Fuckin' Perfect escrita por Gilead
Notas iniciais do capítulo
Hello, modafocas.
Bom, espero que vocês gostem. Lembrando apenas que é humanstuck, ok?
– Dave, quer parar de puxar sua camiseta? – Bro reclamou. – Vai fazer o binder abrir.
Era meu primeiro dia de aula como homem. Eu estava nervoso, tremendo e com vontade de chorar. Eu realmente não queria ter que passar por isso, mas eu tinha que ir para a escola, certo? Estudar em casa não estava me ajudando muito.
– Você tá gato, lil bro. Se você não fosse meu irmão, ficava com você. – meu irmão sorriu ironicamente.
– Mas você é hetero. E eu sou um cara. – bati o pé, sério.
– Wow, assim você me ofende. Eu sou bissexual, moço. – ele deu de ombros. Eu ri e fui checar novamente minha aparência.
Ajeitei novamente meus cabelos claros e pus os óculos pontudos, assim fiquei mais passável e menos amedrontado. Mentalizei meu mantra de auto-ajuda: eu sou lindo, eu sou foda, sou um Strider e não tenho medo de nada.
O que me incomodava era que meu dildo não tinha chego, então não tinha nem um pouco de volume nas minhas calças, e talvez eu não fosse passável por isso. Bom, que se foda.
Bro me levou de carro pra escola, me deixando na porta e me desejando um bom dia. Quando eu saí do carro com o rosto neutro e os óculos pontudos, as pessoas foram se virando aos poucos e me encarando. Fiquei envergonhado, mas não demonstrei. Crianças maneiras não demonstram que estão desconfortáveis.
Entrei na escola, peguei o número do meu armário, peguei meu horário de aula, tudo ok. Fui até meu armário pra por algumas coisas, quando alguém segurou no meu ombro.
– Oi, sou John Egbert. Você é novo aqui? – ele sorriu.
Pera, o quê?
– John? O ectoBiologist? – eu sorri, feliz por ter um rosto conhecido na escola. – Eu sou o Dave. O turntechGodhead.
Os olhos de John brilharam e ele sorriu instantaneamente. E então, olhou confuso para mim. Internamente, comecei a temer que ele houvesse notado que eu era trans, e senti as lágrimas nos olhos. E então, ele falou.
– Que óculos estranho. É do seu irmão?
Respirei fundo de alívio e respondi que era, sim, do meu irmão, e que era muito irônico, e que Egbert não entendia nada de ironia. Coincidentemente, tínhamos a primeira aula juntos.
Até agora, tudo bem.
–x-
Bateu o sinal pro recreio e eu e John nos encontramos novamente no corredor e fomos almoçar. Ele foi reclamando da professora de história até o refeitório, enquanto eu ria nas horas certas, pensativo.
Todos os professores chamavam Strider, Dave, e quando eu respondia presente, todos se confundiam e achavam estranho aquele menino com cara de menina. Mas no fim, todos me trataram com o pronome certo, o nome certo e deu tudo certo. Pelo menos, até o momento.
Eu só estava com medo da hora que eu precisasse usar o banheiro.
Ao sentarmos-nos à mesa do almoço, uma garota de cabelos curtos e loiros, do mesmo tom do meu, sentou-se com a gente.
Mas pera, essa eu já conhecia.
– Oi, Rose. – sorri, ajeitando meus óculos.
Ela sorriu pra mim também. Rose me conheceu pré-transição e conhece minha passagem inteira de Debra pra Dave. Depois de Bro, ela é a pessoa que mais me entende e cuida de mim. Afinal, ela passou de Ralph para Rose, também. Eu dei todos meus sutiãs para ela, ela me deu suas cuecas. Por isso, a considero minha irmã: somos irmãos de transição.
Evitamos falar sobre isso na frente de John, o grande eu-não-sou-um-homossexual-John. Ele jamais entenderia.
Enquanto almoçávamos, eu observei as pessoas a nosso redor. Queria ter alguma ideia de quem eram as pessoas da escola e se eu conhecia alguma além de John e Rose. Foi então que vi um garoto que me fez me engasgar com minha pizza.
Ele era meio alto, com cabelos escuros bagunçados. Ele tinha olhos castanho-avermelhados. Ele era um pouco bronzeado, não muito. Tinha olheiras e parecia irritado com algo.
– Rose, quem é aquele garoto? – perguntei, apontando discretamente.
John suspirou. Rose deu uma risadinha e disse:
– Karkat Vantas. Ele é estressadinho e irritante. Não mexa com ele. – revirou os olhos e adicionou – É possessivo com os amigos, também. Evite mexer com Kanaya ou Terezi.
Mordi meu lábio e tomei um gole de refri. Ele não me pareceu tão ruim. Na verdade, ele parecia fofo. Muito fofo. Apertável, até. Na verdade, eu queria morder a cara dele, mas não disse nada.
– Rose, quando Jade volta da Austrália? – John perguntou.
– Bom, ela disse que daqui a uma semana ela vem. Problemas de família, segundo ela. – Rose deu de ombros.
– Bom, eu já estou com saudades dela. – sorriu o moreno.
Bom, ele também era mordível. Pena que é meu amigo.
O sinal tocou e tivemos que voltar para as aulas. Porém eu estava distraído demais para prestar atenção.
Queria descobrir o máximo que podia sobre Karkat Vantas.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O que acharam?