Candy Dream escrita por Aerith


Capítulo 1
Capítulo 1 - Lembranças inesquecíveis


Notas iniciais do capítulo

"Era impressionante, por mais que a noite fosse fria a mão dele permanecia quente, e parecia fazer com que meu corpo inteiro se aquecesse também(...) (...)Eu tinha medo de fechar os olhos e depois quando eu abri-los ele não estar mais ali, mesmo sabendo que é um atrevimento pensar assim... "



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"O amor é uma loucura sensata, um fel que sufoca, uma doçura que conserva." ( William Shakespeare ) 

 

 

 

 

 

— Alice?

 

— Sim? — respondi despreocupada, estava de olhos fechados sentindo a leve brisa daquela noite, misturada com o aroma perfeito que vinha dele. Ele não respondeu — ficou em silêncio.

 

 Estávamos os dois deitados no gramado do parque olhando as estrelas —como sempre —fitávamos aquele céu limpo e perfeito repleto de milhares de pontinhos brilhantes cintilando —cada um com sua própria luz. Nós fazíamos isso todas as noites desde que nos conhecemos, eu não ligara; poderia fazer aquilo todas as noites de minha vida, ficaria ali para sempre, por mim o tempo poderia ter parado naquele exato momento eu não me importaria - na verdade ficaria agradecida — mais ele não parou.

 

 Abri os olhos, e fitei as milhares de estrelas à minha frente, depois virei meu rosto e olhei para David ao meu lado que me retribuiu o olhar.Vi em seus olhos o que me parecia uma certa preocupação, ansiedade.

 

— O que foi? —perguntei calmamente. Ele desviou o olhar, fitou o céu estreado, e depois de um segundo respondeu, sem vida na voz.

 

— Nada.

 

 — Tem certeza? Você vem andado estranho ultimamente...  — Não era a primeira vez que eu havia visto aquele olhar, tenho o visto várias vezes nos últimos dias. Podia ver a preocupação em meus olhos refletidos nos dele quando ele se virou para me olhar.

 

— Esta tudo bem — disse ele sorrindo, provavelmente ao ver a minha evidente preocupação— é esta tudo bem... — Eu sabia que ele estava falando comigo, mas parecia estar falando com sigo mesmo.

 

 Houve um minuto de silêncio, enquanto eu o encarava; seus olhos verdes esmeralda destacados em sua pele clara — olhar em seus olhos era hipnotizante para mim (e acredito que para qualquer outra garota do mundo). Também podia ver pequenas mechas de seu cabelo, preto e liso, escorrerem pelo seu rosto perfeitamente desenhado. David é o garoto mais bonito que eu já vira na vida, mais não era só isso o cheiro que vinha de sua pele misturado com o seu perfume — que eu adorava (Bom na verdade eu adoro tudo nele a maneira de se vestir, o rosto, o corpo, o cheiro tudo...) — o Cheiro que vinha de David misturado com seu perfume maravilhoso... É o que eu acredito ser a perfeição.

 

— Acho que estar na hora de irmos embora — Disse ele despertando-me dos meus pensamentos.

 

 Olhei em meu relógio, marcava 11:15 PM.Como o tempo voava enquanto eu estava com David. Eu nunca me acostumara com aquilo com sua beleza, com seu charme, sua perfeição... E de como o tempo corria enquanto nós estávamos juntos — por mais que eu desejasse que ele parasse devagar— acho que nunca me acostumaria com nada nele, por mais que estejamos namorando a mais de 6 meses

 

— Nossa como a hora passou rápido! Eu nem to com sono... — disse.

 

— Você nunca ta com sono.

 

 Nós rimos.

 

 Depois David levantou-se e estendeu a mão para mim, eu a peguei automaticamente e em um só puxão ele me pôs em pé, depois seguimos em silêncio de mão dadas em direção à minha casa.

 

 Era impressionante, por mais que a noite fosse fria a mão dele permanecia quente, e parecia fazer com que meu corpo inteiro se aquecesse também. Seu corpo estava a alguns centímetros caminhando na frente do meu. Eu fitava suas costas, incrédula, nunca havia passado pela minha mente — e nem nos meus melhores e mais loucos sonhos — eu teria a chance de me deitar ao lado dele em um imenso gramado, para conversar e ver as estrelas.

 

 David era mais do que qualquer coisa que eu poderia querer, era mais do que qualquer sonho ou atrevimento que eu poderia ter. Eu tinha medo de fechar os olhos e depois quando abri-los ele não estar mais ali, mesmo sabendo que é um atrevimento pensar assim...  — eu não tenho o direito de prendê-lo a mim e nem de tê-lo, nem em meus sonhos nem pensamentos. Todas as noites antes de dormir, eu ficava pensando “porque eu?”; “por que ele escolheria a mim para será sua namorada com tantas outras garotas mil vezes mais bonitas no mundo?”. Não consigo perguntar isso para ele, talvez por medo da resposta — sei que é bobo da minha parte pensar assim mais eu simplesmente não conseguiria perguntar isso, talvez por medo da opção de resposta “Nossa é mesmo, posso arranjar uma mil vezes melhor do que você, então... estou terminando com você.” Bom há uma grande chance dessa ser a resposta...

 

 Bom, olhando-me no espelho, até que eu não sou feia com minha pele clara rosada, com meus cabelos castanhos escuros — de um tom que se reflete exatamente igual em meus olhos. Meus cabelos compridos que escorriam em ondas pelas minhas costas — me fazendo cócegas—  realmente não era dos piores. Eu realmente não era feia, mais meu nível de beleza não chegara aos pés do de David.

 

— Quer comer uma pizza? —  disse ele despertando-me dos meus pensamentos novamente (ele sempre fazia isso) — Tem uma pizzaria ali à frente — disse apontando há alguns metros à nossa frente para uma pizzaria aparentemente lotada, apesar de ser praticamente de madrugada — E tem uma mesa ali — apontou a um ponto da imensa varanda da pizzaria.

Precisei olhar duas vezes para saber exatamente o local onde ele estava apontando, até que vi, em um canto bem discreto da varanda havia uma mesinha vaga com dois lugares

— E aí vai querer comer uma pizza comigo? — disse sorrindo de um modo meio sedutor, impossível de ser negado por algum ser vivo.

 

— Sim —respondi automaticamente, sorrindo também, incapaz de negar qualquer pedido dele.

 

 Ele sorriu pra mim o sorriso mais perfeito do mundo. E enquanto eu derretia, ele me dirigiu até àquela pequena mesa na pizzaria.

 

 A fachada da pizzaria era simples, o muro era de um tom vermelho escuro — meio carmim— e em cima da entrada havia um letreiro grande e iluminado escrito “Charles Pizzaria”; o interior da pizzaria era um lugar grande e aconchegante com um ambiente familiar. As paredes eram pintadas de bege, as mesas e cadeiras eram todas de madeira pintadas de azul ultramar ; as mesas eram todas cobertas por um pano fino e branco com algumas rendinhas na ponta —em cima de todas as mesas eram postos também ketchup -  mostarda, pimenta, guardanapos, palitos e um tempero posto num pote que eu não soube distinguir o que era — parecia ser algum tempero exótico, próprio do lugar. Na pizzaria também havia uma varanda imensa com várias mesas ao ar livre - provavelmente aquilo fosse a maior atração do lugar — e ainda mais porque estamos no outono e apesar dos ventos gelados do norte anunciando que o inverno esta próximo ainda era possível sentir o ar fresco vindo do Sul.

 

 David me dirigiu até a “nossa” mesa em um dos cantos da varanda imensa, ele “expulsou” algumas folhas secas que havia sobre a mesa com as mãos — provavelmente haviam caído da imensa árvore logo à frente da pizzaria, as folhas deviam ter caído de lá e trazidas aqui pelo vento — ele puxou a cadeira para mim e nos sentamos.

 

— Vou pedir sua pizza favorita, é de metade calabresa, metade Romeu e Julieta não é?  —perguntou ele sorrindo.

 

— Pode pedir o que você quiser — disse sorrindo também, meio sem graça - Posso comer qualquer coisa que você quiser.

 

— Então vai ser essa mesmo— disse ele sorrindo novamente - vou chamar o garçom.

 

—  Ta - respondi meio sem graça.

 

 Depois de David chamar o garçom e de ter feito o pedido, ficamos conversando enquanto esperávamos que a pizza ficasse pronta, pouco tempo depois ela finalmente ficou pronta e pareceu que nós praticamente a devoramos em um minuto. Dava pra ver em quanto conversávamos e comíamos a pizza que de pouco em pouco as pessoas à nossa volta iam se dispersando. E realmente estava começando a ficar tarde.

 

 Depois de comermos a pizza David pagou a conta, pegou minha mão e voltamos ao mesmo caminho que seguíamos antes — que destinava a minha casa. Enquanto caminhava ao lado de David de mãos dadas eu estranhamente não conseguia para de sorrir, ele percebeu isso  —o que me fez corar - e me deu outro sorriso de resposta, o que fez meu coração disparar—  pude sentir ainda mais o sangue subindo em meu rosto e meu sorriso se alargar ainda mais de felicidade —ele me beijou. E eu me aproximei ainda mais de seu corpo enquanto voltávamos a caminhar.

 

— Quer ir ao cinema? Agora — disse ele em um tom despreocupado.

 

— Agora?

 

— É — disse ele sorrindo

 

Olhei no meu relógio, eram quase três da manhã. Eu ri.

 

— Mais é de madrugada, e o cinema deve estar fechado... Podemos ir amanhã. — disse animada

 

— Há... Amanhã... — respondeu ele com a preocupação e a ansiedade que lhe voltaram em seus olhos, mais desta vez tinha algo mais, algo que me parecia ser uma tristeza profunda misturado com uma forte angústia.

 

 Não perguntei nada há ele sobre “amanhã”. Não paramos de caminhar e já estávamos nos aproximando da rua da minha casa, andávamos a onde havia um parque em que David, eu e nossos amigos íamos frequentemente principalmente quando éramos “apenas amigos”. Não íamos lá muito pra ver as estrelas e sim mais para conversar— rir. Aquele lugar me trazia boas lembranças, lembranças da qual eu nunca esqueceria - elas ainda permanecem nítidas em minha mente.

 

 De repente David parou de andar e eu parei junto com ele.

 

— O que foi? — perguntei meio preocupada

 

— Tem uma coisa que eu preciso te disse, sobre “amanhã” — disse ele com tensão na voz.

 

— Olha... Se for sobre o cinema, e você não vai poder ir comig...

 

— Não é isso! — interrompeu ele

 

— O que é então? Seja lá o que for você pode me contar — respondi preocupada  

 

Ele ficou em silêncio.

 

 Eu Sabia!Sabia que ele tinha alguma coisa escondida, guardada com ele e o modo como ele vinha agido nos últimos dias: aqueles olhares angustiados; passava cada a segundo do dia ao meu lado — não que eu ligasse pra isso, na verdade eu adorava telo ao meu lado — também tinha a preocupação em seus olhos mais o pior de tudo era aquele silêncio de quando eu tentava falar sobre aquilo, tentar descobrir alguma coisa , o silêncio e fazia refletir sobre o que poderia estar se passando na cabeça dele e aquilo estava começando a me deixar louca.

 

 Eu não fazia a mínima idéia do que ele estava escondendo de mim — e nem imaginara o quanto seria doloroso...

 


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Notas finais do capítulo

Bom esse é o primeiro capítulo da primeira historia que eu posto, e eu espero de todo coração que vocês tenham gostado desse capítulo inicial().
Atualmente eu estou no Décimo Sétimo cap.(18)
mais deixem reviews desde já para que eu melhore a qualidade tanto desde quanto a de futuras obras minhas
obrigada!