Após a lua cobrir o sol

E o sol desaparecer

A escuridão é o que há de sobrar

Num mundo diferente de se viver.

Aquele que ressurgirá

De um túnel voltará

Separará aquilo que estás misturado

O sol voltará a brilhar.

O dia amanheceu com um lido sol de rachar, seus raios passaram pela janela do quarto de Chihiro e invadiu o seu quarto iluminando tudo... O despertador de Chihiro começou a tocar constantemente, mas a mesma não acordava, balançando de um lado para o outro ela coloca seu travesseiro na cara querendo não acordar, mas com o barulho do despertador ela acordou com os seus enormes cabelos todo bagunçado.

Beleza, Chihiro! O barulho que você acabou de ouvir é do despertador, o que significa que você precisa URGENTIMENTE se arrumar pro colégio. ~ Pensei de um modo rápido para poder esquecer-se daquela estranha voz de meus sonhos que proclamava algo que parecia ser um poema.

Dei uma rápida olhada no despertador a qual o mesmo estava marcando ser 06:25. Tirei os cobertores do meu colo levantando da cama em seguida. Segui rumo ao banheiro onde fiz minha higiene matinal. Ao terminar, fechei a porta de meu quarto indo rumo ao meu guarda-roupa parando, enfim, de frente a ele.

Okay, eu vou abrir esse guarda-roupa e tudo ficará bem! ~ disse em meus pensamentos colocando já a minha mão na maçaneta do guarda-roupa. Respirei fundo soltando o ar em seguida. Mais que depressa puxei a maçaneta abrindo-o em seguida, logo, todas as roupas começaram a cair em cima de mim.

Tentei sair do meio de todas aquelas roupas que caíam em cima de mim, porém, num passo em falso, deslizei em uma roupa a qual estava no chão caindo de bunda.

Ouço rápidos passos que subia as escadas desesperadamente abrindo a porta de meu quarto bruscamente.

- Chihiro! – era a voz da minha mãe, Akio Ogino, a mesma piscou dois pares de olhos a me ver caída no chão com todas as roupas em cima de mim comemorando sua vitória por ter me derrubado.

- Bom dia, mãe. – disse com um largo sorriso forçado esperando que ela entendesse a mensagem subliminar de meu sorriso.

- Não, eu não vou arrumar essas joças de roupas. – logo ela entendeu a mensagem negando com a cabeça de uma forma rápida.

- Mas mãe... – fiz cara de cachorrinho pidão, mas logo me dei por vencida após a mesma ter virado o rosto e cruzado os seus braços recusando-se a arrumar minhas roupas. Dei um leve suspiro levantando do chão em seguida.

- Ao chegar da escola eu quero esse guarda-roupa arrumado! – após dizer isso saiu de meu quarto fechando a porta em seguida. Consegui ouvir seus passos a quais os mesmos desciam as escadas. Novamente suspirei pegando o uniforme de meu colégio jogando-os na cama.

Coloquei, com dificuldade, as roupas todas emboladas de volta ao guarda-roupa, elas ameaçavam cair de novo em cima de mim, antes de elas agirem dessa forma fechei o guarda-roupa bruscamente impedindo-as a tal ato.

Dei um leve suspiro podendo me arrumar em seguida.

Ao terminar de colocar meu uniforme, segui ao espelho a qual nele mostrava uma bela moça de 18 anos que nada mais, nada menos, sou eu!

Arrumei meus cabelos deixando-os soltos.

Abri a porta de meu quarto descendo as escadas rumo a cozinha onde dei de cara com meu pai, a qual o mesmo estava sentado a mesa de jantar com as pernas cruzadas, lendo jornal e tomando seu café. E minha mãe, a qual a mesma estava lavando a louça.

Sentei a mesa colocando o café em meu copo.

- Bom dia, Chihiro. – meu pai, , cumprimentou-me delicadamente elevando a xícara de café a sua boca podendo então beber o conteúdo da xícara.

- Bom dia, pai. – disse de uma forma rápido enfiando o pão em minha boca.

Minha mãe não ousou olhar pra mim nem um segundo, e meu pai estava muito entretido em seu jornal, ou seja, a única alma viva daquele lugar era eu.

Terminei de comer o pão e de tomar o café levantando da mesa em seguida.

Subi as escadas novamente indo rumo ao meu quarto.

- Muito bem, hoje eu tenho aula de matemática, história e educação física. – pensei alto após entrar em meu quarto e pegar a mochila descendo de novo as escadas. – Aaah não, aquela velha da matemática de novo não. – fiz cara de nojo enquanto descia as escadas.

Ao descer, despedi de meus pais e sai de casa o mais rápido possível, pois eu já estava começando a ficar atrasada. Bastante atrasada!

(...)

Cheguei ao colégio ofegante. Os alunos ainda estavam entrando, e pelo visto o portão não ia fechar agora. Parei próximo ao muro do colégio desesperada por fôlego. Comecei desesperadamente a puxar ar ate poder estar suficientemente bem pra entrar no colégio.

O meu colégio não era vua-lá grande coisa. Ele era separado em dois prédios de três andares, o primeiro prédio era o prédio dos pirralhos, as quais nele só estudam alunos de 6°, 7° e 8° ano.

O segundo prédio era o prédio dos avançados, as quais nele só estudam alunos de 1º, 2º e 3º ano. Eu, no caso, estou no 3º ano, ou seja, estou no ultimo andar do prédio.

Entrei no colégio a junto de outros alunos após ter finalmente recuperado o meu fôlego. Procurava pelo meu armário, depois de alguns minutos procurando encontrei finalmente ele abrindo-o em seguida. Tirei de lá meus livros de matemática e de historia pondo-os dentro da minha mochila.

- Bom dia, Chihiro! – minha melhor amiga, Jessica Bensoon, me cumprimentou ao me ver.

- Bom dia. - ao seu lado estava o garoto mais galinha da escola Shinkaro Hamada, mais conhecido como Shin pelas meninas loucas por ele.

Porque ele é o mais galinha da escola? Bem, porque ele pega as garotas, depois larga elas e vai atrás de outras.

Vou te dar um exemplo: Shin, já pegou Elize, a garota mais patricia da escola, a escola toda ficou pensando que eles dois estavam namorando, e Shin dizia estar REALMENTE namorando ela, eles ficaram uma semana juntos e depois se separaram após a Elize descobrir que ele estava pegando uma das amigas dela. Depois ele partiu pra outra, ficou com Lisa, uma garota qualquer ai que ninguém sabia que ela existia por ela não conviver muito com as pessoas. Depois ele ficou com Yoko, mas viu que ela não era aquela carne de qualidade e acabou por ficar com a amiga dela. Depois ele pegou a garota mais nerd da escola, mas daí ela viu o perfil de galinha dele e largou ele.

Isso tudo em menos de UMA semana. Acredite ou não, mas ele fez realmente isso em menos de uma semana.

Agora vocês me perguntam: Ele já ficou com Jessica?

Já sim, ate com Jessica ele já ficou. E pra piorar a historia toda queria ficar comigo também, porem eu dei um passa fora nele o que fez ele parar de abanar o rabo dele pra todas as meninas do colégio.

Pra minha desgraça, ele agora só anda comigo e com a Jessica, e não para de jogar cantatas em cima de mim. Arrn, que nojo!

- Bom dia, Jeeh. – cumprimentei ela sem ao menos olhar pro Shin. O mesmo se sentiu incomodado por eu ter evitado ele e resolveu protestar.

- Bom dia, tá? – gritou ele esperando uma resposta minha, olhei pra ele como se não estivesse olhando pra ninguém. Cruzei o meu braço com o braço de Jessica e segui rumo a minha sala. – Delicada nem um pouco neh. – reclamou ele enquanto nos seguia atrás de nos.

- Xô, xô cachorro! – fiz um movimento com a mão insinuando pra ele se afastar antes que eu pegasse suas pulgas. Ele fez cara feia ultrapassando Jessica e eu pondo-se a nossa frente.

Em um movimento rápido, Shin puxou meu braço bruscamente colando meu corpo com o dele segurando fortemente minha cintura. Fiquei sem reação naquele momento e não precisava me olhar no espelho pra saber que meu rosto estava vermelho de vergonha.

Tentei me soltar, mas ele era forte de mais, e todas as vezes que tentava me soltar ele me prendia mais forte o que tirava meu fôlego. Nesse meio tempo minha bolsa caiu no chão. Depois de alguns segundos tentando me soltar dele, sem sucesso, parei de lutar e fiquei fitando ferozmente seus olhos.

- Cof cof cof. – Jessica fez uma péssima atuação dela tossindo o que fez com que Shin me soltasse. Ignorei totalmente o fato de eu estar vermelha pimentão e resolvi pegar minha bolsa. Dei um leve suspiro puxando Jessica junto comigo pra irmos para sala enquanto Shin continuava atrás de nós.

Subimos de elevador a qual o mesmo, não estava tão cheio assim. Só aqueles que possuíam o cartão do elevador podiam subir. Poucos possuem o cartão, Jessica, Shin e eu possuímos o cartão então basicamente podemos entrar no elevador.

Depois de alguns minutos de espera, finalmente chegamos ao terceiro andar, terceiro ano.

Entrei na sala colocando a bolsa logo em meu lugar preferido, perto da janela, onde eu tenho uma visão perfeita. Ao meu lado a Jessica colocou sua bolsa, e atrás de mim estava Shin.

Bufei virando-me para Jessica para poder conversar com ela.

- Novas? – Jessica me perguntou com um largo sorriso no rosto.

- Bem... – revirei o olho ao lembrar do sonho que tive hoje. Meu coração se apertou repentinamente, respirei fundo voltando a olhar pra Jessica a qual a mesma me encarava com o mesmo sorriso. – Hoje eu tive um sonho um tanto estranho... – disse dando uma pequena pausa seguida de um leve suspiro. – Aaah, deixa pra lá, isso não é novidade. – falei de uma forma rápida reparando que um certo Shin não parava de me encarar. Lentamente comecei a virar minha cabeça para a sua direção encarando-o em seguida com uma expressão de nojo. – O que foi?

- Nada... – logo, seu rosto foi apoiado por suas mãos a quais as mesmas estavam sendo sustentados pelos seus cotovelos que estavam apoiados a mesa. – Que sonho? – perguntou ele com um leve sorriso no rosto. Seu olhar estava inundado com um brilho um tanto estranho, deu até nojo de olhar aquilo.

- Não te interessa. – disse virando a cara em seguida.

- Ah, vai, conta Chi! – dessa vez foi a Jessica que pedia pra contar, quando ela me chama de Chi é porque ela realmente esta curiosa pra saber que tipo de sonho eu tive.

- Bem, tipo, não é grande coisa, não precisam ficar curiosos.

Fiquei olhando os dois por alguns segundos implorando em mudo que eles parassem de me olhar daquela forma sendo encurralada pelos seus olhares, não tenho outra saída a não ser contar sobre o sonho.

- Bem, não era exatamente um sonho. Na verdade eu não sei nem o que era. – disse olhando para os dois esperando que eles não queiram ouvir sobre ele, sem sucesso. Bufei me dando por vencida. – Nesse sonho era uma escuridão, eu não via luz em nenhum lugar. Parecia que eu estava cega de tão escuro que estava. Quando então eu ouvia uma voz estranha, uma voz de uma mulher que aparentava ter por volta de sessenta anos. Essa voz dizia a seguinte coisa: Após a lua cobrir o sol. E o sol desaparecer. A escuridão é o que há de sobrar. Num mundo diferente de se viver. Aquele que ressurgirá. De um túnel voltará. Separará aquilo que estás misturado. O sol voltará a brilhar. – repeti as frases pausadamente dando um leve suspiro após ter dito a ultima frase. Olhei para os dois a procura de uma resposta, mas foi em vão, nem eles mesmos sabem o que é. – Bem, eu não sei o que significa, só sei que eu ouvi isso e logo depois eu acordei.

- Pode ser algum tipo de poema. – Jessica por fim se pronunciou, eu também pensei que fosse um poema, mas não parece ser. Se for realmente um poema então é um poema bem estranho.

- Ou não. – finalmente Shin disse algo que valeria a pena, talvez ele tivesse ideia do que seja.

- O que você sugere que seja. – falei de uma forma rápida olhando pra ele em seguida.

- Bem, isso parece ser algum tipo de enigma que contem algum tipo de aviso. Ou então, poderia ser uma profecia de algo que ira acontecer no futuro. – Shin falou com um olhar pensativo e distante, nunca o vi dessa forma, é estranho.

Até que o que ele diz faz sentido, mas é algo meio sem noção. Porque logo em meu sonho alguém diria um enigma pra mim, ou então uma profecia? Não faz sentido!

- Shin, você está assistindo muito anime, para! – disse de uma forma rápida voltando a me virar pra Jessica. Shinkaro bufou.

- Mas também não podemos descartar a ideia de Shin, neh, vai que ele esteja certo. – Jessica o defendeu.

A velha da matemática entrou na sala mandando todos os alunos sentarem em seus lugares. Ajeitei-me em minha cadeira olhando para fora da janela da sala enquanto a velha começava a passar matéria no quadro. Não prestei atenção, não copiei, porque sou dessas!

Depois de alguns minutos desse jeito, pensando no que Jessica falou, no que Shin disse, uma escuridão tomou conta de mim repentinamente. Meu corpo ficou paralisado e dormente, não conseguia enxergar, não conseguia me mover, não conseguia ouvir ninguém e principalmente... não conseguia gritar por socorro. De repente, tudo ficou escuro, de repente, tudo ficou negro.

Continua...