Uma noite no museu 4: Saindo das sombras escrita por Lua Chan
–Que estranho... já é noite? Novamente? Há quanto tempo estou vivo? Por que estou me mexendo? -Ahk perguntara a si mesmo, enquanto estava no sarcófago. -Só me resta uma opção. -Abriu lentamente a tampa de sua tumba, que, supostamente, não fora trancada na noite anterior, e saiu de sua exposição. Ele percebeu algo estranho: mais barulho do que o comum.
–O que está acontecendo? Iremos nos mudar para outro museu e ninguém me avisou? -Continuava a se questionar, se aproximando da escadaria. -O que é esse brilho vindo de fora?
–Olha! Tem um homem lá em cima das escadas, mamãe! -Os pensamentos do jovem faraó foram interrompidos por uma garotinha e um Larry preocupado.
–Não é nada, menina! É só... o homem da limpeza. -Larry mentiu, subindo as escadas e chegando no mesmo local que o adolescente.
–Olá, Guardião do Brooklyn. Por que tantas pessoas?
–Ahk, o que aconteceu com você?!-Larry ignorou a pergunta de Ahkmenrah.
–Como assim?
–São exatamente 7:00 horas! Da manhã!
–O QUÊ?! -O faraó quase levou um tombo. Que bom que o segurança o impediu.
–Você está vivo! Talvez sua placa atendeu aos seus pedidos!
–Mas como? -Perguntou ao Larry.
–Não sei... mas agora, você precisa vestir uma roupa normal. Senão as pessoas vão estranhar.
–T-tudo bem. -Gaguejou.
Larry trouxe uma longa camisa e calças, para o faraó, que fez uma estranha expressão.
–Como eu uso estas coisas?
–Você deve colocar a camisa dessa forma. -Larry gesticulou. -E deve colocar cada pé nesses lugares da calça.
–O que é isso que você segura? -Ahkmenrah apontou para o par de sapatos. -Não vou usá-los!
–Precisará deles quando saírmos.
–Saírmos? Para onde iremos? Quase nunca saí daqui! Como irei me acostumar com o mundo?
–Vamos descobrir por que a sua placa fez isso. Na biblioteca, próxima a minha casa. E eu sei muito bem que você quer sair. Você tem esperado uns... 1000 anos para ser libertado, não é?
–4000 anos. -Corrigiu.
–4000 anos? Sério? Poxa... enfim... vamos logo. E fique por perto. Nem todas pessoas costumam ter um bom coração, como você.
–Na verdade, meu coração foi retirado, no processo de mumificação.
–Que seja! Você entendeu, Ahk! -O adolescente mostrou um pequeno sorriso.
Depois de uma caminhada, os dois chegaram na casa de Larry. O guarda noturno pediu para Ahkmenrah seguir os seus passos.
Ao chegar na biblioteca, cumprimentaram a bibliotecária que era tão velha quanto o lugar e foram em direção aos livros de Egiptologia.
–Pois não? -Perguntou uma jovem que aparentava ter a mesma idade de Ahk (fisicamente).
–Bom dia. -Larry falou. -Eu estou aqui com o meu...
–Sobrinho! -Ahkmenrah falou, rapidamente, tentando manter o novo disfarce.
–Isso! Estamos à procura de algum livro que fale sobre o antigo faraó Ahkmenrah.
–Ah! Então encontraram a pessoa certa! Eu sou a Abgail. Vocês são...
–Eu sou Larry Daley. Provavelmente me reconhece: "Larry Daley, dos aparelhos Daley." -Gabou-se.
–Não, me desculpe. Nunca ouvi falar de você, senhor Daley. E você, homem misterioso? Como se chama?
–Me chamo... Benjamin. -Ahk procurou inventar um nome criativo. -Tenho uma pergunta: por que me chamou de "homem misterioso"?
–Conheço praticamente todos que frequentam essa biblioteca. Eu e minha avó, na verdade. Ela é a dona deste lugar. -Abgail explicou. -Nunca fui apresentada ao senhor Daley, mas já o vi por aqui. Mas você... -Falou, olhando nos olhos de "Benjamin". -Nunca te vi, antes.
–Eu sou novo por aqui. Eu vim do Egito, por isso, tenho a pele mais escura do que o meu... tio. -Ahkmenrah olhou para Larry, que permanecia imóvel como uma estátua.
–Oh, certo. Bem, vamos lá! -Ela os conduziu. -Tenho estes aqui, que falam sobre o pai de Ahkmenrah. Estes aqui -gesticulou -falam sobre o próprio Ahkmenrah. O livro "Tesouros do Egito" possui algumas curiosidades sobre o faraó e seus pertences. Tem um capítulo inteiro sobre os seus chacais, o processo de mumificação, a placa de Ahkmenrah...
–É exatamente o que precisamos!
–Tudo bem, podem ler, se quiserem. Só fechamos à noite. -Foi o que fizeram. Enquanto isso, Abgail, praticamente, não tirava os olhos do seu estranho.
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