POV Beatrice

Estava escuro e chovia. Milhões de pessoas estavam na praça àquela noite. Eu chorava desesperada tentando ir até a guilhotina, onde meus pais estavam prontos para serem mortos após uma denúncia falsa de envolvimento com os rebeldes.

-Atenção todos- gritou o chefe dos guardas- esses dois jovens, cometeram traição a Illéa ao se envolverem com rebeldes. A família real- ele disse apontando para o rei Maxon, de 29, a rainha America, de 27, e o príncipe Tobias, de 8 anos- gentilmente deu liberdade aos filhos do casal, Beatrice Prior, de 5 anos, e Caleb Prior, de 6 anos. Vida longa a família real!

A multidão começou a gritar enquanto o chefe dos guardas ia até a guilhotina e soltando a corda que prendia a lamina, e tudo o que podia se ouvir naquele momento era meus gritos de tristeza.

Acordei gritando. Era a primeira vez em várias semanas que eu tinha esse pesadelo. Comecei a pensar no que aconteceu após a morte dos meus pais para tentar tirar aquela cena da minha cabeça.

“Eu e Caleb fugimos e viramos 8. Com 7 anos encontramos os rebeldes do sul, com quem meus pais ‘supostamente’ trabalhavam. Com 8 anos a casta 8 foi retirada e viramos 7. Com 10 anos fui ao meu primeiro ataque ao palácio. Com 13 ganhei minha égua, a Lindy.”

Mal podia acreditar no que vinha a seguir. Eu, Beatrice Prior, uma órfã da casta 7, de 16 anos, namorava o Peter Van Gogh, o príncipe dos rebeldes do sul.

-Senhorita!- gritou Carlos vindo na minha direção.

-Sim?- perguntei parando de pentear meus longos cabelos ruivos

-O príncipe Peter solicita sua presença em uma reunião importantíssima!- ele mal tinha terminado de falar quando eu praticamente o atropelei, indo em direção à sala de reunião.

Quando cheguei lá praticamente arrombei a porta. O que quer que fosse, era importante.

-Aí está nossa garota especial- disse Marcus, o pai do Peter. Rapidamente parei. Ele nunca gostou de mim. O que estava acontecendo?

-Marcus, poderia me atualizar sobre o que está acontecendo? Por favor?- perguntei com um que de autoridade na voz, transformando minha pergunta em uma ordem

-Tris- disse o Peter, me chamando pelo apelido que meu irmão criou para mim- você já sabe que o príncipe Tobias, devido as crescentes manifestações, terá que ter sua própria Seleção para tentar acalmar o povo, não é?

Congelei. Ele estava pedindo o que eu achava que ele estava pedindo? O clima ia ficar feio.

-VOCÊ ESTÁ MESMO ME PEDINDO PARA PARTICIPAR DA SELEÇÃO DO TOBIAS, QUE FOI A MESMA PESSOA QUE MATOU MEUS PAIS?- perguntei gritando. Não entendia o motivo, já que namorava o Peter. Será que ele não gostava de mim?

-Acalme-se Beatrice- disse o Marcus rígido. Esse era o Marcus que eu conhecia- mas sim, é exatamente o que estamos lhe pedindo. Você teria que ficar por lá apenas por alguns meses, até que todos da família real estejam mortos.

-De acordo- disse sarcasticamente. A família real morta? Era um sonho que ia se tornar realidade.

POV Tobias

-Mas paiii- resmunguei- eu não quero ter essa tal de Seleção

-Filho por favor entenda...- meu pai tentava, em vão,me acalmar

-PAI EU NÃO QUERO TER A MINHA PRÓPRIA SELEÇÃO, ENTENDA ISSO- eu disse gritando. Já bastava o stress que eu passava devido aos rebeldes, agora meu pai vinha com isso, que sacoooo

-Filho entenda que isso é para o seu próprio bem- minha mãe, claramente tensa, tentava me fazer aceitar a idéia de ter uma Seleção, igual me pai teve a dele.

-Pai- disse após um longo e constrangedor silêncio- se eu participar dessa tal Seleção, eu posso me casar com quem quiser? Mesmo que seja uma cinco ou uma dois?

-Filho- disse o meu pai cansado- não me importo com castas, me importo com sua felicidade.

Pensei durante um tempo. Eu não tinha nada a perder com essa tal de Seleção

-Eu aceito- disse rapidamente, fazendo minha mãe suspirar e meu pai relaxar. Não havia percebido o quanto ele estava nervoso.

-Okay filho. Meri por favor peça a Aspen que mande as fichas para todas as meninas de todas as castas, e depois de amanhã iremos fazer um sorteio televisionada, e na sexta teremos um quadro especial só para falar disso- meu pai disse feliz

-Sim amor- minha mãe falou dando um selinho nele e saindo da sala rapidamente.

-Você pode tirar o dia de volta se quiser Tobias- Maxon disse com um sorriso

-Valeu pai- disse feliz. Ele realmente me conhecia e sabia que eu queria mesmo sair um pouco.

Com esse pensamento fui até os jardins, aproveitando o pouco de paz que teria até a chegada das 35 meninas.