Fuckin' Perfect escrita por Gilead


Capítulo 2
Angry Boy


Notas iniciais do capítulo

Hello, modafocas.
Bom, espero que vocês gostem. Lembrando apenas que é humanstuck, ok?



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– Dave, quer parar de puxar sua camiseta? – Bro reclamou. – Vai fazer o binder abrir.

Era meu primeiro dia de aula como homem. Eu estava nervoso, tremendo e com vontade de chorar. Eu realmente não queria ter que passar por isso, mas eu tinha que ir para a escola, certo? Estudar em casa não estava me ajudando muito.

– Você tá gato, lil bro. Se você não fosse meu irmão, ficava com você. – meu irmão sorriu ironicamente.

– Mas você é hetero. E eu sou um cara. – bati o pé, sério.

– Wow, assim você me ofende. Eu sou bissexual, moço. – ele deu de ombros. Eu ri e fui checar novamente minha aparência.

Ajeitei novamente meus cabelos claros e pus os óculos pontudos, assim fiquei mais passável e menos amedrontado. Mentalizei meu mantra de auto-ajuda: eu sou lindo, eu sou foda, sou um Strider e não tenho medo de nada.

O que me incomodava era que meu dildo não tinha chego, então não tinha nem um pouco de volume nas minhas calças, e talvez eu não fosse passável por isso. Bom, que se foda.

Bro me levou de carro pra escola, me deixando na porta e me desejando um bom dia. Quando eu saí do carro com o rosto neutro e os óculos pontudos, as pessoas foram se virando aos poucos e me encarando. Fiquei envergonhado, mas não demonstrei. Crianças maneiras não demonstram que estão desconfortáveis.

Entrei na escola, peguei o número do meu armário, peguei meu horário de aula, tudo ok. Fui até meu armário pra por algumas coisas, quando alguém segurou no meu ombro.

– Oi, sou John Egbert. Você é novo aqui? – ele sorriu.

Pera, o quê?

– John? O ectoBiologist? – eu sorri, feliz por ter um rosto conhecido na escola. – Eu sou o Dave. O turntechGodhead.

Os olhos de John brilharam e ele sorriu instantaneamente. E então, olhou confuso para mim. Internamente, comecei a temer que ele houvesse notado que eu era trans, e senti as lágrimas nos olhos. E então, ele falou.

– Que óculos estranho. É do seu irmão?

Respirei fundo de alívio e respondi que era, sim, do meu irmão, e que era muito irônico, e que Egbert não entendia nada de ironia. Coincidentemente, tínhamos a primeira aula juntos.

Até agora, tudo bem.

–x-

Bateu o sinal pro recreio e eu e John nos encontramos novamente no corredor e fomos almoçar. Ele foi reclamando da professora de história até o refeitório, enquanto eu ria nas horas certas, pensativo.

Todos os professores chamavam Strider, Dave, e quando eu respondia presente, todos se confundiam e achavam estranho aquele menino com cara de menina. Mas no fim, todos me trataram com o pronome certo, o nome certo e deu tudo certo. Pelo menos, até o momento.

Eu só estava com medo da hora que eu precisasse usar o banheiro.

Ao sentarmos-nos à mesa do almoço, uma garota de cabelos curtos e loiros, do mesmo tom do meu, sentou-se com a gente.

Mas pera, essa eu já conhecia.

– Oi, Rose. – sorri, ajeitando meus óculos.

Ela sorriu pra mim também. Rose me conheceu pré-transição e conhece minha passagem inteira de Debra pra Dave. Depois de Bro, ela é a pessoa que mais me entende e cuida de mim. Afinal, ela passou de Ralph para Rose, também. Eu dei todos meus sutiãs para ela, ela me deu suas cuecas. Por isso, a considero minha irmã: somos irmãos de transição.

Evitamos falar sobre isso na frente de John, o grande eu-não-sou-um-homossexual-John. Ele jamais entenderia.

Enquanto almoçávamos, eu observei as pessoas a nosso redor. Queria ter alguma ideia de quem eram as pessoas da escola e se eu conhecia alguma além de John e Rose. Foi então que vi um garoto que me fez me engasgar com minha pizza.

Ele era meio alto, com cabelos escuros bagunçados. Ele tinha olhos castanho-avermelhados. Ele era um pouco bronzeado, não muito. Tinha olheiras e parecia irritado com algo.

– Rose, quem é aquele garoto? – perguntei, apontando discretamente.

John suspirou. Rose deu uma risadinha e disse:

– Karkat Vantas. Ele é estressadinho e irritante. Não mexa com ele. – revirou os olhos e adicionou – É possessivo com os amigos, também. Evite mexer com Kanaya ou Terezi.

Mordi meu lábio e tomei um gole de refri. Ele não me pareceu tão ruim. Na verdade, ele parecia fofo. Muito fofo. Apertável, até. Na verdade, eu queria morder a cara dele, mas não disse nada.

– Rose, quando Jade volta da Austrália? – John perguntou.

– Bom, ela disse que daqui a uma semana ela vem. Problemas de família, segundo ela. – Rose deu de ombros.

– Bom, eu já estou com saudades dela. – sorriu o moreno.

Bom, ele também era mordível. Pena que é meu amigo.

O sinal tocou e tivemos que voltar para as aulas. Porém eu estava distraído demais para prestar atenção.

Queria descobrir o máximo que podia sobre Karkat Vantas.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?