas idas e vindas, concluiu que estava perdida. Mas era orgulhosa demais para pedir alguma informação para qualquer aluno dali. E além disso, aqueles alunos nem mesmo olhavam para ela. Após subir o último lance de escadas, Merida se deparou com um corredor enorme e vazio. Exceto por um garoto que estava debruçado em um armário, mexendo em alguma coisa lá dentro. “Enfim alguém a quem eu posso pedir uma informação”, ela pensou, aliviada por não haver nenhuma rodinha de amigos para distraí-lo.

Merida parou ao lado dele, esperando pacientemente até ele acha o que procurava. Quando o garoto fechou a porta e a viu ali, arquejou, um pouco assustado.

– Desculpe. – ela disse, mordendo o lábio.

Olhou para ele por alguns segundos, esquecendo completamente o que queria perguntar. Ele era alguns centímetros mais alto que ela, tinha cabelos castanhos bagunçados, olhos verdes penetrantes, lábios finos e tinha músculos visíveis nos braços e pernas. Um adolescente de dar inveja em muitos outros.

Como ela não disse nada por um tempo, ele se adiantou.

– Posso ajudá-la? – perguntou, Merida piscou antes de responder.

– Pode me dizer onde fica a sala 35? Me ajudaria muito. – ela respondeu, um pouco corada, ciente de que tinha ficado um bom tempo encarando o garoto.

– Nossa, acho que você se perdeu um pouco. Esta sala fica no segundo andar e você está no quarto. – ele disse sarcasticamente, fazendo-a forçar um sorriso. - Você só precisa descer as escadas dois andares abaixo.

– Obrigada. - ela agradeceu, secamente. Virou-se para ir embora e seguiu em direção as escadas no começo do corredor.

– Espere, você é nova aqui não é? – ele perguntou, alcançando-a rapidamente.

– Sim, eu sou. – Merida assentiu.

– Espero que goste da escola. Ela é muito boa. Estudo aqui a cinco anos. – ele comentou, andando ao lado de Merida. De repente, pareceu se lembrar de algo. - Desculpe, não me apresentei. Meu nome é Soluço. - estendeu a mão para Merida que não conseguiu conter a risada.

Soluço a olhou com uma expressão que dizia que ela não era a primeira a ter essa reação ao ouvir o seu nome.

– O seu nome é Soluço mesmo? – perguntou, após recuperar o fôlego.

– Sim, algum problema? –ele a encarou, sério. Ela fez que não com a cabeça.

– Nenhum. Eu sou Merida.- apertou a mão dele, sorrindo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Better Together" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.