Gotta Be You escrita por onlyixing
Notas iniciais do capítulo
Me desculpem pela demora.
Espero que gostem desse capítulo!
Boa leitura!
– Encontro surpresa? Como isso funciona?
– É só escolher um bom lugar e deixar bem decorado. Depois, levamos ele até lá de alguma forma enquanto você espera segurando flores – eu estava muito empolgada.
– Flores?
– Tudo bem, esquece a parte das flores – e depois disso, passamos a noite inteira planejando a surpresa.
Eu queria orquestra, vestido feito de flores recém-colhidas e que ela cantasse a música tema do filme Titanic. Mas Rosalya cortou toda a minha empolgação e me fez concordar com coisas bem simples.
Separamos um vestido e decidimos qual seria a maquiagem. Mesmo que eu quisesse mandá-la para um salão de beleza, tive que me contentar com sombra cinza e delineador. Tentei argumentar que uma orquestra era realmente importante, mas ela não me deu ouvidos. Mesmo quando me ofereci para tocar gaita, ela apenas ignorou. E até quando disse que poderia cantar um bom sertanejo, ela nem me deu ouvidos. Victor & Leo criaria um clima muito bom e a minha voz era linda - minha mãe discorda completamente -, era ela quem estava perdendo.
Descemos um pouco e assistimos cerca de três filmes antigos de romance, enquanto dona Elizabeth decidia se pedi comida mexicana ou italiana. No fim das contas, acabamos comendo tacos e chorando vendo Querido John.
Depois de muitas discussões sobre o amor e sobre como eu queria arrumar um namorado, decidimos fazer brigadeiro e pensar em qual penteado Rosa deveria fazer. Comemos o doce, folheamos diversas revistas e acabamos decidindo que ela deveria apenas fazer chapinha. Rosa era bonita e ficaria ainda melhor com um bom penteado, mas tudo era tão complicado que a chapinha foi a única escolha possível.
– Como eu posso ficar sem alguém por tanto tempo? – disse, enquanto tentava colocar todas as revistas no armário.
– Por que pensa tanto em amor? – disse dona Elizabeth, uma solteirona convicta. O estilo dela era amigos, curtição, filmes e alguns beijos. Nada de compromissos, nada de relacionamentos.
– Mãe, nem todo mundo foge de compromissos – disse Rosa, indo me ajudar com as revistas.
– Você pode beijar um pouco e ir embora, é bem simples. Pra que ter um compromisso? – ela não se daria por vencida tão fácil.
– Porque você pode acabar se apaixonando e querer ficar com uma só pessoa – aquilo tinha se tornado uma discussão de mãe e filha? Em todo caso, gostaria de um banco e um pote de pipoca.
– É bem melhor ampliar os horizontes e experimentar novos sabores, do que ficar presa a um só – disse Elizabeth, enquanto terminava de lavar a panela de brigadeiro. Nem me deixou raspar com a colher.
– Uma hora você vai se apaixonar novamente e não vai conseguir repetir isso – finalmente conseguimos guardar todas as revistas.
– Veremos.
Quando a discussão acabou, ela foi para seu quarto e Rosalya me arrastou para o seu. Tive que ajudar a limpar a bagunça e escutar alguns CDs de músicas depressivas. Desde quando existe tanta música sobre fim de relacionamento? Rosa deve ter me feito escutar todas e mais um pouco.
– Liga para a sua mãe e veja se pode dormir aqui – disse Rosa, depois de cantar aos prantos Good Bye My Love, da Ailee.
Liguei para minha mãe e ela deixou eu dormir lá, já que amanhã era sábado. E claro, eu teria que esfregar muito chão e lavar banheiros quando chegasse em casa, como forma de agradecimento. Minha mãe era a pessoa mais doce e bondosa do mundo inteiro, desde que eu limpasse a casa, não tirasse notas ruins no colégio e nem passasse perto de substâncias ilícitas.
– Hora de dormir, crianças – disse dona Elizabeth, entrando no quarto e arregalando os olhos por ver a limpeza que fizemos. No mínimo, eu merecia um unicórnio de pelúcia do meu tamanho como agradecimento.
Ela fez uma cama improvisada para mim no chão e fomos deitar. Depois de mais algumas conversas e músicas depressivas, acabamos pegando no sono.
Acabei sonhando com pôneis coloridos invadindo a sorveteria e Alexy estava montado no maior deles, segurando uma placa onde estava escrito “Minha avó é mais fashionista que o Kentin”.
Eu deveria parar de pensar nas brigas deles, urgentemente.
De manhã, tomamos um café reforçado juntas e voltamos para o quarto. Rosalya tomou um banho demorado e colocou o vestido que escolhemos na noite passada. Ela passou maquiagem e nem precisou da chapinha, já que seu cabelo é naturalmente maravilhoso.
– Quando vai cortar essa cabeleira? – provoquei.
– Não diga isso perto de mim – disse ela, enquanto terminava de pentear o cabelo.
– Acho que um corte estilo joãozinho vai ficar lindo em você – continuei.
– Credo! Cabelo, não escute essa garota má! – rimos e descemos para a sala.
Como Rosalya já estava devidamente arrumada e maquiada, decidimos que seria melhor irmos até a minha casa. Chegando lá, tomei um banho rápido e escolhi uma roupa fresca e confortável. Acabei colocando uma blusa branca, shorts roxo e tênis.
– Esse vestido ficou ótimo em você! Quero ver quem vai ser o cara que não vai se derreter ao ver isso – disse, enquanto observava o belo vestido azul que ela usava.
Passei lápis de olho e fiz uma trança lateral no cabelo. Tudo bem, eu não iria aparecer, mas também queria estar bem arrumada. É como nos filmes ou livros: ande sempre arrumada e sorridente, pois nunca se sabe quando o amor da sua vida vai tropeçar em você e te fazer beijar o chão.
– Estou nervosa. Ele pode nem aparecer...
Eu tinha poucos amigos, mas tentava cuidar muito bem dos que tinha. Se Leigh não aparecesse, medidas seriam tomadas e os golpes de judô que aprendi na sexta série seriam usados.
– Querida, eu arrasto ele até lá! – rimos e Rosalya foi para a sorveteria.
Peguei uma maçã e liguei para Kentin. Eu precisava de alguém que aceitasse ir até a casa do Leigh comigo, e ninguém melhor que o meu melhor amigo.
– Bom dia, flor do dia! Pode me ajudar?
– Alô? Lia? Eu estava sonhando... – disse ele com uma voz rouca de sono.
– Uau, desde quando você tem essa voz rouca? – disse, enquanto mastigava um pedaço de maçã.
– Puberdade, Lia.
– Ah, sei. Mas então, vai me ajudar?
– O que você quer?
– Levar o Leigh até a sorveteria – aquela maçã estava muito boa.
– Para que?
– Para que ele volte com a Rosalya.
– Virou cupido?
– Nós dois viramos!
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O que acharam?